A Bíblia e as grandes descobertas arqueológicas

 O resultado prático de toda a pesquisa arqueológica realizada nas terras bíblicas pode ser medido por um grande número de descobertas e pela relevância de tais achados para quem estuda a história antiga da região e sua relação com a Bíblia. Na verdade existem centenas de referências arqueológicas importantes que poderiam ser relacionadas aqui. Dezenas de cidades e centenas de objetos arqueológicos foram descobertos e estudados na história moderna. Aqui apresentaremos as principais descobertas dos últimos duzentos anos bem como sua importância para o estudo das Sagradas Escrituras.

1.  Os manuscritos do Mar Morto.  São as cópias mais antigas do AT, mil anos mais antigas do que os disponíveis até então. São centenas de folhas de manuscritos, mas todos eles estão bem preservados em relação ao texto massorético. São datados entre 200 a.C a 100 d.C e foram encontrados em 1947/1948 em 11 cavernas da região de Qumran, no deserto da Judéia. Os manuscritos continham: 1) Cópias integrais ou parciais de todos os livros canônicos do AT (exceto Ester); 2) Comentários das Escrituras; 3) Material dos livros apócrifos e pseudepígrafes do período interbíblico; 4) Manuscritos das regras e doutrina da seita (a espera do Messias, um secular e religioso e a esperança do juízo divino iminente sobre os ímpios; 5) Textos sobre outros assuntos, como o Rolo do Templo e o tesouro oculto descrito no Rolo de Cobre. São guardados e conservados no museu do Livro em Jerusalém, Israel.

2.  O código de Hamurabi.  Trata-se de um código de antigas leis babilônicas que apresenta paralelos com a lei mosaica. È do séc. XVIII a.C.

3.  A Pedra Roseta. Foi encontrada pelo francês Champolion no Egito, foi a chave para decifrar o egípcio antigo com seus hieróglifos.

4.  O calendário de Gezer. Calendário agrícola que traz um dos mais antigos registros do hebraico bíblico; as poucas linhas aparecem na escrita paleo-hebraica.

5.  A epopéia de Gilgamés. Texto acadiano que descreve um paralelo muito próximo do dilúvio bíblico.

6.  O prisma de Senaqueribe. Descreve o cerco assírio de Senaqueribe a Jerusalém em 701 a.C. É datado de 686 a.C e confirma a história da resistência do rei Ezequias narrada na Bíblia.

7.  A inscrição de Mesa. Encontrada por Klein em 1868 (e recuperada por Clermont-Ganneau), fala das principais conquistas de Mesa, rei de Moabe. Conhecida como Pedra Moabita, menciona Onri, rei de Israel, pai de Acabe e, contemporâneo do rei moabita, além de mencionar YHWH, o Deus de Israel.

8.  A inscrição de Siloé (Siloam). Descreve a conclusão do túnel de Ezequias construído na resistência a invasão assíria; é um exemplo importante do hebraico da época. Encontra-se no museu de Istambul.

9.   Estela de Merneptá.  Encontrada no Egito, em Tebas, é a mais antiga menção a Israel da história feita que aparece fora da Bíblia. Data do século XIII a.C (1220 a.C).

10.  Os Papiros do Novo Testamento. Os papiros são dos testemunhos mais antigos do NT e datam dos séculos II e III d.C. Os mais importantes, que levam o nome de seus descobridores ou do local onde foram achados, são: 1) o fragmento John Rylands, encontrado em 1930, chamado p52 (trechos de João 18), de cerca de 130 d.C. 2) Os papiros de Oxirrinco, diversos manuscritos encontrados no Egito em 1898. Datam principalmente do século III d.C. Os papiros Chester Beaty, p45, p46 e p47, contendo a maioria do NT, de cerca de 250 d.C.  4 Os papiros Bodmer, p66, p72 e p75, contendo grande parte do NT, de cerca de 175-225 d.C.

11.  Os pergaminhos do Novo Testamento.  Escritos em couro de ovelha (ou cabra), são os manuscritos Unciais, assim chamados porque foram  escritos com letras maiúsculas. Os códices (cópias completas do NT) mais antigos são o Sinaítico, o Vaticano e o Alexandrino. O Sinaítico foi descoberto em 1844 pelo conde Tischendorf e data da primeira metade do século IV d.C. Já o Vaticano, ainda que conhecido desde 1475, arquivado na Biblioteca do Vaticano, só foi publicado em 1889-1890.

12.   Cafarnaum e sua Sinagoga.  Esse sítio arqueológico à margem noroeste do lago da Galiléia, é destacado no NT (Mt 4.13; 8.5; 11.23; 17.24) em Josefo e no Talmude. As escavações começaram em 1856 e continuaram a partir de 1968. Há uma sinagoga do 2º século d.C, de pedra calcária branca, que tinha um salão com colunas com três portas do lado sul na direção de Jerusalém, galerias superiores e um salão comunitário (ou escola) com colunas no leste. Amostras de cerâmica encontradas no piso de basalto e debaixo dele mostram que essa sinagoga era do 1º século d.C ou antes. A sinagoga mais antiga é seguramente aquela em que Jesus pregou (Mc 1.21), a sinagoga construída para os judeus pelo centurião romano (Lc 7.1-5).

13.  A inscrição de Tel Dan.  Encontrada em 1993 no norte de Israel, a inscrição tem origem na Síria e deve ter sido feita por ordem de Hazael ou de seu filho. Nela aparece a expressão Casa de Davi, referência à dinastia davídiva. É do século 9 a.C

14.  A inscrição de Pilatos. Encontrada nas escavações de Cesaréia arítima em 1961, uma estela com a frase Tibério, Pôncio Pilatos, governador da Judéia, é a prova material do conhecido representante  de Roma que julgou a Jesus.  

Nele, que disse que as pedras iam clamar

Pr Marcello Oliveira

5 Responses to A Bíblia e as grandes descobertas arqueológicas

  1. Excelentes informações!

    Obrigada por compartilhar…

    Shalom.

  2. CÍCERO disse:

    Excelente! Por testemunhos poderosos como este entre outras coisas, nós somos indesculpáveis diante de Deus!

  3. Pablo Geovani Jacoby disse:

    Sou apaixonado pelo estudo da ciência e me alegrei bastante com tão
    edificante artigo!!!

    “Um pouco de ciência afasta o homem de Deus.
    Muita ciência aproxima o homem de Deus!”

    Louis Pasteur

  4. Cid disse:

    Aproveitando, queria saber se alguém teria informações sobre Llogari Pujol, e esta teoria de Cristo de 3000 a.C.

    Obrigado!

  5. Graça e paz!

    Os MMM são realmente de grande valia para o judaísmo e para a Igreja. Inclusive os estudos sorbe o messianismo judaico mostram que a seita de Qumran já deveria identificar o “servo sofredor” de Isaías 53 com a pessoa do Messias, embora eles cressem que fosse outro que viveu antes de Jesus. E, por sua vez, podemos observar que o uso do termo “Filho de Deus” relacionado ao Messias foi uma reação dos seguidores da seita quanto à divinização do imperador romano, visto que foi Otávio Augusto quem primeiro intilutou-se como ser divino e foi bem aceito nas regiões da Ásia Menor.

    A respeito dos pergaminhos do Novo Testamento, já ouvi o comentário de que o TR seria mais exato do que o Alexandrino porque teria a ver com as regiões percorridas pelo apóstolo Paulo em suas missões. Ainda assim, considero que todos os manuscritos são úteis para a compreensão do exegeta a respeito desses valiosos textos.

    Quanto a Pilatos, há quem entenda que os Evangelhos não foram tão exatos em relação ao cargo que ele exercia, pois muitos entendem que ele teria sido uma espécie de prefeito, não de governador da Judeia.

    Finalmente, deixo aqui a indagação para refletirmos se a epopéia babilônica sobre a criação do mundo e o dilúvio, com fortes semelhanças em relação aos relatos de Gênesis, não apontariam para uma fonte comum que seja anterior e recontada entre os povos desde os tempos da pré-história?

    Abraços.

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