O prêmino Nobel da Paz de 1986, Elie Wiesel, famoso por seus escritos a respeito do Holocausto (Iom HaShoá), disse certa vez: “Somos a mais abençoada e a mais amaldiçoada das gerações. Somos a geração de Jó, mas somos também a de Yerushalaim”. O século 20 tamém nos fez testemunhar a realização de um sonho de dois mil anos, quando os judeus retornaram à sua antiga pátria, a Terra Prometida, como os profetas haviam previsto.
Será que acontecimentos contemporâneos tão importantes não merecem ter suas próprias datas comemorativas? Merecem, dizem os judeus. Assim, foram estabelecidos novos feriados judaicos depois de praticamente dois mil anos:
O Dia do Holocausto e do Heroísmo – Iom Hashoá Vehaguevurá, no dia 27 de Nissán, relembra um ato de coragem notável. Em vez de lamentar a morte, homenageia-se os heróis do Gueto de Varsóvia que, em abril de 1943, lutaram desesperadamente pela vida. O poderoso exército alemão levou meses para massacrar a maioria daqueles judeus; eles estavam numericamente em desvantagem e acabaram morrendo, mas travaram uma batalha heróica . Embora ainda não tenham sido criados rituais religiosos apropriados e universais para o cumprimento desse feriado, o que fica explicito quanto aos serviços especiais, reuniões e conferências que marcam o Iom HaShoá é que o mundo judeu prometeu que aquele genocídio jamais irá se deparar com o silêncio e a indiferença.
O Dia da Independência de Israel – Iom Haatsmaút, em 5 de Iyár no calendário judaico, comemora a declaração do Estado de Israel ocorrida no dia 14 de maio de 1948. Judeus conscientes da sua história surpreendem-se com essa coincidência (providência) notável: Abraão, o primeiro judeu, que trouxe o monoteísmo ao mundo, nasceu em 1948 do calendário judaico. Após milhares de anos, quando o povo judeu finalmente realizou a predição dos profetas, “e os filhos retornarão às suas fronteiras”, o ano, tal como está definido no mundo também foi o de 1948! Quem diz que não se pode ver o dedo de Deus no destino do seu povo?
O Dia de Yerushalaim, Iom Ierushalaim, o feriado mais recente, surgiu como resultado da Guerra dos Seis Dias em 1967, quando Israel libertou a cidade antiga de Jerusalém. Desde que os judeus retornaram à sua terra, passaram-se quase vinte anos até que pudessem conhecer o local do seu antigo Templo. Na época, as leis internacionais ditavam que a área do Muro Ocidental (ou Muro das Lamentações) deveria ser aberta a todos. Apesar disso, a Jordânia impedia os judeus de virem orar no lugar mais sagrado para eles. Israel exibiu sua força contra os exércitos das seis nações árabes que vieram para destruí-lo e encerrou a guerra no dia 28 de Iyár. As duas letras hebraicas que correspondem ao número 28 formam a palavra côach, que significa força ou poder. Outra coincidência ou providência? Prefiro a segunda!
Quanto aos tempos bíblicos, os judeus místicos dizem que quando os hebreus deixaram o Egito, o caminho para a redenção lhes trouxe três feriados: as Festas de Peregrinação, Pêssach, Shavuót e Sucót. Quando os judeus foram abençoados com a criação do Estado de Israel, pudemos ver o surgimento de dois novos feriados: o Dia da Indepedência e o Iom Yerushalaim.
Falta um terceiro feriado moderno para que possamos traçar um paralelo entre os tempos bíblicos e a época moderna. Creio que, este será o maior dos feriados – aquele que ainda não aconteceu, mas será proclamado quando o final da jornada judaica for marcado pelo momento da chegada do Messias.
Maran- atá Mashiach! Que venha o Messias!
Pr Marcelo de Oliveira
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