As três bençãos de louvor na cultura judaica

As três primeiras bençãos são chamadas “bençãos de louvor” porque nelas prevalece o tema da glorificação do nome de Deus. A primeira é conhecida como ‘avot (“Patriarcas”) porque se refere a Deus como “Deus dos Patriarcas”; a segunda gevurot (“poderes”) porque celebra as maiores obras de Deus que manifestam sua força e seu poder; a terceira como qedushat há-shem (“santificação do Nome”) porque fala da santidade e da soberana liberdade de Deus:

1. Sê benditor, Senhor nosso Deus e Deus de nossos pais, Deus de Abraão, de Isaque e Deus de Jacó, Deus grande forte e venerado. Deus excelso, que dás recompensa e crias todas as coisas; lembra-te da piedade dois pais e faz que o redentor venha para os filhos dos seus filhos, em favor do teu Nome, com amor. Rei libertador, que ajudas, salvas e defendes. Sê bendito, Senhor, escudo de Abraão.
2. Tu és poderoso eternamente, Senhor que resssuscitas os mortos, que és grande ao conceder salvação (no verão diz: “que fazes cair a geada” e no inverno: “que fazes soprar o vento e cair a chuva”). Ele alimenta os vivos por bondade, faz os mortos ressurgirem com grande misericórdia, faz os que estão caindo manterem-se de pé, cura os doentes, liberta os prisioneiros, mantém-se fiel à sua promessa aos que jazem no túmulo. Quem é poderoso como tu? Quem é semelhante a ti, ó Rei que fazes morrer e ressuscitar, e brotar para nós a salvação? Tu és fiel ao ressuscitares os mortos. Sê bendito, Senhor, que ressuscitas os mortos.
3. Proclamamos a realeza de Deus de geração em geração, porque só Ele é excelso e santo. O teu louvor, ó nosso Deus, não seja diminuído por nossos lábios eternamente, porque tu és um Deus rei, grande e santo.
Estas três bençãos respondem à pergunta: quem é Deus para o homem e quem é o homem para Deus? A resposta da primeira pergunta é dada recordando e elucidando os três atributos fundamentais de Deus: gadol (grande), gibbor (forte) e qadosh (santo). A primeira benção desenvolve o tema de Deus que é grande no amor, como mostra a história dos patriarcas; a segunda, o tema de que Deus é poderoso em suas obras, como mostram a criação e sobretudo a ressurreição dos mortos, nova e ainda mais admirável criação; a terceira, o tema de Deus cujo nome é santo, como mostra a própria corte celeste à qual a assembleia é convidada a unir-se ao seu tríplice canto de “qadosh, qadosh, qadosh”.

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