1Clemente (96 d.C) é talvez o documento cristão mais antigo depois dos escritos neotestamentários. O autor anônimo, segundo uma tradição confiável, ficou conhecido como Clemente, um presbítero da comunidade de Roma. Sua carta apresenta diversas características marcantes.
Em primeiro lugar, o autor demonstra surpreendente familiaridade com todo o Antigo Testamento. É capaz de citar versículos condizentes com tudo o que tem a expor, em geral tirado dos lugares mais inusitados do A.T. Em outras palavras, o autor tem o A.T inteiro ao alcance das mãos.
Em segundo lugar, Clemente considera os homens piedosos do A.T como seus ancestrais, e a história da comunidade cristã como continuação da história de Israel. Ao longo de todo o livro, o autor revela uma grande familiaridade com o pensamento e expressões próprios dos judeus. Ao concluir a carta com uma longa oração (1 Clemente 59.3 – 61.3), a linguagem e a frases empregadas mostram paralelos espantosos com as orações dos antigos judeus.
Não há dúvidas de que 1Clemente é um documento cristão: a saudação epistolar é dirigida “aos que são chamados e santificados pela vontade de Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo”; Pedro e Paulo são citados como modelos de testemunhas e mártires (5.4-7); há inúmeras referências a Cristo em toda a carta; uma passagem, no capítulo 36, apresenta uma cristologia de peso (inspirada na carta aos Hebreus). Contudo, se retirássemos do texto esses pontos relevantes, sua estrutura principal em nada seria afetada.
O que ele pensa dos judeus? Como define sua identidade cristã perante Israel? Constatamos com estranheza que ele mais ou menos evita a questão ao tomar como ponto pacífico o fato de que a igreja cristã é agora o povo de Deus, a continuação do Israel bíblico. Não polêmica antijudaica de nenhuma espécie em 1Clemente, nenhuma autodefinição formulada de modo hostil aos judeus.
O autor mostra-se preocupado com um conflito de caráter eminentemente cristão em Corinto, e não via por isso razão alguma para tratar assuntos que não diziam respeito exclusivamente à comunidade dos cristãos. Otto Knoch, em seu estudo sobre a atitude de 1Clemente em relação a Israel e ao judaísmo, interpreta o silêncio da carta como prova indireta de uma atitude amigável, positiva e até mesmo agradecida para o Israel bíblico, bem com para com as sinagogas romanas de então.
É mais seguro dizer que estamos diante de uma identificação extraordinariamente positiva com o Israel bíblico e com as Escrituras de Israel (A.T), em que se ignorou de modo acidental ou consciente quaisquer problemas de identidade em relação aos judeus dessa igreja marcadamente judaica.
Muito bom já ouvi falar, mas, ainda não tive a possibilidade de ler este livro. Ele esta a disposição ou é apenas, amostra em algum museu?
Eu também não tive a oportunidade. Gosto de estudar os livros apócrifos e pseudo-epígrafos, além de documentos da Igreja.
Em breve, se Deus quiser, pretendo fazer uma refutação sobre "O Evangelho segundo Maria Madalena".
Abraços no Senhor Jesus!
=~D
A PAZ DO SENHOR!
Estou começando agora em blogs, se você puder me ajudar, agradeço.
Pois quero também proteger a integridade das escrituras.
Deus te abençoe.