Três vezes por ano, os homens judeus deviam ir ao templo em Jerusalém para comemorar as festas (Dt. 16.16); possivelmente, aqui se trata de uma dessas ocasiões. É bem provável que o templo estivesse cheio, mas não havia muitos adoradores verdadeiros em seus átrios. O profeta ficou em pé, ao lado de um dos portões que davam para o átrio do templo, e ali pregou para o povo que passava. Jeremias apresentou quatro acusações de Deus contra o povo de Judá.
“De nada adianta sua adoração” (vv. 1-15).
Por acreditar nas mentiras dos falsos profetas, o povo pensava que poderia vivem em pecado e, ainda assim, ir ao templo e adorar a um Deus santo. De acordo com Jeremias 7.6-9, eram culpados de quebrar cinco dos dez mandamentos, mas os falsos profetas asseveraram que a presença de Deus no templo em Jerusalém garantiria à nação a proteção e as bênçãos de Deus contra qualquer inimigo. Ledo engano. Isso não se tratava de fé, mas sim de uma superstição cega, e num instante Jeremias acabou com suas ilusões.
Jesus fez referência ao versículo 11 depois que purificou o templo (Mt. 21.13). Um covil de salteadores é um lugar onde os ladrões escondem depois de cometer seus crimes. Assim, Jeremias estava afirmando que os judeus estavam usando as cerimônias do templo para encobrir seus pecados. Em vez de ser santificado no templo, o povo estava transformando o templo num lugar profano!
Um século antes, Isaías havia pregado a mesma mensagem (Is. 1) e muito tempo depois Paulo escreveu uma advertência semelhante aos cristãos de seus dias (Ef. 5.1-7; Fp 3.17-21). Qualquer teologia que faz pouco da santidade de Deus e que tolera os pecados deliberados das pessoas é um fala teologia. O povo precisava arrepender-se, não apenas para evitar as desastrosas conseqüências de seus pecados em seu caráter e em sua adoração, mas também para escapar do julgamento que estava por vir (Jr 7.12-15).
“De nada adiantam suas orações” (vv. 16-20).
Em pelo menos três ocasiões, Deus instruiu Jeremias a não orar pelo povo (Jr 7.16; 11.4; 14.11) – o que certamente equivalia a uma terrível acusação contra os judeus. Deus permitiu que Abraão orasse pela perversa Sodoma (Gn. 18.23-33) e ouviu quando Moisés intercedeu pelo povo pecador de Israel (Ex. 32; 33; Nm 14), mas não deixou que Jeremias suplicasse pelo reino de Judá. O povo havia ido longe demais em seus pecados, e tudo o que lhes restava era o juízo.
A degeneração de uma nação começa em seus lares, e Deus viu famílias inteiras em Jerusalém trabalhando em conjunto para adorar ídolos (Jr. 7-17-19). Se ao menos os pais tivessem ajudado os filhos a aprender sobre o Senhor e a adorá-lo! Mas os judeus prestavam culto à Ishtar, a deusa babilônica do amor e da fertilidade, cuja adoração envolvia obscenidades abomináveis (Jr. 44.17-19, 25). Por certo, essa adoração pecaminosa entristecia a Deus, mas o povo estava causando mais mal a si mesmo do que ao Senhor. Essa imoralidade pagã tinha um efeito devastador sobre as crianças, e Deus enviaria um julgamento que destruiria a terra, a cidade, o templo e o povo. Judá estava sacrificando o permanente em troca do imediato, um péssimo negócio.
“De nada adiantaram seus sacrifícios” (vv. 21-26)
Uma leitura superficial desse parágrafo pode nos dar a impressão de que Deus estava condenando todo o sistema sacrificial que havia dado a seu povo em Êxodo e em Levítico, mas não é esse o caso. De maneira irônica, Jeremias estava apenas lembrando o povo de que sua profusão de sacrifícios não significaria coisa alguma caso seu coração fosse infiel a Deus. O Eterno quer obediência e não sacrifício (1 Sm. 15.22), misericórdia e não rituais religiosos (Os. 6.6; Mq. 6.7)
A aliança de Deus com Israel no monte Sinai enfatizou a demonstração de sua graça para com a nação e a importância da obediência ao Senhor (Ex. 19.1-8). O Eterno estava se casando com uma esposa, e não comprando uma escrava. Quando, no livro de Deuteronômio, Moisés repetiu a lei para a nova geração, sua ênfase foi sobre a importância de amar ao Senhor e de lhe obedecer de coração (Dt 6.1-15; 10.12-22; 11.1) Colocar o ritual exterior no lugar da devoção interior faria com que os sacrifícios perdessem seu sentido e privaria o coração das bênçãos de Deus. O mesmo principio aplica-se aos cristãos de hoje.
“De nada adiantam minha disciplina e correção” (Jr 7.27 – 8.3)
“Esta é a nação que não atende à voz do Senhor, seu Deus, e não aceita a disciplina” (Jr 7.28). Deus disciplina a quem ama (Pv. 3.11,12; Hb 12.5-13), e se verdadeiramente conhecemos e amamos o Eterno, a disciplina nos levará de volta para Ele em obediência contrita. Porém, Deus disse a Jeremias que lamentasse pela nação morta, pois eles não se arrependeriam.
Tofete é uma palavra aramaica que significa “fogueira” e tem um som parecido com o termo hebraico usado para “coisas vergonhosas”. Tofete era um lugar, no vale do filho de Hinom, onde o povo sacrificaria seus filhos aos ídolos jogando as crianças no fogo (Is. 30.33). O rei Josias havia profanado Tofete e transformado o lugar num depósito de lixo (2 Rs 23.10), porém logo após sua morte esses horríveis rituais pagãos foram reinstituídos. O termo grego geena, que significa “inferno”, vem da palavra hebraica ge’hinnom, o vale de Hinom. O inferno é um depósito de lixo onde os pecadores que rejeitam a Cristo sofrerão eternamente, junto com o Diabo e seus anjos (Mt 25.41).
Concluindo, Jeremias anunciou que chegaria o dia em que o vale de Hinom se tornaria um cemitério pequeno demais para todas as pessoas que precisariam ser enterradas ali depois da invasão babilônica. “Não serão recolhidos nem sepultados, serão como esterco sobre a terra” (Jr 8.2).
Pr Marcello Oliveira
Bibliografia: Wiersbe, Warren. Comentário Expositivo. Geografica Editora -2006
Caro Pr. Marcello de Oliveira,
Shalom!
Porque não se pregam mais mensagens com teor de combate ao pecado?
Justamente porque as multidões são muitos mais receptivas com os milagres e maravilhas. Com Jesus não foi diferente!
Sempre que fez milagres, como curas, multiplicação de pães e peixes ou ressucitou mortos, o Mestre foi aplaudido pela multidão, porém, ao combater o pecado, quando muito ficavam os discípulos!
Via de regra, os pregadores da nossa geração estão preferindo o aconchego, o afago, o aplauso e a mordomia proporcionada pelas multidões, e isso está transformando muitos profetas em profissionais do púlpito.
Ninguem quer por a cabeça a prêmio, como o fez Jeremias!
Que Deus tenha misericórdia de nós, e não percamos nosso compromisso com o Eterno de proclamarmos a necessidade de uma vida de santidade!
Um grande abraço!
Seu conservo,
Pr. Carlos Roberto
Prezamado pr. Marcello de Oliveira,
Shalom!
O seu texto é a mostra do que passou e é triste saber, que está em órbita com o futuro aos nossos olhos, ou seja, bem presente.
Muitos levantam, neste momento, seus holofotes para a mensagem do engano e da soberba recheada da presunção de tudo vai bem, e que o Senhor produzirá fartura de dinheiro nesta época do Final dos Tempos. Mentira!
A verdade deve ser erguida como uma Bnadeira de Amor e não de temor. Muitos se escondem na oportunidade da riqueza das ofertas e manjares, porque esqueceram do seu dever, e assim, deixaram o seu primeiro amor em contraste à sua pregação indevida e desproporcional ao Evangelho da Verdade, o legítimo que não banaliza e não se desmoraliza, até mesmo diante do mundo, e suas concupisciências.
O mundo sente horror da Verdade, mas zomba, até mesmo, dos criminosos da Verdade, com suas grotescas mentiras e enfados diante de Deus.
Muitos ouvem, o discurso profético da mentira e aplaudem. Sentem gozo e alegria na mentira, pois, não existe mais a segurança na esperança, que o Senhor Jesus está às portas e bate.
Eram dez virgens e por aí vai…..este texto, está localizado no Livro de Mateus capítulo 25.
Vamos ler e observar a responsabilidade que foge das mãos destes aventureiros do evangelho falacioso e ensoberbecido com o intrigante ensino doentio sobre a prosperidade? Vigiar e Orar!
O Senhor seja contigo, homem de Deus!
pr. Newton Carpintero
http://www.pastornewton.com – Contra a Falácia da Prosperidade
Como diria o meu pastor, esse tipo de mensagem não dá ibope, por isso quase ninguém prega, mas Deus se agrada quando seus filhos O honram cumprindo a missão que Ele lhes confiou.
Texto muito edificante, que Deus continue lhe usando como bom ministro da Palavra.
Deus Abençoe!
Não importa se dá platéia ou não… importa que esse tipo de mensagem seja pregada, pois os que ouvirem, certamente crerão e se converterão, pois estão conhecendo a verdade.
Em nenhum lugar da Bíblia está escrito que profeta – aquele que entrega a mensagem que Deus lhe dá – seja cheio de amigos e bem recebido entre os homens. Mas diz que todos foram bem-aventurados por não se dobrarem diante dos homens mas se dedicarem à vontade de Deus.
…E bem-aventurados foram todos que deram ouvidos às suas palavras!
Por isso, "conjuro-te, pois, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na Sua vinda e no Seu Reino, que pregues a Palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas. Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério." (2Tm 4.1-5)
E o teu Deus Se alegrará em ti.
No amor de Cristo.
ELAINE CÂNDIDA
só pode pregar assim aqueles que realmente amam a glória de Deus, e que têm o seu prazer no infinito valor de sua livre e soberana graça, Aqueles que estão compromissados com a realidade que encontram em si mesmos, ou seja, o amor de Deus derramados em seus corações pelo Espírito Santo que opera neles, tanto o querer como o efetuar. Constrangidos por essa realidade não podem fazer outra coisa se não pregar a verdade como esse profeta de Deus.
Hoje em dia temos muitos "pregadores" mortos "pregando" para um povo morto, como o texto nos diz: "se verdadeiramente conhecemos e amamos o Eterno, a disciplina nos levará de volta para Ele em obediência contrita. Porém, Deus disse a Jeremias que lamentasse pela nação morta, pois eles não se arrependeriam."
Sou grato a Deus por sua vida Pr. Marcelo, você é um instrumento nas mãos de Deus para edificação da igreja.
abraços, Pr. Rupert
http://vemver.tv
Prezado Pr. Marcelo
estou lendo o seu livro, e até agora li 6 das 20 mensagens. O capítulo 2: "Porque Jesus foi à cruz" é magnífico, fiquei muito emocionado! Já o recomendava sem o conhecer, quanto mais agora. Como o Rev. Hernades Dias Lopes precisamente o apontou no prefácio: "
[…] são verdadeiras pérolas, belas e ricas, preciosas e edificantes. […] interpretadas com zelo por um jovem brilhante cuja mente está cativa por Cristo."
O que li foi muito claro e simples de entender, como também de uma profundidade impressionante. Estou sendo edificado!
Obrigado pela dedicatória,
abraço, Pr. Rupert
Caro Marcelo,
Os comentaristas anteriores já disseram praticamente tudo. Continuo achando seus textos muito ricos e esse bem oportuno. Eu que sou um pecador, mas que amo a doutrina da santificação, fico esperando que Deus levante profetas que clamem contra os pecados do povo. Mas, porque sou pecador, repito, espero que Deus continue levantando mais pregadores que clamem pelo derramar da graça também.
Que Deus lhe abençoe.
Do amigo e conservo.
Shalom Pr. Marcello,
Muito boa a mensagem dessa postagem, profunda e simples.
Em Cristo,
Ednaldo.
Caro Pr. Marcelo,
Prosssiga!!!
Precisamos de mensagens como esta!
Pr. Marcos Antonio da Silva
Paz pr. Marcelo!
to amando e aprendendo muito, devorando essas mensagens.
Como faço para comprar teu livro?
No amor de Jesus
Araci Goulart
Paz pr. Marcelo!
to amando e aprendendo muito, devorando essas mensagens.
Como faço para comprar teu livro?
No amor de Jesus
Araci Goulart
Shalom!
1. Prezada irmã Araci, fico feliz em saber que a irmã está "devorando" os textos!
2. Sobre o livro, me envie um e-mail que falaremos melhor.
Meu e-mail é:
evmarcello.olliver@gmail.com