O objetivo do escritor de Hebreus é mostrar a superioridade de Cristo por meio de três argumentos: (1) o Construtor é maior do que a casa; (2) o Senhor é maior do que o servo; e (3) a Realização é maior do que o símbolo dela.
1) O primeiro argumento se fundamenta na superioridade do Construtor sobre a casa, sendo assim expresso: Jesus, todavia, tem sido considerado digno de tanto maior glória do que Moisés, quanto maior honra do que a casa tem aquele que estabeleceu (Hb 3.3).
A glória da qual Cristo foi digno é uma referência à Sua filiação, ao passo que a palavra “doxa”, traduzida como glória na primeira parte do versículo, torna-se “timem” na segunda parte, por ser mais aplicável a uma casa. Moisés foi, na verdade, fiel, mas ele era parte da casa, não o fundador dela, daí termos uma significativa mudança de preposições: de em – para sobre.
Moisés foi fiel na casa; Cristo foi fiel sobre a casa. As palavras “maior honra do que a casa tem” são “
kath hoson”, significam quanto maior. O escritor da epístola aos Hebreus reforça o argumento no versículo seguinte, dizendo: Porque toda casa é edificada por alguém, mas o que edificou todas as coisas é Deus (Hb 3.4). Existe aqui uma profunda visão espiritual do Cristo encarnado como o Logos, ou Verbo eterno, pelo qual todas as coisas foram feitas. Portanto, Cristo, como o Filho divino, não é apenas Soberano, mas o Fundador da casa, logo superior a Moisés, que era parte da dispensação sobre a qual presidia.
2) O segundo argumento, de que o Senhor é maior do que o servo, é extraído do contraste entre Moisés como servo e Cristo como Filho: E, na verdade, Moisés foi fiel em toda a sua casa, como servo (Hb 3.5a).
A tarefa de exaltar a Cristo acima de Moisés era delicada, pois este era alvo de “veneração” por parte dos judeus. A vida religiosa de Israel, a Lei com suas várias observÂncias, o conhecimento de Deus e a esperança que os judeus tinham na vida futura estavam todos ligados a Moisés, o servo de Deus. Além disso, o próprio Deus testificara: Moisés, é fiel em toda a minha casa e boca a boca falo com ele (Nm 12.7,8a).
Contudo, a habilidade do escritor de Hebreus, inspirada pelo Espírito Santo, nunca falha. Ele toma as palavras casa, servo e Filho e desenvolve-as de maneira magistral. Moisés é um “therephon”, servo livre, aquele que serve voluntariamente e executa os desejos do seu senhor na administração da casa; não é um “doulos”, escravo sem vontade própria. Moisés, portanto, é caracterizado por toda a dignidade que se ligava ao seu ofício. E ainda, Moisés era um servo fiel em toda a casa de Deus. Os outros servos eram usados em várias partes da casa. Profetas, reis e sacerdotes tratavam de aspectos diferentes e limitados da verdade e da vida; a Moisés, contudo, fora confiado toda a dispensação, o regime e o cuidado de toda a família de Israel.
O alvo do argumento é este: Moisés foi servo em casa de servos, tendo sido ele próprio parte da casa; Cristo, todavia, é Filho sobre uma casa de filhos, sendo Ele mesmo o Autor e Fundador da dispensação sobre a qual é Soberano.
3) O terceiro argumento, de que a Realização é maior do que o símbolo dela, baseia-se na seguinte afirmação: o ministério de Moisés foi para testemunho das coisas que haviam de anunciar (Hb 3.5b).
Moisés, portanto, não apenas deu testemunho quanto à verdade contida na Lei, mas prescreveu o culto simbólico em sua própria casa sob um feitio que, testificaria aquele que seria mais plenamente exibido em Cristo. Por isso, nosso Senhor disse: Porque, se vós crêsseis em Moisés, creríeis em mim, porque de mim escreveu ele (Jo 5.46); e, em relação aos discípulos no caminho de Emaús, agiu da seguinte forma: E, começando por Moisés e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras (Lc 24.27).
A dispensação mosaica, portanto, era simbólica e dava testemunho tanto da pessoa como da obra de Jesus Cristo.
Pr Marcello de Oliveira
Bibliografia: Wiley, Orton. A excelência da Nova Aliança. Editora Central Gospel – 2008
Prezamado, homem de Deus, pr. Marcello de Oliveira,
Shalom!
Cada vez é de maior importância, interagir com a Palavra de Deus, que nos revela os motivos e as responsabilidades, para a nossa vida. Vida de servo, filho e pela Misericórdia e Bondade do Senhor, herdeiros em Jesus Cristo.
O Senhor seja contigo,
pr. Newton Carpintero
http://www.pastornewton.com
Eu já vi nos dias de hoje instituições que tinham Átrio, Santo Lugar… As pessoas tem que ter sabedoria para ler e aplicar as Escrituras, não se pode pegar 1 versículo aleatoriamente e daí fazer de prática, pois a Bíblia apesar de ser formada por muitos Livros ela é apenas 1 Livro e 1 Contexto, as vezes uma passagem que está em Levítico tem explicação em Hebreus, é preciso entender o Plano de Deus do começo ao fim, e não pela metade senão ficaremos perdidos. Não podemos pegar uma passagem do antigo testamento e aplica-la imediatamente, tem coisas alí que Deus falou para Israel e não para nós, é como se meu irmão recebesse uma promessa de Deus e eu tomasse posse pra minha vida. Temos que ter cuidado quando lermos a Bília para não acabarmnos caindo em heresia.
Graça e Paz
SHALOM!
1. Amado Pr Newton, grato por seu comentário e sua honrosa visita e este singelo espaço. O Eterno te conduza em triunfo.
Em Cristo, Pr Marcello de Oliveira
Amado irmão Marcello,excelente artigo, muito edificante e de grande valor,Deus continue te Abençoando !!
Paz do Senhor !!
THIAGO JESUS
Nobre Pr. Marcello;
Mais um belo texto explicativo.
Joa 5:39 – Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam;
É isso que o irmão tem feito
Deus , em Cristo abençoe seu ministério.
Em Cristo – Marcos
Pr.Marcello,
Em 1º, quero lhe agradecer por ter comentado em meu blog, fiz ele recentemente e estou montando aos poucos,fico grata.
Em 2º, gostei muito deste texto, muito belo e senti paz em lê-lo.
Assim como os seus outros textos, que Deus possa sempre te inspirar e nos abençoar a cada dia.
A Paz.
Caro Pr. Marcello de Oliveira,
A Paz do Senhor!
Parabéns por mais esse brilhante texto.
Seu ministério já deixa rastros de excelência em nossa geração.
Que o Eterno o conserve assim para o louvor da Sua glória.
Um grande abraço!
Seu conservo e admirador,
Pr. Carlos Roberto
SHALOM!
1. Rev Carlos Roberto, é uma alegria bem como uma honra receber sua visita e seus comentários!
2. Louvo ao Eterno por desfrutar de sua amizade.
Em Cristo, Pr Marcello
Caro Pastor Marcelo,
Que Deus continue colocando em seu coração o desejo de compartilhar conosco seus conhecimentos adquiridos a cada dia.
Sua técnica de escrever o texto, tendo cada etapa respaldado pela escrituras, nos alerta a sermos mais fiéis as escrituras em nossos escritos.
Com sua anuência, estarei reproduzindo esse texto em nosso blog (minreligare.blogspot.com)para uma maior divulgação.
Peço também sua intercessão, estou lançando neste domingo(28/6)meu primeiro livro: "Onde eu termino e Deus começa" na Igreja Metodista da Engenhca, na cidade de Niterói,Rj.
um abraço
Graça e Paz
Pr.Paulo Nogueira
Ministério Religare
Kharis kai eirene
Prezado Pr. Marcelo, a casa, Israel, foi edificada por Deus, mas a casa, Igreja, por Cristo. Uma casa, afirma o rapsodo, é construída ou edificada por alguém. Ela não subsiste independente de seu edificador. Assim como uma casa necessita ser planejada e construída por alguém, Israel e a Igreja não subsistem independentes do Pai e do Filho respectivamente: “Pois toda casa é equipada por alguém, mas Deus é o construtor de todas as coisas” (v.4 – tradução pessoal).
O verbo “edificar”, nesta perícope, é a tradução de kataskeuadz?, que se entende por “construir”, “edificar”, ou “criar”, mas também “equipar” e “prover”. Na mesma epístola é usado em 11.7 com o sentido de “preparar” (ARC), “aparelhar” (ARA), “construir” (NVI/TEB), para designar à construção, edificação e aparelhamento da arca por Noé. O biblista irlandês, James M. Flanigan assevera que kataskeuaz? designa a Cristo como “o desenhista, o planejador, o realizador que ordenou e estabeleceu todas as coisas”. A fim de que não houvesse qualquer suspeição concernente à interpretação da “casa”, da qual Cristo é o edificador, o escritor aos Hebreus argumenta: “Mas Cristo é fiel como Filho sobre a casa de Deus; e esta casa somos nós, se é que nos apegamos firmemente à confiança e à esperança da qual nos gloriamos” (v.6 – NVI). Esta casa é a Igreja de Deus; a comunidade da fé, ou como afirma Paulo em Efésios 2.19 a oikia(i) tou Theou), isto é, a Família de Deus. Portanto, Jesus é o edificador da Igreja, a Família de Deus e, por essa mesma razão “tem maior” “glória” e “honra” do que Moisés e qualquer um dos apóstolos (v.3).
Embora essas metáforas neotestamentárias encontrem seus fundamentos no Antigo Testamento, podemos afirmar que assim como a essência não se confunde com a forma, a “nova casa” e “nova aliança” anunciadas nas Escrituras veterotestamentárias não se confundem com a essência vivida in totum pela comunidade da Nova Aliança, edificada e aparelhada por nosso Senhor Jesus Cristo. A realidade é superior ao anúncio, razão pela qual Moisés foi fiel , “como servo, para testemunho das coisas que se haviam de anunciar (v.5 – ARA).
Um abraço
Esdras Bentho
Shalom!
1. Pr Paulo Nogueira, parabenizo-o pelo novo livro. Que muitas vidas sejam alcançadas!
2. Pode publicar o texto, não esquecendo do autor, bem como da bibliografia.
Nele, Pr Marcello
A Paz do Senhor!
O blog continua muito edificante.
Tudo é pra glória de Deus.
Tenha um bom fim de semana.
Um abraço
Querido!!!
Obrigado pelo comentário!!
É tão bom recebermos o amor de nosso irmãos em Cristo!!!
Muito obrigado de coração. Deus abençõe