Nunca na história da igreja evangélica brasileira falou-se tanto sobre os nomes de Deus. Já existem até diversos hinetos que desfilam uma grande variedade de nomes divinos, muitas vezes cantados no idioma hebraico (nem sempre correto). Além dessa tendência, deve-se acrescentar o fato de que diversos nomes de Deus têm sido usados com freqüência de maneira quase que mágica no contexto evangélico atual. É só pronunciar este ou aquele nome divino para se conseguir a realização de qualquer desejo, conforme alguns.
A questão dos nomes e seus significados na Bíblia, particularmente os nomes de Deus, certamente merece atenção diante da grande desorientação hodierna. Inicialmente é preciso destacar que o propósito fundamental das Escrituras é revelar Deus ao ser humano. Portanto, os nomes de Deus na Bíblia têm a finalidade de revelar-nos o caráter e os atributos do próprio Deus. Cada nome divino revela-nos como Deus deseja ser conhecido por nós. Falam-nos sobre quem Deus é e como ele age em relação ao homem. É por este motivo que Deus aparece com vários nomes nas páginas sagradas.
Cada um desses nomes revela uma característica específica de Deus. Portanto, os nomes divinos não são “fórmulas mágicas” que funcionam de maneira pragmática. Não podemos tratá-los como “varas de condão” que fazem as coisas acontecer. Esse tipo de raciocínio equivocado têm levado muitas pessoas a acreditar que o simples “pronunciar” de um nome divino “libera” alguma energia espiritual poderosa. Nada pode estar mais longe da verdade. O nome divino tem real valor por causa do próprio Deus. O uso mágico do nome de Deus ou de Jesus não funciona, como não funcionou no caso dos filhos de Ceva (At 19.14-16).
Nem todos sabem que diferentemente da visão bíblica, o pensamento mágico pagão acreditava no poder autônomo da palavra mágica. A idéia pagã é que o mundo é regido por forças e poderem ocultos que podem ser domesticados por quem descobre certas fórmulas ocultas. Esta é a idéia do “abracadabra” e do “abre-te-sésamo”. No pensamento bíblico é Deus quem age, e não o homem que o controla por meio de fórmulas.
Talvez a maior confusão na prática esteja no mal uso da frase “o que vocês pedirem em meu nome, eu farei” (Jo 14.14 – NVI). A palavra de Jesus não significa que basta mencionarmos o seu nome, e tudo acontecerá automaticamente. Pedir alguma coisa “em nome de Jesus” significa pedir alguma coisa segundo a vontade de Deus (1Jo 5.14). Pedir em nome de Jesus é pedir o que Jesus pediria. Pedir em seu nome é como “agir por procuração”: não é a minha vontade que será feita por meio de Jesus, mas sim a vontade dele que se realizará por meio da minha oração.
Deus é descrito de maneira específica por diversos nomes hebraicos no Antigo Testamento. Entre eles merecem especial destaque os termos Elohim, Javé e Adonai. Elohim (e El) é o nome hebraico genérico para Deus. Seu significado etimológico é “força, poder”, e refere-se a Deus como criador, como ser transcendente e como Deus acima de todos os outros. Uma curiosidade interessante sobre o nome Elohim é que se trata de um substantivo em forma plural no hebraico; todavia o verbo que o acompanha na frase aparece no singular. Já o nome El é usado para compor outros nomes divinos (como El Shadai) e também para formar nomes hebraicos comuns como Daniel e Samuel.
Já o nome Adonai refere-se ao senhorio de Deus. O significado literal é senhor, mas nunca é usado para se referir ao homem. Adonai destaca a soberania também a plena soberania de Deus. Não há dúvida de que o nome que mais define o próprio Deus é Javé. O termo hebraico seria YHWH. Os judeus deixaram de pronunciar o nome divino por respeito, e a pronúncia perfeita se perdeu. Por esta razão as consoantes do nome YHWH receberam as vogais de Adonai, o que veio a gerar o nome Yehowah, conhecido em português como Jeová. Todavia, os estudiosos hoje concordam, principalmente com base nas antigas transliterações gregas, que o nome divino seria Yaweh, ou seja, Javé em português. Infelizmente nossa tradição consagrou o SENHOR como tradução de um nome tão específico e particular de Deus.
O significado de Javé é “Eu Sou” ou “Sempre estarei sendo”, ou como gostam os judeus “o Eterno”. A forma é uma abreviação do “Eu sou o que sou” dito por Deus a Moisés em Êxodo 3.13,14. Javé é o nome pessoal do Deus vivo que age na história de seu povo. É o Deus da aliança com o povo que sai do Egito, destacando a imanência divina. Por isso destaca-se em Javé o seu amor e a sua fidelidade para com o seu povo. Até hoje os judeus evitam pronunciar o nome mais sagrado de Deus para não usá-lo em vão. Podemos imaginar a dificuldade dos mesmos diante da declação de Jesus em João 8.58 que afirmou “Eu sou”. A identificação de Jesus com Javé ficou mais do que clara.
Além disso, Deus é descrito na Bíblia por alguns outros nomes, muitos nomes compostos e diversas metáforas e figuras. Todavia, segue uma boa lista dos principais nomes divinos que aparecem na Bíblia e com o seu significado:
El Kanah – Deus Zeloso
El Guemulot – Deus das recompensas
El Guibbor – Deus Valente, poderoso
El Elyon – Deus Altíssimo
Autor: Prof. Luis Sayão
Adaptado por: Marcello de Oliveira
Fonte: PrazerdaPalavra
Caro amigo Pr. Marcello de Oliveira,
Shalom!
Antes de mais nada, quero deixar claro que considero seu texto, como sempre, elucidativo, pedagógico, pertinente e necessário.
Agora, só para descontrair:
Lembro-me de um velho pastor de uma igreja pentecostal, nos tempos antigos, quando um seminarista, ainda cursando o básico em teologia chegou para pregar em sua igreja e, querendo mostrar seus conhecimentos, já na introdução da mensagem, começou a recitar os diversos nomes de Deus.
O velho pastor pediu licença e lhe disse:
“Meu filho, não gaste seu tempo. Aqui em nossa igreja, somos todos brasileiros e falamos apenas a língua portuguesa, de forma que para nós, o evangelho ainda consiste em 03 pessoas: Deus, Jesus e o Espírito Santo, e o que passa disso, consideramos línguas estranhas” rsrs
Parabéns pela exposição, nossa geração precisa mesmo de conhecimento da Palavra de Deus.
Um grande abraço!
Pr. Carlos Roberto
Muito bom!
“Pedir em seu nome é como “agir por procuração”: não é a minha vontade que será feita por meio de Jesus, mas sim a vontade dele que se realizará por meio da minha oração.”
vou recomendar e divulgar este texto. Abraços!
[…] This post was mentioned on Twitter by Rupert Teixeira, Ana Paula L Pinheiro. Ana Paula L Pinheiro said: "o propósito fundamental das Escrituras é revelar Deus ao ser humano." = http://j.mp/flWmXn […]
Pr Marcello,
Entrando no assunto das canções evangélicas que dizem os nomes de Deus mas nem sempre da maneira correta, certa vez ouvi em uma dessas canções o termo ” Tsidkenu Yaveh ” (ao menos foi assim que encontrei escrito na letra!), mas, ouvi muitas pessoas dizendo esse mesmo termo, mas com um pronúncia cada vez mais diferente da outra. Como seria a maneira certa de pronunciar esse termo?
Caso o sr. possa me responder ficarei grato,
NO ETERNO,
Walter Filho
Shalom.
Esse esclarecimento é muito importante pra tempos como o nosso, quando o Santo e Exaltado nome de Deus foi transformado numa espécie de amuleto da sorte, numa varinha de condão, utilizado para realizar desejos egoístas e materialistas de gente que converteu seus lábios ao Senhor mas não seus corações.
Lá no meu blog eu postei algo parecido, sobre o uso indevido do nome de Cristo. O título é “Procuração Divina”.
Quando puder, passe por lá e nos abençoe com sua adorável presença.
No amor de Cristo, cujo nome é sobre todos os nomes.
Elaine Cândida
Shalon!
“A palavra de Jesus não significa que basta mencionarmos o seu nome, e tudo acontecerá automaticamente. Pedir alguma coisa “em nome de Jesus” significa pedir alguma coisa segundo a vontade de Deus (1Jo 5.14). Pedir em nome de Jesus é pedir o que Jesus pediria. Pedir em seu nome é como “agir por procuração”: não é a minha vontade que será feita por meio de Jesus, mas sim a vontade dele que se realizará por meio da minha oração”
Concordo plenamente sobre o que o irmão escreveu a respeito de como se usa o nome de Jesus, sendo importante que, ao invocarmos o Messias, tenhamos o entendimento da nossa submissão ao seu senhorio.
A respeito da reverência dos judeus pelo nome de Deus, penso que só há transgressão do terceiro mandamento se o uso for em vão. Pois, ao meu sentir, assim como nós gostamos de ser chamados pelo nosso próprio nome, Deus também se alegra que seus filhos o chamem por “Javé”, “Iahveh” ou “Jeová”. Seja em oração ou na leitura bíblica. Porém, é fundamental que, ao invocarmos o nome do Santo, tenhamos o entendimento do significado da revelação no Sinai afim de que haja sentido em nossas palavras.
De qualquer modo, acho que a substituição que os judeus fazem por “Eterno” tem mais a ver com o que significa “EU SOU” do que SENHOR, conforme se fez na tradução grega do Antigo Testamento e foi adotado na maioria das bíblias cristãs.
Deixo para a nossa reflexão que, se Deus proibiu o uso de seu nome em vão, por que os cristãos não podem ter uma dose certa de reverência quando é invocado o nome de Jesus?
Um abraço.
Que alegria encontrar este blog…nasci e cresci na igreja batista…e amo a obra do Senhor!!! se puder, visite meu blog. http://susyhart.blogspot.com/
A paz esteja convosco.
Eu aprendi a chamar “Deus” pois para mim há um só.
E Jesus Cristo como o seu filho,nosso advogado fiél,quer veio ao mundo para nos salvar.
É meio complicado porque tem pessoas que se aprofundam demais e terminam…
Fazendo uma salada….
e Deus não é brincadeira,e merece toda a nossa reverencia.
Alguns…em vez de passar a ter mais esclarecimento se confundem….
Se estamos no Brasil acho bem MAIS interessante o chamarmos no nosso idioma.
Deus vos abençôe!
A paz do Sehor Jesus para todos os eleitos em Cristo.
Bom eu gostei muito,nós os critão evangelicos somos pessoas que amamos estudar a palavra de DEUS, com certeza o Eterno preparou,os mestres e doutores para nos ensinar a verdade. Eu em particular entendo que DEUS se revela ao seu povo por intermedio da sua palavra,as Sgradas Escrituras, e gostei muito de entender mais sobre os nomes de DEUS. Como e lindo o nosso Pai Celeste,muito obrigado por vocês teren criado mais uma
oportunidade para nós,que o DEUS Eterno vos abençoe sem medidas irmão tony.
Acho que voces evangelicos,nao tem uma religiao propria,ensinamentos proprios e distorcem os verdadeiros ensinamentos da sagrada Torá…vcs nao tem autoridade e merecimento para usar dos sagrados nomes judaicos de D-us,isso é tradição judaica,pertence a eles..a maior prova disso é esta tabela ai tirada exatamente dos ensinamentos deles…
Profanadores do nome de D-us….vcs só tem autoridade( e olhe lá hein…) para falar do novo testamento,mas nada que se refira ao antigo testamento…uma verdadeira lastima isso….Parem de pronunciar os nomes sagrados do Senhor em vão…Angariem fieis sendo autenticos,e nao manipulando,distorcendo os ensinamentos da torá,oua te mesmo contra o judaismo…
Nem pedirei desculpas aos demais comentaristas, pois o significado do substantivo “elohim” é primeiramente “ser”, isto é, quando se trata do Criador, se diz: o Ser Criador. Mas quando se trata das criaturas, se diz: o ser humano – criatura. Potanto, não precisamos perder tempo com tantas palavras e nada explicar. Leia com atenção as passagens da Bíblia usando “Ser” para o Criador, e seres ou ser para as pessoas, ou diretamente “pessoa” que a simplificação de “ser”, e também mais adequada.
Que Yeshua, o Eterno, lhe conceda cada vez mais o conhecimento espiritual para o seu crescimento e discernimento das coisas espirituais.
Shalom para todos.
IHVH significa, “O Eterno” ou o “Ser Eterno”, é somente para completar o meu comentário anterior.
Shalom do Ser Eterno.
DESEJO SABER O SIGNIFICADO DO NOME ANI NOEL.