Havia poucas coisas que o mundo antigo desejava mais do que a paz. A busca pela paz era universal. O alvo de todas as filosofias antigas era a ataraxia, a serenidade, a tranqüilidade, a mente quieta. César talvez pudesse produzir um mundo em paz, mas o anelo dos homens era um coração em paz, uma paz não proclamada por César, mas por Deus. Nesta busca pela paz, há algumas idéias que voltam sempre a ocorrer.
(a) A paz somente pode vir com a eliminação do desejo. “Se quiser tornar Pítocles feliz”, disse Epicuro, “não aumente seus bens, mas diminua os seus desejos”. Nada que se possa dar ao homem pode lhe trazer a paz. Deve-se retirar-lhe os desejos humanos instintivos que fazem da vida uma frustração e um campo de batalha.
(b) A paz vem de uma total independência auto-suficiente, da autarkeia. O homem nunca deve tornar-se, em sentido algum, dependente de qualquer coisa fora de si mesmo. Sua vida deve ser totalmente auto-suficiente, defendida pela resolução de que não se importará com nada.
Estas eram as idéias básicas da paz: “ a ausência da dor física e da preocupação na mente”, conforme a definição de Epicuro. Fica bem claro que estes filósofos antigos viam a paz em termos de imparcialidade, auto-isolamento e resistência contra a vida. A única coisa proibida era o envolvimento na situação humana externa. E fica bem claro que há uma diferença enorme entre isto, o modo de via neotestamentário e o ideal cristão. Examinemos, então, a idéia neotestamentária de paz.
A palavra paz entrou no N.T com uma história grandiosa. É a tradução da palavra hebraica shalom. É verdade que shalom significa paz, e como paz é traduzida na maior parte das referências em nossas Bíblias, embora existam outras possibilidades tais como: saúde (Sl 38.3), bem estar (como vai ele?) (Gn 43.27), prosperidade (riquezas e fama) Jó 15.21. Shalom realmente significa tudo quanto contribui para o bem do homem, tudo que faz com que a vida seja verdadeiramente vida.
Entre nós, paz passa a ter um significado um pouco negativo. Tende a significar a ausência de guerra e de problemas. Por exemplo, se numa batalha, as hostilidades propriamente ditas chegassem ao fim, sem haver mais lutas, provavelmente diríamos que houve paz; mas bem certamente o hebreu não chamaria de paz uma situação onde há terras queimadas, e onde as pessoas ainda se olham com um tipo de suspeita aterrorizada. No pensamento hebraico a paz é algo muito mais positivo; é tudo quanto contribui para o sumo bem dos homens.
Veremos brevemente, então, a palavra eirene conforme é usada na LXX [septuaginta].
1) Descreve a serenidade, a tranqüilidade, o perfeito contentamento da vida totalmente feliz e segura
O caminho da retidão será a paz, e o efeito da retidão será a quietude e segurança para sempre (Is 32.17). O salmista deitar-se-á em paz e dormirá, porque é Deus quem o faz repousar seguro (Sl. 4.8). Jeremias contrasta a terra da paz com a floresta do Jordão (Jr 12.5). Esta palavra paz traz calma e a serenidade da vida da qual o medo e a ansiedade foram banidos para sempre.
2) Eirene é a palavra para descrever a perfeição dos relacionamentos.
(a) É a palavra da amizade humana. Os amigos de um homem são literalmente, em hebraico, “os amigos da minha paz” (Jr 20.10 ARA: “íntimos amigos”; Jr 38.22, ARA: “bons amigos”). A condenação que Isaías faz dos homens maus e injustos é que não conhecem o caminho da paz. Eles têm sido destruidores de relacionamentos pessoais. Procure a paz, diz o salmista, e empenha-te por alcançá-la (Sl 34.14).
(b) É a palavra do relacionamento certo entre uma nação e outra, como, por exemplo, quando Josué faz a paz com os homens de Gibeão (Js. 9.15)
(c) É a palavra do relacionamento certo entre o homem e Deus.
Entre Deus e os seus, há uma aliança de paz, o que torna certo que será mais fácil serem removidas as montanhas e as colinas do que a misericórdia de Deus afastar-se dos homens (Is. 54.10). Jeremias declara que Deus tem pensamentos de paz para com os homens (Jr 29.11).
No N.T a palavra paz, eirene, ocorre oitenta e oito vezes, e em todos os livros. O N.T é o livro da paz.
A ocorrência mais comum acha-se nas saudações. A saudação normal numa carta do N.T é: “Graça a vós outros e paz” (Rm 1.7; 1 Co 1.3; 2 Co 1.2; Gl 1.3; Ef 1.2; 1 Ts 1.1; 2 Ts 1.2; Fm 3). Esta é uma saudação especialmente significativa. Graça é charis; charis é o substantivo de chairein que é o início normal de uma carta “pagã”. É usualmente traduzido: “saudações!”, mas o significado é: “A alegria seja contigo!” Paz é eirene, e é a saudação normal e comum numa carta judaica. É como se os escritores cristãos tomassem e juntassem as saudações “pagãs” e judaicas e expressassem: “Em Jesus Cristo realizou-se tudo quanto judeus e gentios já sonharam e desejaram para si mesmos e para os outros. Em Jesus Cristo existe, para judeus e gentios, hebreus e gregos, tudo para o sumo bem dos homens”. Todas as bênçãos reúnem-se no bem-estar perfeito oferecido em Jesus Cristo.
No N.T, paz tem certas origens:
1) A paz provém da fé. A oração de Paulo pelos cristãos em Roma é que o Deus da esperança os enchesse com todo gozo e paz no seu crer (Rm 15.13). A paz provém da certeza da sabedoria, do amor e do poder de Deus. A paz provém de “apostar” sua vida na fé de que aquilo que Jesus disse a respeito de Deus é verídico.
2) A paz provém da fé que se aplicou à atuação. Há glória e honra e paz para todos quantos praticam o bem, para o judeu e o grego igualmente (Rm 2.10). A paz provém da obediência que se fundamenta na total confiança em Deus. A vida cristã tem em primeiro plano a atividade intensa, e, como pano de fundo, uma passividade sábia em que o cristão descansa em Deus.
3) A paz provém de Deus. Paulo fala da paz de Deus que excede todo entendimento (Fp. 4.7). Com toda a probabilidade, isto não quer dizer tanto que a paz de Deus ultrapassa o poder da compreensão da mente humana, mas que a paz de Deus ultrapassa a capacidade de planejar da mente humana. A paz é muito mais uma coisa que Deus dá, do que algo que o homem cria.
4) A paz é o dom de Jesus Cristo. Quando o Cristo ressurreto voltou para seu próprio povo, sua saudação foi: “Paz seja convosco” (Jo 20.19,21,26).
Quando Cristo estava para deixar este mundo, sua vontade foi feita. Entregou seu espírito ao Pai e deixou seu corpo com José de Arimatéia; suas roupas caíram aos pés dos soldados; sua mãe, ele entregou aos cuidados de João. Mas o que deixaria aos seus discípulos, aqueles que haviam abandonado tudo por Ele? Prata e ouro Ele não possuía, mas deixou-lhes algo infinitamente melhor: Sua PAZ .
Nele, em que temos o verdadeiro Shalom
Pr Marcelo de Oliveira
Bibliografia: Barclay, William. As Obras da Carne. Edições Vida Nova
GRAÇA E PAZ REV.
SOMOS DA IGREJA PRESBITERIANA DE LIMEIRA SP.
QUERIAMOS DIVULGAR O NOSSO BLOG PARA O MÁXIMO DE PESSOAS POSSIVEIS SE PUDER NOS AJUDAR FIVAREMOS GRATO!
DEUS TE ILUMINE
PS: TB ESTAREMOS DIVULGANDO O SEU!!!!
Prezamado pr. Marcello de Oliveira, homem de Deus,
Shalom!
Existe um prêmio garantido para os servos de Deus: A PAZ!
A verdadeira e única, que se estabilizará de uma maneira inpossível de relatar, mas pela Fé, podemos desde já, nos alegrar com o que será entregue a cada um de nós que perseverar até o fim.
Shalom! Paz! Shalom!
O Senhor seja contigo!
pr. Newton Carpintero
http://www.pastornewton.com
Caro amigo Pr. Marcello de Oliveira,
SHALOM amado!
Que o Eterno nos proporcione a cada dia fozar da VERDADEIRA PAZ!
Parabéns pelo excelente, inspirativo e pedagógico texto.
Um grande abraço!
Seu conservo,
Pr. Carlos Roberto
que benção seu site?!Que Deus continue te abençõando grandemente?!
Olá querido, estou retribuindo a visita… e é claro aproveitei para ler sobre a "eirene"… muito bom, esclarecedor e edificante… Graças á Deus por essa paz que ele nos deu e deixou.., e por ela não ser como a paz deste mundo!!
Grande abraço…
Obrigada pela visita em meu blog.
Desejo que seu blog abençoado ajude a alcançar vidas atráves da palavra de Deus.
II Corintios, 4:8,9 – Em tudo somos atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não desanimados; perseguidos, porém não desamparados; abatidos, porém não destruídos (…)
Shalom Adonai!
Excelente post meu pastor!!!
Deus continue o abençoando grandemente.
Fique na PAZ de Cristo!!!!!!!!
Caro pastor Marcelo,
A paz do Senhor!
Recebi, sim, a sua obra literária! O livro está muito bonito, com uma ótima qualidade editorial. Vou começar a lê-lo hoje.
Muito obrigado pelo belíssimo presente!
Em Cristo,
Ciro Sanches Zibordi
Amado Pr. Marcelo de Oliveira, fiquei feliz por sua visita ao meu blog http://www.silvanomusic.blogspot.com , e mais feliz ainda ao ver seu empenho na divulgação da Palavra de Deus. Que Deus o conserve sempre assim.
Um Grande Abraço…
Shalom.
Olá Pr. Marcelo,
A graça e a eirene tous Kyrios Iesous!
Gostei muito desse artigo, uma bênção.
Agradeço a visita a meu blog, retribui, como também o comentário.
Que o Senhor esteja a cada dia confirmando-te teu chamado e revelando-te sempre o que está no coração d'Ele.
Um abraço!
Pr. para aquele que têm buscado em Deus plenitude de conhecmento eu tenho visto que Ele tem derramado sem medida e o sr é um destes, com esta postagem o sr conseguiu confortar os que estão num momento de aflição, e ao mesmo tempo edifica-los num esclarecimento profundo acerca do assunto em questão, que Deus continue o abençoando para nossa edificação e seu regozijo no Senhor.
paz do Senhor.
A PAZ de Cristo!
Obrigado pelo seu comentário.Gostei bastante do conteúdo de seu blog e passei a ser seguidor.
Amo muito tipologia bíblica e o Antigo Testamento.
Quer receber postagens suas, neste sentido,para o meu blog.
Seria de grande honra tê-lo como meu seguidor:Pão VIVO alexandrematiascom.blogspot.com
Sucesso em seus estudos e lembre-se que, esta geração precisa de profetas e mestres com integridade.
Abraços fraternos.
Excelente seu blog, vou segui-lo, fica na paz. Abraços. Obroigado pela visita ao meu blog.
pr. Ranieri.