Category Archives: Estudos Bíblicos

As hesitações de Pilatos

Foto tirada em Yerushalaim, quando por bondade do Eterno estive lá no ano de 2007.

“Desejando agradar a multidão, Pilatos soltou-lhes Barrabás, mandou açoitar Jesus e o entregou para ser crucificado” Marcos 15.15

Pôncio Pilatos, prefeito da Judéia, era um hábil administrador, mas às vezes insensível às hesitações judaicas. Nos evangelhos o vemos às voltas com um dilema, dividido entre a justiça e a conveniência. Por um lado, ele sabia que Jesus era inocente, e disse isso repetidas vezes. Por outro, ele temia as conseqüências caso não cedesse à multidão. Os evangelistas o retratam como “desejando soltar a Jesus” (Lc 23.20) e “desejando agradar a multidão” (Mc 15.15)

Todavia, ele descobriu que não poderia satisfazer a ambos os desejos simultaneamente. É interessante observá-lo tentando livrar-se do doloroso apuro em que estava. Ele tentou de quatro maneiras evitar uma decisão clara. Vejamos:

Primeiro, ele tentou transferir a responsabilidade a outrem. Ao descobrir que Jesus vinha da Galiléia e que, portanto, estava sob a jurisdição de Herodes, o enviou para lá. Herodes, porém, não encontrou base para as acusações contra Jesus.

Segundo, ele tentou fazer a coisa certa (soltar Jesus) com a motivação errada (por causa do costume da Páscoa), libertando Jesus como um ato de clemência, e não de justiça

Terceiro, ele tentou satisfazer a multidão com medidas paliativas, açoitando Jesus em vez de crucificá-lo.

Quarto, ele tentou persuadir a multidão de sua integridade (ao lavar as mãos publicamente) ainda que a contradissesse (ao enviar Jesus para a cruz). Lavou as mãos, mas sujou o coração! Ambas as atitudes foram um subterfúgio, uma tentativa de evitar um comprometimento.

Por que Pilatos foi tão fraco, um covarde moral? João afirma que os judeus gritavam o tempo todo para ele: “se deixares esse homem livre, não és amigo de César” (Jo 19.12). Isso definiu a questão. O assunto estava encerrado. Ele teve de escolher entre dois reis. Para sua vergonha eterna, ele fez a escolha errada. Escolheu ser amigo de César e inimigo de toda razão e justiça. Seu nome foi imortalizado na cláusula do credo que declara que Jesus “sofreu sob Pôncio Pilatos”.

Pr Marcelo de Oliveira

Bibliografia: Bekessy, Emery. Barrabás. Ed. Central Gospel
Stott, John. A Bíblia Toda, Ano Todo. Ed. Ultimato

Apresentando um Novo Blog

Shalom!

Prezados leitores deste blog, quero lhes convidar a conhecer o blog do meu amigo Pr. Magno Paganelli.

Pr Magno, é teólogo, pós graduado em Novo Testamento, escritor de 20 obras, dentre as quais já ganhou dois prêmios Aretés.

Tenho a convicção que vocês serão abençoados e crescerão no entendimento das Escrituras.

Recentemente, o Pr Magno lanço seu novo livro: Dízimo – o que é e para que serve o dízimo, sua história e função social. O prefácio desta obra foi feito por nada mais, nada menos, que o Dr. Russell Shedd, um dos maiores teólogos em solo brasileiro.

O endereço do blog é:

Para conhecer e adquirir seu novo livro sobre o dízimo, basta acessar o link abaixo:

Pr Geziel realizará o 2º Colóquio em SP

Data : de 18 a 20 de março de 2010

SÃO PAULO, CAPITAL

TEXTO BÁSICO – LIVRO DO PROFETA JONAS

MINISTRANTE – Pr Geziel Nunes Gomes

Inscrição: R$200,00

Cada participante receberá:

Uma apostila com os roteiros das palestras

Uma apostila com 40 sugestões de mensagens no Livro de Jonas

Um jogo de 20 mensagens em MP3 com temas pertinentes

Um Certificado de participação

Um livro-surpresa

Material didático

Desenvolvimento das palestras:

1. A CHAMADA DE DEUS: PRIVILÉGIOS, DESAFIOS e TENTAÇÕES

2. O DEUS DA SEGUNDA OPORTUNIDADE

3. OBREIROS RESSENTIDOS: UMA CLASSE QUE BUSCA AJUDA

4. APRENDENDO COM DEUS À SOMBRA DE UMA ABOBOREIRA

5. NÍNIVE: LIÇÕES DE UM AVIVAMENTO

O COLÓQUIO não é um Seminário para milhares. É um COLÓQUIO. Logo, as vagas são limitadas. Faça a sua inscrição com o pastor PAULO FERREIRA (agendagezielgomes@gmail.com) o mais cedo possível.

Pr. Geziel Gomes

Resta um descanso para o povo de Deus

O sétimo dia para o descanso foi definido e fixado para a geração do êxodo quando esta recebeu o maná (Ex. 16.22-30). Portanto, esse outro dia apontado em Hebreus 4.8 não pode se referir ao descanso após o estabelecimento em Canaã da nova geração de Israel liderada por Josué, pois esta ainda vivia sob a dispensação do sétimo dia. O autor da epístola se referia ao novo e espiritual descanso, que ainda pode aceito ou rejeitado, conforme o versículo 10, daí a exortação: Não endureçais o vosso coração (Hb 4.7 c).

Então surge a pergunta: Que repouso é este que o autor está se referindo?

A palavra repouso, nesta passagem, é sabbatismos, que, em sua forma nominal, não se encontra em outra parte das Escrituras. É formada de uma palavra hebraica [shabat] com um sufixo grego [ismos].

O vocábulo hebraico original significa descansar, e é usado em Gn 2.2,3, onde diz que Deus “descansou”. A alteração de termos, portanto, pretende evidentemente identificar o descanso de Deus com aquele prometido ao seu povo; do contrário, a palavra katapausis é que teria sido usada, como em Hebreus 3.11,18; 4.1,3,5,10,11.

O autor de Hebreus, sem dúvida, vê em sabbatismos não um dia de sábado isolado, mas uma vida de Sábado. É o próprio descanso de Deus em si mesmo – o deleite que Ele tem na sua perfeição e a eterna satisfação em toda as suas obras. Por isso, para expressar este sabatismo, ou vida sabática , definiu-se ou determinou-se a observância de um outro dia (Hb 4.8), como penhor ou símbolo dele. Mas o que é este descanso? É uma experiência real, prática, pessoal e espiritual de repouso em Deus, que possui quatro características:

1) É um repouso para o povo de Deus, ou seja, é a rica herança de todo verdadeiro filho de Deus, o que exclui os ímpios. Como no capítulo 3 foi declarado que nos tornamos participantes de Cristo (Hb 3.14), aqui se declara que o povo de Deus entra com Ele no repouso.

2) É um repouso da fé. Por esta expressão, entendemos uma confiança plena em Deus, mediante a obra redentora de Cristo. É um repouso perfeito em uma expiação consumada. Há alguns que parecem considerar a fé como um esforço próprio ou uma luta para crer: isto não é fé, mas uma forma sutil de obras. Fé é descanso e repouso, não esforço e luta. É descanso em Deus, porque é outorga sua. A obra operada é toda Dele. A fé em si mesmo não nos salva; Cristo nos salva por meio dela. O poder e a glória pertencem a Ele.

3) É um descanso da escravidão do pecado. Geralmente admite-se que a natureza carnal permanece no coração do regenerado [até a glorificação]. Desta tendência para o erro, o coração humano é continuamente purificado pelo Espírito Santo mediante a fé (At 15.8,9). Este descanso é, portanto, a vitória final de Cristo sobre o pecado, que põe fim ao domínio da carne, porque os que são de Cristo, no pleno sentido da Nova Aliança, crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências (Gl. 5.24)

4) É um descanso contínuo em Deus, mediante a obra expiatória de Cristo. Somente os que têm um coração limpo verão a Deus (Mt 5.8), e apenas os que caminham na luz têm comunhão constante com Ele (1 Jo 1.7), isto é, o sangue de Jesus nos purifica continuamente. Este descanso não é separado da expiação; ao contrário, é um descansar constante e contínuo nos méritos do sangue de Cristo.

Valorizemos e reconheçamos os privilégios a nós proporcionados e avancemos com toda a dedicação para entrarmos neste maravilhoso descanso. Amém.

Bibliografia: Heschel, Abraham Joshua. O schabat. Editora Perspectiva.

Wiley, Orton H. A Excelência da Nova Aliança. Ed. Central Gospel
Kistemaker, Simon. Hebreus. Ed. Cultura Cristã

Os Quatro Descansos – Hebreus 4

No capítulo 4 de Hebreus, são mencionados quatro descansos, que neste ensaio iremos dispensar algumas considerações. São eles:

1. O descanso da criação (Hb 4.4)
2. O descanso do sábado (Hb 4.4,9)
3. O descanso de Canaã (Hb 4.8)
4. O descanso divino (Hb 4.1-3; 6-11)

Há um contraste entre a mentalidade grega e o pensamento hebraico. A mente grega estava sempre na expectativa de algo novo. A característica dela era o movimento. Todavia, o ideal no A.T era o repouso, e este encontra sua realização mais genuína e elevada em Cristo, que começou o Seu ministério com um chamado para o descanso em Deus.

1. O descanso da criação

“Porque, em certo lugar, assim disse, no tocante ao sétimo dia: E descansou Deus, no sétimo dia, de todas as obras que fizera” Hebreus 4.4 ARA

A palavra descanso aqui não significa folga, para recuperação das forças físicas e mentais exauridas durante o trabalho, mas o cessar das atividades até então desempenhadas, para o gozo da paz, da tranqüilidade e da alegria decorrentes da conclusão de uma obra; o deleite por constatar sua perfeição. Assim, este texto, citado de Gn 2.2, remete-nos à idéia de que Deus, no sétimo dia, descansou de Suas obras após constatar que tudo quanto tinha feito era muito bom (Gn 1.31a). Aliás, não poderia ser diferente, visto que o Eterno Deus, o Senhor, o Criador dos confins da terra, nem se cansa, nem se fatiga (Is. 40.28).

A obra de Deus estava terminada não apenas exteriormente, mas interior e qualitativamente. Não havia pecado nem corrupção. Tudo estava novo em folha ao sair das mãos do Criador. Logo, em Hebreus 4.4, é indicado que Deus mantém duas espécies de relação para com a Sua obra. Primeiro, existe Sua atividade criadora, que cessou quando Ele terminou tudo o que tinha feito. Segundo, seu descanso, que é apenas uma forma nova e mais elevada de atividade, isto é, a de deleitar-se em Sua obra aperfeiçoada. É neste descanso, pela fé, na obra aperfeiçoada de Deus – um descanso com o Seu – que Ele chama o seu povo a entrar.

2. O descanso do Sábado

No relato sobre a criação é dito ainda que abençoou Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra, que Deus criara e fizera (Gn 2.3). Fica evidente por esta passagem que existe uma relação íntima e vital entre o descanso da criação e o do Sábado. Duas coisas caracterizam este último: (1) é um descanso após seis dias de trabalho; e (2) é um descanso em que Deus habita, e esta presença constante santifica o descanso e o dia.

Só aquilo em que o Senhor repousa é santo, e a alma em que Ele repousa, por intermédio do Espírito, é igualmente santa. Mas qual é o sétimo dia em que o Eterno descansa? É aquele que segue aos seis dias de atividade criadora, caracterizados por um principio e um término.

Em Gênesis, porém, não se fala de noite ou manhã no sétimo dia. É um dia ilimitado, eterno, e o descanso também o é. Por esta razão, é mencionado como o descanso de Deus, meu descanso, este descanso e, em mais de um caso, aquele descanso.

3. O descanso de Canaã

Porque, se Josué lhes houvesse dado repouso, não falaria, depois disso, de outro dia. Hebreus 4.8

Nesta seção passamos a uma nova etapa do argumento sobre o descanso de Deus, tomando como base o versículo 6, que tenciona contestar a afirmação dos judeus de que o descanso em Canaã era o cumprimento integral da promessa divina. Mas este descanso físico foi o cumprimento de uma promessa material que Deus fez a Abraão (ver Gn 15.7,13-16) de que sua descendência moraria numa terra maravilhosa (ver Dt 11.11,12).

Por esta descrição, Canaã devia ser uma espécie de segundo jardim do Éden; um dos lugares mais belos e férteis do mundo antigo. Todavia, se observarmos o capítulo 3 de Hebreus, a geração contemporânea de Moisés se recusou a entrar nessa terra porque foi incrédula e dura de coração. É verdade que a segunda geração daqueles que foram libertos do Egito entrou na herança material recusada por seus pais, mas Canaã não é o descanso de que o autor da epístola aos Hebreus trata. Josué proporcionou aos israelitas muitas coisas, mas não lhes pôde dar o descanso falado por Davi acerca de um outro dia que denotaria este descanso.

Como o sábado do decálogo, Canaã só poderia ser um símbolo daquele descanso espiritual que Deus preparou para os que o servem. Assim, o estabelecimento de Israel em Canaã é freqüentemente considerado uma alegoria do descanso prometido por Deus para o seu povo.

4. O descanso divino (Hb 4.1-3; 6-11)

O descanso divino é o tema central do capítulo 4 de Hebreus, e todas as outras alusões a ele são meramente incidentais. O descanso da criação é mencionado como seu alicerce, e também para explicar o sábado, que mais plenamente define este descanso.

Em Hebreus 4.1-3, o autor da epístola objetiva demonstrar que o descanso prometido por Deus não se limitava à posse da terra de Canaã. Neste texto, há uma reiteração da superioridade de Jesus sobre Moisés. Na primeira comparação entre eles (Hb 3.2-6), o contraste focou as duas personalidades: Moisés como servo, e Cristo como Filho de Deus. Agora, na segunda comparação (Hb 4.1-3), o contraste é entre a obra destas duas pessoas.

O escritor de Hebreus mostra a fragilidade de Moisés: (1) sua obra não foi suficientemente poderosa para realizar-se cabalmente; por isso, ele não pôde introduzir o povo no descanso prometido; (2) o descanso que em que os israelitas penetraram posteriormente foi terreno e meramente representativo do verdadeiro descanso divino.

Cristo é superior a Moisés em ambos os pontos: (1) Ele é capaz de, mediante o Espírito, realmente conduzir-nos a este descanso espiritual; e (2) este descanso é real e substancial e corresponde, em espécie, ao descanso sabático de Deus.

Nele, nosso Eterno Shabatt

Pr Marcelo de Oliveira

Bibliografia: Heschel, Abraham Joshua. O schabat. Editora Perspectiva.
Wiley, Orton H. A Excelência da Nova Aliança. Ed. Central Gospel

Kistemaker, Simon. Hebreus. Ed. Cultura Cristã

O Filho do homem – Dn 7.13

A expressão “filho do homem” com sentido messiânico ocorre apenas uma vez no A.T:

“Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha com as nuvens do céu um como o Filho do Homem, e dirigiu-se ao Ancião de dias, e o fizeram chegar até ele” (Dn 7.13)

Num sentido genérico, a expressão “filho do homem” significa “um ser humano em contraste com um ser divino ou animal” e ocorre aproximadamente 108 vezes no Antigo Testamento. No livro de Ezequiel, Deus se dirige ao profeta 93 vezes como “filho do homem”.

A expressão “filho do homem” ou “ser humano” em Daniel 7.13 é usada em contraste com quatro grandes monstros, que representam quatro reinos do mundo, que saem do mar. O “filho do homem” representa o quinto reino, ou o reino do céu. Daniel 7 é, em muitos aspectos, semelhante o capítulo 2. Estes 2 capítulos foram escritos em aramaico. Ambos descrevem uma visão de quatro reinos que Daniel teve, seguidos de um quinto reino, que é o reino universal e eterno de Deus.

No capítulo 2, o quinto reino é representado por uma pedra cortada das montanhas sem que alguém usasse as mãos para isso. A pedra destrói os quatro reinos anteriores e enche toda a terra (Dn 2.34,35, 44-45). No capítulo 7, os quatro reis, reinos ou chifres são representados por quatro monstros que surgem do mar (Dn 7.3). O quinto reino é representado por “um ser parecido com um homem” (Dn 7.13, BLH), que vem com as nuvens do céu até onde o “Ancião de dias” estava sentado em um trono de julgamento.

Foi-lhe dado domínio e glória, e o reino,
para que os povos, nações e homens
de todas as línguas o servissem;
o seu domínio é domínio eterno,
que não passará,
e o seu reino jamais será destruído (Dn 7.14)

Em Daniel 7.13,14 o “filho do homem” é um indivíduo totalmente diferente dos animais que saíram do mar. Ele é o rei de todos os povos, nações e línguas, que o “servirão” ou “adorarão” (v. 14). Daniel pede ajuda para interpretar o que viu (v. 16). O intérprete lhe diz que os quatro grandes monstros são quatro reis que se levantarão da terra (v. 17), mas “os santos do Altíssimo receberão o reino e o possuirão para todo o sempre, de eternidade em eternidade” (v. 18). No versículo 21, os santos são identificados aos que foram atacados por um representante do quarto monstro. O tribunal deu o reino aos santos do Altíssimo (v. 22).

O que isso significa? Em Daniel 7.14, o Ancião de dias deus os reinos do mundo ao “filho do homem” que representa o quinto reino, mas no versículo 18 são os “santos” que recebem o reino. O filho do homem é representado como ser humano que vem das nuvens, para contrastar seu reino com o dos monstros que vêm do mar. O seu reino virá das nuvens (ou do céu), mas o deles (dos monstros) virá do caos. O filho do homem que vem com as nuvens do céu é mais que um ser humano comum. O estudioso Von Rad disse que “não pode haver dúvidas de que o filho do homem descrito em Dn 7.13 é inicialmente apresentado como um personagem messiânico no sentido mais amplo do termo”.

O erudito G.R. Beasley-Murray disse: “em outros lugares do A.T, quem cavalga as nuvens é Iavé (Sl 18.10,11), não o símbolo de um grupo”. Por isso, deve-se esperar que, nessa visão, aquele que cavalga as nuvens indique o representante do governo de Deus e (à luz da interpretação) o representante do povo a quem o governo é dado. Na tradição profética, o Messias tem exatamente essa posição, de representante de Iavé e do povo que tem o privilégio de ser incluído em seu governo.

Muitos detalhes dispersos no A.T apontam para um novo e futuro reino de Deus. Conceitos como “filho de Davi”, “filho de Deus”, “filho do homem” e “servo sofredor” surgem em tempos e circunstâncias diferentes. Perceba que eles nunca são colocados juntos ou vinculados de alguma forma sistemática no A.T. É o Novo Testamento que reúne todas essas idéias e diz que Yeshua há Mashiach é o cumprimento de todas elas. A Ele glória!

Pr Marcelo de Oliveira

Bibliografia: Smith, Ralph. Teologia do A.T. Edições Vida Nova
Skarsaune, Oskar. À Sombra do Templo. Ed. Vida

1º Aniversário do Blog!

Kavód La Shem! Glória ao Nome do Eterno!

Quero agradecer a todos os irmãos, amigos que sempre acessam meu singelo blog. Nesta data 12/02/2010, o blog: A Supremacia das Escrituras – completa seu 1º ano na blogosfera.

Quero agradecer aos amados amigos que este instrumento (a Internet) me proporcionou conhecer, e que tem sido uma benção para minha vida em todos os sentidos. São eles: Pr Carlos Roberto, Pr Newton Carpintero, Pr Geremias do Couto, Pb Ivan Tadeu, Gutierres Siqueira, Pr Ciro Zibordi, Pb. Robson Silva, Ev. Anderson Araújo, Pb Silas Pimenta, Pb Juari, Pb Uilton, Pb José Roberto, Pr Altair Germano, Pr Esdras Bento, Pr Guedes, Pr Rupert, (EUA), Pr Marcos Antonio (EUA) Ednaldo, etc. Me perdoe, se faltei com algum nome. São tantos, que minha memória pode falhar.

Não poderia deixar de agradecer os mais de 850 corajosos seguidores deste blog. Espero que vocês tenham sido abençoados com a exposição da Palavra que tenho disponibilizado neste espaço.

Agradeço o carinho de cada comentário, de cada palavra amiga, de todos os irmãos das mais diversas partes do mundo que entram no blog e gentilmente postam seus comentários. Meu agradecimento de coração.

Se o Eterno permitir, continuarei focando no tema deste blog: A Supremacia das Escrituras.

O Eterno resplandeça o rosto Dele sobre vós!

Todá Rabá, Pr Marcelo de Oliveira

Obs. Se você foi abençoado, edificado, seu conhecimento bíblico foi aumentado, por gentileza, não deixe de postar seu comentário.
Se você cresceu no entendimento das Escrituras, das línguas originais, se de algum modo, este blog, foi uma benção para você, deixe seu comentário. Será uma alegria recebê-lo, e saber que as muitas horas de pesquisa bíblica, de noites em claro estudando as Escrituras, serviram de benção e crescimento para as vossas vidas.

com um coração agradecido

Pr. Marcelo de Oliveira

4 termos hebraicos relativos à natureza humana

No estudo anterior, nós abordamos as 4 palavras hebraicas relativas ao substantivo – “homem” , “ser humano” (adam, ish, enosh, gever).

Neste ensaio veremos as 4 palavras relativas à natureza humana: basar ou se’er (“carne”), ruakh (“espírito”), nephesh (“alma”) e lev (“coração”). O A.T nenhuma vez explica esses aspectos da natureza humana de modo sistemático. Cada termo tem mais de um sentido, às vezes físico, outras vezes psíquico.

??????? Basar ou se’er referem-se à parte visível, externa, física e material da natureza humana. Essas duas palavras hebraicas traduzíveis por “carne” tem muito pouca diferença em seu sentido. Basar ocorre 273 vezes, enquanto se’er é encontrado apenas 17 vezes. Os dois termos se referem primordialmente às partes musculares das pessoas e dos animais. Nenhum dos dois refere-se a Deus no A.T. Na verdade, uma passagem afirma explicitamente que Deus não é carne (Is. 31.3). A carne liga o ser humano ao mundo animal, não ao divino. A “carne” no A.T, é fraca (2 Cr 32.8; Sl 56.4; Jr 17.5). Com frequência o termo se refere a alimentos (Ex 21.10; Lv 4.11; Sl 78.20; Is 22.13). Ele pode indicar uma pessoa ou individuo (Lv 13.18; Pv 11.17). A carne também tem qualidades psíquicas no A.T. Ela pode “ter esperança” (Sl 16.9), “ansiar por Deus” (Sl 63.1), “cantar de alegria para o Deus vivo” (Sl 84.2).

????? Ruakh, “vento”, “espírito”, “fôlego”, ocorre 378 vezes no texto hebraico e 11 vezes nas porções aramaicas da Bíblia. Aproximadamente 113 vezes ruakh se refere a “vento” ou ar em movimento. Em 136 lugares ruakh se refere ao “Espírito de Deus”, e 130 referências para o “espírito humano”.

A idéia básica de ruakh, como na palavra grega pneuma, é “vento”. Jesus comparou a obra do Espírito ao vento (Jo 3.6-8), seguindo os profetas e escritores do A.T que viam em ruakh uma energia ou poder ativo, sobre-humano, invisível e misterioso. Ruakh se refere ao vento oriental (Ex 10.13; 14.21), ao vento norte (Pv 25.23), ao vento ocidental (Ex. 10.19), aos quatro ventos (Jr 49.36; Ez 37.9), ao vento forte (Sl 55.8) e ao vento do céu (Gn 8.1; Ex 15.10).

No começo do A.T é feita a associação entre o “sopro” de Deus e o “principio de vida” no ser humano (Gn 2.7; 6.17; 7.15-22). O sopro que energizou o ser humano foi uma dádiva do Espírito de Deus (Jó 9.18; 19.17; 27.3; Is 42.5; 57.16). Os ídolos não têm o “espírito” ou “fôlego”. Eles não tem vida nem poder (Jr 10.14; Hc 2.19). Os “ossos” de Israel voltam a ter vida quando o “espírito” vem dos quatro ventos e sopra sobre eles (Ez 37.6, 8-10, 14).

?????? Nephesh (“alma”, “vida”, “garganta”) é um termo difícil de definir, com um amplo espectro de significados. A tradução tradicional de nepesh em português como “alma” remonta à tradução anima, da Septuaginta, mas mesmo ela admite outros significados em 155 das 755 ocasiões em que a palavra é usada. O erudito Eichrodt disse: “A tradução infeliz do termo por ‘alma’ abriu a porta para entrada das idéias gregas sobre a alma”.

O significado básico de nephesh provavelmente é “garganta” ou “pescoço”. Isaías 5.14 diz que o mundo dos mortos abre bem a sua nepesh, “garganta” (cf. Sl 107.9; Hc 2.5). Jonas 2.5 diz que a água cercou sua nepesh, “garganta” ou “pescoço”). Parece que o sentido de nepesh mudou de “garganta” ou “pescoço” para “respiração”, indicando vida e vitalidade. Nephesh não se limita à “vida” do ser humano. Os animais também são chamados “seres vivos” (nepesh hayâ – Gn 1.21,24; 2.19; 9.10). Em Isaías 10.18 fala metaforicamente de nepesh e basar “alma” e “corpo” da floresta e da terra.

A forma verbal da raiz nps ocorre apenas três vezes no A.T, com o significado de “exalar” , “prender a respiração”, “refrescar-se”. Davi suspirou aliviado ao chegar ao Jordão, depois que Absalão se rebelou contra ele (2Sm 16.14). Duas vezes para o descanso no sábado é explicado como “exalar”, respirar refrigério”, uma vez pelas pessoas (Ex 23.12; 31.17).

?????? Leb, Lebab (“coração”), são dois termos correlatos com o mesmo sentido. O primeiro ocorre 598 vezes e o segundo, 252, tornando “coração” o termo antropológico usado com mais frequência no Antigo Testamento.

No Antigo Testamento conhecia-se o coração como órgão físico, mas não sua função essencial de fazer bombear o sangue. Poucas referências no Antigo Testamento referem-se ao coração como órgão físico. O profeta Oséias falou da “envoltura” (segôr) ou recipiente do coração (Os. 13.8), provavelmente referindo-se à caixa torácica que protege o coração. A expressão “dentro dele” (qereb) é uma indicação de que os israelitas sabiam que o coração ficava dentro da pessoa (1 Sm 25.37; Sl 39.3; 64.6).

“Coração” pode ser usado como sinônimo de nephesh (“alma”) e ruakh (“espírito”), em termos de sentimentos e emoções. Alegria e tristeza podem muito bem ser descritas por expressões como “dar força ao coração” ou “trazer refrigério à alma” (Gn 18.5; Jz 19.5,8; Sl 104.15); “derramar o coração” ou “derramar a alma” (Sl 62.8; Lm 2.19).

No A.T, o coração como centro do conhecimento ou da razão é freqüentemente associado ao ouvir (Dt 29.4; Pv 2.2; 18.15; 22.17). Uma pessoa inteligente era alguém de coração (Jó 34.10, 34), enquanto ao tolo faltava coração (Pv 10.13), ou dizia em seu coração: “não há Deus” (Sl 14.1; 53.1). A memória também é vinculada ao coração (Dt 4.9,39; Sl 31.12; Is 33.17).

Quando o A.T diz: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força” (Dt 6.5), “coração” está em primeiro lugar e tem principalmente o sentido de “mente” – se bem que não em sentido estrito. Devemos amar a Deus com todo o intelecto, com os sentimentos, com as emoções, com a vontade – com todo o ser.

Pr Marcelo de Oliveira

Bibliografia: Smith, Ralph. Teologia do A.T. Edições Vida Nova
Bruce, F.F. Biblical Exegesis in the Qumran Texts. Tyndale Press.
Heschel, Abraham J. The profets. New York – 1962

Lançamento do Livro: EM REVISTA

Quero convidar a todos os irmãos e amigos para o lançamento do 1º livro do Rev. Carlos Roberto. O título do livro é: Em Revista

Será nesta segunda-feira, 08.02.2010, às 19h30, no templo central da Assembléia de Deus – Ministério de Cubatão, situado à Rua Assembléia de Deus número 251 – Centro Cubatão – SP

Quero parabenizar o Rev. Carlos Roberto que tem sido um amigo, cooperador, companheiro e encorajador nos momentos dificeis que tenho passado.

Nesta oportunidade estará ministrando a Palavra de Deus, o nobre pastor Geremias do Couto, do blog: http://geremiasdocouto.blogspot.com/

Não perca esta oportunidade de estarmos juntos celebrando esta vitória do Rev. Carlos Roberto.

Rev. Carlos Roberto

Vice Presidente da AD Cubatão, cujo Pr é o Rev. Josias de Almeida

Vice Presidente Executivo da COMADESP

Membro do Conselho de Doutrina da CGADB

e agora…….

ESCRITOR!

Parabéns amado. Prossiga. Longa é a estrada. Palmilhe-a com destreza. Nossa voz não pode ser calada. Nossa tribuna não tem limites. Avante, pois.

Visite o blog do Rev. Carlos Roberto –

Se o Eterno permitir estaremos juntos!

Pr. Marcelo de Oliveira

Indicando um ótimo blog!

Shalom!
 
Amados leitores, quero indicar o blog do Rev. Josivaldo de França Pereira. Você encontrará textos, mensagens e estudos feitos com muita seriedade e compromisso com as Escrituras.
 
Em tempos de tanta heresia, distorções, o blog do Rev. Josivaldo de França Pereira é uma referência para os amantes da Escritura. Quero recomendar a todos que visitem o blog do Rev. Josivaldo, e se deleitem com o manancial da Palavra que vocês encontrarão lá.
 
O endereço do blog é: http://prjosivaldo.blogspot.com/
 
Um abraço!
 
Pr Marcello de Oliveira