Foto ilustrativa do Evangelista Lucas
Introdução
Antes de lermos qualquer livro, é bom sabermos a intenção do autor ao escrevê-lo. Os livros da Bíblia não fogem a essa regra. Por que então, Lucas escreveu?
Na verdade, ele escreveu dois livros. O primeiro foi o seu Evangelho, cuja autoria lhe foi atribuída por tradições antigas e reconhecidas e que, quase com absoluta certeza, é o “primeiro livro” mencionado no início de Atos. Desse modo, Atos foi o seu segundo livro. Os dois formam um par óbvio, ambos são dedicados a Teófilo e escritos no mesmo estilo literário grego.
Além disso, como ressaltou o erudito Henry J. Cadbury, Lucas considerava que Atos “não era apenas um apêndice nem um posfácio”, mas que formava, juntamente com seu evangelho, ‘uma obra única e continua’.
Voltando à questão do motivo pelo qual Lucas escreveu sua obra em dois volumes sobre a origem do cristianismo, podemos sugerir pelo menos uma resposta. Ele escreveu como um historiador cristão, que pesquisou e investigou tudo o que havia acontecido.
1. Lucas, o historiador
“ Visto que muitos houve que empreenderam uma narração coordenada dos fatos que entre nós se realizaram, conforme nos transmitiram os que desde o princípio foram deles testemunhas oculares, e ministros da palavra, igualmente a mim me pareceu bem, depois de acurada investigação de tudo desde sua origem, dar-te por escrito, excelentíssimo Teófilo, uma exposição em ordem, para que tenhas plena certeza das verdades em que foste instruído”. (Lc 1.1-4)
Nessa importante declaração, Lucas esboça cinco estágios sucessivos:
Primeiro vêm os eventos históricos. Lucas os chama de certos “fatos que entre nós se cumpriram” (vs. 1). E se a tradução for correta, isso parece indicar que esses eventos não ocorreram por acaso nem de forma inesperada, mas se realizaram para cumprir a profecia do Antigo Testamento.
Depois, Lucas menciona as testemunhas oculares contemporâneas,
pois os fatos “que desde o principio foram deles testemunhas oculares, e ministros da palavra” (vs. 2). Aqui, Lucas exclui sua própria pessoa,
pois, apesar de ter sido uma testemunha ocular de grande parte daquilo que relatará na segunda parte de Atos, ele não pertencia ao grupo de pessoas que eram testemunhas oculares “desde o princípio”. Eles eram os apóstolos, testemunhas oculares do Jesus histórico que transmitiram (o significado de “tradição”) aos outros o que tinham visto e ouvido.
O terceiro estágio é a investigação pessoal de Lucas. Apesar de pertencer à segunda geração, que recebeu a “tradição” sobre Jesus das testemunhas oculares, os apóstolos, ele não aceitou sem questioná-la. Pelo contrário, fez uma “acurada investigação de tudo desde a origem” (vs 3)
Em quarto lugar, depois dos acontecimentos, da tradição das testemunhas oculares e da investigação, vem a escrita. “
Muitos houve que empreenderam uma narração coordenada dos fatos” (vs. 1), diz ele, e agora “igualmente a mim me pareceu bem escrever uma exposição em ordem” (vs. 3). Entre os “muitos” autores, sem dúvida alguma, incluía-se Marcos.
Em quinto lugar, o escrito destinava-se a leitores, entre eles, Teófilo, a quem Lucas se dirige: “para que tenhas plena certeza das verdades em que fostes instruído” (vs. 4). Assim, os acontecimentos que haviam se cumprido, tinham sido testemunhados, transmitidos, investigados e escritos,deveriam ser (e ainda são) a base da fé e da certeza cristã.
E mais, Lucas, a pessoa que afirma estar registrando a história, era um homem qualificado para tal tarefa, pois era um médico culto, companheiro de viagem de Paulo, e tinha morado na Palestina durante pelo menos dois anos. Perceba que, algumas vezes, na narração de Atos, Lucas muda da terceira pessoa do plural (“eles”) para a primeira pessoa do plural (“nós”), e que nesses trechos na primeira pessoa, ele inevitavelmente chama atenção para a sua pessoa. Veja Atos 16.10-17; 20.5-15; 21.1-18. Agora você deve estar se perguntando:
“Qual a evidência que Lucas morou na Palestina por aproximadamente 2 anos”? Isso ocorreu da seguinte maneira. Lucas chegou a Jerusalém com Paulo (At 21.17) e o acompanhou em sua viagem a Roma (At 27.1). Entre essas duas ocasi
Graça a Paz pastor Marcello.
Parabéns pela bela exposição dos fatos e exploração do "tempo de pesquisa" de Lucas na palestina.
Como acréscimo, poderíamos considerar que em relação a pessoa de Teófilo, a ausência em Atos do adjetivo"Exclentíssimo" que consta no Evangelho, como uma indicação que entre um e outro este(Teófilo) se converteu?
um grande abraço
Pr.Paulo Nogueira
Ps: obrigado pelas orações, o lançamento do do livro foi uma grande benção.
Olá Marcelo A Paz do Senhor Jesus, fiquei muito feliz com a sua visita, e adorei o seu blog tem muito conteúdo de extrema importância,,,,
Oração da amizade…
Jesus, obrigada por tudo com o que o Senhor
me presenteou até agora.
Obrigada pela saúde que não me faltou,pela minha família, pela minha casa,
pelo alimento que nela entrou, pelo trabalho.
Obrigada por tudo o que me deu com amor,como ensinamento.
Ah Senhor….
Quero agradecer especialmente por um ser humano que cruzou o meu caminho.
Este ser humano Jesus,
Tornou-se um grande e eterno amigo…
Uma pessoa que já é tão especial pra mim…
Peço Senhor que ilumine todos os seus passos
e o guarde de todo mal.
Traga sua família sempre unida…
abençoando cada membro dela.
Quero agradecer-lhe Jesus, de todo coração,
Pois entre tudo que ganhei,
Este foi o maior e melhor presente.
Ahh, esqueci de dizer:
A pessoa a quem me refiro é a mesma que está acabando de ler essa mensagem."
Amém…
Edimar Suely
jesusminharocha.blig.ig.com.br
Prezamado pr. Marcello de Oliveira, Homem de Deus,
Shalom!
Bom saber que Lucas, pode apesar do seu título, dedicar-se aos interesses do Evangelho, ou seja, estar atento e pleno de vontade, em realizar o melhor de sua vida para o Reino dos Céus.
O seu interesse, foi distinto dos muitos que, neste último momento da igreja, procuram proceder com enganos e desejam somente o sucesso de sua prosperidade, esquecendo-se de vez do autêntico Evangelho da Verdade.
Pregam o inócuo, sem pestanejar. Não sentem o desejo idêntico ao amado irmão Lucas, o médico, o servo, o escravo, o amigo, o dedicado e verdadeiro em sua dignidade à caminho de uma Vida Eterna ao lado de Jesus.
Nós, devemos parar e analizar, de qual maneira temos procedido para que o mundo verifique em nossas vidas o testemunho Real, que valoriza o que Cristo Jesus nos proporcionou.
Parar. Pensar. Vigiar e Orar. Este é o nosso compromisso!
O Senhor seja contigo!
pr. Newton Carpintero
http://www.pastornewton.com
Caro amigo Pr. Marcello Oliveira,
Graça e Paz!
Que texto amigo?
Excelente!
É a continuação do nosso curso, via blogosfera!
Lucas não subiu no pódium do seu doutorado em detrimento das verdades do evangelho, às quais, muito pelo contrário, não as ignorou mas, ousou se dedicar, pesquisar e viver.
Parabéns!
Um grande abraço!
Seu conservo e amigo,
Pr. Carlos Roberto
É interessante notarmos também que dos quatro evangelhos somente o de Lucas diz que o suor de Jesus "se tornou como gotas de sangue" – Lc. 22:44.
Creio que sendo Lucas médico quis registrar este detalhe.
Deêm uma olhadinha no meu blog e vejam o artigo: Porque a igreja despreza os sectários?
Pb. Edinei Siqueira, Th.B
Kharis kai eirene
Prezado Pr. Marcello, gostaria apenas de acrescentar algo.
1. Estilo lucano: Lucas é o mais erudito dentre os quatro evangelistas. Enquanto Mateus e Marcos lustram seus escritos com verve aramaica e semítica, o “médico amado” emprega um grego escorreito muito próximo do ático, mas que deve ser interpretado mais corretamente como o koin? literário. O prefácio das obras Lucas-Atos é um monumento literário cravado no coração dos Evangelhos, nada a dever aos imortais escritos helênicos.
2. Lucas-Atos: No prólogo de Atos, o rapsodo sintetiza os propósitos da primeira obra, reafirmando a metodologia empregada em Lucas-Atos (Lc 1.1-4; At 1.1-5), e retoma, após o prefácio, o tema que segue em Atos 1.6,12, e versículos sucessivos. A perícope é quase um pós-escrito do primeiro Evangelho. O evangelista emprega estilisticamente no versículo 6 a conjunção subordinativa (men) para interpor um trecho (6-11) subordinado também à narrativa de Lucas 24.44-51. O anúncio da epangelía e dýnamis do Espírito, sumariada em Lucas 24.49, é ampliado em Atos 1.4-11. O verseto 12, por meio do advérbio tóte, insere também o parágrafo na mesma seqüência do epílogo do Evangelho.
Um abraço
Esdras Bentho
http://www.teologiaegraca.blogspot.com
Algumas vezes eu me perguntei o porquê de Lucas ter escrito aquele evangelho, posteriormente à morte de Cristo, se já três pessoas que andaram com Jesus ou que – pelo menos, O conheceram em vida – já o haviam feito ou estavam – humanamente falando – mais aptas a fazê-lo.
A conclusão a que chego é que o Senhor quis mostrar na prática que gerações posteriores, que não conheceram Cristo pessoalmente, pela sua entrega e dedicação ao Senhor, viriam a conhecer o Senhor Jesus, receberiam da Sua maravilhosa graça e viveriam a Sua Santa Palavra.
De fato, muitos publicanos, fariseus e escribas viram Jesus bem de perto fisicamente, falaram com Ele, mas não O seguiram. Contudo, importa mais obedecer à Sua voz que vê-Lo, tão somente. E Lucas é um belo exemplo dessa fé que vence o mundo, que fundamenta o que não se vê e confia cegamente nAquele que tanto se espera e ama.
Entendo que o Evangelho de Lucas é uma mostra que é possível romper os limites do sobrenatural, crer nAquele que não se viu, esperar e constestar o cumprimento de cada uma das Suas Palavras e, assim, viver em satisfatória Paz com Deus.
Shalom.
A Paz do Senhor meu prezado amigo e irmão em Cristo, Marcello Oliveira.
Não que eu possa acrescentar algo substancial diante de tão bela exposição. Seria um atrevimento meu intentar fazê-lo, principalmente depois do magnânimo aporte feito pelo douto amigo Pr. Esdras bento.
Não obstante, me chamou a atenção o trecho em destaque onde se lê: “para que tenhas plena certeza das verdades em que fostes instruído” (vs. 4).
O verso em questão nos dá a entender que o jovem Teófilo – tal qual o doutor Lucas –, era homem exigente e extremamente minucioso com respeito à fé Cristã.
Se judeu, certamente ansiava por saber detalhes acerca da vida e obra do homem Jesus e das evidências que o consagraram como o Messias (o Cristo), a saber, aquele acerca de quem haviam falado os profetas. Ninguém melhor que Lucas, o médico, para descrever a pessoa do Mestre em todo seu aspecto humano, sem “furtar-lhe” a divindade.
Se grego (Theo + philos = Amigo de Deus), certamente era homem pio e recém introduzido à fé judaico-cristã.
Qualquer que fosse a condição do amigo, entendemos que Lucas fora compelido pelo Espírito a uma narrativa que vai do ofício sacerdotal e sua estrutura, e demais tradições judaicas (Lc 1:5-10; 2:21, 26, 27, 39 e 42) à política e ao sistema de governo implantado pelo Império Romano naqueles dias (2:1-5; 3:1), a fim de que em tudo Teófilo tivesse “plena certeza das verdades em que fora instruído”. Nada poderia passar em branco.
Cronologia e detalhes marcam a narrativa.
Se homem de alta reputação ou se mais dentre muitos neófitos que careciam de um discipulado pessoal, certo é que Lucas dedicara especial atenção e cuidado à pessoa do amigo, e não por obrigação ou por pagamento – como poderiam sugerir alguns – mas pela oportunidade (conveniência) de fazê-lo por amor àquela alma aflita.
O respeito, credibilidade e prestígio do evangelista perante os discípulos e apóstolos do Senhor, como exímio estudioso (Lc 1:4) e fiel companheiro (2Tm 4:11), também convergiram para este propósito, qual seja, alicerçar a fé do “excelentíssimo Teófilo”.
Não é por menos que o nome do “médico amado” (Cl 4:14) encontra-se na galeria dos EVANGELISTAS, ao lado de apóstolos como Mateus e João.
“E Ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores” (Ef. 4:11).
Que o mesmo Espírito que operou na vida do Dr. Lucas, opere também em vossa vida, e na de centenas e milhares de homens e mulheres comprometidos com a verdade e com a salvação dos “teófilos” da nossa era.
Um forte abraço,
Que o Senhor o abençoe!
Em Cristo,
Robson Silva
Prossigo para o Alvo… Fp 3:14
Shalom! =]
Irmão querido, como o Senhor nosso Deus é maravilhoso, permitindo que nos encontrássemos através desta imensa rede!
Estou gostando muito do seu blog, e agradeço a visitinha ao meu. =]
Tenho certeza que poderemos aprender muito – e vamos continuar incansavelmente pregando a Cristo!
Um fraterno abraço, no amor de Cristo Jesus, nosso Salvador.
Andréia =]
Caríssimo irmão,
Gostei muito to texto o qual escreveu, mas permita-me retirar uma dúvida!
Quando você menciona que Lucas morou na palestina por dois anos e menciona um versículo bíblica que refere-se a jerusalém, …, na realidade você está dizendo que ele morou em jerusalém?
Perdoe-me levantar a dúvida, …, é que na minha linha de raciocínio creio que você fez esta alusão porque hoje em dia chamamos aquele pedaço de terra pelo nome de palestina, muito embora não tenha sido este o nome dele nos tempos antigo!
No mais, um abração! Excelente reflexão!
Paz Pr. Marcelo !!!
Sempre considerei Lucas, o Evangelista, um homem a frente do seu tempo!
Enquanto os religiosos diziam que “só os judeus podiam ser usados como vasos da revelação divina”, lá estava o drº Lucas, abandonando o seu consultório de medicina e escrevendo seu célebre Evangelho, inspirado por Deus e contrariando todas as espectativas da época.
Agradeço ao Senhor pelo seu tão abençoado ministério de Ensino!!!
dEle é o Reino…