Imperdível: John Piper fala sobre batismo infantil

 1.  Arrependimento e fé precedem toda ordenança e instância de Batismo no Novo Testamento

Atos 2.37-38, 41

37 E, ouvindo eles isto, compungiram-se em seu coração, e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, homens irmãos? 38 E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo; 41 De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase três mil almas.

2. Não existe instância de batismo infantil na Bíblia.

E sobre batismos familiares? (Atos 16.15, 33; 1 Coríntios 1.16)

É um argumento do silêncio que crianças foram inclusas nestas três ocasiões[i]. Além disso, em Atos 16.30-33 Lucas aponta que a Palavra de Deus foi pregada a todos aqueles que foram batizados, deste modo, não sugerindo crianças, mas sim aqueles que podiam ouvir a Palavra é que foram batizados.  

Atos 16.30-33

30 “E, tirando-os para fora disse: Senhores, que é necessário que eu faça para me salvar?” 31 “E eles disseram: Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa”. 32 “E lhe pregavam a palavra do Senhor, e a todos os que estavam em sua casa”. 33 “E, tomando-os ele consigo naquela mesma hora da noite, lavou-lhes os vergões; e logo foi batizado, ele e todos os seus”.

3. Batismo É descrito por Paulo como uma expressão de fé.

Colossenses 2.11-12

11 No qual também estais circuncidados com a circuncisão não feita por mão no despojo do corpo dos pecados da carne, a circuncisão de Cristo;12 Sepultados com ele no batismo, nele [isto é, o batismo] também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos.

Assim sendo, o batismo é uma expressão de fé, e o ressuscitar com Cristo que acontece no batismo acontece por virtude do batismo ser uma expressão de fé que os infantes não podem exercer.

4. O batismo é descrito por Pedro como um apelo (indagação) a Deus pela pessoa sendo batizada.

1 Pedro 3.18-21

18 Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito; 19 No qual também foi, e pregou aos espíritos em prisão; 20 Os quais noutro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca; na qual poucas (isto é, oito) almas se salvaram pela água; 21 Que também, como uma verdadeira figura, agora vos salva, o batismo, não do despojamento da imundícia da carne, mas da indagação de uma boa consciência para com Deus, pela ressurreição de Jesus Cristo;

O batismo salva no mesmo sentido que de que é uma expressão exterior de um apelo interior a Deus, não como um mero ritual de água. Ele salva da forma que a confissão dos lábios salva em Romanos 10.9 – na medida que a confissão dos lábios é uma expressão de fé do coração.

Mas e acerca do sinal da aliança feita com os filhos dos israelitas na Velha Aliança?

Genesis 17.7-13

7 E estabelecerei a minha aliança entre mim e ti e a tua descendência depois de ti em suas gerações, por aliança perpétua, para te ser a ti por Deus, e à tua descendência depois de ti. 8 E te darei a ti e à tua descendência depois de ti, a terra de tuas peregrinações, toda a terra de Canaã em perpétua possessão e ser-lhes-ei o seu Deus. 9 Disse mais Deus a Abraão: Tu, porém, guardarás a minha aliança, tu, e a tua descendência depois de ti, nas suas gerações. 10 Esta é a minha aliança, que guardareis entre mim e vós, e a tua descendência depois de ti: Que todo o homem entre vós será circuncidado. 11 E circuncidareis a carne do vosso prepúcio; e isto será por sinal da aliança entre mim e vós. 12 O filho de oito dias, pois, será circuncidado, todo o homem nas vossas gerações; o nascido na casa, e o comprado por dinheiro a qualquer estrangeiro, que não for da tua descendência. 13 Com efeito será circuncidado o nascido em tua casa, e o comprado por teu dinheiro; e estará a minha aliança na vossa carne por aliança perpétua.

Catecismo de Heidelberg:

[Crianças filhos de pais cristãos] pertencem à aliança e o povo de Deus… eles também devem ser batizados como um sinal da aliança, inseridas na igreja cristã e distinguidas dos filhos dos incrédulos, como era feito no Antigo Testamento pela circuncisão, em lugar do qual o batismo do Novo Testamento é apontado.

Diretório de Culto [Público] de Westminster

A descendência e posteridade do fiel nascido dentro da igreja têm por seu nascimento um interesse na aliança e direito ao selo dela e aos privilégios externos da igreja sob o evangelho, não menos que os filhos de Abraão na época do Velho Testamento…

Por que o batismo não é realizado aos filhos de pais cristãos na Nova Aliança como a circuncisão era realizada aos filhos de pais judeus na antiga aliança?

5. Porque os membros da nova aliança não são definidos por uma descendência física, como os membros da antiga aliança eram, mas pela escrita de Deus em seus próprios corações e chamando-os para si e trazendo-os ao arrependimento e fé.

De acordo com este estreitamento das pessoas da aliança para aqueles que são verdadeiramente nascidos de Deus, o novo sinal da aliança significa que a pessoa é, de fato, parte da comunidade de nascidos de novo, que é evidenciado pela fé.

Da mesma forma que uma mudança no sinal ocorreu para permitir que homens e mulheres participassem do sinal (batismo no lugar da circuncisão), assim, deixando mais claro que antes que mulheres e homens são igualmente herdeiros da salvação (1 Pedro 3.7), então também uma mudança nos recipientes do sinal aconteceu para deixar mais claro que sob a Nova Aliança o povo de Deus não é determinado por uma descendência física, mas uma transformação espiritual, evidenciada pela fé.

5.1 João Batista chamou para ser batizado aqueles que já possuíam o sinal da aliança, mostrando que um novo significado estava sendo dado ao sinal – não mais apontando para a descendência de Abraão, mas antes a descendência espiritual por meio da fé e arrependimento.

Mateus 3.7-9

 7 E, vendo ele muitos dos fariseus e dos saduceus, que vinham ao seu batismo, dizia-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura? 8 Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento; 9 E não presumais, de vós mesmos, dizendo: Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que, mesmo destas pedras, Deus pode suscitar filhos a Abraão.

5.2 Jesus confirmou o ministério de João e definiu os filhos de Deus não como aqueles nascidos de certos pais, mas aqueles nascidos de Deus pela fé.

João 1.12-13

12 Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome; 13 Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.

5.3 Paulo elucidou que os filhos de Abraão a quem a promessa foi feita não eram aqueles nascidos de acordo com a carne, mas aqueles nascidos de acordo com a promessa. Filhos da promessa e filhos da carne não são a mesma coisa.

Romanos 9.6-8

6 Não que a palavra de Deus haja faltado, porque nem todos os que são de Israel são israelitas; 7 Nem por serem descendência de Abraão são todos filhos; mas em Isaque será chamada a tua descendência. 8 Isto é, não são os filhos da carne que são filhos de Deus, mas os filhos da promessa são contados como descendência.

Gálatas 3.6-7

6 Assim como Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça. 7 Sabei, pois, que os que são da fé são filhos de Abraão.

5.4. Os filhos a quem a promessa é feita são os filhos que são “chamados”, e a chamada de Deus é livre e não preso à família física.

Atos 2.39

Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar.

Tradução: Wellington Mariano

Fonte: http://www.desiringgod.org/resource-library/articles/infant-baptism-and-the-new-covenant-community/print?lang=en (acesso dia 07/06/2011)

 Tradução: Pr Wellington Mariano

Site: http://contraculturacrista.com.br

 


[i] A suposição de que crianças foram batizadas em batismos familiares é uma inferência, ou seja, não existe base bíblica clara e direta para tal. (Nota do tradutor)

10 Responses to Imperdível: John Piper fala sobre batismo infantil

  1. Pr.Marcello,

    Muito interessante e relevante este post, pois com simplicidade, objetividade e biblicidade , Piper aborda este assunto que já gerou muita polêmica no passado.
    Com todo amor aos evangélicos pedobatizadores, mas este ato (batismo infantil) carece mesmo de fundamentação bíblica como Piper bem expõe.

    Abraço a todos.
    Pr. Ednilson
    (www.gracaparahoje.com)

  2. DIÓGENES disse:

    Gostei.

  3. Rupert disse:

    Conciso, objetivo. Excelente!

  4. Ivanildo M Domingos disse:

    algumas perguntas:
    A na instituição da ceia não vemos relatado no texto Bíblico sendo ministrada para mulheres, seria antibíblico ministrar ceia para as senhoras por não está na Bíblia?

    Se a fé precede o batismo estariam as crianças condenadas por não preceder fé?

    Se o batismo é um sinal da nova aliança, quem é o autor deste sinal é a igreja ou Deus?

    Se Deus santifica o lar quando apenas 1 dos cônjuges é crente como diz Paulo.

    A aliança é a mesma ou outra?

    Quando Deus estabeleceu o sinal da aliança Com Abraão e sua descendência, quem foi que exerceu fé ao circuncidar o filho?
    por acaso os verdeiros Israelitas da descendência espiritual de Abraão circuncidavam seus filhos sem fé? Rm. 9 o Texto é do N.T mas a referencia é do V.T.

    a

  5. Felipe Oliveira Goncalves disse:

    Creio que isso q o Piper falou apresenta uma série de poblemas porque significaria que as promessas de Deus também foram descontinuadas:

    A promessa feita na velha aliança está em pleno vigor na nova sabem porque? Vamos recapitular:1) A promessa foi feita com Abraão e todos os filhos dele presente ali e também todos os crentes do futuro que viriam

    a crer

  6. Felipe Oliveira Goncalves disse:

    2)Deus disse que era para 1000 gerações e até Cristo foram somente 42 gerações 3)Deus disse que não revogaria oque saiu de sua boca

  7. Felipe Oliveira Goncalves disse:

    A igreja na nova dispensação é a mesma da velha dispensação?
    Há quem afirme que a igreja é uma novidade no Novo Testamento. Mas ela não é nova, mas é a mesma igreja do Antigo Testamento. É a mesma oliveira (Rm 11.16,17; Ef 3,6; Ef 2.11-22; Zc 2.10-13). A igreja do NT fundamenta-se no mesmo pacto a que a igreja do AT foi fundamentada, o pacto de Deus feito com Abraão. Tendo a mesma fundamentação, conclui-se que uma e outra nada mais é do que a mesma igreja. A benção de Abraão chegou até nós (Gl 3:14 e Gl 3:29). Paulo declara que o evangelho que ele pregava já havia sido ensinado na lei e nos profetas (Rm 3.21 Rm 1:17; Gl 3.7-8). Ele diz aos gentios que eles foram enxertados na antiga oliveira (e não numa nova oliveira) e feitos participantes de sua raiz e abundância. Deus atribui as mesmas qualidades à igreja, que também são atribuídas à Israel. Veja: 1 Pe 2:9; Is 43:20; Êx 19:6; Êx 19:5; Gl 6:16.

  8. Felipe Oliveira Goncalves disse:

    Por mais que tentem fazer, não nos é informado que Deus possui dois povos eleitos, ou dois reinos de sacerdotes reais, ou duas nações santas, ou dois povos de propriedades exclusivas de Deus. Ora, “exclusividade” subentende “ser único”. Se é dito que a igreja é exclusivo povo de Deus e também é dito que o povo de Israel é exclusivo (peculiar) povo de Deus, o que temos? Temos a continuidade entre o Israel do Antigo Testamento e a igreja do Novo Testamento.
    Detalhe curioso é saber que no verso 10 de 1Pe 2:10 nos é dito que antes, a igreja, não era povo, mas, agora, é povo de Deus, que não tinha alcançado misericórdia, mas, agora, havia alcançado misericórdia. Algo muito semelhante também é dito sobre a comunidade de Israel em Oséias 1:10 e Rm 9:24-25
    Um outro ponto é que o pacto de Deus com Abraão foi para mil gerações (Sl 105:8; Lc 1:72; Gl 4:28) até Cristo foram apenas 42 gerações (Mt 1,17). A circuncisão foi o sinal do pacto de Deus com a igreja no velho testamento sendo o batismo a circuncisão de Cristo no NT não havendo diferença nenhuma entre o povo de Deus (Ef 4:3-6). Deus não muda, se ele aprovou o selo da justiça da fé nas crianças no velho testamento também aprovará o batismo selo da fé na nova dispensação (Cl 2:11-13: Rm 4:11).

  9. Felipe Oliveira Goncalves disse:

    Quais são as provas bíblicas de que na velha dispensação as crianças pertenciam ao povo de Deus e eram por isso membros infantis de sua igreja?
    Encontramos essas provas especialmente em (Gn 12:1-3; Gn 17:8-14 e Dt 29:10-13). Nesta última passagem, os pequeninos são lembrados como parte integrante do povo de Deus. O sinal visível do trato que Deus faz com o seu povo foi a circuncisão . Os meninos, como Isaque, eram circuncidados ao oitavo dia (Gn 17:12 e Gn 21:4). Esse rito era o sinal visível da sua inclusão na igreja do Velho Testamento. O menino Jesus foi circuncidado ao oitavo dia (Lc 2:21) e assim se identificou com o seu povo.

  10. Felipe Oliveira Goncalves disse:

    O direito das crianças de pertencer à igreja foi confirmado ou foi cassado na nova dispensação do Novo Testamento?
    Não há nenhuma passagem no Novo Testamento que prive as crianças, filhos de pais crentes, de pertencer ao povo de Deus, mas, pelo contrário, encontramos abundantes confirmações desse privilégio.
    Quando Pedro recebia, na igreja da nova dispensação, pelo rito do batismo, no dia de pentecostes, os primeiros convertidos, disse aos pais crentes: “Para vós é a promessa e para os vossos filhos” (At 2:39). Os filhos desses crentes foram incluídos na igreja de Deus, juntamente com os pais. O rito de admissão na igreja foi o batismo (At 2:41).
    O apóstolo Paulo também teve os filhos de crentes na conta de membros da igreja, quando disse: “Pois o marido incrédulo é santificado na mulher e a mulher incrédula é santificada no marido, de outra maneira os vossos filhos seriam imundos, mas agora são santos” (I Cor. 7:14). A palavra santo para Paulo significa membro da igreja, pois dirige as suas cartas aos santos, membros de várias igrejas. (I Co 1:2; Ef. 1:1; Rm. 1:7) A mesma diferença entre os filhos de Isrrael e os idolatras era feita no Velho Testamento (Es 9:2).
    Nosso Senhor Jesus Cristo, o grande Pastor das ovelhas, deu lugar de destaque às crianças no seu rebanho, quando disse a Pedro; “Apascenta os meus cordeiros” (Jo 21:15). Na sua conversa com Pedro, Jesus mandou que as suas ovelhas fossem pastoreadas e apascentadas, mas mencionou em primeiro lugar os cordeiros. O rebanho de Cristo é a sua igreja, na qual se encontram tanto cordeirinhos como ovelhas.

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