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O acrisolamento de Deus

Em Provérbios 17.3 está escrito: “O crisol prova a prata, e o forno, o ouro; mas aos corações prova o SENHOR”. O crisol é um vaso de fundir metais, como prata e ouro. Do modo como o fogo prova a prata e o ouro a fim de purificá-los, Deus prova os corações, isto é, o íntimo do nosso ser.
As provações de Deus são testes de “fogo” para o nosso aperfeiçoamento espiritual. Uma experiência necessária a todos os filhos e filhas de Deus que inclui: perseguição, aprisionamento, opróbrio, pobreza, enfermidade, aflição e tristeza de alma. É uma experiência necessária porque, por meio dela, Deus se agrada de nós e glorifica o seu santo nome. Provados conhecemos melhor a nós mesmos e a bondade do nosso Deus.
Ainda que a provação em si seja algo difícil e desagradável, o resultado dela é motivo de alegria e gratidão a Deus. Tiago disse: “Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da fé, uma vez confirmada, produz perseverança. Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes” (Tg 1.2-4).
O Salmo 66.8-12 também nos fala algo importante acerca do acrisolamento de Deus: “Bendizei, ó povos, o nosso Deus; fazei ouvir a voz do seu louvor; o que preserva com vida a nossa alma e não permite que nos resvalem os pés. Pois tu, ó Deus, nos provaste; acrisolaste-nos como se acrisola a prata. Tu nos deixaste cair na armadilha; oprimiste as nossas costas; fizeste que os homens cavalgassem sobre a nossa cabeça; passamos pelo fogo e pela água; porém, afinal, nos trouxeste para um lugar espaçoso”.
É preciso se manter íntegro e fiel a Deus na provação, pois, assim que tudo passar, desfrutaremos de “um lugar espaçoso”. Infelizmente nem todos estão aptos para aprender com o acrisolamento de Deus. Foi com pesar no coração que o Senhor disse a Judá: “Eis que te acrisolei, mas disso não resultou prata; provei-te na fornalha da aflição” (Is 48.10; cf. Jr 6.27-30; 9.7-22).
Diferente do salmista que disse: “Foi-me bom ter eu passado pela aflição, para que aprendesse os teus decretos” (Sl 119.71).
Que Deus nos conceda, em Cristo Jesus, a graça de sermos provados e aprovados por Ele.
Josivaldo de França Pereira

John Piper fala sobre a experiência do batismo com o Espírito e a evidência das línguas

Enfatizando a Experiência do Batismo com o Espírito

Agora o lado positivo que quero dizer acerca do ensino pentecostal moderado (representado pelos Bennets) é que é correto destacar a realidade experiencial de receber o Espírito. Quando lemos o Novo Testamento de maneira honesta, não podemos evitar ter a impressão de uma vasta diferença de muitas experiências cristãs contemporâneas. Para os cristãos do NT o Espírito Santo era uma realidade de experiência. Para muitos cristãos hoje é realidade de doutrina. Certamente a renovação carismática tem algo a nos ensinar aqui. Em igrejas sacramentais o dom do Espírito Santo é virtualmente equiparado ao batismo nas águas. No evangelicalismo protestante é equiparado ao trabalho subconsciente de Deus na regeneração que você apenas tem porque a Bíblia te diz que você tem se você crer. É fácil imaginar um conselheiro espiritual dizendo a um novo convertido hoje: “Não espere notar nenhuma diferença; simplesmente creia que você recebeu o Espírito”. Mas tal coisa está longe do que vemos no NT. Os pentecostais estão certos em enfatizar a experiência de ser batizado com o Espírito.   

Quatro Razões Pelas Quais É Correto Enfatizar a Experiência

Eis aqui quatro razões extraídas de Atos.

1. Terminologia

O próprio termo “batizado com o Espírito Santo” (1.5; 11.16) implica uma imersão na vida do Espírito. “João batizou com água; mas vós sereis batizados com o Espírito” Se o Espírito te cobre como um batismo, não podemos imaginar o Espírito entrando de maneira sorrateira e quieta enquanto você dorme e fazendo morada de maneira imperceptível. Essa pode ser a forma que se inicia (Paulo pode ter tido isso em mente em 1 Coríntios 12.13), mas se termina aí, Jesus e Lucas não chamariam tal coisa de batismo com o Espírito.

2. Poder, Ousadia e Confiança

Jesus diz em Atos 1.5 e 8 que o batismo com o Espírito significa: “mas recebereis a (virtude) poder… e ser-me-eis testemunhas”. Isso é uma experiência de ousadia, confiança e vitória sobre o pecado. Um cristão sem poder é um cristão que necessita do batismo com o Espírito Santo. Estou ciente de que em 1 Coríntios 12.13 Paulo diz que batismo com o Espírito é um ato de Deus pelo qual nós nos tornamos parte do corpo de Cristo na conversão, de maneira que em sua terminologia todos os que se converterem genuinamente foram batizados com o Espírito. Mas temos cometido injustiça em limitar o entendimento de Paulo do batismo com o Espírito Santo como este ato divino, inicial e subconsciente na conversão e então forçando toda a teologia lucana em Atos dentre desse pequeno molde. Não há motivo para pensar que até mesmo para Paulo o batismo com o Espírito Santo estava limitado ao momento inicial da conversão. E certamente no livro de Atos o batismo com o Espírito Santo é mais que um ato divino subconsciente de regeneração- é uma experiência consciente de poder (Atos 1.8).

3.  O Testemunho de Atos

Na verdade a terceira razão que me faz pensar isso é que quando pegamos uma concordância e procuramos em todas as passagens em Atos onde o Espírito Santo trabalha nos cristãos, nunca é de forma subconsciente. Em Atos o Espírito Santo não é uma influência silenciosa, mas experimentação de poder. Cristãos experimentavam o batismo com o Espírito Santo. Eles não apenas acreditavam que isso acontecia porque um apóstolo disse que tal coisa aconteceria.

4.  A Consequência da Fé

A quarta razão pela qual devemos enfatizar a experiência do batismo com o Espírito Santo é que em Atos os apóstolos ensinam que o batismo é uma conseqüência da fé, não uma causa subconsciente de fé. Como um calvinista convicto eu creio de todo coração que a graça de Deus precede e capacita a fé salvífica. Nós não iniciamos nossa salvação ao crermos em Deus. Deus inicia a salvação nos capacitando a crer (Efésios 2.8-9; 2 Timóteo 2.25; João 1.13). Mas este trabalho regenerador do Espírito de Deus não é o limite do que            Pedro quer dizer por batismo com o Espírito. Em Atos 11.15-17 Pedro relata como o Espírito Santo desceu sobre Cornélio assim como nos discípulos em Pentecostes: “E, quando comecei a falar, caiu sobre eles o Espírito Santo, como também sobre nós ao princípio.E lembrei-me do dito do Senhor, quando disse: ‘João certamente batizou com água; mas vós sereis batizados com o Espírito Santo’.Portanto, se Deus lhes deu o mesmo dom que a nós, quando havemos crido no Senhor Jesus Cristo, quem era então eu, para que pudesse resistir a Deus?”Note que o dom do Espírito, ou batismo com o Espírito, é precedido pela fé. A versão NASB corretamente diz no versículo 17 que Deus deu o Espírito Santo após eles crerem. De maneira que o batismo do Espírito (v.16) ou o recebimento do dom do Espírito (v.17) não pode ser a mesma obra de Deus antes da fé que capacita a fé (que Luca fala em 2.39; 5.31; 16.14; 11.18; 15.10; 14.27). O batismo com o Espírito é uma experiência do Espírito dada após fé para fé.

Receber o Espírito é uma Experiência Marcante

É por isso que Paulo pode dizer em Atos 19.2 quando ele encontra os confusos discípulos de João Batista: “Recebestes vós já o Espírito Santo quando crestes?” O que um evangélico protestante contemporâneo diria em resposta a esta pergunta? Creio que diríamos algo como: “acho que nós automaticamente recebemos o Espírito Santo quando cremos. Não entendo como você pode me perguntar tal coisa?” Como Paulo pôde fazer esta pergunta? Ele a fez, penso, porque receber o Espírito Santo é uma experiência real. Há marcas na sua vida. E a melhor forma de testar a fé daqueles assim denominados discípulos é lhes perguntar acerca de sua experiência do Espírito. Isto não é diferente do que Paulo disse em Romanos 8.14: “Porque todos que são guiados pelo Espírito estes são filhos de Deus” (ver 2 Coríntios 13.5 e 1 João 3.24; 4.12-13). Eu, às vezes, temo que nós tenhamos redefinido tanto nossa conversão em termos de decisões humanas e que tenhamos retirado toda a necessidade da experiência do Espírito de Deus que muitas pessoas pensam que são salvas quando, na verdade, elas apenas possuem idéias cristãs em suas cabeças, não poder espiritual em seus corações.

Então, veja, a questão real que os carismáticos levantam para agente não é a questão das línguas. Em si mesma a língua é relativamente sem importância. A verdadeira contribuição valiosa  da renovação carismática é sua implacável ênfase na verdade que receber o dom do Espírito é uma experiência real marcante. O cristianismo não é meramente uma compilação de idéias gloriosas.  Não é meramente o desempenho de rituais e sacramentos. É uma experiência real marcante do Espírito Santo por meio da fé em Jesus Cristo, o Senhor do universo.

Duas Coisas que Caracterizam Esta Experiência

Poderíamos falar por horas acerca do que é a experiência. Na verdade, a maioria das mensagens são apenas isso, descrições da experiência do Espírito de Deus na vida do cristão. Mas eu mencionarei duas coisas do livro de Atos-coisas que marcam a experiência de ser batizado com o Espírito Santo ou de receber o dom do Espírito.

1. Um Coração de Adorador

Um é o coração de adorador. Em Atos 10.46 os discípulos sabiam que o Espírito Santo havia sido derramado, porque “os ouviam falar línguas e exaltar (ou magnificar) a Deus” Falar em línguas é uma forma particular de liberar o coração de exaltação. Ela pode ou não estar presente. Mas uma coisa é certa: o coração no qual o Espírito Santo foi derramado irá parar de se magnificar e começará a magnificar a Deus. Adoração sincera e louvor é a marca de uma experiência real do Espírito Santo.

2. Obediência

A outra marca que mencionarei é a obediência. Em Atos 5.29 Pedro e os apóstolos dizem aos saduceus que os haviam prendido: “Importa antes obedecer a Deus que aos homens.” Então no versículo 32 ele diz: “Somos testemunhas destas coisas, e bem assim o Espírito Santo, que Deus deu àqueles que lhe obedecem” (“Deu” é passado simples; “obedecer” é presente, presente contínuo) É inevitável que quando o objeto de adoração de nosso coração muda, nossa obediência muda. Quando Jesus te batizar com o Espírito Santo e te injetar um novo sentido da glória de Deus, você terá um novo desejo e um novo poder (1.8) para obeceder. Se você fala ou não em línguas, você experimentará estas duas coisas se for batizado com o Espírito Santo-um novo desejo para magnificar a Deus e uma disposição poderosa para obedecer a deus no cotidiano.

Tradução: Pr Wellington Mariano

http://www.desiringgod.org/resource-library/sermons/how-to-receive-the-gift-of-the-holy-spirit (acesso dia 31/05/2011)

Inédito: Pr John Piper, crê nos dons espirituais, inclusive o de línguas

Queridos, embora a discussão seja antiga, quero apenas contribuir para esta questão apresentando um pastor reformado de grande influência em nossos dias que acredita que os dons são para hoje, ou seja, um pastor reformado cuja visão dos dons não é cessacionista. Portanto, a partir de hoje começarei a apresentar uma série de traduções e artigos que apresentem a visão continuista do Pr. John Piper.

A seguir, segue tradução de uma parte de uma mensagem pregada por John Piper no dia 08 de Março de 1981 intitulada Be Filled With the Spirit (Seja Cheio do Espírito). 

A passagem em questão foi tirada do tópico da mensagem que se chama: Interagindo com a Teologia Pentecostal.

“Eu quero enfatizar aqui, entretanto, que eu não rejeito a validade do dom de línguas para os nossos dias. É errado insistir que as línguas sejam parte necessária do batismo do Espírito; não é errado insistir que as línguas sejam parte possível da experiência hoje. Quando estava no ensino médio eu escutava o Sr. DeHaan no rádio. Certa manhã, de pé no meu quarto, eu o escutei tentando argumentar a partir do Novo Testamento que os então chamados dons de sinais, como línguas, milagres e cura, foram destinados por Deus para chegar ao fim no encerramento da era apostólica, de maneira que os dons não mais são válidos para hoje. E tudo que consigo me lembrar dizer comigo mesmo naquela tenra idade foi: “Sr. DeHaan, tais argumentos não são válidos. Tudo o que você pode ser capaz de mostrar é que se não há línguas hoje, é porque há possíveis explicações para isso. Mas nada do que você disse prova que Deus planejou que estes dons cessassem antes que esta era acabasse”. E agora, após 20 anos de estudo bíblico e amizade com cristãos carismáticos (pentecostais), eu digo com mais segurança ainda: Não rejeitemos ou desprezemos nenhum dos dons de Deus, incluindo as línguas”.[1]

Pr. Wellington Mariano

Por que a maldição caiu sobre Canaã no lugar de Cam?

Todos os amantes das Escrituras já se depararam com uma pergunta inquietadora: Por que Canaã foi amaldiçoado no lugar de Cam? Visto que as maldições e bênçãos sobre os três filhos têm em vista seus descendentes, não é de estranhar que a maldição recaia sobre o filho de Cam, e não sobre o próprio Cam (Gn 9.18-22), especialmente em razão de Deus já haver abençoado este justo sobrevivente do dilúvio (Gn 9.1). Prezados leitores [as], quem pode amaldiçoar aquele que o Eterno abençoou?  Leia atentamente Gênesis 9.1

Como o filho mais jovem injuriava a seu pai, assim  a maldição recairá sobre seu filho mais jovem, que presumivelmente herda sua decadência moral (cf. Lv 18.3; Dt 9.3). Em adição aos cananitas, os descendentes de Cam incluem alguns dos inimigos mais ferrenhos de Israel: Filístia, Assíria, Babilônia (cf. Gn 10.9-13). Por trás da profecia de Noé está o conceito de solidariedade corporativa. A justiça de Noé é reproduzida em Sem e Jafé; sua imoralidade, em Cam. A imoralidade de Cam contra seu pai estará estigmatizada em seus descendentes; e a modéstia de Sem e jafé, nos seus.

O erudito Cassuto explica a expressão “servo dos servos” (Gn 9.25): ‘Os cananitas se destinavam a sofrer a maldição e a servidão não em decorrência dos pecados de Cam, mas porque eles mesmos agiam como Cam, em decorrência das suas próprias transgressões. A servidão de Canaã é espiritual, não apenas política. A maldição posta sobre Canaã o liga à maldição sobre a serpente (Gn 3.14) e sobre Caim (Gn 4.1). Entretanto, a maldição geral não é exceção. Como a cena deixa bem claro, a diferença entre os prospectos futuros dos irmãos ancestrais pertence à sua moralidade, não à sua etnia como tal.

A família da prostituta cananita Raabe virá a ser parte do povo da aliança (Js 2.14; 6.17-22; Mt 1.5; Hb 11.31), e a família do judeu Aça será eliminada (Js 7). Quando Israel se comporta como os cananitas, a terra os vomita dela também (2Rs 17.20).

Pr Marcelo Oliveira

Bibliografia: Wiersbe, Warren. Comentário Expositivo. Geográfica Editora

                          Waltke, Bruce e Cathi, Fredericks. Gênesis. Ed. Cultura Cristã

O valor de um pastor

  • O valor de um pastor não é medido por sua popularidade, poder de persuasão ou quantidade de pessoas que atrai, mas sim por seu caráter e fidelidade a Deus (Jo 6.66 e 67);
  • O valor de um pastor não é medido pela aprovação de homens, mas pela aprovação de Deus. O pastor é segundo o coração de Deus e não segundo o coração dos homens (Jr 3.15);
  • O valor de um pastor não é medido pelo tamanho de sua igreja, mas por suas qualidades éticas, morais e espirituais;
  • O valor de um pastor não é medido pelo volume das entradas financeiras de sua igreja, mas por sua capacidade de suprir seu rebanho com a Palavra de Deus. Há pastores que se preocupam com a lã. Há pastores que se preocupam com as ovelhas.
  • O valor de um pastor não é medido pelo salário que ganha, mas pelo serviço que presta;
  • O valor de um pastor não é medido por sua capacidade política e de articulação, pois muitas vezes ele deixa de ser “politicamente correto” para permanecer justo e reto diante de Deus;
  • O valor de um pastor não é medido pelos cargos que ele ocupa na denominação, mas pelo serviço que presta à Obra de Deus;
  • O valor de um pastor não é medido pela satisfação de seus ouvintes, mas por sua pregação coerente aos valores do evangelho bíblico capaz de transformar vidas. A sua mensagem, ao invés de massagear o ego humano, às vezes desagrada por confrontar o ouvinte com a verdade;
  • O valor de um pastor não é medido pelo seu poder ou status, mas por sua submissão e obediência a Deus;
  • O valor de um pastor não é medido por sua autossuficiência. O poder de Deus se aperfeiçoa na fraqueza de homens que às vezes julgamos fracos e incapacitados (2ª Co 12.9);
  • O valor de um pastor não é medido por sua condição física, mas por sua condição espiritual;
  • O valor de um pastor não é medido pela quantidade de amigos ou pessoas que o rodeiam, mas sim por seu amor às pessoas;
  • O valor de um pastor não é medido pelos seus discursos, mas pela autoridade de seu viver (Mt 7.9);
  • O valor de um pastor não é medido pelo crescimento quantitativo ou não da membresia de sua igreja, mas pelas transformações que suas mensagens geram em seus ouvintes. Há por aí templos cheios de pessoas perdidas, e igrejas pequenas onde pessoas experimentam a salvação em Cristo;
  • O valor de um pastor não é medido pelo seu poder de empolgar sua igreja ou plateia, pois seu chamado é para pastorear e não para “animar” auditório;
  • O valor de um pastor não é medido pelas crises que passa ou deixa de passar, mas pela maneira como se comporta em momentos difíceis;
  • O valor de um pastor é medido por critérios divinos e não humanos.
  • O pastor é dependente de Deus, e não de homens;
  • O pastor é homem frágil e pequeno, por meio do qual Deus realiza coisas grandes e extraordinárias;
  • O pastor sabe que seu chamado é para pastorear e não para gerir empresas; ele não se preocupa com números mas com a saúde de suas ovelhas;
  • O verdadeiro pastor não se “contextualiza” ao mundo, mas se esforça para tirar vidas do mundo;
  • O pastor de valor forma valores;
  • Se você tem um pastor, agradeça a Deus, ore por ele e ame-o!

Pr Cleber

Os erros do Espírito Santo

Pare evitar melindres, digo logo que o título é retórico, e não literal. Perco parte do impacto, mas evito logo os caçadores de heresia. Não tenho muita paciência com gente que procura chifre em cabeça de cavalo, e por isso esclareci logo.

Filipe estava pregando para uma multidão, e o Espírito o removeu para o deserto. Tirou-o do meio de um trabalho de massa e de grande impacto. É que lemos em Atos 8.12-13: “Mas, quando creram em Filipe, que lhes pregava acerca do reino de Deus e do nome de Jesus, batizavam-se homens e mulheres. E creu até o próprio Simão e, sendo batizado, ficou de contínuo com Filipe; e admirava-se, vendo os sinais e os grandes milagres que se faziam”. Filipe tivera discernimento e fora para a Samária: “E descendo Filipe à cidade de Samária, pregava-lhes a Cristo. As multidões escutavam, unânimes, as coisas que Filipe dizia, ouvindo-o e vendo os sinais que operava; pois saíam de muitos possessos os espíritos imundos, clamando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos foram curados” (At 8.5-7). Lá surgiu um avivamento e muitas conversões aconteceram.

É neste momento que vem o Espírito e comete seu primeiro erro: encaminha o evangelista a um lugar deserto. Tudo bem planejado por Filipe, as coisas estão indo bem, e o Espírito, de supetão, o remove dali para um lugar inexpressivo. Deus deveria respeitar mais nosso planejamento. Temos bons estrategistas, gente que sabe criar projetos e delinear ações. Mas Deus tem o estranho hábito de fazer as coisas sem nos pedir informações e sem olhar nossa prancheta. Não se tira um obreiro de um lugar em que ele está indo muito bem, fazendo um bom um trabalho, privando o lugar de sua presença marcante. As coisas iam bem por causa do homem certo no lugar certo.

O segundo erro estratégico: tirou o evangelista do meio de muitas pessoas e o encaminhou para esperar que passasse alguém. Veja os contrastes: “multidões” (v. 6) e “muitos” (v. 7) para “deserto” (v. 26). Ora, por que investir em lugares pequenos? Por que enviar um missionário para um vilarejo, ao invés de centrar as forças nos grandes centros urbanos? Faltou-lhe noção de estratégia missionária. Não aprendeu dos missiólogos. Ignorou as modernas técnicas de evangelização mundial. Foi por isso que errou. São Paulo de Piratininga é mais importante que Coxipó de Poconé de Conceição de Mato Dentro. Ter uma igrejona em Sampa é mais importante, estrategicamente falando, que ganhar alguém na periferia de Coxipó.

O terceiro: tirou o evangelista do meio de uma batalha, em que confrontara vitoriosamente o mal, para um lugar pacífico. Simão, o Mago, se decidira. Era só trabalhar mais com ele. Que troféu para exibir! Figurões convertidos ajudam muito na expansão do evangelho. Exibir um ex-alguma coisa dá um ibope terrível! A quem Filipe evangelizaria, no deserto? Lobos? Serpentes? Escorpiões? Para piorar, Pedro já “engrossara o caldo” com Simão: “Mas disse-lhe Pedro: Vá tua prata contigo à perdição, pois cuidaste adquirir com dinheiro o dom de Deus. Tu não tens parte nem sorte neste ministério, porque o teu coração não é reto diante de Deus. Arrepende-te, pois, dessa tua maldade, e roga ao Senhor para que porventura te seja perdoado o pensamento do teu coração; pois vejo que estás em fel de amargura, e em laços de iniqüidade” (At 8.20-23). Figurões que sejam convertidos potenciais devem ser tratados com luvas de pelica! O Espírito também poderia orientar melhor aos missionários. Noções de Relações Púbicas fazem bem.

Por tudo isso, o Espírito Santo seria reprovado na disciplina Estratégia Missionária, num curso de Missiologia. Nós sabemos que o segredo do sucesso está no bom planejamento. Sabemos pensar, fazer projetos, idealizar situações. Tanto que nem precisamos de muita oração. A prancheta substitui o joelho em terra e nos dá a sensação de utilidade. Estamos fazendo alguma coisa para Deus ao invés de esperarmos passivamente. Nós somos proativos, e não reativos, mesmo reativos a Deus. Somos uma denominação que sabe planejar! Vejo cada calhamaço de planejamento! Só não entendo porque, com tanto planejamento, as coisas não melhoram. Bem, quem sabe, precisamos de mais planos…

Sabemos o que aconteceu. Filipe foi para o deserto, ganhou um ministro de Candace, rainha da Etiópia, para Jesus. O homem regressou convertido para seu país, e assim se cumpriu uma profecia bíblica: “estenda a Etiópia ansiosamente as mãos para Deus” (Sl 68.3). E, figurão por figurão, o Espírito sabia qual lhe seria mais útil.

Não se trata de seletividade do Espírito, removendo Filipe do meio do povão e levando-o a uma pessoa importante. É que o plano de Deus estava formado há séculos. Deus já tinha a conversão deste homem em mente, antes do avivamento em Samária. Precisamos conhecer os desígnios divinos para nossas vidas e para seu reino. E ele nos faz conhecê-los na convivência com ele. Não desconsidero os planos, mas considero que buscar a Deus e submeter-se a ele é mais importante que qualquer outra coisa. Geralmente planejamos e pedimos que Deus abençoe os nossos planos. Buscamos conhecer os planos de Deus? Antes de dedicarmos os planos a Deus dedicamos-lhe nossa vida? Nem sempre o segredo do bom sucesso são os planos, mas o caráter espiritual das pessoas sempre pesará muito. A espiritualidade não pode vir a reboque de projetos. A oração não pode ser item em nossas agendas, mas o suporte do que fazemos.

Creio que mais importante que papel e arquivos em computador é a profundidade espiritual. É a oração, não como tópico de agenda administrativa, mas a passional. Receio que a burocracia se torne um shiboleth e sufoque o Espírito Santo. Não é pecado planejar, mas é pecado criar a cultura de que tratamos de um negócio comum, que se atém a regras humanas normais, e não que cuidamos de algo sobrenatural, que não pode nunca deixar de ter abordagem e enfoque sobrenaturais em primeiro lugar. Será que muitas de nossas instituições não estão em crise exatamente por isso? Por que deixaram de ser espirituais e suas engrenagens se tornaram meramente comerciais? Se tem dinheiro em caixa então cumpriu sua missão. Será isto mesmo? Não será por isso que muitas não têm dinheiro em caixa e vão mal em outros setores?

O caráter de Filipe fica bem claro em Atos 6.3: “Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais encarreguemos deste serviço”. E isto me leva a considerar que a maior necessidade da igreja e das instituições que a servem (como batista entendo que as instituições são servas das igrejas) não é de mais burocracia eclesiástica, mas de pessoas de caráter espiritual elevado. De homens e mulheres espiritualmente rendidos a Deus e completamente entregues em suas mãos para a obra. Penso se não nos sobram planos e escasseiam quebrantamento e vida nas mãos de Deus. É ele quem faz a obra através de pessoas, e não as pessoas que fazem a obra através dos seus planos. “E Deus pelas mãos de Paulo fazia milagres extraordinários” (At 19.11).

Filipe pôde sair do meio do avivamento e ir para o deserto porque não mensurava seu serviço pela contagem de cabeças de decididos, mas sim em termos de espiritualidade obediente. Não são planos ou números. Estes são circunstanciais, secundários e produto da espiritualidade. O que mais importa são vidas nas mãos de Deus. Como a de Filipe. Com vidas assim nas mãos do Espírito de Deus as coisas dão certo. Ele nunca erra.

Pr Isaltino Gomes Coelho

Ágabo, uma profecia com dois pequenos erros

Depois de passarmos ali vários dias, desceu da Judéia um profeta chamado Ágabo. Vindo ao nosso encontro, tomou o cinto de Paulo e, amarrando as suas próprias mãos e pés, disse: “Assim diz o Espírito Santo: ‘Desta maneira os judeus amarrarão o dono deste cinto em Jerusalém e o entregarão aos gentios’” (Atos 21.10,11).

Parece que existem dois fatores conflitantes nessa passagem. Por um lado, a frase introdutória de Ágabo – “Assim diz o Espírito Santo” – sugere uma tentativa de falar como os profetas do AT que diziam: “Assim diz o Senhor…”.

Por outro lado, porém, os acontecimentos da própria narrativa não coincidem com o tipo de precisão que o AT exige daqueles que falam as palavras de Deus. Na verdade, pelo padrão do AT, Ágabo teria sido considerado como falso profeta, porque em Atos 21.27-35 nenhuma de suas previsões é cumprida.

Em primeiro lugar, Ágabo predisse que os judeus de Jerusalém “amarrariam” Paulo (At 21.11; a palavra grega traduzida por “amarrar” é deo). Contudo, quando Paulo foi efetivamente capturado em Jerusalém, mais tarde no mesmo capítulo, Lucas nos diz duas vezes que não foram os judeus, mas os romanos que amarraram Paulo: “O comandante chegou, prendeu-o e ordenou que ele fosse amarrado com duas correntes” (At 21.33).

Em segundo lugar, o “erro” da profecia de Ágabo refere-se ao segundo detalhe predito: o fato de que os judeus “entregariam” Paulo nas mãos dos gentios. Aqui, a palavra grega para entregar é paradidomi, que significa “dar voluntariamente, passar às mãos”. O ponto essencial do sentido dessa palavra é a idéia de “entregar”, “doar” ou “passar às mãos” de maneira ativa, consciente e proposital alguma coisa a alguém – esse é o sentido que aparece nas outras 119 ocorrências dessa expressão no NT.

A palavra paradidomi é usada, por exemplo, quando Judas “entregou” Jesus nas mãos dos líderes judeus (Mt 26.16); quando os judeus “entregaram” Jesus nas mãos dos romanos (Mt 20.19); quando João Batista foi “entregue” à prisão (Mc 1.14); quando Moisés “entregou” as leis ao povo (At 6.14); quando Paulo “entregou” ensinamentos à igreja (1Co 15.3). Nenhum dos outros 119 exemplos do uso dessa palavra no NT deixa de usar a idéia de uma ação consciente e intencional feita por quem faz a entrega.

Lucas na narrativa que se segue à profecia de Ágabo, ele mostra que os judeus não “entregaram” Paulo nas mãos dos gentios. Em vez de deliberadamente “passar Paulo às mãos” dos gentios – como os judeus haviam feito com Jesus, por exemplo, os próprios judeus tentaram matá-lo (At 21.31). Paulo precisou ser forçosamente resgatado dos judeus pelo tribuno romano e seus soldados (At 21.32,33). Mesmo assim, a violência do povo era tão grande que ele precisou ser carregado pelos soldados (At 21.35).

É importante notar que Lucas não tem intenção de mostrar que Ágabo proclamou uma profecia imprecisa. Essas palavras são apenas detalhes, alguém poderia dizer. Contudo, tal explicação não leva em conta de maneira plena o fato de que esses são os únicos dois detalhes que Ágabo menciona – em termos de conteúdo, eles são o cerne de sua profecia. De fato, esses detalhes são o que fazem dessa predição algo incomum. Provavelmente qualquer pessoa que soubesse de que maneira os judeus, por todo o Império Romano, haviam tratado a Paulo em várias cidades poderia ter “predito”, sem qualquer revelação do Espírito Santo, que Paulo enfrentaria violenta oposição dos judeus em Jerusalém. 

O aspecto singular da profecia de Ágabo foi sua predição de que Paulo seria “amarrado” e “entregue nas mãos dos gentios”. Nesses dois elementos básicos, ele estava um tanto equivocado.

Pr. Marcello Oliveira

P.s>>  O texto em tela não tem como finalidade debater a contemporaniedade dos dons espirituais. Eu, Pr Marcello Oliveira, creio firmemente na atualidade dos dons e seu uso na igreja atual.

O amor inabalável de Deus

Estou convencido de que nem morte, nem vida, nem anjos, nem demônios […] nem altura, nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor – Romanos 8.38-39

Romanos 8 é, sem dúvida, um dos capítulos mais conhecidos da Bíblia, especialmente os doze versículos finais, em que Paulo alcança as mais sublimes alturas. Depois de escrever os principais privilégios dos cristãos justificados- paz com Deus, união com  Cristo, liberdade da lei e vida no Espírito- a mente de Paulo, guiada pelo Espírito, passa a desvendar todo o plano e propósito de Deus, da eternidade passada à eternidade ainda por vir.

Ele começa citando cinco convicções inabaláveis (v. 28): Deus age em todas as coisas; Ele age para o bem do seu povo; Ele age assim para aqueles que o amam, e que foram chamados, de acordo com o seu propósito. Sabemos de tudo isso, Paulo escreve, mas nem sempre entendemos. A seguir vêm cinco afirmações inegáveis (v. 29-30), que descrevem em detalhes aquilo que Paulo quis dizer com “propósito de Deus”. Elas se referem ao povo de Deus, a quem Deus conheceu de antemão (isto é, que ele decidiu amar) e predestinou para serem conformes a imagem do seu Filho; a quem também chamou para si através do evangelho, justificou, e por fim, glorificou. Nossa glorificação é expressa como algo que aconteceu no passado, pois ela já está garantida, apesar de só acontecer no futuro. Assim, Paulo se desloca do passado para o futuro, até chegar a cinco perguntas irrespondíveis:

  1. “Se Deus é por nós, quem será contra nós?”
  2. “Aquele que não poupou seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós, como não nos dará juntamente com Ele, e de graça, todas as coisas?”
  3. “Quem fará alguma acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica”
  4. “Quem os condenará? Foi Cristo Jesus que morreu; e mais, que ressuscitou e está à direita de Deus, e também intercede por nós”
  5. “Quem nos separará do amor de Cristo?”

 Assim, Paulo nos apresentou cinco convicções acerca da providência de Deus, cinco afirmações sobre seu propósito e cinco perguntas sobre seu amor. Todas juntas nos dão cinco certezas a seu respeito. Necessitamos urgentemente dessas certezas, pois no mundo de hoje não encontramos firmeza em lugar nenhum.

Pr Marcelo Oliveira

Bibliografia: Stott, John. A Bíblia Toda, Ano Todo. Ed. Ultimato

                          Lopes, Hernandes Dias. Romanos. Ed. Hagnos

A mais longa lista de pecados da Bíblia está relacionada à homossexualidade

Quando o homem desprezou o conhecimento de Deus e perverteu o culto divino, perdeu a sua identidade. O homossexualismo é uma negação total do mundo real. Refuta qualquer possibilidade de continuidade e ameaça a identidade da pessoa como fruto do relacionamento de um pai e uma mãe. Não podemos concordar com a bandeira levantada pela homofobia, quando os ativistas desse movimento afirmam que o homossexualismo é uma opção normal e que o casamento de pessoas do mesmo sexo é uma união de amor que deve ser chancelada pela lei de Deus e dos homens. Ao descrever o homossexualismo, Paulo aponta sete características desse pecado abominável: 1) imundícia (Rm 1.24); 2) desonra para o corpo (1.24); 3) paixão infame (1.26); 4) antinaturalidade (1.26); 5) contrariedade à natureza (1.26); 6) torpeza (1.28); 7) erro (1.28).

O apóstolo Paulo amplia a questão quando faz um diagnóstico sombrio da realidade que nos cerca. A decadência moral atinge todos os relacionamentos: com Deus, consigo próprio, com o próximo e com a família. Esta é a mais longa lista de pecados encontrada nas epístolas paulinas. Paulo faz uma lista de 21 pecados, que mostraremos agora:

  1. Cheios de injustiça – A palavra grega adikia significa roubar tanto aos homens como a Deus de seus direitos.
  2. Cheios de malícia – A palavra grega poneria se refere a uma maldade sedutora, maligna. Trata da pessoa que não apenas é má, mas procura arrastar os outros para sua maldade.
  3. Cheios de avareza – A palavra grega pleonexia é o desejo desenfreado que não conhece limites nem leis, o desejo insaciável de ter o que não lhe pertence por direito. É amor insaciável às possessões e aos prazeres ilícitos.
  4. Cheios de maldade – A palavra grega kakia descreve o homem desprovido de todo o bem. Trata-se da pessoa que tem inclinação para o pior. É o vício essencial que inclui todos os outros e do qual todos os outros procedem.
  5. Possuídos de inveja – A palavra grega fthonos descreve o terrível sentimento de sentir-se desconfortável com o sucesso dos outros, não só desejando o que lhe pertence, mas também alegrando-se com suas tragédias.
  6. Possuídos de homicídio – A palavra grega fonos se refere a desejo, intenção ou atitude de ferir o outro para tirar-lhe a vida. O assassino é também aquele que odeia a seu irmão (1Jo 3.15). O homem pode ver a ação, mas Deus conhece a intenção.
  7. Possuídos de contenda – A palavra grega eris diz respeito ao sentimento e à atitude daquele pessoa que é dominada pela inveja e por isso se torna facciosa e briguenta.
  8. Possuídos de dolo – A palavra grega dolos retrata a pessoa que não age da maneira reta, usando sempre métodos tortuosos e clandestinos para alguma vantagem. A palavra vem do verbo doloun usado para referir-se à falsificação de metais preciosos e a adulteração de vinhos.
  9. Possuídos de malignidade – A palavra grega kakoetheia descreve a pessoa que sempre supõe o pior acerca dos outros. É a pessoa que sempre vê as coisas pelo lado mais sombrio.
  10. Difamadores – A palavra grega psithyristes representa a pessoa que murmura suas histórias maliciosas de ouvido a ouvido.
  11. Caluniadores – A palavra grega katalalos refere-se a pessoa que proclama publicamente suas infâmias.
  12. Aborrecidos de Deus – A palavra grega theostygeis retrata o homem que odeia a Deus, porque sabe que Deus é estorvo em seu caminho de licenciosidade. De bom grado eliminaria Deus se pudesse, pois para ele o mundo sem Deus lhe abriria o caminho para o pecado.
  13. Insolentes – A palavra grega hybristes retrata a pessoa altiva, soberba, sadicamente cruel, que encontra prazer em prejudicar o próximo.
  14. Soberbos – A palavra grega hyperefanos descreve a pessoa que está cheia de si mesma como um balão cheio de vento. Este é o ponto culminante de todos os pecados. Trata-se de quem despreza todos, exceto a si mesmo, e tem prazer em rebaixar e humilhar os outros.
  15. Presunçosos – A palavra grega alazon descreve a pessoa que pensa de si mesma além do que convém e exalta a si mesma acima da medida. Diz respeito a quem pretende ter o que não tem, saber o que não sabe e jacta-se de grandes negócios que só existem em sua imaginação.
  16. Inventores de males – As palavras gregas efeuretes kakon retratam aquelas pessoas que buscam novas formas de pecar, novos recônditos nos vícios, porque estão enfastiadas e sempre à procura de novas emoções em alguma fora diferente de transgressão.
  17. Desobedientes aos pais – As palavras gregas goneusin apeitheis se referem àquela atitude dos filhos de sacudir o jugo da obediência aos pais. Trata-se de filhos rebeldes e irreverentes.
  18. Insensatos – A palavra grega asynetos descreve o homem que é incapaz de aprender as lições da experiência. Trata-se da pessoa culpada de grande sandice, que se recusa a usar a mente e o cérebro que Deus lhe deu.
  19. Pérfidos – A palavra grega asynthetos descreve a pessoa que não é confiável. É aquele desonesto em quem não se pode confiar.
  20. Sem afeição natural – A palavra grega astorgos significa sem amor à família. Trata do desamor dos pais aos filhos e dos filhos aos pais. É a falta de afeto entre os irmãos de sangue. A prática abusiva de abortos e os crimes familiares apontam para a gravidade desse pecado em nossos dias.
  21. Sem misericórdia – A palavra grega aneleemon retrata a pessoa implacável, sem piedade, que fere e mata o outro sem compaixão.

Conclusão

Depois de descrever com cores fortes e vividas o estado de decadência da sociedade, Paulo faz duas afirmações ainda mais chocantes:

1)     Os homens pecam conscientemente. “Ora conhecendo eles a sentença de Deus, de que são passíveis de morte os que tais coisas praticam não somente as fazer…” (Rm 1.32ª).  As pessoas agem sabendo que estão agindo errado. Elas sufocam a verdade, abafam a voz da consciência, mas no íntimo sabem que aquilo que praticam é um ato de rebeldia contra Deus e passível de punição.

2)     Os homens aplaudem os que praticam as mesmas coisas. “…mas também aprovam os que assim procedem” (Rm 1.32b). Amados vejam a atualidade das Escrituras. Não foi exatamente isto que o STF fez esta semana? A sociedade se mostra orgulhosa e até entusiasmada pelo pecado. O nível mais baixo da degradação moral de uma sociedade é quando ela não apenas pratica o mal, mas também o incentiva e aplaude. Esse é o clímax da perversidade. É isso que vemos todos os dias na televisão, nos outros meios de comunicação e o pior de tudo, no “guardião” da Constituição Federal – o STF.

O Eterno tenha misericórdia de nós,

Pr Marcelo Oliveira

Bibliografia:  Wiersbe, Warren. Comentário Expositivo. Geográfica Editora

Rienecker, Fritz; Rogers, Cleon. Chave lingüística do NT

Lopes, Hernandes Dias. Romanos. Ed. Hagnos

Barclay, William. Romanos, p. 45-51

Provérbios, a excelência da sabedoria

INTRODUÇÃO

Não há enredo. São pensamentos acumulados em séculos de cultura hebraica. Atribuído a Salomão (971-931 a.C.), e concluído por Ezequias (715-686 a.C.), cf. Pv 25. Mais de 250 anos de observação, análise e reflexão, além da orientação do E. Santo. Veremos alguns de seus temas nele. Hoje, uma visão geral.

1. UMA OBSERVAÇÃO PRIMÁRIA – A finalidade do livro: 1.2-6. Atente à expressão conhecer a sabedoria. “Sabedoria” é a palavra hokhmâ, cujo sentido é “ter orientação para viver bem”. Não é especulação ou sentimento. É prática. Os sábios, hâkhamyn, eram muito respeitados em Israel. Ligados à corte, organizavam e ensinavam ao povo a sabedoria prática e o conhecimento (Ec 12.9). Ensinavam a viver bem. A Bíblia ensina como viver bem, neste mundo. O fiel deve ser sábio.

  1. O QUE É SABEDORIA? – Não é erudição, cultura acadêmica ou escolaridade. Que é?

(1)   Em 1.2 – É instrução (hebraico, mûsar). A idéia é de treinamento. A pessoa se treina para a vida. Não é um termo estático. É algo que vai ser trabalhado para aprender a viver. A Bíblia ensina a viver. Tem princípios para nossa vida aqui: Sl 119.130. Veja Pv 1.2, na LH.

(2)   Ainda em 1.2 – São palavras de inteligência. O hebraico é binâh, cuja tradução é “discernimento”.  É ter discernimento da vida. Por exemplo: Romanos 12.17.

(3)   Em 1.3 – É sábio procedimento.  Vem de haskel, “bom senso, habilidade para administrar conflitos”. Exemplo: Abigail (1Sm 25.3 e 25.25 e seguintes). O marido, uma toupeira, teve um infarto (v. 37). BJ: “De manhã, quando Nabal acordou da bebedeira, sua mulher lhe contou o que acontecera, e ele sentiu o coração parar no seu peito, e ficou como pedra”. Abigail tinha bom senso, haskel. Fuja do mal.

(4)   Em 1.4 – É prudência. O hebraico é ‘ormah. A primeira pessoa com ‘ormah na Bíblia é a serpente (Gn 3.1). Lá foi traduzido por “astuta”. A idéia é de sagacidade, não de maldade. Saber o que dizer, como se conduzir na conversa com os outros.

(5)   Em 1.4 – É juízo. O hebraico é mezimah, “capacidade de fazer planos”. Como ter um plano de vida sensato.

  1. QUAL É A FONTE DE SABEDORIA? – Em 1.7. “Temor do Senhor” é uma expressão que corresponde ao nosso conceito de religião ou espiritualidade. O princípio da sabedoria está na religião revelada na Escritura. O homem sem Deus é “néscio” (Sl 14.1). “Néscio” é nabhal, a pessoa que não usa a razão (nome do marido de Abigail). Quem usa a razão busca a Deus. A cultura não afasta de Deus. É a meia cultura. O saber aproxima de Deus: Sl 8.4 e 19.1. Algumas das maiores mentes deste mundo foram tementes a Deus.

 

CONCLUSÃO – O DESAFIO DE PROVÉRBIOS

Um desafio para viver bem. Ouvir, aprender, pesquisar e refletir. Os evangélicos de hoje valorizam mais sentir que aprender. Mas o sábio ouve, reflete, pesquisa, corrige a vida. Não busca sensações ou sentir-se bem, mas ser corrigido pela Palavra. Nela está a sabedoria, pois ela vem de Deus.

Pr Isaltino Gomes