Rob Bell: “Evangélico e ortodoxo até o tutano?” Dificilmente.
Rob Bell nos faz lembrar do jovem Rico em Marcos 10.17-27. Ele tem uma visão distorcida da bondade. Ele fala como se seu próprio padrão de bondade fosse a norma, e Bell até mesmo sugere que Deus não é bom, caso mande seu povo para o inferno.A resposta de Jesus ao jovem indagador (“Ninguém é bom, a não ser um, que é Deus – v.18) diz que Deus somente é o padrão da verdadeira bondade, não nenhuma criatura – certamente não uma criatura caída.
O Jovem Rico não foi salvo, nem pode ser salva nenhuma pessoa que acha que suas preferências determinam o que é verdadeiramente bom. Esse tipo de arrogância reflete um egoísmo condenatório. |
Em seus livros, sermões e vídeos, Rob Bell tem consistentemente promovido visões que são antitéticas ao cristianismo bíblico e hostis aos princípios evangélicos históricos.
Por exemplo, embora ele alegue “afirmar a fé cristã histórica, que inclui o nascimento virginal, a trindade e a inspiração da Bíblia” (Velvet Elvis, p. 26), Bell está claramente mais interessado em lançar dúvidas nas verdades fundamentais do cristianismo bíblico do que defendê-las.
Considere o que Bell diz na mesma página do livro Velvet Elvis:
E se amanhã alguém encontrar uma prova definitiva de que Jesus teve um pai real, terreno e biológico chamado Larry e os arqueólogos descobrissem o túmulo de Larry e extraíssem amostras de DNA e provassem sem sombras de dúvidas que o nascimento virginal foi apenas um pouco de mitologização do evangelho que os escritores fizeram para que alcançassem os seguidores de Mitra e das seitas dionísias que eram muito populares na época de Jesus, cujos deuses tiveram nascimentos virginais?
Mas, e se, ao estudar a etimologia da palavra “virgem” você descobrisse que a palavra “virgem” no evangelho de Mateus, na verdade, veio do livro de Isaías e então você descobrisse que na língua hebraica, naquela época, a palavra “virgem” podia significar inúmeras coisas. E se descobrisse que no primeiro século “nascer de uma virgem” também fizesse referência a uma criança cuja mãe ficou grávida na primeira vez que teve relações sexuais?
Bell compara a fé cristã a um grande trampolim, com suas doutrinas cardinais (verdades que evangélicos historicamente julgaram essenciais) funcionando como as molas que sustentam a plataforma de salto. As molas individuais não são, de fato, importantes, Bell diz – incluindo o nascimento virginal:
E se a mola [nascimento virginal] fosse seriamente questionada? A pessoa poderia continuar saltando? A pessoa ainda amaria a Deus? Poderia ainda ser cristã? O caminho de Jesus ainda é a melhor maneira de viver? Ou todo o sistema se desfaz?… Se toda a fé desmoronar quando reexaminamos e repensamos uma mola, então, para começo de conversa, ela não era tão forte assim, era?”(p. 26-27)
Então, por um lado, em uma única frase, ele professa afirmar o nascimento virginal. Por outro lado (e na mesma página), ele gasta múltiplos parágrafos questionando a veracidade e importância de tal doutrina.
Este é o modus operandi do Rob Bell. Ele se intitula evangélico ao passo que simultaneamente minimiza os dogmas basilares da convicção evangélica.
Em luz disso, [o livro] Love Wins não deveria ser uma surpresa para ninguém. O livro é consistente com inúmeras coisas que Bell tem ensinado há algum tempo. Por exemplo:
• Ele freqüentemente tem adotado uma visão distorcida do inferno – uma em que o inferno não é um lugar literal onde almas más são punidas, mas mais um estado mental auto-induzido que pertence principalmente a esta vida.
Rob Bell, Entrevista Ooze (Julho de 2007): “Não sei porque como cristão você tenha que fazer tais afirmações declarativas. [Por que você iria] querer que o inferno fosse literal? Sou um pouco cético com alguém que advoga apaixonadamente um inferno literal, por que defender tal posição? Se for escolher causas, se for literalmente dizer que estes são os fatos, eu tenho que saber que pessoas arderão eternamente, isso é uma das coisas que você precisa se posicionar. Não entendo isso”.
Rob Bell, Sex God (“Deus do Sexo”), p.21–22: “Para a mente judaica o céu não é algo fixo, um local geográfico imutável em algum lugar fora deste mundo. O céu é a esfera onde as coisas são como Deus as intencionou… Agora, se há uma esfera onde as coisas são como Deus quer que elas sejam, então deve haver uma esfera onde as coisas não são como Deus quer que elas sejam. Onde as coisas não estão de acordo com a vontade de Deus. Onde as pessoas não são tratadas como plenamente humanas. Isso se chama inferno”
• O entendimento dele acerca do céu é ainda mais bizarro.
Rob Bell, Sex God (“Deus do Sexo”), p.168: “Se o sexo tem a ver com conexão, o que acontece quando todos estão conectados com todos?… O sexo é em sua maior, mais alegre e mais pura expressão um vislumbre do eterno? Estes momentos curtos de abandono e unidade e êxtase apenas alguns poucos segundos ou minutos de como as coisas serão eternamente? O sexo é um retrato do céu? Em 1 Coríntios 12 (sic), Paulo alegou ter tido uma visão do céu, e a expressão que ele utilizou para descrevê-la no grego é traduzida por “palavras inefáveis”. Ele escreveu que viu coisas que ao homem não é “lícito dizer”. Talvez seja por isso que as Escrituras sejam tão ambivalentes acerca de se uma pessoa é casada. Acerca de se uma pessoa está se relacionando sexualmente. Talvez Jesus sabia o que está por vir e sabia que seja lá o que experimentamos aqui é fraco para ser comparado ao que nos espera. Você anseia por isso? Pois esse é o centro da mensagem de Jesus. Um convite”.
• Bell também tem consistentemente promovido uma forma de universalismo. Por exemplo:
Rob Bell, [livro]Velvet Elvis, p. 137: “Então esta realidade, este perdão, esta reconciliação, é verdadeira para todos… O céu está repleto de pessoas perdoadas. O inferno está repleto de pessoas perdoadas. O céu está repleto de pessoas que Deus ama, por quem Jesus morreu. O inferno está repleto de pessoas perdoadas que Deus ama, por quem Jesus morreu. A diferença está em como escolhemos viver, que história escolhemos viver, que versão da realidade nós confiamos. A nossa, ou a de Deus.
Rob Bell e Don Golden, Jesus Wants to Save Christians (“Jesus Quer Salvar os Cristãos”), p.147: “Jesus é o representante de toda a família humana. Seu sangue cobre toda porta criada. Jesus salvará a tudo e a todos”.
Rob Bell, Entrevista Ooze (Julho de 2007): [Em resposta à pergunta: “Você crê em um inferno literal que é definido simplesmente como eterna separação de Deus?”] “Bem, há pessoas agora que estão seriamente separadas de Deus. Então eu presumo que Deus deixará espaço para as pessoas dizerem ‘não, eu não quero nada disso’. Minha pergunta seria; a graça vence ou é o coração humano mais forte que o amor ou a graça de Deus? Quem vence? A escuridão, pecado e dureza de coração vencem ou a o amor e a graça de Deus prevalecem?”
Rob Bell, [livro]Velvet Elvis, p.18: “Deus é maior que qualquer religião. Deus é maior que qualquer visão de mundo. Deus é maior que a fé cristã.
Então quando ele promove Love Wins com as palavras a seguir, por que nos surpreenderíamos?
Rob Bell, Vídeo Promocional de Love Wins (“O Amor Vence”): “E então há a pergunta por trás das perguntas, a pergunta real. Como Deus é? Pois milhões e milhões de pessoas foram ensinadas que a mensagem fundamental – o cerne do evangelho de Jesus – é que Deus enviará pessoas para o inferno, a menos que creiam em Jesus. E então, o que temos, sutilmente, algo repetido e ensinado é que Jesus te resgata de Deus. Mas que tipo de Deus é este que nós precisamos ser resgatados dEle? Como este Deus pode ser bom? Como este Deus pode ser confiável? E como isso, de alguma maneira, pode ser uma boa nova?”
Ou quando ele sugere a possibilidade de salvação pós-morte, nós deveríamos nos chocar?
Rob Bell, Love Wins (“O Amor Vence”), p. 107: [Haverá] “oportunidades infindáveis em período infindável de tempo para que as pessoas digam sim para Deus. No centro desta perspectiva está a crença de que, dado tempo suficiente, todos se tornarão para Deus e se encontrarão na alegria e paz da presença de Deus. O amor de Deus amolecerá todo coração endurecido e até mesmo ‘os pecadores mais depravados’, no fim, desistirão de sua resistência a se voltarão para Deus”.
Em nosso próximo post nesta série, analisaremos mais exemplos do ceticismo, heterodoxia e ensino distorcido do Bell, e penso que vocês verão ainda mais nitidamente o motivo pelo qual é espiritualmente perigoso questionar os ensinos bíblicos acerca do inferno. Quando uma pessoa começa a questionar a justiça de Deus na punição dos ímpios, praticamente todo ponto da verdade do evangelho é repentinamente colocada em risco.
E o ensino de Rob Bel fornece vívida prova disso.
John MacArthur
Pastor-Teacher
Tradução: Pr Wellington Mariano