John Piper fala sobre a experiência do batismo com o Espírito e a evidência das línguas

Enfatizando a Experiência do Batismo com o Espírito

Agora o lado positivo que quero dizer acerca do ensino pentecostal moderado (representado pelos Bennets) é que é correto destacar a realidade experiencial de receber o Espírito. Quando lemos o Novo Testamento de maneira honesta, não podemos evitar ter a impressão de uma vasta diferença de muitas experiências cristãs contemporâneas. Para os cristãos do NT o Espírito Santo era uma realidade de experiência. Para muitos cristãos hoje é realidade de doutrina. Certamente a renovação carismática tem algo a nos ensinar aqui. Em igrejas sacramentais o dom do Espírito Santo é virtualmente equiparado ao batismo nas águas. No evangelicalismo protestante é equiparado ao trabalho subconsciente de Deus na regeneração que você apenas tem porque a Bíblia te diz que você tem se você crer. É fácil imaginar um conselheiro espiritual dizendo a um novo convertido hoje: “Não espere notar nenhuma diferença; simplesmente creia que você recebeu o Espírito”. Mas tal coisa está longe do que vemos no NT. Os pentecostais estão certos em enfatizar a experiência de ser batizado com o Espírito.   

Quatro Razões Pelas Quais É Correto Enfatizar a Experiência

Eis aqui quatro razões extraídas de Atos.

1. Terminologia

O próprio termo “batizado com o Espírito Santo” (1.5; 11.16) implica uma imersão na vida do Espírito. “João batizou com água; mas vós sereis batizados com o Espírito” Se o Espírito te cobre como um batismo, não podemos imaginar o Espírito entrando de maneira sorrateira e quieta enquanto você dorme e fazendo morada de maneira imperceptível. Essa pode ser a forma que se inicia (Paulo pode ter tido isso em mente em 1 Coríntios 12.13), mas se termina aí, Jesus e Lucas não chamariam tal coisa de batismo com o Espírito.

2. Poder, Ousadia e Confiança

Jesus diz em Atos 1.5 e 8 que o batismo com o Espírito significa: “mas recebereis a (virtude) poder… e ser-me-eis testemunhas”. Isso é uma experiência de ousadia, confiança e vitória sobre o pecado. Um cristão sem poder é um cristão que necessita do batismo com o Espírito Santo. Estou ciente de que em 1 Coríntios 12.13 Paulo diz que batismo com o Espírito é um ato de Deus pelo qual nós nos tornamos parte do corpo de Cristo na conversão, de maneira que em sua terminologia todos os que se converterem genuinamente foram batizados com o Espírito. Mas temos cometido injustiça em limitar o entendimento de Paulo do batismo com o Espírito Santo como este ato divino, inicial e subconsciente na conversão e então forçando toda a teologia lucana em Atos dentre desse pequeno molde. Não há motivo para pensar que até mesmo para Paulo o batismo com o Espírito Santo estava limitado ao momento inicial da conversão. E certamente no livro de Atos o batismo com o Espírito Santo é mais que um ato divino subconsciente de regeneração- é uma experiência consciente de poder (Atos 1.8).

3.  O Testemunho de Atos

Na verdade a terceira razão que me faz pensar isso é que quando pegamos uma concordância e procuramos em todas as passagens em Atos onde o Espírito Santo trabalha nos cristãos, nunca é de forma subconsciente. Em Atos o Espírito Santo não é uma influência silenciosa, mas experimentação de poder. Cristãos experimentavam o batismo com o Espírito Santo. Eles não apenas acreditavam que isso acontecia porque um apóstolo disse que tal coisa aconteceria.

4.  A Consequência da Fé

A quarta razão pela qual devemos enfatizar a experiência do batismo com o Espírito Santo é que em Atos os apóstolos ensinam que o batismo é uma conseqüência da fé, não uma causa subconsciente de fé. Como um calvinista convicto eu creio de todo coração que a graça de Deus precede e capacita a fé salvífica. Nós não iniciamos nossa salvação ao crermos em Deus. Deus inicia a salvação nos capacitando a crer (Efésios 2.8-9; 2 Timóteo 2.25; João 1.13). Mas este trabalho regenerador do Espírito de Deus não é o limite do que            Pedro quer dizer por batismo com o Espírito. Em Atos 11.15-17 Pedro relata como o Espírito Santo desceu sobre Cornélio assim como nos discípulos em Pentecostes: “E, quando comecei a falar, caiu sobre eles o Espírito Santo, como também sobre nós ao princípio.E lembrei-me do dito do Senhor, quando disse: ‘João certamente batizou com água; mas vós sereis batizados com o Espírito Santo’.Portanto, se Deus lhes deu o mesmo dom que a nós, quando havemos crido no Senhor Jesus Cristo, quem era então eu, para que pudesse resistir a Deus?”Note que o dom do Espírito, ou batismo com o Espírito, é precedido pela fé. A versão NASB corretamente diz no versículo 17 que Deus deu o Espírito Santo após eles crerem. De maneira que o batismo do Espírito (v.16) ou o recebimento do dom do Espírito (v.17) não pode ser a mesma obra de Deus antes da fé que capacita a fé (que Luca fala em 2.39; 5.31; 16.14; 11.18; 15.10; 14.27). O batismo com o Espírito é uma experiência do Espírito dada após fé para fé.

Receber o Espírito é uma Experiência Marcante

É por isso que Paulo pode dizer em Atos 19.2 quando ele encontra os confusos discípulos de João Batista: “Recebestes vós já o Espírito Santo quando crestes?” O que um evangélico protestante contemporâneo diria em resposta a esta pergunta? Creio que diríamos algo como: “acho que nós automaticamente recebemos o Espírito Santo quando cremos. Não entendo como você pode me perguntar tal coisa?” Como Paulo pôde fazer esta pergunta? Ele a fez, penso, porque receber o Espírito Santo é uma experiência real. Há marcas na sua vida. E a melhor forma de testar a fé daqueles assim denominados discípulos é lhes perguntar acerca de sua experiência do Espírito. Isto não é diferente do que Paulo disse em Romanos 8.14: “Porque todos que são guiados pelo Espírito estes são filhos de Deus” (ver 2 Coríntios 13.5 e 1 João 3.24; 4.12-13). Eu, às vezes, temo que nós tenhamos redefinido tanto nossa conversão em termos de decisões humanas e que tenhamos retirado toda a necessidade da experiência do Espírito de Deus que muitas pessoas pensam que são salvas quando, na verdade, elas apenas possuem idéias cristãs em suas cabeças, não poder espiritual em seus corações.

Então, veja, a questão real que os carismáticos levantam para agente não é a questão das línguas. Em si mesma a língua é relativamente sem importância. A verdadeira contribuição valiosa  da renovação carismática é sua implacável ênfase na verdade que receber o dom do Espírito é uma experiência real marcante. O cristianismo não é meramente uma compilação de idéias gloriosas.  Não é meramente o desempenho de rituais e sacramentos. É uma experiência real marcante do Espírito Santo por meio da fé em Jesus Cristo, o Senhor do universo.

Duas Coisas que Caracterizam Esta Experiência

Poderíamos falar por horas acerca do que é a experiência. Na verdade, a maioria das mensagens são apenas isso, descrições da experiência do Espírito de Deus na vida do cristão. Mas eu mencionarei duas coisas do livro de Atos-coisas que marcam a experiência de ser batizado com o Espírito Santo ou de receber o dom do Espírito.

1. Um Coração de Adorador

Um é o coração de adorador. Em Atos 10.46 os discípulos sabiam que o Espírito Santo havia sido derramado, porque “os ouviam falar línguas e exaltar (ou magnificar) a Deus” Falar em línguas é uma forma particular de liberar o coração de exaltação. Ela pode ou não estar presente. Mas uma coisa é certa: o coração no qual o Espírito Santo foi derramado irá parar de se magnificar e começará a magnificar a Deus. Adoração sincera e louvor é a marca de uma experiência real do Espírito Santo.

2. Obediência

A outra marca que mencionarei é a obediência. Em Atos 5.29 Pedro e os apóstolos dizem aos saduceus que os haviam prendido: “Importa antes obedecer a Deus que aos homens.” Então no versículo 32 ele diz: “Somos testemunhas destas coisas, e bem assim o Espírito Santo, que Deus deu àqueles que lhe obedecem” (“Deu” é passado simples; “obedecer” é presente, presente contínuo) É inevitável que quando o objeto de adoração de nosso coração muda, nossa obediência muda. Quando Jesus te batizar com o Espírito Santo e te injetar um novo sentido da glória de Deus, você terá um novo desejo e um novo poder (1.8) para obeceder. Se você fala ou não em línguas, você experimentará estas duas coisas se for batizado com o Espírito Santo-um novo desejo para magnificar a Deus e uma disposição poderosa para obedecer a deus no cotidiano.

Tradução: Pr Wellington Mariano

http://www.desiringgod.org/resource-library/sermons/how-to-receive-the-gift-of-the-holy-spirit (acesso dia 31/05/2011)

15 Responses to John Piper fala sobre a experiência do batismo com o Espírito e a evidência das línguas

  1. Walter Filho disse:

    Muito interessante saber a opinião de John Piper sobre o Espírito Santo. Tenho apenas uma pergunta: O que são os “Bennets”? Desculpe minha ignorância.

    Abçs,

    Walter Filho

  2. Walter Filho,

    Eu é que peço desculpas, como tenho trabalhado muito, fiz a tradução o mais rápido que pude e até pensei em colocar uma nota de rodapé sobre os Bennets, mas no final acabei me esquecendo. Os Bennets, mais especificamente Dennis e Rita Bennet são os autores do livro The Holy Spirit and You (“O Espírito Santo e Você”), o livro que o Piper utilizou como referência do entendimento pentecostal acerca do Batismo com o Espírito. Fiz uma pesquisa rápida e achei o livro traduzido para o português, mas não sei se a editora ainda tem em estoque ou se ainda vende o livro.

    BENNET, Denis. O Espírito Santo e você. São Paulo. Mundo Cristão.

    Deus abençoe!

  3. Anderson Neri disse:

    Bom dia na paz de Cristo.
    Muito interessante este artigo, pois sou Batista renovado, portanto creio nisto que foi falado pelo Pr. Piper. Gostaria de indicar uma literatura relevante neste assunto: Batismo no Espírito Santo do pastor Enéas Tognini. A muitos anos o pastor Enéas teve uma experiência com o Batismo no Espírito Santo e agurmenta com bastente fundamento este conceito Bíblico neste livro.
    Que Deus os abençoe e obrigado pela matéria.
    Pr. Anderson Neri
    Axiliar na Igreja Batista do Calvário

  4. Anderson Neri,

    Não conhecia essa obra do Tognini, portanto, tentarei adquirir o livro e assim que tiver um tempo, lerei.

    Obrigado pela dica!

  5. ROGÉRIO GONÇALVES disse:

    O ESPÍRITO SANTO CONVENCE O HOMEM DO PECADO DA JUSTIÇA E DO JUÍZO.
    TODO CONVERTIDO AO SENHOR TEM ABSOLUTA CERTEZA DESSA CONVERSÃO. QUEM NÃO TEM O ESPÍRITO DE CRISTO ESSE TAL NÃO É DELE.
    O MESMO ESPÍRITO TESTIFICA COM O NOSSO ESPÍRITO QUE SOMOS FILHOS DE DEUS.
    TUDO MUDA .
    NOSSA MENTE MUDA,NOSSO RELACIONAMENTO COM AS PESSOAS MUDAM , SOMOS TRANSFORMADOS VERDADEIRAMENTE.
    NINGUÉM PODE DIZER QUE JESUS É O SENHOR( QUE ELE É DEUS – A PALAVRA DE DEUS, O CRIADOR – SEM ELE NADA DO QUE FOI FEITO SE FEZ )
    SENÃO PELO ESPÍRITO DE DEUS.

  6. Reginaldo disse:

    Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa (At 16:31).

    Eu compreendo a necessidade da busca de uma comunhão e experiência mais profunda com Deus, o que certamente acontecerá à medida que o crente cresce e aperfeiçoa seu relacionamento com o Salvador.

    Afirmar que “que muitas pessoas pensam que são salvas quando, na verdade, elas apenas possuem idéias cristãs em suas cabeças” é invalidar o sacrifício de Jesus na Cruz do calvário. A nossa salvação está condicionada ao CRER no Senhor Jesus e aceitá-lo como único e suficiente salvador!

    Condicionar a redenção da alma a experiências particulares, em maior ou menor grau, é a mesma coisa que dizer que o sacrifício de Jesus não é suficiente.

    “Tendo crido nEle, fostes selados com o Espírito Santo da promessa” (Ef 1:13). “Um só Senhor, uma só fé, um só batismo” (Ef 4:5). “Cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados e recebereis o dom do Espírito Santo” (At 2:38).

    “E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da redenção (Ef 4:30).

  7. Caro Pr. Marcelo, parabéns pela preciosa postagem. Que venham outras de igual quilate – que abordem tão importante tema.

  8. Ednaldo Wagner disse:

    Parabéns Irmão Rogério: entre tantos comentários sem base bíblica, teu comentário resume o que é esse batismo da morte do Nosso Senhor Jesus Cristo!
    E sejamos honestos, com todo o respeito ao pr. Piper, essa é a visão dele.
    A Palavra de Deus deixa bem claro que receberemos o Espírito Santo para sermos testemunhas de Jesus Cristo e não para vivermos em frenesi.
    Até.
    Graça e Paz!

  9. Ednaldo Wagner disse:

    Parabéns irmão Reginaldo pela clareza da intervenção do Espírito Santo na vida do servo de Deus.
    Continua crendo na Escritura.
    Sola escriptura e não sola experiencia.
    Façamos como o Bereano: combatamos o pentecostalismo enquanto é tempo, pois esse populacho está misturado ao povo de Deus, perventendo a pureza das Escrituras.
    Graça e Paz!

  10. Júlio César disse:

    Olá meus irmãos, muito bom aprender com vocês.
    Mas ouvi certa vez uma pregação e achei interessante, e queria saber a opinião de vocês.
    Jesus depois de ressucitar foi ter com seus discipulos e disse:
    “E, havendo dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo. João 20:22”

    Então nesse momento eles receberam o Espírito Santo, mas o interessante:

    “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra.” At 1.8

    “E, cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos concordemente no mesmo lugar;
    E de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados.
    E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles.
    E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.” At 2.1-4

    Ora, eles já não haviam recebido? Porque receberam novamente? Vem aí a opinião do pregador e a minha também. Quando aceitamos a Cristo, recebemos o Espírito Santo que é o nosso selo. Mas podemos receber um revestimento de poder (virtude), que seria um “batismo” no Espírito Santo.
    Porque Deus faz assim eu não sei, o fato é que que aconteceu com os próprios discipulos! Dois momentos diferentes!

    Graça e Paz!

  11. Renato disse:

    Ednaldo

    É evidente que ninguém é salvo sem a atuação do Espírito Santo. Justamente por esse motivo, o Dr Russel Shed, que também acredita no avivamento espiritual, diz que o termo “batismo do Espírito” é impróprio. Mas ele critica o termo, não a experiencia, que ele chama de “enchimento”. Ouvi seu testemunho uma vez de um avivamento entre os estudantes, quando ele era jovem. Aparentemente não foi o que alguns diriam um avivamento “pentecostal”, pois ele não cita o falar em línguas. Conforme seu relato, ouve busca da santida e forte comoção interior das pessoas. Ele relata também que alguém teria dito “é fogo de palha, logo isso passa”. No seu relato, Shed diz que realmente, ninguém vai passar o resto da vida em estado de comoção, mas os frutos daquele avivamento foram muitos ministérios fiéis, pessoas que abandonaram o pecado, muitas pessoas que dedicaram o resto da vida ao evangelho, enfrentado condições difíceis em lugares distantes.
    Embora a Bíblia deixe claro que todo o que realmente crê tem o Espírito Santo, está igualmente claro que nem todos estão cheios do Espírito Santo. Tanto assim que essa era uma précondição para ser diácono. Muitos pentecostais afirmam que o dom de línguas é evidencia desse enchimento, mas eu não acredito nisso, pois não vejo muita base nessa argumentação.

    Vários escritores antigos citam despertamentos espirituais, é um fato histórico, normalmente associados a gande comoção. Mas é claro que nem todo comoção é avivamento, estou cansado de ver manipulação hoje em dia, que não produz frutos.Quando vier o verdadeiro avivamento, não saberemos delo pelos efeitos visíveis, pois esses podem ser simulados por manipuladores que induzem o público à comoção. Aos olhos de um observador desatento, o verdadeiro avivamento poderá parecer com os falsos. Mas quem olhar os frutos, saberá a diferença.

  12. J Sergio disse:

    Só lamento serem necessárias tantas décadas para que o óbio aflore na mente de muitos servos do Senhor. É realmente necessário que um teólogo conceituado, calvinista, reformado, “batistão”, como o conceituado John Piper, tenha seus olhos abertos para o melhor entendimento da Sagrada Escritura, analisando-a, destarte, despido de preconceitos e pressuposições lastreadas na tradição de sua denominação e de outras igualmente ortodoxas.
    Quando nós, pentecostais, tentávamos explicar isto, éramos taxados de malucos ou coisas do gênero.
    E agora…
    Vão dizer o quê ?? Afinal, é o John Piper.
    Por outro lado, uma coisa é fato!! Tem havido excessos no curral pentecostal que precisam ser varridos, imediatamente. Não vou nem entrar nas esquisitices neo-pentecostais… É um Deus nos acuda!!! O céu é o limite para tanta fantasia!!! Mais parece bruxaria !!!

  13. J Sergio disse:

    Sei de crentes ortodoxos (tradicionais/não pentecostais) que têm dons, todavia, por desconhecimento deixam de ser instrumentos para as suas igrejas, porque lá não se valem destes maravilhosos elementos por meio dos quais Deus nos fala.
    Saiamos deste estado anestesiado e creiamos que Deus opera.
    Agora é claro. Evitemos os tantos excessos que se têm observado tanto dentre alguns dos segmentos pentecostais como, principalmente, dentre os neo-pentecostais.
    Haja graça para tanta criatividade humana !!!
    Palavra neles !!!

  14. Edmundo Botelho disse:

    Bíblia Sagrada – 1Co 13:1-13

    Analisando o contexto: “perfeito”, no v. 10 de 1Co 13, é a 2ª volta de Jesus Cristo ou a Palavra de Deus – Bíblia Sagrada?

    Por ser um trecho da bíblia que deixa muitos dos leitores ou ouvintes da palavra na dúvida, com relação a expressão “perfeito”, que encontra-se no versículo 10, resolvi fazer uma reflexão a respeito da referida passagem como um todo.
    Posso adiantar, antes de iniciar, que alguns estudiosos da palavra falam que se trata do “cânone completo das Sagradas Escrituras”, enquanto outros, dizem tratar-se da “segunda vinda de Jesus Cristo”. Estas visões são bastante diferentes, visto que, as mesmas levam a credulidades que mexem radicalmente com o comportamento dos seus leitores. Pois, para aqueles que seguem o cristianismo na perseguição do alvo maior que é Cristo, a interpretação é de grande importância, visto que, o comportamento do convertido daria uma guinada de 180º, dependendo da interpretação aceita.
    Neste texto, faremos a análise para as duas vertentes. Mas, antes de iniciar podemos afirmar que tanto a primeira como para a segunda visão, existe algo de comum e incontestável para estas visões, qual seja, a de que Paulo estava tentando mostrar um caminho para a salvação, e comparou este caminho com a prática do amor, ou seja, que todos os atos do homem fossem calcados no amor, não o amor do mundo, mas, aquele amor desenvolvido por DEUS desde a nossa criação.
    Agora, para justificar a primeira visão direi que Deus, promovendo o amor pela humanidade, alcançou a supremacia deste Amor, quando Este (DEUS), concede seu filho para morrer pela humanidade, enviando JESUS (o que é perfeito) para o mundo, mas, o mundo não o reconheceu, e Deus na sua santa sabedoria, constrói através de seus instrumentos (apóstolos e profetas) a única forma do homem se cientificar-se da “história deste amor”, ou seja, através da Palavra Sagrada, onde, todo homem teria acesso, de uma forma justa e igualitária.
    Com relação a segunda visão: Se considerarmos, que o “perfeito” é a segunda volta de Jesus Cristo, nós estaríamos anulando a principal, perfeita e eficaz ação de Deus para a nossa edificação e salvação, que foi o sacrifício perfeito de Cristo na Cruz (1ª vinda de Jesus). Além do que a Bíblia não diz: “…Quando, porém, vier o que é perfeito, novamente, então …”, mas sim: “…Quando, porém, vier o que é perfeito, então…”. Observe que neste ponto do texto a palavra “novamente” ou equivalente, não aparece no texto, pois, sugeriria que o “perfeito” seria algo que já esteve conosco, ou seja, Jesus Cristo como quer alguns interpretadores. Por outro lado, se o perfeito é a 2ª vinda de Jesus, então que sentido faria as declarações de Paulo para igreja de Coríntios, do ponto de vista da edificação? Se a volta será como um piscar de olhos, e os membros daquela igreja só teria um sentimento após estas declarações, qual seja, a de que seriam salvos baseados em um evangelho incompleto , pois, é o que diz o versículo que antecede ao objeto de nossa análise, veja versículo 9: “porque, em parte, conhecemos e, em parte, profetizamos.” ou o versículo 11-a – “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino…”. Ou então não haveria nenhum salvo, já que o evangelho estaria “incompleto” e os julgados seriam todos “meninos”, ou seja, inimputáveis.
    E, para concluir, lembre-se: se você ainda necessita de sinais para fortalecer a sua fé, então, despreza o plano de DEUS para a salvação, o qual já está sendo executado, e alcançou um estágio que não cabe mais sinais, pois, o selo se fechou há muito tempo, com o último livro das Sagradas Escrituras, o Apocalipse. Mas, se persistir esta idéia equivocada, então restará apenas a seguinte passagem: 2Tessalonicenses 2:9,10 – “Ora, o aparecimento do iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais, e prodígios da mentira, e com todo o engano de injustiça aos que perecem, porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos.” Ou Mateus 24:24 – “porque surgirão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos.”.
    Antes de fechar este raciocínio, quero acrescentar um fato que aconteceu assim que finalizei este texto: ao mostrá-lo a um visitante e pastor de uma determinada denominação, que chegou em minha casa repentinamente, o meu visitante não aceitou as minhas idéias, e, para ilustrar sua defesa, falou de um episódio contado por Silas Malafaia em um dos seus programas de televisão. Malafaia, teria contado que durante um culto evangélico um pastor homossexual que era muito admirado por suas pregações, teria recebido um “alerta” de DEUS de uma irmã daquela igreja, em forma de profecia, disse a referida irmã, textualmente: “…Deus manda te dizer que o teu tempo acabou…”. Após este fato, o referido pastor teria sido vítima fatal de seu “namorado”, que cravou em seu peito uma faca, esta, atingiu, inclusive, de forma proposital, as suas credenciais de pastor. Foi então que eu retruquei ao meu visitante, indagando-o: você acha que este pastor precisava de “alerta” de DEUS, com relação a sua “opção sexual”? foi então que o mesmo me respondeu que teria se expressado de forma errada, que Deus o estava era “corrigindo”, pois Ele corrige os seus. Foi então que eu falei: então Deus, não só corrigiu com a “pena capital”, mas também deixou toda a igreja (rebanho) amedrontada, então: Deus edifica pelo terror? Como então ficaria o último versículo desta passagem estudada aqui? – versículo 13: “Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o AMOR, estes três; porém o maior destes é o AMOR.”.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *