Na antiguidade grega, o que chamamos de salário atualmente tinha o nome de látron, paroxítona, correspondente como derivada ao verbo latréo, que traduzimos por servir, donde nos vieram o culto de latria, que vem a ser adoração verdadeira a Deus e idolatria, que vem a ser a adoração às falsas divindades.
O látron era o salário devido às mercenárias e domésticas. Passando para os romanos, a tradução latro ficou significando o servo mercenário, o soldado, de modo geral, os que serviam a troco de estipêndio, de salário, de remuneração, certa ou fixa, fossem livres ou escravos.
Paulatinamente se foi operando uma corruptela do vocábulo, decorrente de um processo de decomposição que vinha afetar profundamente a ética da instituição. O caso é que nos exércitos romanos, a certa altura de sua história, os soldados foram-se tornando salteadores, à mão armada, pilhando tudo e tudo saqueando sem alma nem disciplina, pelo fato de lhes não pagar o governo imperial os vencimentos prescritos por lei. Chegara a todos os auges a desmoralização política romana, por obra e efeito da insídia do poder público. E a queda dos costumes, que haveria de levar ao abismo, entre outras tantas causas, o império romano, arrastou consigo na mesma queda desastrada a velha palavra látron.
O sentido dela de pronto se deixou contaminar das conjunturas históricas desagradáveis. Não mais aqueles latrones romanos (soldados ainda incorruptos do exército imperial) porém dali por diante aquilo que ficou traduzido em vernáculo pelo termo ladrão, que os dicionários registram e definem.
Pr Marcelo Oliveira
e dos pequenos furtos que o bandidinho se torna um grande ladrao.esse um ditado criado por mim.