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A mais longa lista de pecados da Bíblia está relacionada à homossexualidade

Quando o homem desprezou o conhecimento de Deus e perverteu o culto divino, perdeu a sua identidade. O homossexualismo é uma negação total do mundo real. Refuta qualquer possibilidade de continuidade e ameaça a identidade da pessoa como fruto do relacionamento de um pai e uma mãe. Não podemos concordar com a bandeira levantada pela homofobia, quando os ativistas desse movimento afirmam que o homossexualismo é uma opção normal e que o casamento de pessoas do mesmo sexo é uma união de amor que deve ser chancelada pela lei de Deus e dos homens. Ao descrever o homossexualismo, Paulo aponta sete características desse pecado abominável: 1) imundícia (Rm 1.24); 2) desonra para o corpo (1.24); 3) paixão infame (1.26); 4) antinaturalidade (1.26); 5) contrariedade à natureza (1.26); 6) torpeza (1.28); 7) erro (1.28).

O apóstolo Paulo amplia a questão quando faz um diagnóstico sombrio da realidade que nos cerca. A decadência moral atinge todos os relacionamentos: com Deus, consigo próprio, com o próximo e com a família. Esta é a mais longa lista de pecados encontrada nas epístolas paulinas. Paulo faz uma lista de 21 pecados, que mostraremos agora:

  1. Cheios de injustiça – A palavra grega adikia significa roubar tanto aos homens como a Deus de seus direitos.
  2. Cheios de malícia – A palavra grega poneria se refere a uma maldade sedutora, maligna. Trata da pessoa que não apenas é má, mas procura arrastar os outros para sua maldade.
  3. Cheios de avareza – A palavra grega pleonexia é o desejo desenfreado que não conhece limites nem leis, o desejo insaciável de ter o que não lhe pertence por direito. É amor insaciável às possessões e aos prazeres ilícitos.
  4. Cheios de maldade – A palavra grega kakia descreve o homem desprovido de todo o bem. Trata-se da pessoa que tem inclinação para o pior. É o vício essencial que inclui todos os outros e do qual todos os outros procedem.
  5. Possuídos de inveja – A palavra grega fthonos descreve o terrível sentimento de sentir-se desconfortável com o sucesso dos outros, não só desejando o que lhe pertence, mas também alegrando-se com suas tragédias.
  6. Possuídos de homicídio – A palavra grega fonos se refere a desejo, intenção ou atitude de ferir o outro para tirar-lhe a vida. O assassino é também aquele que odeia a seu irmão (1Jo 3.15). O homem pode ver a ação, mas Deus conhece a intenção.
  7. Possuídos de contenda – A palavra grega eris diz respeito ao sentimento e à atitude daquele pessoa que é dominada pela inveja e por isso se torna facciosa e briguenta.
  8. Possuídos de dolo – A palavra grega dolos retrata a pessoa que não age da maneira reta, usando sempre métodos tortuosos e clandestinos para alguma vantagem. A palavra vem do verbo doloun usado para referir-se à falsificação de metais preciosos e a adulteração de vinhos.
  9. Possuídos de malignidade – A palavra grega kakoetheia descreve a pessoa que sempre supõe o pior acerca dos outros. É a pessoa que sempre vê as coisas pelo lado mais sombrio.
  10. Difamadores – A palavra grega psithyristes representa a pessoa que murmura suas histórias maliciosas de ouvido a ouvido.
  11. Caluniadores – A palavra grega katalalos refere-se a pessoa que proclama publicamente suas infâmias.
  12. Aborrecidos de Deus – A palavra grega theostygeis retrata o homem que odeia a Deus, porque sabe que Deus é estorvo em seu caminho de licenciosidade. De bom grado eliminaria Deus se pudesse, pois para ele o mundo sem Deus lhe abriria o caminho para o pecado.
  13. Insolentes – A palavra grega hybristes retrata a pessoa altiva, soberba, sadicamente cruel, que encontra prazer em prejudicar o próximo.
  14. Soberbos – A palavra grega hyperefanos descreve a pessoa que está cheia de si mesma como um balão cheio de vento. Este é o ponto culminante de todos os pecados. Trata-se de quem despreza todos, exceto a si mesmo, e tem prazer em rebaixar e humilhar os outros.
  15. Presunçosos – A palavra grega alazon descreve a pessoa que pensa de si mesma além do que convém e exalta a si mesma acima da medida. Diz respeito a quem pretende ter o que não tem, saber o que não sabe e jacta-se de grandes negócios que só existem em sua imaginação.
  16. Inventores de males – As palavras gregas efeuretes kakon retratam aquelas pessoas que buscam novas formas de pecar, novos recônditos nos vícios, porque estão enfastiadas e sempre à procura de novas emoções em alguma fora diferente de transgressão.
  17. Desobedientes aos pais – As palavras gregas goneusin apeitheis se referem àquela atitude dos filhos de sacudir o jugo da obediência aos pais. Trata-se de filhos rebeldes e irreverentes.
  18. Insensatos – A palavra grega asynetos descreve o homem que é incapaz de aprender as lições da experiência. Trata-se da pessoa culpada de grande sandice, que se recusa a usar a mente e o cérebro que Deus lhe deu.
  19. Pérfidos – A palavra grega asynthetos descreve a pessoa que não é confiável. É aquele desonesto em quem não se pode confiar.
  20. Sem afeição natural – A palavra grega astorgos significa sem amor à família. Trata do desamor dos pais aos filhos e dos filhos aos pais. É a falta de afeto entre os irmãos de sangue. A prática abusiva de abortos e os crimes familiares apontam para a gravidade desse pecado em nossos dias.
  21. Sem misericórdia – A palavra grega aneleemon retrata a pessoa implacável, sem piedade, que fere e mata o outro sem compaixão.

Conclusão

Depois de descrever com cores fortes e vividas o estado de decadência da sociedade, Paulo faz duas afirmações ainda mais chocantes:

1)     Os homens pecam conscientemente. “Ora conhecendo eles a sentença de Deus, de que são passíveis de morte os que tais coisas praticam não somente as fazer…” (Rm 1.32ª).  As pessoas agem sabendo que estão agindo errado. Elas sufocam a verdade, abafam a voz da consciência, mas no íntimo sabem que aquilo que praticam é um ato de rebeldia contra Deus e passível de punição.

2)     Os homens aplaudem os que praticam as mesmas coisas. “…mas também aprovam os que assim procedem” (Rm 1.32b). Amados vejam a atualidade das Escrituras. Não foi exatamente isto que o STF fez esta semana? A sociedade se mostra orgulhosa e até entusiasmada pelo pecado. O nível mais baixo da degradação moral de uma sociedade é quando ela não apenas pratica o mal, mas também o incentiva e aplaude. Esse é o clímax da perversidade. É isso que vemos todos os dias na televisão, nos outros meios de comunicação e o pior de tudo, no “guardião” da Constituição Federal – o STF.

O Eterno tenha misericórdia de nós,

Pr Marcelo Oliveira

Bibliografia:  Wiersbe, Warren. Comentário Expositivo. Geográfica Editora

Rienecker, Fritz; Rogers, Cleon. Chave lingüística do NT

Lopes, Hernandes Dias. Romanos. Ed. Hagnos

Barclay, William. Romanos, p. 45-51

A imoralidade em Corinto – Os “malakoi” e os “arsenokoitai”

Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas (1Co 6.9)

A igreja de Corinto estava sendo influenciada pelo meio em que vivia em vez de influenciá-lo. A igreja foi colocada no mundo para influenciá-lo e não para ser influenciada por ele. Porém, na igreja de Corinto o mundo estava ditando normas e os rumos do comportamento da igreja. Em Corinto os crentes estavam sendo influenciados pela cosmovisão daqueles que viviam fora da igreja. A cidade de Corinto era cheia de vários partidos e também profundamente promíscua. Neste capítulo Paulo os exorta e mostra qual deveria ser o procedimento deles. Nesta reflexão trataremos do problema da imoralidade na igreja de Corinto.

A palavra para efeminado é malakoi que significa literalmente “suave, macio, feminino”. O efeminado é a parte passiva numa relação homossexual. A palavra para sodomitas é arsenokoitai, é o homossexual ativo. O estudioso David Prior, diz que essas duas palavras são referências a “parceiros respectivamente passivos e ativos na relação homossexual masculina”.

O estudioso do NT Dr. William Barclay faz uma descrição sombria da realidade do homossexualismo no mundo greco-romano:

O pecado do homossexualismo havia se expandido como uma infecção na vida grega, e mais tarde se propagou em Roma. Mesmo um homem notável quanto Sócrates o praticava: o diálogo de Platão O simpósio foi assinalado como uma das maiores obras sobre o amor; mas seu tema não era o amor natural, mas o antinatural. Quatorze dos quinze imperadores romanos praticavam esse vício. Quando Paulo escreveu esta carta, Nero era o imperador. Nero tomara a um jovem chamado Esporo e o castrara. Casara-se com ele em uma grande cerimônia e o levara para seu palácio em procissão e vivia com ele como se ele fosse uma esposa. Nero ainda casou-se com um homem chamado Pitágoras e o chamava seu esposo. Quando Nero morreu e Oto subiu ao trono, a primeira coisa que fez foi se apossar de Esporo. Muito mais tarde o nome do imperador Adriano associou-se para sempre com o de um jovem de Bitínia chamado Antonio. Viveu com ele inseparavelmente, e quando o jovem morreu, ele o deificou e cobriu o mundo com suas estátuas e imortalizou seu pecado, chamando a uma estrela com o seu nome. Esse vício, em especial, na época da Igreja primitiva, cobriu o mundo de vergonha; e existem poucas dúvidas de que foi esse pecado, uma das causas principais de sua degeneração, e da caída final de sua civilização.

Paulo diz à igreja: Vocês precisam fazer um diagnóstico na vida de vocês. Examinem e avaliem a vida de vocês, porque se vocês estão vivendo na prática desses pecados, vocês não herdarão o Reino de Deus.

À luz de 1Coríntios 6.12-20, extrairemos algumas preciosas lições. Em primeiro lugar, observaremos as duas premissas que sustentavam a permissividade dos coríntios (6.12,13).

a)  “Todas as coisas me são lícitas”. Na cidade de Corinto defendia-se uma liberdade total, irrestrita e incondicional. Eles estavam transformando a liberdade em libertinagem. Aquela igreja não tinha limites. Eles chegaram a aplaudir o pecado de incesto e se jactaram dessa posição permissiva. A lei que regia a vida deles era: É proibido proibir! Eles consideravam todas as coisas indistintamente como lícitas sem nenhuma restrição. Eles não suportavam restrições, leis ou proibições.  Este é o retrato da atual sociedade.

b)  “O alimento é para o estômago assim como o sexo é para o corpo”. A máxima da igreja de Corinto para incentivar a imoralidade da igreja era: “O alimento é para o estômago assim como o sexo é para o corpo”. Mas Paulo ensina: “Os alimentos são para o estômago, e o estômago para os alimentos; mas Deus destruirá tanto estes como aquele. Porém o corpo não é para a impureza, mas, para o Senhor, e o Senhor, para o corpo” (6.13). Os coríntios pensavam que assim como o apetite é natural e o corpo precisa de alimento, também o sexo era um desejo natural e precisa ser satisfeito. Para eles uma pessoa não podia reprimir seus apetites sexuais. Eles entendiam que assim como o alimento é preparado para o estômago, o corpo era preparado para o sexo. Dessa maneira eles não poderiam ter quaisquer restrições. Paulo, então, os confronta. Mostra-lhes que eles estão errados. O alimento é para o estômago e o estômago é para o alimento. Porém, o corpo não é para o sexo desenfreado. O corpo é para o Senhor. O corpo é para o Senhor e não para a prostituição. O corpo é para o Senhor e não para  a impureza.

Em segundo lugar, Paulo fala das premissas verdadeiras que desafiam à santidade do sexo (6.12-20). Duas grandes verdades a serem destacadas

A primeira delas é o compromisso da Trindade com o nosso corpo. Isso é algo fantástico. Paulo diz que o próprio Deus está comprometido com o nosso corpo. Porque Deus criou nosso corpo, também o ressuscitará (6.12-14). A filosofia grega não dava nenhum valor ao corpo. O corpo era a prisão da alma. Por isso, os gregos pensavam que tudo aquilo que você faz com o corpo não conta. Paulo, rechaça a filosofia grega e diz que Deus criou o corpo. O corpo é tão importante para Deus que Ele vai ressuscitá-lo. Esse corpo tem origem maravilhosa, pois Deus o criou e terá um fim glorioso.

Paulo diz também que Jesus Cristo comprou e remiu o nosso corpo (6.15-18). Deus Pai criou o corpo e vai ressuscitá-lo. Jesus Cristo comprou o corpo e o redimiu. Esse corpo agora não pertence mais a você, pertence a Jesus Cristo. Seu corpo é um membro de Cristo.

Porém, Paulo conclui dizendo que o Espírito Santo habita nesse corpo (6.19). O nosso corpo é o templo vivo do Espírito Santo. Quando Paulo usa a figura do templo emprega a palavra naós, o Santo dos Santos, o lugar santíssimo onde a glória de Deus habitava. Ou seja, onde quer que vamos, somos portadores do Espírito Santo, templos em que apraz a Deus habitar!

A segunda verdade que Paulo destaca é o elevado propósito divino para o nosso corpo. Destacamos 3 fatos preciosos sobre o corpo:

a)   o propósito do corpo no Senhor. Paulo afirma: “[…] o corpo não é para a impureza, mas, para o Senhor, e o Senhor, para o corpo” (6.13). O propósito de Deus ter lhe dado um corpo é para que você possa viver para Jesus. Servir a Jesus por intermédio do corpo.

b)  A ressurreição do corpo no Senhor (6.14). Para os coríntios, Deus não dava nenhuma importância ao corpo. O corpo era apenas a prisão da alma. No entanto, Deus valoriza o corpo. Deus criou o corpo e o ressuscitará.

c)  A habitação do corpo pelo Senhor (6.19). O seu corpo é santuário do Espírito. Tudo aquilo que não é digno do santuário de Deus não é digno do seu corpo. Nada que seja inconveniente no templo de Deus é decente no seu corpo. Somos a morada de Deus. O nosso corpo é lugar santíssimo, o Santo dos Santos, onde a glória de Deus se manifesta.

Nele, que nos criou, comprou e habita em nós

Pr Marcelo Oliveira

Bibliografia: Lopes, Hernandes Dias. 1Coríntios. Ed. Hagnos 2008

                          Wiersbe, Warren. Comentário Expositivo. Geográfica Editora

                          Barclay, William. I y II Coríntios. 1973

O que aprendemos com a vida de Malco?

“Então Simão Pedro, que tinha uma espada, desembainhou-a e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. O nome do servo era Malco” (João 18.10).

Homem curioso. Famoso não por si, mas pela orelha. Não fosse ela, ninguém saberia que ele existiu.  Nada sabemos dele, além de que era servo do sumo sacerdote, e seu nome.  Malco é a forma helênica do hebraico Meleque, “rei”. A tradução de Chouraqui diz que sua orelha foi “decepada”. Parece ter havido uma pequena luta entre o grupo que veio prender Jesus, do qual ele fazia parte, e alguns discípulos. E eis sua história: na luta ele perde a orelha, Jesus a recompõe (conforme Lucas), e pronto. Só isso. Nada mais se fala dele.

Mas imaginemos algumas perguntas que poderiam ser feitas a ele:

1. Você foi prender um homem que era tido como criminoso. E dos perigosos, porque vocês foram armados. Ele não se defendeu, não lutou, não fugiu. Aceitou passivamente ser preso e pediu que liberassem os demais, já que procuravam por ele. Você não acha isso estranho?

2. Você e ele estavam em lados opostos. Eram adversários, tanto que um dos que estavam com ele feriu você. Ele interveio e até impediu coisas piores. Você não acha isso estranho?

3. Você teria dificuldades bem sérias com a orelha decepada. Sangraria muito, até chegar a um lugar aonde fosse medicado. Pegaria poeira e poderia infeccionar. Que você ficaria sem a orelha é certo. Ele ainda teve tempo para curar você. Você não acha isso estranho?

4. Você foi a última pessoa que recebeu um milagre dele. Você já tinha ouvido falar de alguém efetuar milagres para beneficiar os inimigos? Você não acha isso estranho?

5. Você foi o penúltimo que ele beneficiou. Na cruz ele ainda teve tempo de beneficiar um criminoso. Que zombava dele até poucos minutos atrás, antes de cair em si. As duas últimas pessoas que ele beneficiou foram adversários. Você não acha isso estranho?

6. Você sabe o nome disso, Malco? É GRAÇA!

7.  Pois é, Malco. E agora, o que fazer? Ficar indiferente? Isso seria rejeitar a graça. Rejeitar a graça é uma desgraça.

Essas perguntas aqui expostas seriam as mesmas perguntas que poderíamos encaminhar para muitas pessoas que são beneficiadas pelo Senhor Jesus, em nossos dias. Gente que é abençoada por ele. Alguém ora por essas pessoas e a graça de Jesus opera em suas vidas. Um pai ou uma mãe ora pelo filho, chora de joelhos, e a graça livra o filho de um desastre. Gente que não sabe (ou sabe erradamente) sobre Jesus é abençoada por causa de sua graça, que é sempre desconcertante e não obedece aos nossos parâmetros.

Quanta gente, como Malco, é agraciada pelo Senhor Jesus, mesmo sendo indiferente! Talvez o leitor! E nunca reconheceu isto!

Conheci um homem não crente que teve problemas com uma pessoa que lidava com demônios. Esta pessoa procurou um feiticeiro para fazer mal ao homem. O feiticeiro disse: “Estou impedido de tocar nesta pessoa porque seu filho ora por ele todos os dias. Há uma sombra protetora sobre ele”. Este homem foi impactado pelo testemunho do feiticeiro e se firmou de vez na fé. Os métodos de Deus não são convencionais. Além de graça, ele tem soberania: faz o que quer, quando quer, usa quem quer e não deve nada a ninguém por isso.

E aí, Malco do século 21? Já decidiu o que fazer?  Sugiro-lhe pensar no Salmo 116.12-14: “Que darei eu ao Senhor por todos os benefícios que me tem feito? Tomarei o cálice da salvação, e invocarei o nome do Senhor. Pagarei os meus votos ao Senhor, na presença de todo o seu povo”. Passe para o lado do homem que conserta orelhas dos que estão contra ele.

Pr Isaltino Gomes Coelho

“Oração de um demônio”

INTRODUÇÃO

“Oração de um demônio?”, perguntará alguém. “Demônios não oram!”. Se orar é falar com Deus Pai ou falar com Jesus, este orou. Além de orar, fez uma bonita afirmação teológica. E tinha convicção do que falava. Isto vai encaminhar nosso raciocínio. “A oração de um demônio” vai nos ajudar a entender o que oração não é, e como deve ser. Analisemos o texto.

1. ORAÇÃO NÃO SIGNIFICA APENAS FALAR COM A DIVINDADE

O demônio se dirigiu diretamente a Jesus (v. 24). Definimos orar como “falar com Deus”. Eis um demônio orando. Orar não é só dizer palavras. O demônio gritou. Gritar não significa orar. Qual nosso sentimento? Nossa atitude é de reverência, de temor, de submissão? O demônio falou com Jesus, mas sem submissão, sem amor, sem respeito. Há hoje quem determina ou declara a Deus o que ele tem que fazer. Orar é um ato espiritual, que demanda fé (Hb 11.6). E fé não é arroubo. É entrega, rendição, confiança absoluta. É mais sentimento que palavra.

2. ORAÇÃO NÃO SIGNIFICA APENAS FAZER AFIRMAÇÕES TEOLÓGICAS

Todos nós fazemos afirmações teológicas, mesmo não sendo teólogos. O demônio fez uma bonita afirmação: Jesus era o Santo de Deus e tinha vindo para destruí-lo. Disse o que 1João 3.8 diria anos depois. O demônio falou dentro do ensino bíblico. Podemos saber muitas coisas da Bíblia, da cultura geral, da vida cristã, fazer afirmações teológicas, e não orarmos. É preciso internalizar o que dizemos. A fé não vem dos lábios, mas vem do íntimo, do fundo da alma.  Lembremos de Jeremias 29.13.

3. ORAÇÃO NÃO SIGNIFICA APENAS TER MUITA CONVICÇÃO DO QUE SE FALA

Segundo Hebreus 11.6 devemos ter convicção quando nos aproximamos de Deus. Mas orar é mais que isto. O demônio tinha certeza: “Sei muito bem que é você”.  Há gente que tem muita certeza, muita fé, muita convicção. Mas é existencial ou cognitiva? Do coração ou apenas da cabeça? O demônio sabia e obedeceu à ordem de Jesus: vv. 25-26. Mas não mudou sua natureza. Pode-se obedecer por medo. Oração é mais amor que medo. É mais submissão amorosa que acatamento de ordem. Para isto é preciso uma convicção que mexa com a estrutura da pessoa. Não basta saber. É preciso viver o que se sabe.

CONCLUSÃO

Se o título parecia exótico, ficou claro pelo conteúdo o que se queria dizer. Quando orar, não fique apenas repetindo palavras. Ponha a alma, ponha o coração, ponha seus sentimentos. Renda-se a quem você ora. Não basta dizer que Jesus é o Santo de Deus. Ele deve ser o Santo de Deus na sua vida. Não basta dizer que ele é Senhor, mas sim que ele é seu Senhor. Oração é vida, mais que palavras. Ore com sua alma e com seus sentimentos.

 Pr Isaltino Gomes

Páscoa no Antigo e Novo Testamento

 “Ish Séh Le-Veit-Avot, Séh La-Bait- “Cordeiro homem para a casa dos pais, um cordeiro para uma casa.” (Êxodo 12:3)

Algo impressionante e curioso aparece no versículo acima. Explicação: No Hebraico, o masculino é ZaHáRH (?????) que significa macho e  macho mesmo. No Sertão do Nordeste, quando nasce um menino, fala-se: “nasceu um menino-homem”. No Hebraico o feminino é NEKEVAH (???????), que quer dizer fêmea. Postas essas observações, o que impressiona em Êxodo 12:3 é que, o texto correto gramaticalmente, na lógica humana seria: “ISH ZAHÁRH” (????? ?????), ou seja, Cordeiro Macho. Entretanto, aparece no original Hebraico, ISH SÉH (????? ????) ou seja, ao pé da letra, Homem Cordeiro. Certamente, na soberania divina, tal colocação não é acidental e sim intencional! No evangelho de João, o profeta João, o Batista disse: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo – Hebraico: HINÉ SÉH HÁ-ELOIM HÁ-NOSSÉH HATÁT HÁ-OLAM.” Como é sabido, no Antigo Testamento, tudo apontava para o Novo Testamento, “BRITH HADASHÁH”, NOVA ALIANÇA (? ????? ???????/ He kainê diathêke/ a nova aliança, novo pacto 1 Corintios 11:25)                 

 “Feliz Páscoa”, “Comemoração da Páscoa” ou “Semana Santa”, são expressões correntes em nossos dias. A palavra “PÁSCOA”, significa “PASSAGEM” do hebraico, “péssarh” (??????). A instituição da páscoa, conforme Êxodo 12:1-14ss., foi um acontecimento histórico, real, ligado ao povo hebreu no contexto da sua grande libertação, liderado pelo homem de Deus, Moisés (Moshe – ???? ???), tirando o povo da escravidão do Egito.

 PÁSCOA (“péssarh” (??????) vem do verbo hebraico “LifsoáRH Al” – ? ??   ?? ?? ? ?? ??  (passar sobre – Al” – ? ?? , sobre), que significa, “SALTAR”, “PASSAR POR CIMA” ou “PASSAR POUPANDO” (poupando o povo da morte, mediante a aplicação do sangue do cordeiro nas vergas e umbreiras das portas das famílias israelitas), Êxodo 12:13.

A comemoração era feita de maneira festiva e um cordeiro macho, sem defeito, sem mancha alguma era sacrificado, imolado. Conveniente lembrar que muitos acontecimentos em o Antigo Testamento, apontavam para o Novo Testamento: O NOVO PACTO NO SANGUE DE JESUS CRISTO. Tudo apontava para Jesus, “o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”, João 1:29.

 No Novo Testamento, lemos: “Alimpai-vos do fermento velho (pecado), para que sejais uma nova massa (nova criatura, II Corintios 5:17), assim como estais sem fermento. PORQUE – CRISTO NOSSA PÁSCOA, FOI SACRIFICADO POR NÓS”, I Corintios 5:7. A Páscoa Judaica foi transformada em Ceia do Senhor no Cristianismo, através do memorial pão e vinho, (I Corintios 11:23-30).

 PÁSCOA, significa “passagem”; lembra o êxodo, a saída do povo hebreu do Egito para Canaã. Em Deuteronômio 6:21 lemos: Então dirás a teu filho. “Éramos servos de Faraó no Egito, porém o Senhor nos tirou com mão forte do Egito”. Quer dizer literalmente: o povo foi arrancado da escravidão, do jugo escravizador. Ora, Cristo nos tirou das trevas do pecado; Cristo nos tirou do reino de Satanás (“Faraó velho”) e nos levou ao Reino da Luz. Assim é que podemos ler em Colossenses 1:13: “O qual (JESUS) nos tirou da potestade das trevas e nos transportou para o Reino do Seu amor”.

 E a “estorinha” de coelho e coisas similares? Nada disto está de acordo com a Bíblia; e, ao contrário, isto está inserido no que disse o Paulo em II Timóteo 4:4: “E desviarão os  ouvidos da verdade, voltando às fábulas”.

“FAÇAMOS FESTA” é a recomendação de I Corintios 5:7. Que tipo de festa glorifica o Senhor? Sabemos de antemão que o “Reino de Deus não é comida ou bebida, mas justiça, e paz e alegria no Espírito Santo”, Romanos 14:17. Portanto, a permanente comemoração cristã é com uma vida no altar do Senhor, sem rancor, mágoa, mau-humor (tudo isto é fermento velho) e com um coração perdoador, conciliador, e assim, festivamente, o mundo conhecerá que somos discípulos de Cristo, João 13:35 – Nisto todos conecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.

Podemos dizer aos irmãos e amigos: “Feliz Páscoa com Cristo”.

PARA MEDITAR: 1º) “Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por  nós”, I Coríntios 5:7.

2º) “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos,  se vos amardes uns aos outros”, João 13:35.

Bp. Agnaldo Sacramento

                                                  

                                  

O Culto ao Nada

Neste semestre estou a ler a Bíblia na versão chamada Bíblia de Jerusalém. Gostei de Jeremias 19.4, assim traduzido : “Meu povo, contudo, esqueceu-se de mim! Eles oferecem incenso ao Nada…”. Judá estava cultuando o Nada, porque adorava a ídolos e todo culto que não seja ao Deus revelado nas Escrituras é culto ao Nada. Disse Paulo: “… o ídolo nada é no mundo…” (1Co 8.4). Há quem adora ao Nada porque adora deuses que fez para si.

Há muito culto ao Nada. São cultos centrados no homem. Visam levar as pessoas a se sentirem bem e serem estimuladas, recarregarem as baterias para mais uma semana de luta, etc. O homem é o foco do culto. Poucas coisas são tão sem nexo como “culto jovem”. Que é isto se não a declaração de que as pessoas são mais importantes no culto que o Cultuado? A ênfase hoje é no “adorador”. Por que não no Adorado? Porque as pessoas são mais importantes que Ele, porque o culto é programado para elas, porque a preocupação é atraí-las. A preocupação deve ser com a glória de Deus (confundida com barulho e mantras repetidos à exaustão). A glória de Deus se manifesta em vidas transformadas pelo evangelho de Jesus.

O alvo de muitos cultos não é a santidade de Deus, mas a felicidade do homem. São cultos antropocêntricos (o homem no centro), e não teocêntricos (Deus no centro). Culto ao Nada, porque voltado para o homem. Ouvi uma senhora dizer a outra, no mercado: “Não gostei do culto ontem”. O culto é para nos agradar ou para agradar a Deus? O prumo de um culto não é a estética do adorador, e sim a proclamação de “Que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões; e nos encarregou da palavra da reconciliação” (2Co 5.19).

Alguns se autodenominam “geração de adoradores”. Não. É uma geração de consumidores espirituais, que assimilou a filosofia de prazer do mundo, entronizando-se em sua vida. Tudo é ao seu gosto. Até o culto. Até Deus. Dirigi um estudo bíblico, num grupo de profissionais liberais, e alguém disse: “Gosto de pensar em Deus assim, ó…”, e nos brindou com uma série de banalidades espirituais. Disse-lhe que era irrelevante como ela gostava de pensar em Deus. O relevante era como Deus se manifestara na história, na Bíblia e em Jesus. Ela não podia moldar Deus ao seu gosto.

Quando somos o foco do culto cultuamos ao Nada. Pessoalmente detesto barulho. Não vejo como espiritualidade, e sim mau gosto. Mas há quem avalie o culto pelos decibéis. Mas não torne seu gosto em padrão. Como eu não torno meu gosto em padrão para os apreciadores da barulhada.

Quem cultuamos? Deus ou nós? Que procuramos no culto? Conhecer mais de Deus e da Bíblia ou sentir-nos bem, com o ego massageado? Cuidado para não cultuarmos o Nada!

Pr. Isaltino Gomes

Assista a mensagem: Os riscos de se vestir com um lençol

Shalom!

Amados irmãos, leitores [as], assistam a mensagem: Os riscos de se vestir com um lençol,  pregada no programa Aspecto Cristão que é transmitido nos finais de semana na TV Pólo na Baixada Santista.

Desde já expresso minha gratidão ao nobre Pr Carlos Roberto e sua digníssima esposa pela oportunidade concedida em expor a Palavra de Deus. O Eterno amplie a vossa tenda!

P.s >> Assistam a mensagem até o fim, pois a mesma, possui apenas 10 minutos. Seja edificado e abençoado!

Pr. Marcello de Oliveira
Aspecto Cristão TV – Programa 33



ASPECTO CRISTÃO TV
Programa 33 – 02.04.2011


Palavra de Mulher com Sarah Virgínia
PARA QUE NÃO ESQUEÇAMOS

Mensagem com o Pr. Marcello de Oliveira
OS RISCOS DE SE COBRIR COM UM LENÇOL
Marcos 14: 51 – 52

Música
CHORAR É PRECISO com Lília Paz

Godêr Gadêr e Máfguia – Ez 22.30

GODÊR GADÊR E MÁFGUIA  aparecem em Ezequiel 22:30 e em Isaías 59:16 apontando para a figura do intercessor embora o termo mais usual na nossa língua seja de origem latina: interceder, “INTERCEDERE”, inter(entre)+cedere (passar), trazendo a idéia de abrir passagem para alguém, protegendo-o ou suplicando a seu favor. Tem-se, também, no hebraico, a raíz “PAGA” (egp), do verbo ‘Lífgoa’(ewgpl): atacar, ferir, pedir, implorar, rogar. No grego, o vocábulo ????????? – entinkáno (Atos 25:24; Hebreus 7:25; Romanos 8:27,34), em seu sentido histórico, significa ter audiência com o rei para, objetivamente, apresentar-lhe uma petição, um pedido específico em favor de alguém; nos papiros, é o nome dado às petições forenses. Thayer diz que essa palavra grega apresenta, ainda, o sentido de “iluminar uma pessoa ou uma coisa” (tem-se também ?????????? /paráklétos – defensor, advogado, intercessor: João 14:16; I João 2:1).

01.   O versículo de Ezequiel diz: “E busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro e estivesse na brecha perante mim por esta terra, para que eu não a destruísse; mas a ninguém achei (22:30). A primeira parte em hebraico diz: (??????????? ????? ????? ????????????? ??????? ????????? ??????? ?????? ???????  – fonética: “Va-avaKêsh mê-hêm ish ‘GODÊR GADÊR’ vê-omed ba-pérets lefanai bê-ad há-árets…”)

Literalmente, “Godêr Gadêr” ????????????? significando: construtor de cerca, de muralha. Sim, pessoas habilidosas nessa área colocar-se-iam em prontidão e ação no conserto de “pérets”, de abertura, de fendas no muro ou cerca de proteção. Aqui, é interessante observar que o vocábulo “PÉRETS” (??????) aponta para brecha, abertura, desgraça, sinistro, fluxo.

02.   O versículo de Isaías diz: “E viu (Deus) que ninguém havia e maravilhou-se (????????????? (ishtômem) ficou atônito – Crabitree) de que não houvesse um intercessor…” (59:16-a).

Diz o hebraico ???????? ????????? ????? ??????????????? ???? ???? ?????????? – fonética: “Va-irê ki-êinn ish va-ishtomêm, ki êinn MÁFGUIA… O vocábulo máfguia, em hebraico, tem a força e a expressão de ‘implorante’, ‘insistente’.

Na verdade, poucos são, hoje, os intercessores nos círculos evangélicos! Há, em abundância, murmuradores, atrapalhadores, palpitadores e muitos que causam dores, mas poucos sãos os INTERCESSORES! São inúmeras as recomendações bíblicas para que façamos intercessões, como I Timóteo 2:1; II Coríntios 1:11;  Filipenses 1:29;  Salmo 122:6; Isaías 62:6; Efésios 6:18; I Samuel 12:23; Atos 12:5; Daniel 9:13-19 e muitos outros.

03.   Um exemplo clássico e histórico de intercessão está no primeiro capítulo de Neemias. O versículo 4 diz: “Estejam, pois, atentos os teus ouvidos, e os teus olhos, abertos, para ouvires a oração do teu servo, que eu hoje faço perante ti, de dia e de noite, pelos filhos de Israel, teus servos; e faço confissão pelos pecados dos filhos de Israel, que PECAMOS contra Ti; também EU e a casa de meu pai pecamos”.

04.   A figura do intercessor, do “Máfguia, (??????????) do ‘implorante’, do ‘insistente’, daquele apontado também por Jesus em Lucas 18:1: “Do dever de orar sempre e nunca desfalecer”, é uma pessoa solidária e de muita sensibilidade espiritual. A exemplo de Neemias, é uma pessoa de visão, de uma elevada inclusão espiritual de corpo, de grupo, de responsabilidade, de compromisso. Tem-se a sensação de que o ‘Máfguia’, o intercessor, veste, literalmente, a camisa daquele por quem está intercedendo! Exatamente isso, vemos em Neemias quando diz: “pecamos contra Ti” (nós!). Ele não disse: “Deus, este povo pecou contra Ti!” De maneira mais objetiva diz: “também eu” pequei: “eu e a casa de meu pai pecamos”.  Como dissesse: Sou igualmente responsável  pelo pecado do meu próximo, do meu irmão!

05.   A propósito, o texto de Gênesis 4:9, em hebraico diz:

 ????????? ?????? ????????? ??? ????? ??????? ????????? ??? ?????????? ???????? ????? ??????? – fonética: “Va-iomer ló iadatí há-shomer aHí anoHí”. Quando Caim foi indagado sobre o seu irmão Abel, disse ”Eu não sabia que eu sou o guarda do meu irmão”. Normalmente, quase todos os redimidos mantêm João 3:16 de cor; quando se pergunta, no entanto, quem tem na memória I João 3:16, poucos se manifestam. No primeiro versículo, Jesus morreu por nós e, no segundo, somos convidados, se possível, a dar a vida, a morrer por nosso irmão!

06.  Finalmente, vemos a figura maior do intercessor, JESUS, bem como a do ESPÍRITO SANTO! Ele carregou os nossos pecados e tudo que havia sobre nós jogou sobre si. Ele se fez pecado por nós (II Coríntios 5:21). E a carta aos Hebreus sintetiza tudo em poucas palavras: “Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por Ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder (???????????entinkáein) por eles.” (Hebreus 7:25). E o “Espírito Santo intercede por nós com gemidos inexprimíveis” (Romanos 8:26b).

alsacramento@uol.com.br  –  ABC-Paulista

(*) O autor é Presidente do Ministério Internacional Shalom – ABC, membro da Academia de Letras da Grande

São Paulo e Professor de Hebraico Bíblico e Grego na FABC.

ZACARIAS, BEREQUIAS, IDO E “SAF-RAAL”

BaHodesh  há-shemíni bish’nat shetâim lê-Dariavêsh haiá devar-Ieovah él ZeHariah Ben-BereHiah, bên-Ido há-navi lemor” –  No 8º mês do 2º ano de Dario (reinado), veio a Palavra do Senhor a Zacarias, filho de Berequias, neto de Ido, o profeta, dizendo (Zacarias 1:1).

 A chave, o resumo do livro, está neste versículo. Como é sabido, o livro de Zacarias é eminentemente escatológico e colocá-lo-ia entre Daniel e Apocalipse nas cenas dos acontecimentos finais.

 Zacarias, profeta e sacerdote levita, é apontado por Neemias (12:16) como um dos sacerdotes que vieram com Zorobabel (Zerubavel) do cativeiro babilônico para Jerusalém. O povo, mesmo voltando do cativeiro, continuava incrédulo, profano e rebelde contra Deus e o seu profeta, Zacarias, do qual Jesus fala em Mateus 25:35: “Para que sobre vós caia todo o sangue justo, que foi derramado sobre a terra, desde o sangue de Abel, o justo, até ao sangue de Zacarias, filho de “BereHia”, que matastes entre o santuário e o altar.” (Obs.: a destruição de Jerusalém no ano 70 e o holocausto (1939-45), certamente fizeram parte dessa profecia!). Ps.: Há ref. também, do Zacarias de 2 Crôn. 24:20-22 (filho de Joiada).     

 Mas, a aliança de Deus com os Patriarcas sempre foi recorrente e o será eternamente (Salmo 105:8-11; Jeremias 31:35-37). Assim é que a ‘leitura’ inicial do livro de Zacarias vem por força do seu primeiro versículo: ZEHARIA (o neto) quer dizer lembrar; BereHia (o pai) fala de bênção, promessa, aliança e Ido (o avô(**) indica tempo designado, transmitindo a seguinte mensagem: O Deus Eterno, o Senhor, jamais esquecerá da sua bênção, da sua promessa, da sua ALIANÇA para com Israel e, no tempo designado, Deus fará acontecer a sua promessa  para Israel! Assim, também, Deus se lembra de nós, da sua promessa que há de acontecer no seu tempo designado!

 Jerusalém é o foco das atenções mundiais e das constantes disputas entre árabes e israelenses. Em Zacarias 2:5, Deus promete ser um muro de fogo (‘Homat ésh’, v.9, em hebraico) para Jerusalém e Deus mesmo será a Glória de Israel! E, no versículo 8, diz: “Depois da Glória, Ele me enviou às nações que vos despojaram; porque aquele que tocar em vós toca na menina do seu olho (‘Bavat einó’)”.

 “SAF-RAAL” (Zacarias 12:2). Textos expressivos da Bíblia falam do cerco final de Jerusalém por todas as Nações da terra! Zacarias 12:3 diz: “Farei de Jerusalém uma pedra pesada (évenn maamassá) para todos os povos… e ajuntar-se-ão contra Jerusalém todas as Nações da terra”.

 Haverá intervenção final do próprio Deus em favor de Jerusalém (a cidade do Grande Rei, Jesus – Mateus 5:35), o  que  ocorrerá no final  da  Batalha  de  Armagedom  (Apocalipse 19:11-21, l6:12; Daniel 11:40, 11:27; Joel  3:14, 3:12, 14).  E, literalmente, Jerusalém tornar-se-á uma ‘caneca de Veneno’ (SAF-RAAL), uma taça de veneno para todos os povos da terra. Tem-se o arsenal nuclear de Israel no deserto de Néguev (Sul), em Dimona, para aquilo que o próprio Estado de Israel imagina ser, também, a “Operação Sansão” (Sansão, na hora da sua morte, disse em Juízes 16:30a: “Morra  eu  com  os filisteus”!)  E, curiosamente, Isaías 15:9 cita ‘Dimon’: “As águas de  Dimom  estão  cheias de sangue, porque ainda acrescentarei mais a Dimom”.

  Deus está no controle! Quando os Reinos do Norte – Ezequiel 38-39 (Rússia e aliados) e o Reino do Sul – Daniel 11:40 ( Estados Unidos e aliados) e os Reis do Oriente (China e aliados, Apocalipse 16:12) e o 4º  Império Mundial (Roma ressurreta – Daniel  cap. 2 e 7,  pelo bloco  da  União Européia – antigo Império Romano)  marcharem para aniquilar o povo Judeu, ocorrerá o que está escrito, entre  outros textos, em Mateus 24:30 –“Aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; e todas as tribos  da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu com  poder e grande glória”. E cumprir-se-ão Zacarias 12:10, Zacarias 14:4 e Apocalipse 1:8.  Diz Ezequiel 37:28:  “As Nações saberão que Eu Sou o Senhor que santifico a Israel…” Ato contínuo, será estabelecido o Milênio após o julgamento das Nações – Joel 3:2 e 14.

Dr. Agnaldo Sacramento

7 nomes de Deus no Salmo 23

O Senhor é o Deus Eterno, o Deus que fez uma aliança com Israel. Os nomes compostos de Deus no AT refletem o conteúdo deste salmo.

“Nada me faltará” – Adonay Yiré – “O Senhor que vê e provê” (Gn 22.14)

“Águas de descanso” – Adonay Shalom – “O Senhor é Paz” (Jz 6.24)

“Refrigera-me a alma” – Adonay Rafá – “O Senhor que te cura” (Ex 15.26)

“Veredas da justiça” – Adonay Tsidkenu – “Senhor, Nossa Justiça” (Jr 33.16)

“Tu estás comigo” – Adonay Shamá – “O Senhor está Ali” (Ez 48.35)

“Na presença dos meus adversários” – Adonay Nissi – “O Senhor é a minha bandeira” (Ex 17.15)

“Unge a minha cabeça” – Adonay Mekadesh – “O Senhor que me Santifica” (Lv 20.8)

Nele, que é o  nosso Roy  (Pastor),

Pr Marcelo Oliveira