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Debate no VEJAM SÓ: Deus se arrepende, ou não do que faz?

VEJAMSHALOM!

Abaixo o vídeo do debate que participei no excelente programa VEJAM SÓ da RIT TV.  Assista e seja abençoado!

Pérolas da carta de Paulo à Filemon

LIVREA carta de Paulo a Filemon é a mais breve entre as cartas que formam a coletânea paulina e consiste apenas em 335 palavras no grego original. É pequeno no tamanho e profundo em seu conteúdo. O ilustre comentarista bíblico Albert Barnes a chama de uma brilhante e bela gema no tesouro dos livros inspirados.

Ao olharmos para esta carta vemos algumas pérolas que, se não olhadas com profundidade, fogem dos nossos olhos. Senão vejamos:

 

1) Vemos o poder do Evangelho em ação. O evangelho de Cristo é o poder de Deus para salvação de todo o que crê. Ele transforma o rico e o pobre; o escravo e o livre; o patrão e o empregado. Onde o evangelho chega todas as barreiras, preconceitos são rompidos. Ele é capaz de alcançar todos, não fazendo nenhuma distinção de classes sociais.

 

O mundo ergue muralhas entre as pessoas, mas Jesus destrói esses muros. Ele abraçou aqueles que eram escorraçados. Ele acolheu os que eram repudiados. Ele estendeu sua graça aos leprosos, às prostitutas, aos samaritanos e trouxe esperança para os gentios.

 

2) Vemos a igualdade que o Evangelho traz. Na família de Deus o senhor de escravos não é melhor que os escravos. No reino de Deus são todos iguais. Eles são membros da mesma família, são irmãos. Filemon deveria receber Onésimo não mais como um escravo, mas como um irmão amado.

 

Paulo agiu como advogado de Onésimo. Ele confiou que Onésimo voltaria ao seu senhor e se submeteria a ele, sujeitando-se às conseqüências de seus atos. Paulo confiava em Onésimo como um verdadeiro irmão na fé.  O evangelho de Cristo não apenas torna as pessoas iguais, mas também as aproxima! Num tribunal secular Filemon seria colocado de um lado e Onésimo do outro. Porém, o evangelho transforma os corações, as circunstâncias e aproxima aqueles que as leis humanas poderiam separar.

 

3) Vemos a graça que há no Evangelho. O evangelho de Cristo é gracioso. Não há casos irrecuperáveis para Deus. Não há poço tão profundo que o Evangelho não seja mais profundo. A graça é maior que nosso pecado. Onésimo roubou, fugiu, escondeu-se, foi capturado e encarcerado, mas quando pensou que havia chegado o fim da linha, Deus lhe abriu a porta da esperança. Deus ainda continua transformando escravos em livres. Deus ainda continua encontrando os fugitivos para lhes trazer de volta ao lar.

Lutero disse acertadamente que todos nós somos “Onésimos”. Todos nós éramos escravos do pecado. Todos nós estávamos perdidos e fomos achados. Estávamos condenados e fomos libertados. Estávamos mortos e recebemos vida. Nossa salvação não é resultado do nosso mérito, mas pura expressão da graça de Deus. Nada somos, nada temos, nada merecemos. Porém, Deus nos alcançou, nos libertou e nos adotou como seus filhos amados, membros de sua família bendita.

 

Nele, que nos amou com  amor eterno

Pr Marcelo de Oliveira

 

Bibliografia: BARCLAY, William. I y II Timoteo, Tito y Filemon

LOPES, Hernandes Dias. Tito e Filemon. Editora Hagnos

WIERSBE, Warren. Comentário Expositivo. Geográfica Editora

O que soldados israelenses têm em comum com a mulher de Provérbios 31 ?

SOLDADOSHALOM!

O hebraico é considerada pelos judeus como “lashon kodesh” – a língua santa. No Hebraico Moderno, um soldado é um Hayal e uma soldada é uma Hayelet. Já que o Hebraico é uma língua de raízes, ou seja, consonantal, podemos ver claramente como essa palavra se conecta com outras.

Por exemplo, Hiul se transforma em “mobilização” ou Hail é uma “divisão militar”, como Hail Avir – força aérea (literalmente, o exército do ar), Hail HaYam – marinha (literalmente, o exército do mar), Hail raglim – infantaria (literalmente, o exército a pé)

Em Hebraico Bíblico, a mesma raiz HAIL é associada com uma variedade de palavras como dor, contrações do parto, fortificação, baluarte, muro de defesa externo, honestidade e até mesmo riqueza.

A passagem bíblica mais famosa com esta palavra se encontra em Provérbios 31. Ali, o conceito de sabedoria é personificado em uma mulher exemplar – ESHET HAIL – a mulher virtude, a mulher exército, a mulher fortaleza, a mulher riqueza.

Dr. Eli Lizorkin-Eyzenberg

Adaptado por: Pr Marcelo de Oliveira

Imperdível: Entendendo o conflito no Oriente Médio

SHALOM!

Amados, assistam este vídeo abaixo, feito por uma das mentes mais eruditas da atualidade: Denis Prager.

Aqui:

 

Onesíforo, um bálsamo na vida de Paulo

apostolo PauloPaulo havia exortado Timóteo a guardar o evangelho, pois diante da perseguição, muitos cristãos abandonariam o evangelho. Ao longo de 2º Timóteo, Paulo encoraja Timóteo a não se envergonhar do evangelho nesse tempo de prova e intensa perseguição (cf. 2Tm 1.8,12; 2.3,9; 3.12).

É durante a provação que conhecemos os verdadeiros amigos e os verdadeiros cristãos. Em virtude do incêndio de Roma no ano 64 d.C., e da imputação desse crime bárbaro aos cristãos, e ainda, em virtude da prisão de Paulo, o grande bandeirante do cristianismo e, conseqüentemente do seu iminente martírio, todos os amigos e companheiros de Paulo o abandonaram. Fígelo e Hermogenes talvez tenham sido os líderes dessa deserção. Muitos cristãos da Ásia poderiam ter ido a Roma testemunhar a favor de Paulo, mas não o fizeram. Sentiram vergonha.

Na primeira defesa de Paulo, ninguém se manifestou a seu favor (2 Tm 4.16). Aquele era um tempo difícil e a fé apostólica corria sérios riscos. A ameaça vinha de dois fatores: da perseguição política e da invasão de falsos mestres. Depois do grande despertamento ocorrido em Éfeso (cf. Atos 19), quando as pessoas denunciaram publicamente suas obras e abandonaram a idolatria, rompendo com a feitiçaria, seguiu-se uma grande deserção. Parecia que o evangelho estava à beira da extinção.

No meio dessa debandada geral, aparece Onesíforo, cujo nome significa “portador de préstimos”, ele é como um lírio que floresce no lodo. É um exemplo de lealdade no meio de tanta deserção. O erudito W. Hendriksen diz que: “a beleza de seu caráter e nobreza de suas ações se destacam claramente no obscuro transfundo da triste conduta de todos os que estão na Ásia”.

A fidelidade de Onesíforo constitui num estímulo para Timóteo permanecer firme em seu ministério, sem se envergonhar do evangelho e de seu embaixador em cadeias. Vejamos quatro características desse precioso amigo de Paulo:

 

  1. Onesíforo, um amigo abençoador. […] e tu sabes, melhor do que eu, quantos serviços me prestou ele em Éfeso (1.18b). Durante os três anos que Paulo passou em Éfeso, ele se desdobrou para servir Paulo em diversas circunstâncias e ocasiões, uma vez que ali possuía residência ( 4.19). Ele era um homem prestativo. Estava sempre buscando formas e meios para ajudar Paulo em sua missão de pregar o Evangelho.
  1. Onesíforo, um amigo consolador. “Porque, muitas vezes, me deu ânimo e nunca se envergonhou das minhas algemas” (1.16). Ele não apenas serviu Paulo de forma multiforme em Éfeso, mas também o encorajou muitas vezes, quando o apóstolo estava vivendo os dias cinzentos da prisão, na antessala de seu martírio. Diferentemente de outras pessoas da Ásia, não fugiu de Paulo por causa de sua prisão, mas o incentivou várias vezes a não se envergonhou de sua prisão. O termo grego para ânimo “anepsixen”  significa “refrescar”, e a frase poderia ser traduzida por “envolveu-me em ar fresco”. Onesíforo foi uma espécie de “brisa fresca” para Paulo em seus momentos de provação.

 

3. Onesíforo, um amigo encorajador.  “Antes, tendo ele chegado a Roma, me procurou solicitamente até me encontrar” (1.17). Ele fez uma longa viagem de Éfeso a Roma, num tempo em que os cristãos eram queimados vivos ou decapitados. Desconhecendo o paradeiro de Paulo, ou seja, em que prisão se encontrava, procurou-o perseverantemente até encontrá-lo. Ele poderia ter desistido após várias buscas inglórias. Mas não desistiu até encontrar Paulo, para estar ao seu lado nos momentos mais difíceis da sua vida. Sem dúvidas, Onesíforo foi  um homem de caráter nobre, coração quebrantado e amigo incomparável.

Que as marcas deste personagem esquecido da Bíblia, desperte em nós o desejo de  imitarmos seu exemplo, bem como suas atitudes.

Pr Marcelo de Oliveira

Uma curiosidade sobre a fundação do Estado de Israel

bandeira“Deixe-me lhe mostrar uma coisa”, ele me falou. E então ele me confiou uma reflexão que havia recebido dos seus mestres que literalmente me deixou sem fôlego.

“O ano em que o Estado de Israel nasceu foi, no calendário secular, 1948. Segundo o nosso modo tradicional de contar, a data era 5708. Saiba que os versículos dos cinco livros de Moisés, a Torá, correspondem aos anos da história. Todo evento importante de todos os tempos deve ter alguma alusão a isto, direta ou indiretamente, no versículo conectado a ele pelo número. Você sabe”, ele me perguntou, “qual é o versículo número 5.708 da Bíblia?”

É claro que eu não tinha ideia.

Então ele me contou, e em seguida eu verifiquei isto após uma prolongada contagem. É Deuteronômio 30:3:

“E o Eterno, teu Deus, te trará com Ele de Teu cativeiro, e Se compadecerá de ti, e te fará voltar, juntando-te dentre todas as nações para onde o Eterno, teu Deus, te espalhou.”

Era impressionante! E parecia bom demais para ser verdade. Talvez fosse apenas uma notável coincidência, um desses acidentes que são mais divertidos do que instrutivos. Mas com certeza era algo intrigante: o versículo que fala do retorno à terra após séculos de exílio é, de fato, a sentença bíblica cujo número é o mesmo do ano no qual esse evento improvável ocorreu!

Então eu encontrei coragem para fazer a seguinte pergunta: “Você quer dizer”, perguntei hesitante, “que isto não é simplesmente um exemplo isolado? Este é um princípio que se relaciona igualmente a outros eventos importantes, e eu poderia encontrar uma referência comparável, por exemplo, ao Holocausto, do mesmo modo como fiz com relação ao momento da redenção nacional?”

“Por que você não tenta?”, ele respondeu com um sorriso. E assim eu contei os versículos para trás, tomando nota do número, bem como do ano correspondente. O capítulo anterior – capítulo 29 – era aquele cujas sentenças correspondiam aos anos do Holocausto, desde meados dos anos 1930 até o fim da Segunda Guerra Mundial em 5705/1945.

Com a respiração suspensa, li as frases que saltavam diante de mim:

“… todas as maldições da aliança… as pragas daquela terra e as suas doenças, com que o Eterno a terá afligido… toda a terra foi abrasada com enxofre e sal… como foi a destruição de Sodoma e Gomorra… vendo isto, dirão todas as nações: ‘Por que o Eterno fez assim a esta terra?’ ”  (Deuteronômio 29:20-23)

Era verdade! As sentenças estavam relacionadas aos anos do Holocausto e descreviam os horrores e aflições daqueles tempos terríveis – como se tivessem sido escritas no mesmo momento em que os eventos ocorreram.

 

Mas havia uma revelação ainda mais surpreendente que surgiu por meio dessa leitura. O versículo que corresponde ao ano 5705/1945 me atordoou com sua mensagem poderosa. Obviamente, trata-se da sentença que serve como a palavra final da Torá a respeito do Holocausto e o seu significado. É o resumo de Deus bem como a Sua “explicação”. E o que têm a nos dizer as palavras as quais estamos tão ansiosos para ouvir? Escute cuidadosamente o texto porque eu acredito que este é o melhor e o mais apropriado julgamento que os seres humanos possivelmente podem oferecer ao considerarmos os eventos daqueles dias:

“As coisas ocultas pertencem ao Eterno, nosso Deus. Porém, as reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para cumprir todas as palavras desta Torá.” (Deuteronômio 29:28)

 

Quando tudo está dito e feito, Deus é mais sábio do que nós. Ele entende mais do que nós. Nas profundas palavras do sábio do século 11, Bachya ibn Pacuda: “Se nós pudéssemos entender Deus, nós seríamos Deus.” Às vezes podemos captar alguns dos Seus modos. Ao buscarmos razões e explicações, podemos ocasionalmente compreender algumas verdades que iluminam o modo misericordioso como Deus guia nossas vidas. Nestes momentos nós somos subjugados pela Sua grandeza. E nestes momentos de confusão, quando somos incapazes de compreender como Deus possivelmente pode parecer tão imune ao nosso sofrimento, nós nos certificamos de que o amor de Deus por nós é a constante que nunca, jamais, mudará. A resposta bíblica para o Holocausto deve ser nossa resposta às nossas angústias cotidianas: “As coisas ocultas pertencem ao Eterno, nosso Deus.”

A nossa fé é mais forte do que os nossos infortúnios. A nossa crença pode sobreviver a perguntas que só têm respostas parciais. A História não pode validar o julgamento otimista de Anne Frank de que, “apesar de tudo, eu ainda acredito que as pessoas são realmente boas no coração”. Contudo, eu não tenho dúvida de que Deus é realmente bom no coração, e Suas “coisas ocultas” são os métodos Divinos que Ele usa para nos levar de volta ao paraíso que Ele originalmente criou para nós.
Quer ler mais?
Extraído do livro:
Se Deus é bom, por que o mundo é tão ruim?
Por Benjamin Blech

O hino cristológico de 1 Timóteo 3.16

“E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Deus se manifestou em carne, foi justificado no Espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo, recebido acima na glória”. (1 Tm 3.16)

O apóstolo Paulo conclui este capítulo com um hino de exaltação a Jesus. Jesus Cristo é chamado aqui de “o mistério da piedade” porque só podemos conhecê-lo pelo fato de ele ter se revelado, e mesmo assim jamais poderemos conhecê-lo plenamente, pois seu caráter e suas obras transcendem nossa capacidade de compreendê-lo.

Note que o texto não termina com um olhar sobre a Igreja, mas com um hino para Cristo. É em direção deste hino que tudo aponta: a primeira e a última coisa não é a Igreja, mas Cristo; não é o corpo, mas o cabeça.

O erudito William Hendriksen diz que as seis linhas deste hino de adoração de Cristo começam com uma linha sobre seu humilde nascimento e termina com uma referência à sua gloriosa ascensão. Há alguns contrastes a serem observados: a carne débil é contrastada com o espírito poderoso; os anjos celestiais são contrastados com as nações terrenas; e o mundo inferior é contrastado com a glória de cima. Há seis declarações neste hino.

1)    Jesus foi manifestado na carne. O Verbo se fez carne. O Todo Poderoso se fez homem. O transcendente se tornou imanente. O rei dos reis se fez servo. Ele se humilhou. Ele deixou sua glória. Ele habitou entre nós. Paulo se refere aqui à sua perfeita humanidade.

 

2)    Jesus foi justificado em espírito. Embora nem todos os homens tenham reconhecido sua glória, pois Ele foi desprezado pelos homens, Jesus foi plenamente vindicado pelo Espírito. O Espírito Santo foi o agente de sua concepção. Ele foi revestido com o Espírito no seu batismo e, cheio do Espírito, enfrentou vitoriosamente a tentação no deserto. Pelo poder do Espírito Santo, realizou seu ministério e ressuscitou dentre os mortos. Esta frase destaca a perfeição espiritual de Jesus.

 

3)    Jesus foi contemplado por anjos. Os anjos participaram efetivamente da vida e do ministério de Jesus, em seu nascimento, em sua tentação, em sua agonia, em sua ressurreição e em sua ascensão. Os anjos estarão com Ele na sua segunda vinda e rodearão seu trono para glorificá-lo pelos séculos eternos.

 

4)    Jesus foi pregado entre os gentios. Antes de sua ascensão, o Cristo ressurreto deu à Igreja a Grande Comissão (Mt 28.18-20). Aqui está a Grande Demanda (v. 18), a Grande Comissão (v. 19) e a Grande Presença (v. 20). O mesmo Cristo que foi rejeitado e desprezado, agora começa a ser proclamado em todas as nações.

 

5)    Jesus foi crido no mundo. Porque Jesus foi pregado entre os gentios, pessoas de todas as tribos, raças, povos e línguas começaram a adorá-lo como seu Senhor e Salvador, como havia sido previsto (Sl 72.8-11,17; Am 9.11,12, Mq 4.12). Pessoas de todas as nações são transformadas à usa imagem e preparadas para sua obra.

 

6)    Jesus foi recebido na glória. O mesmo Jesus que ouviu gritos ensandecidos da multidão: Crucifica-o, crucifica-o, agora vê os céus abrindo seus portais para recebê-lo. Ao entrar na glória o vitorioso Rei, os céus proclamaram em cânticos de adoração: Digno é o Cordeiro (Ap 5.11,12).

 

A doxologia final de Romanos 16.25-27

O apóstolo Paulo ensaiou encerrar esta carta algumas vezes. Concluiu sua exposição doutrinária com uma sublime doxologia (cf. Rm 11.33-36). Depois invocou a benção três vezes (cf. Rm 15.33; 16.20; 16.24) antes de encerrar com a doxologia final, citada acima. Essa é a mais longa doxologia de Paulo usada em suas cartas. Paulo nos legou outras grandiosas doxologias; contudo, elas não estão escritas na conclusão das epístolas, mas incrustadas no próprio corpo da exposição.

Este é o último parágrafo de Romanos. Conforme o Dicionário Aurélio, doxologia significa: fórmula litúrgica de louvor a Deus; prece ou cântico cuja finalidade é glorificar a Deus. Esta doxologia é um final majestoso para esta carta que trata de temas que, relacionados entre si, apresentam o plano completo de Deus para a salvação da humanidade. Por isso, quando nos aprofundamos no conhecimento deste plano salvífico só podemos exaltar, glorificar e agradecer a Deus por tão grande amor.

Na verdade, toda glória deve ser dada a Deus, pois nele temos a finalidade de todas as coisas. Embora muitos pensadores antigos e muitíssimos atuais não concordem, juntamente com Paulo, nós somos aqueles que entendem e aceitam que Deus e não o homem é o centro do universo. Nós, seres humanos somos seres criados e, assim  totalmente dependentes do Criador. Enquanto isso,  cremos que Deus é o Criador. Ele é auto existente, ele é completo e perfeito em si mesmo. Ele é o Deus que os judeus, juntamente com Paulo (cf. Dt 6.4), e juntamente com os cristãos o reconhecem como Deus único.

Diante deste plano tão gracioso que objetiva a salvação da humanidade, todo cristão deve exaltar continuamente a Deus. Nesta doxologia encontram-se três razões que devem mover o cristão exaltar Deus continuamente.

 

  1. Deus deve ser exaltado pelo seu poder

 

a)    O poder de Deus é capaz de salvar (Rm 1.16)

b)    O poder de Deus é capaz de confirmar (Rm 16.25; 1.11; 1Co 1.8; Cl 2.7)

c)    O poder de Deus é capaz de alicerçar a fé, a confiança (Rm 4.21)

d)    O poder de Deus é capaz de ser conhecido (Rm 9.22)

 

 2.  Deus deve ser exaltado pelo evangelho de Cristo

 

a)    Esse evangelho foi entregue a Paulo (Rm 2.16; Gl 1.8,9,11-12; 2Tm 1.12)

b)    Esse evangelho foi, é, e deve ser proclamado (Rm 1.15; 10.14-15)

c)    Esse evangelho é a revelação do mistério (Ef 3.3-6; 6.19; Cl 1.27; 2.2)

d)    Esse evangelho tem um conteúdo abrangente (Rm 10.11-13)

e)    É para salvação dos judeus (Rm 11.26) e para os gentios (Ef 3.3-6)

 

3.  Deve ser exaltado por ser quem Ele é

 

a)    Deus é poderoso (Rm 4.21; Ef 3.20)

b)    Deus é Eterno (Rm 1.20)

c)    Deus é único (Dt 4.35; 6.4; 32.39)

d)    Deus é sábio (Rm 11.33; 1 Co 1.21,30; Ef 3.10; Cl 2.3)

O presente que Billy Graham ganhou no NATAL

GRAHAMNo livro Crescendo na fé com Billy Graham, Grady Wilson escreveu o capítulo “Uma lágrima corajosa”. Ele conta que foi com Billy Graham à Coréia, em 1951, e lá foram a um hospital cirúrgico para visitar enfermos. Um soldado fora ferido nas costas e estava deitado de bruços. Billy deitou-se de costas no chão, para poder falar-lhe, e perguntou ao rapaz se ele queria que Billy orasse por ele. O soldado aquiesceu, e Billy Graham orou por ele. Finda a oração, o rapaz disse: “Obrigado e feliz natal, senhor Graham”, e chorou. Uma lágrima caiu na bochecha do evangelista. Do lado de fora, Graham disse a Grady Wilson: “Esta lágrima é o melhor presente de natal que eu ganhei”.

Neste natal haverá gente em hospitais, em velórios, no desemprego, na orfandade ou viuvez recente. Pais não darão presentes a seus filhos por falta de recursos (Papai Noel não se dá bem com pobres). Pessoas passarão o natal na fila do SUS. Nas grandes cidades alguns o passarão dormindo nas calçadas ou revirando lixo em busca de algo para comer. Chocante? Deprimente demais para constar de uma pastoral no dia do natal? Bem, somos cristãos, não somos? É justo pensarmos no nosso bem-estar e conforto, raiando ao desperdício, enquanto pessoas sofrem?

Haverá lágrimas de dor, de pessoas sofredoras. A dor não pára no natal. Pelo contrário, o natal a agrava. Mas haverá lágrimas de gratidão, como a do soldado por quem Billy Graham orou. Após ler esta história, eu me comovi. Decidi que nada compraria para mim, mas investiria o que comigo gastaria com alguém necessitado. Não estou apregoando virtude, mas estou contando até com vergonha, porque deveria ter pensado nisto antes. Foi preciso que o Espírito me incomodasse, mostrando meu egoísmo. Pequei, sendo egoísta, pensando apenas em mim e nos que amo, e que sempre têm algo. Deus me perdoe pela minha mesquinhez. Mas gostaria que alguém fosse abençoado por mim.

Neste natal, presenteie um necessitado. Billy Graham recebeu uma lágrima de presente. Se ele fosse tão pequeno como eu, iria se guardar para passar o natal com sua família, e não na Coréia, num hospital. Faça alguém feliz. Será um grande presente que você se dará, se tiver espírito cristão.

Quem eram os “magoi” ?


REIS
O historiador grego Heródoto (ap. 480-ap. 425 a.C.) diz que os magos eram uma tribo  de sacerdotes medos, sob os reis aquemênidas (séculos VI-IV a.C.). Diz Heródoto: 

 

“As tribos dos medos são as seguintes: os busos, os paretacenos, os estrúcatos, os arizantos, os búdios e os magos” (História I,101)… 

 

“Astiages relatou a visão que tivera em sonho aos intérpretes magos, e ficou apavorado ao ouvir as suas palavras” (História I,107)… 

 

“Astiages (…) para decidir a sorte de Ciros, mandou chamar os mesmos magos que, como dissemos, tinham interpretado seu sonho; quando eles chegaram Astiages lhes perguntou qual havia sido a sua interpretação da visão. Os magos lhe deram a mesma resposta anterior: disseram que o menino teria fatalmente reinado” (História I, 120)… 

 

“Dizendo essas palavras ele [Astiages] mandou primeiro empalar os magos intérpretes de sonhos, que o haviam convencido a deixar Ciros viver” (História I, 128)… 

 

“Sua maneira de sacrificar aos deuses é a seguinte (…) Depois de a carne ser arrumada dessa maneira um mago se aproxima e canta por cima dela uma teogonia (dizem que esse é o assunto de seu canto); ninguém tem o direito de oferecer um sacrifício sem a presença de um mago” (HERODOTOS, História. Brasília: Editora da UnB, 1985. Sobre os magos, cf. YAMAUCHI, E. M. Persia and the Bible. Grand Rapids, MI: Baker Books, 1996, p. 467-491).

 

O geógrafo grego Estrabão (ap. 64 a.C.-19 d.C.) diz que os magos oferecem libações e sacrifícios diante do altar do fogo: 

 

“Na Capadócia (pois ali a seita dos Magos, que são também chamados Pýraithoi [‘acendedores de fogo’], é grande e neste país há também muitos templos dos deuses persas) o povo…” (STRABO, Geography, Books 15-16. Cambridge, MA: Harvard University Press, 1995. Sobre as libações, cf. Geografia 15.3.14). 

 

O escritor ateniense Xenofonte (ap. 430- ap.355 a.C.), em sua obra Ciropedia 4.5.14, faz a mesma afirmação sobre as libações.

 

Quando Cambises estava no Egito, lutando para conquistá-lo em 525 a.C., um mago chamado Bardiya/Smerdis, fazendo-se passar por irmão de Cambises, tomou o poder na Pérsia, sendo, em seguida, derrotado por Dario I. Na famosa inscrição no rochedo de Behistun, o impostor, também conhecido como Gaumata, é chamado por Dario, em Persa Antigo, de magush. Aliás, palavra de sentido incerto. Sugeriu-se que possa vir do Proto-Indo-Europeu magh- = “ser capaz de”.

 

Os persas usaram derivações da palavra magush como uma palavra para “sacerdote” até o fim da era sassânida, por volta de 650 d.C. Um sacerdote comum era chamado mog e o sacerdote chefe era magupat, “senhor dos magos”. 

 

A relação dos magos com Zaratustra é controvertida, assim como a religião dos magos sob os aquemênidas. É possível que os magos medos tenham sido substituídos por Dario I pelos magos persas – que aceitavam o zoroastrismo – após a revolta de Gaumata. De qualquer maneira, em muitos escritos antigos, os magos aparecem associados ao zoroastrismo e a Zaratustra. Na época helenística os magos aparecem também cada vez mais associados à astrologia. E Zaratustra com eles ([YAMAUCHI, E. M. Persia and the Bible, p. 467-474. “Zoroastro” é apenas outra forma, derivada do grego, para falar do mesmo Zaratustra)

 

2. Melquior, Gaspar e Baltazar e seus presentes

 

Os presentes dos sacerdotes em Mateus 2,11 – ouro, incenso e mirra – traduzem o que o Menino significava para os eles.

 

Isaías 60,6 diz a propósito do esplendor de Jerusalém, glorificada por Iahweh, que recebe as riquezas vindas das nações pelas mãos de seus reis e de seus povos: 

 

“Uma horda de camelos te inundará

os camelinhos de Madiã e Efa;

todos virão de Sabá

trazendo ouro e incenso

e proclamando os louvores de Iahweh”.

 

E o Salmo 72,10-11 diz:

 

“Os reis de Társis e das ilhas vão trazer-lhe ofertas.

Os reis de Sabá e Seba vão pagar-lhe tributo;

todos os reis se prostrarão diante dele,

as nações todas o servirão”.

 

O ouro de Ofir (no sudoeste da Arábia), o incenso e a mirra do Iêmen (Sabá, na Bíblia) e da Somália.

 

Os Pais da Igreja

Tertuliano os chamou de reis.

 

Justino Mártir, Tertuliano e Epifânio, sabedores da origem dos presentes, disseram que eles vinham da Arábia.

 

Clemente de Alexandria, Cirilo de Alexandria, 

São João Crisóstomo, Orígenes, que eram da Pérsia.

 

Uma história persa relatada no Evangelho Siro-Árabe da Infância conta:

 

Nesta mesma noite, um anjo da guarda foi mandado à Pérsia e apareceu às pessoas do país na forma de uma estrela muito brilhante, a qual iluminou toda a terra dos persas. Ora, como no dia 25 do primeiro kanun – festa da natividade de Cristo – celebrava-se uma grande festa na casa de todos os persas adoradores do fogo e das estrelas, os magos, com grande pompa, celebravam magnificamente sua solenidade, quando, de repente, uma luz viva brilhou por cima de suas cabeças. Deixando seus reis, suas festas, todos os seus divertimentos e suas casas, saíram para apreciar o espetáculo. Viram no céu uma estrela brilhante em cima da Pérsia. Pelo seu brilho, ela se assemelhava a um grande sol.

 

E seus reis disseram aos sacerdotes em sua língua: “Que sinal é este que estamos vendo?” E eles, como por adivinhação, disseram: “Nasceu o rei dos reis, o deus dos deuses, a luz emanada da luz. Eis que um dos deuses veio anunciar-nos seu nascimento para irmos oferecer-lhe presentes e adorá-lo”.

 

Levantaram-se então todos, chefes, magistrados, generais, e disseram aos seus sacerdotes: “Que presentes convém levarmos?” E os sacerdotes lhes disseram: “Ouro, mirra e incenso”.

 

Então os três reis, filhos dos reis da Pérsia, tomaram, como que por uma disposição misteriosa, um, três libras de mirra, o outro, três libras de ouro, e o terceiro, três libras de incenso. Estavam revestidos de seus preciosos indumentos, a tiara na cabeça e seu tesouro nas mãos. Ao canto do galo, deixaram seu país, com nove homens que os acompanhavam, e partiram, precedidos da estrela que lhes tinha aparecido.

 

O Excerpta Latina Barbari, um manuscrito latino traduzido do grego, do século VI, conservado na Biblioteca Nacional de Paris, nomeia os magos como Bithisarea, Meliquior e Gathaspa.

 

Um tratado atribuído a Beda, monge do mosteiro de Jarrow, Inglaterra, ca. 673-735), chamado Excerpta et Collectanea chama os magos de Melquior, Gaspar e Baltazar. E foram estes os nomes que prevaleceram. Diz o texto:

 

Melquior, um homem velho com cabelos brancos e longa barba… ofereceu ouro para o Senhor como a um rei. O segundo, de nome Gaspar, jovem, imberbe e de pele avermelhada… honrou-o como Deus com seu presente de incenso, oferenda digna da divindade. O terceiro, de pele negra e de barba cerrada, chamado Baltazar… com o seu presente de mirra testemunhou o Filho do Homem que deveria morrer (YAMAUCHI, E. M. Persia and the Bible, p. 486-487). 

 

O nome Melquior significa “meu Rei é luz”; Baltazar (que Deus Baal/Senhor proteja o rei) derivado do nome babilônico dado a Daniel, “Belteshazzar” (cf. Dn 1,7); Gaspar  (Gisbar / Gasparinu, tesoureiro) pode vir do nome indiano Gundaphorus, segundo Edwin M. Yamauchi, o. c., p. 486, nota 115.22].

 

Quando o veneziano Marco Polo (ca.1254-ca.1324) viajou para a Pérsia, as tumbas dos magos lhe foram mostradas.

 

Ouro, porque Ele é Rei

 

“Puseram acima da sua cabeça uma tabuleta onde estava escrito como acusação contra ele: ‘Este é Jesus, o Rei dos Judeus’.” (Mateus 27:37 NTLH)

 

Incenso, porque Ele é Deus

 

“Em seguida disse a Tomé: — Veja as minhas mãos e ponha o seu dedo nelas. Estenda a mão e ponha no meu lado. Pare de duvidar e creia! Então Tomé exclamou: — Meu Senhor e meu Deus!” (João 20:27, 28 NTLH)

 

Mirra, porque Ele se fez humano e morreu por nós

 

“Depois disso, José, da cidade de Arimateia, pediu licença a Pilatos para levar o corpo de Jesus. (José era seguidor de Jesus, mas em segredo porque tinha medo dos líderes judeus.) Pilatos deu licença, e José foi e retirou o corpo de Jesus.  Nicodemos, aquele que tinha ido falar com Jesus à noite, foi com José, levando uns trinta e cinco quilos de uma mistura de aloés e mirra. Os dois homens pegaram o corpo de Jesus e o enrolaram em lençóis nos quais haviam espalhado essa mistura. Era assim que os judeus preparavam os corpos dos mortos para serem sepultados”. (João 19:38-40 NTLH)

 

Esses sacerdotes nos ensinam o que é adoração

 

1.  Determinação — vieram do Oriente até Jerusalém. Da Pérsia, atual Irã, cerca de 1.800 km.

 

2.  Generosidade — deram do melhor.

 

“Entraram na casa e encontraram o menino com Maria, a sua mãe. Então se ajoelharam diante dele e o adoraram. Depois abriram os seus cofres e lhe ofereceram presentes: ouro, incenso e mirra”. (Mateus 2:11 NTLH)

 

3.  Obediência — ” em sonho Deus os avisou que não voltassem para falar com Herodes. Por isso, voltaram para a sua terra por outro caminho”. Mateus 2.12.

 

 Dr Jorge Pinheiro