Diversas palavras hebraicas expressam os vários aspectos do amor. A palavra mais usada por “amor” é ‘ahab. Esta palavra é usada mais de 200 vezes no Antigo Testamento. Refere-se 32 vezes ao amor de Deus.
1) ‘Ahab, expressa com freqüência o amor entre o marido e mulher (Gn 24.67; 29.18; Jz 16.4,15; I Sm 1.5; 18.20) dos pais pelos filhos (Gn 22.2; 25.28); da nora pela sogra (Rt 4.15); e entre amigos (I Sm 18.1-3).
Há pessoas que são objeto do amor de Deus: Salomão (II Sm 12.24; Ne 13.26) e Ciro (Is 48.14). Em Dt 10.18 diz que o Eterno ama o estrangeiro. Ele ama a Jerusalém (Sl 78.68; 87.2). Deus ama a retidão e os que agem corretamente (Sl 11.7; 37.28; 45.7; 99.4). Deus amou os pais e, depois deles, escolheu seus descendentes (Dt 4.35; 10.15).
Em inúmeras passagens o Antigo Testamento fala do amor de Deus por Israel (Dt 7.8-9; 23.5; I Rs 10.9; II Cr 2.11). Ele o amou como “marido” (Ez 16.8; Os 3.1) e como pai (Os 11.1). Por Israel ser precioso a seus olhos, Ele o amou, redimiu e renovou (Is 43.4; 63.9; Sf 3.17). A linguagem do Antigo Testamento sobre o amor de Deus por Israel é às vezes paradoxal. Em Jeremias 31.3 se diz: “Com amor eterno te amei [Israel]”; mas em Oséias 9.15: “Já não os amarei”.
A Septuaginta traduz ‘ahab por agapao. Dr Norman Snaith chamou ‘ahabâ –
“amor por escolha”. É amor incondicional. O amor por escolha flui do excedente espontâneo do amor de Deus, conclui Snaith.
2) Hesed (“dedicação”, “graça”, “bondade”, “lealdade”). Uma segunda palavra relacionada com o amor de Deus é hesed. Os estudiosos como Genesius sugeriu o significado: “ímpeto”, “zelo ardente” como sentido primário da raiz. A raiz hsd ocorre apenas três vezes no Antigo Testamento como verbo: uma vez no piel no sentido de “causar vergonha” (Pv 25.10) e duas vezes no hifil, em passagens paralelas que significam “mostra-se leal” (II Sm 22.26; Sl 18.25). Há também o lado negativo de hesed que é apresentado no Antigo Testamento em Provérbios 14.34 e Isaías 40.6b:
A justiça faz prosperar uma nação,
o pecado é a vergonha [hesed]
dos povos
(Pv 14.34, BJ).
Toda carne é erva,
e toda a sua graça [hesed],
como a flor do campo
(Is 40.6b, BJ)
É difícil traduzir hesed para o português. A ARA via de regra traduz a palavra por “misericórdia”. A Septuaginta também: eleos (“misericórdia”). Duas vezes (em Ester) ela usa charis (“graça”). Martinho Lutero usou a palavra gnade (“graça”) no lugar de hesed, assim como fez com a palavra charis no Novo Testamento. Snaith preferiu usar o termo “amor da aliança”.
O que vemos no Antigo Testamento é que a palavra hesed contém dois elementos básicos. Um é a idéia de força, lealdade, fidelidade. O outro é a idéia de bondade, misericórdia e graça. Talvez “dedicação” capte os dois elementos da palavra.
A palavra hesed é usada com freqüência em pares de palavras e na poesia paralela. Em 43 casos hesed é ligado a outro substantivo. Em 22 dessas vezes é com ‘emet [verdade] ou com alguma forma da raiz ‘ aman (“verdade”), na expressão “graça e verdade” (Gn 24.27; Ex 34.6; Js 2.14; Sl 25.10; 85.10; 86.15; Pv 3.3; 14.22). Sete vezes hesed é usado junto com “aliança” (Dt 7.9,12; I Rs 8.23; II Cr 6.14; Ne 1.5). Emprega-se hesed com as palavras ‘óz (“força”) e misgab (“fortaleza”) em algumas ocasiões (Sl 59.9; 144.2).
O Antigo Testamento fala com freqüência da “abundância” ou
“grandiosidade” do hesed de Deus (Ex 34.6; Nm 14.19; Ne 9.17; 13.22; Sl 5.7; 36.5; 69.13). Uma vez o salmista diz: “A terra, Senhor, está cheia da tua hesed (bondade, Sl 119.64)”. Três vezes o salmista diz que o hesed de Deus se estende até o céu, e sua fidelidade (‘emet) alcança as nuvens (Sl 36.5; 57.10; 108.4). A idéia é que seus hesed e ‘emet não podem ser medidos!
Pr Marcello
Bibliografia: Smith, Ralph L. Teologia do A.T. Edições Vida Nova 2001
Paz Pr. Marcello,
Fico maravilhado ao ver que mesmo acomodando Sua revelação a nossa linguagem limitada, Deus se mantêm excelso sendo impossível adjetivá-Lo com palavras humanas.
A idéia é que Ele só nos dá uma amostra ínfima de Sua Grandiosidade.
Soli Deo Gloria!
Em Cristo,
Ednaldo.
Caro amigo Pr. Marcello Oliveira,
Shalom!
Obrigado por disponibilizar mais esta aula aqui na blogosfera.
Parabésn e que Deus te ajude a continuar assim, compartilhando com seus conservos o conhecimento que o Eterno te concedeu ter.
Um grande abraço!
Pr. Carlos Roberto
Quando a Bíblia é exposta na língua original, percebemos o quanto é rica a sua mensagem e quão profunda a revelação de Deus ao homem.
Parabéns pelo seu blog.
Estou seguindo ele.
Abraços.
São em textos como esses que vemos quão rica é a linguagem original da Bíblia Sagrada, seu tetxo está magnífico!
Deus abençoe!
O interessante que no N.T, a palavra mais usada é “agape”-expressa amor altruísta, para se referir ao amor (as outras são “storge”-expressa afeição natural e “fileo”-expressa amizade). A Septuaginta fez a correspondência certa então (Providência). E tal amor “agape” só o crente tem, pq é o próprio Deus quem derrama ele em nossos corações (Rm 5.5). Por isso temos condições de amar, por exemplo, os nossos inimigos. Incrível isso!!! Não faz sentido pensar em sentimento aqui, pois que sentimentos temos com os nossos inimigos?? Mas, no entanto, Jesus nos diz: “amai…” (Mt 5.44).
John Stott sintetizou bem o significado do amor bíblico:
“Amor é mais serviço do que sentimento”
Porque Deus “amou” o mundo de tal maneira que “deu” o seu Filho…(Jo 3.16)
E andai “em amor”, como também Cristo vos “amou”, e “se entregou a si mesmo por nós”…(Ef 5.2)
Amém!
Prezado Pr. Marcello, graça e paz!
Suas abordagens neste blog são sempre enriquecedoras e relevantes. Fiquei fascinado em perceber com riqueza de detalhes a sublimidade e a grandiosidade do amor de Deus. Amor que se define de maneira tão pobre em nosso idioma. Eu dizia na aula do curso teológico que não há como definirmos o amor de Deus. Definimos o nosso amor, o amor do próximo, dos outros, mas não o amor de Deus. Simplesmente porque Deus é amor, é essência dele e não característica dele. Parabéns pela abordagem. Um forte abraço!
Pr. Sérgio Pereira
http://prsergiopereira.blogspot.com
Pr. Marcello;
A paz do Senhor!
Que bela explicação sobre as palavras hebraicas , Deus possa enriquecer-te mais e mais de sua sabedoria , e de minha parte vou enriquecendo meu conhecimento.
Em Cristo , Marcos
Shalom…
Muito interessante e abençoado o seu blog, eu terminei de aprender o Alefbet ainda há pouco tempo, mas tenho muito interesse no assunto,tenho uma ótima leitura de textos, e me preparo para fazer breve Introdução a Gramática Hebraica o que com certeza me dotará de mais ricos conhecimentos da Palavra do Senhor, estarei passando seu link para o meu professor de Hebraico,ele também é um abençoado homem de Deus, e sempre buscando mais nessa área…
Bençãos sobre bençãos…
Mosheh, Talemid Hamashiah…
Prezado Pr Marcello, que lindo seu esclarecimento sobre Hesed ou Hessed como conhecemos, muito esclarecedor parabéns pela explanação, também utilizamos hessed em nossa abordagem do amor incondicional de Deus em aliança conosco, gostaria de deixar nosso site para sua ilustre visita quando lhe interessar, um forte abraço que O Deus Hessed lhe abençoe grandemente, segue https://www.institutohessed.org
Shalom Adonai Mahasenu Melech Haolam!
Em primeiro lugar: o Hebraico não é uma linguagem humana, ele é “A Leshon Hakodesh” – A Língua do Santo. Porque, vós não sabeis, mas Yahaváh Criou todas as coisas por uma língua, a qual Ele, Sendo o Verbo Vivo que Exprime e Expressa movimento de vida, atuando desde o princípio por meio dela. Assim, o que vós desconhecemos, é que Yahaváh tem uma língua, pois fala como um Homem e Se Expressa por meio dela.
Entendam isto: De Adam a Noach, toda terra era de um só povo e todos falavam uma mesma língua. (Bereshit 11). Deste modo, depois da confusão das línguas, em Bavel, a terra é repartida e dividada pelos três filhos de Noach: Shem, Ham e Yeféth. Logo, depois disto relata as Escrituras: de Ham nasce um filho chamado Ashur (pai dos povos Assírios) e Mitzráim (pai dos povos Egípcios). Assim, entendam: esta primeira língua, a qual existia em toda terra (todos os que estavam ali) era o Hebraico. Depois da confusão das línguas, em Bavel, é que surgem os primeiros povos Árabes, derivando do Hebraico, o Aramaico, o Árabe, o Assíria, o Persa, o Grego etc, e assim um povo gerou outro povo com sua língua. É exatamente por isso que Yahaváh Escolhe Yisra’el como nação, os Yahudim como Seu Povo Sagrado, Yahushalayim como sua Cidade Santa e logo o Hebraico como língua. Por isso os Yahudim é um Povo totalmente fora da realidade de qualquer um, pois nós somos a descendência direta do primeiro homem existente, Adam. Mas vós também sois, já que todos partimos de um único pai na árvore genealógica. Porém, vós não conhecemos os mistérios da maravilha que é ser “chamados pelo Nome de YHVH”. Porque o império romano mudou os tempos, mudou a Torá e fez os Yahudim caírem em esquecimento, trazendo para vós todas as suas doutrinas errôneas e os seus paganismos e misticismos. Por isso, voltem ao ventre de Yahushalayim e nasçam novamente como um Povo Novo.
Hérbert Júnior Silva Marinho, estou maravilhado com tamanha profundidade dos escritos do nosso Deus. Jamais imaginei que, as menos, existia uma palavra que me levasse a uma profundidade do amor de Deus, além daquelas que tanto preguei e hoje me sinto como uma criança que precisa muítissimo desse conhecimento. Quero parabenizá-lo pelo excelente estudo.
Lindo este estudo…muito obrigado…me acrescentou muito naquilo que o Espírito Santo tem me ensinado e revelado.
Grande abraço
Bom dia meu nome é Simone trabalho a 30 anos em um salão de beleza,mais devido a tudo que estamos passando tive que sair pois não tenho como pagar o aluguel. Vou abrir em minha casa tenho muita fé é confio no amor incondicional de Deus por nós , é sempre passo Pras minhas clientes.E como tenho que colocar um nome queria muito colocar Espaço Resed pela força que essa palavra me passa ,pelo significado dela mais tenho medo de estar fazendo errado e se não for essa Deus me iluminará com outra queria muito sua opinião obrigada Deus abençoe por tudo