Category Archives: Estudos Bíblicos

Edição especial da Revista Apologética!

Shalom!

Recomendo a todos os leitores [as] deste site a excelente edição da Revista Apologética que abordará a questão da homossexualidade à luz da Palavra, da ciência, e da filosofia.

Além disso, teremos nesta edição, artigos dos maiores apologetas do cristianismo como: Dr. William L. Craig,  Dr. Normam Geisler entre outros eruditos bíblicos do nosso país, tais como:  Dr. Russell Shedd,  Dr. Augustus Nicodemos Lopes, Pr. Natanael Rinaldi,  Pr. Esequias Soares, e este que vos fala.

Não deixem de assinar esta excelente revista que tornou-se referência no Brasil, como a melhor revista apologética que temos. Para assinar, clique no link abaixo:

 http://www.revistaapologetica.com.br/

Pr Marcelo de Oliveira

P.s>> Meus sinceros agradecimentos ao meu nobre amigo Missionário Jamierson, pelo lindo trabalho e pela oportunidade de escrever nesta excelente revista.

Desvendando o original: A alegria

Continuando nossos estudos sobre os Frutos do Espírito, temos hoje como foco de análise o segundo fruto, a alegria. Em grego, o termo usado para “alegria” é “chara”, que significa “deleite”, “felicidade”. Esta palavra se deriva de “chairo”, que significa “regozijo”. O interessante é que a palavra grega “chairo” nos lembra o nome da capital do Egito, Cairo, que em árabe é al-Kahira, que significa “o forte”. Isso traz à memória a ideia de que a alegria do Senhor é o que nos torna fortes (Neemias 8.10). Alegria e força estão diretamente relacionados. O inimigo ataca nossa força quando consegue tirar de nós nossa alegria. Existe uma batalha no reino espiritual para destruir nossa alegria. A alegria é um campo de batalha. Um dado curioso é que o nome original da cidade do Cairo era, em egípcio, Khere-ohe, que significa “campo de batalha”, em referência à batalha ocorrida entre Hórus e Set neste local. De forma semelhante, a alegria é um campo de batalha, em que o Espírito Santo e as forças das trevas lutam por nossa alma.

O versículo de Neemias 8.10, lido em hebraico, nos oferece mais esclarecimentos sobre a importância da alegria na vida do cristão. Nele, a palavra hebraica para alegria é “chedvah”, que vem de “chadah” e traz a ideia de “união”, pois se relaciona com “‘achad”, que significa “unificar”. Ou seja, a alegria é um campo de batalha espiritual, pois o cristão, quando está unido a Deus, exulta de alegria, ainda que em meio à tribulação. Se o inimigo conseguir tirar a alegria do cristão, ele quebra sua unidade com o Senhor. Ter alegria (chadah) é estar unido (‘achad) a Deus.

O homem que está verdadeiramente em união (‘achad) com Deus possui alegria (chadah) porque tem a força de uma espada afiada (chadad). Em hebraico, os termos “união” (‘achad) e “afiado” (chadad) são semelhantes devido à ideia de que os dois lados da lâmina de uma espada se unem para formar uma ponta afiada. Dessa maneira, vemos que o cristão que se une a Deus é afiado como uma espada e forte na batalha, pois a alegria do Senhor é uma de suas armas de guerra.

Outra curiosidade é que, em hebraico, as palavras “alegria” (chadah), “união” (‘achad) e “enigma” (chiydah) possuem a mesma origem. Isso ocorre porque o enigma se inicia com o narrador se distanciando de seu interlocutor no momento em que propõe a charada. Todavia, a charada termina quando a solução do enigma é anunciada, o que reúne a ambos. Isso nos lembra o costume de Cristo de falar por meio de parábolas, atitude que irritou a muitos, mas trouxe força e esclarecimentos para aqueles que buscaram compreendê-las. Muitas vezes Deus nos deixa passar por tribulações que geram em nós dúvida e desesperança. Nesses momentos, não entendemos o que está havendo, não compreendemos porque aquilo está acontecendo conosco. É como uma charada ou enigma. O inimigo usa essa ocasião para tentar enfraquecer-nos e tirar a força de nossa alegria. Todavia, o Senhor, ao derramar sobre nós seu Espírito Santo e ensinar-nos o significado de tudo o que está acontecendo, faz com que experimentemos uma reunião poderosa com Deus, momento em que exultamos de alegria por ter desvendado o enigma, por descobrir o que estava realmente acontecendo.

Paulo, por exemplo, experimentou essa angústia quando da ocasião do espinho que afligia sua carne (2 Coríntios 12.7). A curiosidade surge quando percebemos que uma das palavras hebraicas para espinho (chedeq) também tem a mesma origem que os termos “alegria” (chadah), “união” (‘achad), “afiado” (chadad) e “enigma” (chiydah). Isso porque o espinho nos leva a uma condição de dúvida, coloca diante de nós um enigma. Todavia, quando compreendemos o motivo pelo qual o Senhor nos permitiu que experimentássemos aquele espinho, recebemos uma alegria no Senhor e nossa união com Deus se torna mais sólida.

Outra palavra hebraica diretamente relacionada com a ideia de alegria é “chadar”, que significa “cercar”. Aqueles que estão verdadeiramente unidos ao Pai, e por isso experimentam a alegria do Senhor, estão cercados (chadar) pela proteção do Anjo do Senhor (Salmo 34.7).

Outra variação dessa mesma palavra, “cheder”, significa “quarto”, pois é um cômodo cercado (chadar) de paredes. Assim vemos que o quarto (cheder) é um local onde o crente pode buscar proteção, ao ser cercado (chadar) pela presença divina e receber de Deus uma unção poderosa de alegria (chadah). A passagem de Mateus 6.6 é categórica sobre esse tema: “Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará”.

O cristão que deseja obter de Deus a verdadeira alegria (chadah) deve buscar uma união (‘achad) com Deus de modo que torne afiada (chadad) sua comunhão com o Pai, mesmo que através de um espinho (chedeq). Entrar no quarto (chedar) e buscar ser cercado (chadar) da unção e proteção de Deus fará com que o Senhor nos coloque em seu esconderijo (kachad) e revele mistérios que estão em oculto, desfazendo enigmas (chiydah) de nossa vida, trazendo um renovo (chadash) especial (qadash) que nos fará entender o que é a verdadeira alegria (chadah).

Dedico este artigo à querida Evelyn Lorraine Flood, aluna, amiga e irmã em Cristo que tem guardado sua alegria mesmo em meio a um enigma: uma luta contra o câncer. Peço aos queridos leitores que coloquem a Evelyn em suas orações.

A alegria do Senhor é nossa força!

::Daniel Lopez

Jornalista e doutorando em Linguística na Universidade Federal Fluminense (UFF). É também professor universitário, tradutor e diretor do programa e ministério Desvendando o Original.

Uma palavra sobre o divórcio

O casamento foi instituído por Deus, o divórcio não. O casamento nasceu no céu, o divórcio na terra. O casamento agrada a Deus, o divórcio não. Deus permite o divórcio, mas jamais o ordena. Ele jamais foi o ideal de Deus para a família.

A pergunta dos fariseus: “… porque mandou, então, Moisés dar carta de divórcio e repudiar? Isto revela o uso equivocado que os judeus faziam do texto de Deuteronômio 24 nos dias de Jesus. O que Moisés disse sobre o divórcio?

Quando um homem tomar uma mulher e se casar com ela, então será que, se não achar graça em seus olhos, por nela encontrar coisa indecente, far-lhe-á uma carta de repúdio, e lha dará na sua mão, e a despedirá da sua casa.

Se ela, pois, saindo da sua casa, for e se casar com outro homem,

E este também a desprezar, e lhe fizer carta de repúdio, e lha der na sua mão, e a despedir da sua casa, ou se este último homem, que a tomou para si por mulher, vier a morrer,

Então seu primeiro marido, que a despediu, não poderá tornar a tomá-la, para que seja sua mulher, depois que foi contaminada; pois é abominação perante o SENHOR; assim não farás pecar a terra que o SENHOR teu Deus te dá por herança. (Dt 24.1-4)

É importante dizer que não foi Moisés quem instituiu o divórcio. Ele já existia antes de Moisés. No início da história as famílias precisavam ser numerosas para suprir duas carências: mão-de-0bra para lavoura e soldados para as guerras.  A supervalorização do macho deu origem à filosofia machista, e de acordo com esse pensamento, a mulher servia apenas para  a reprodução. Assim, quando a esposa era estéril, para que o homem não ficasse sem herdeiros, foram criadas foram alternativas de convivência conjugal como do concubinato, a poligamia e o divórcio. O primeiro caso de bigamia está registrado em Gn 4.19-24. Abraão lançou mão do concubinato por sugestão de Sara, sua mulher, que era estéril (Gn 16.1-4). Jacó teve esposas e concubinas (Gn 29.18-30). É nesse contexto social de machismo, bigamia, poligamia e concubinato que surge o divórcio.

Os códigos mais antigos da humanidade já configuravam o divórcio como uma instituição social. O código de Hamurabi (1792-1750 a.C) legislou sobre o divórcio:

A)     Artigo 134 – Admite o divórcio para a mulher de um prisioneiro que não tiver renda suficiente para garantir sua sobrevivência;

B)     Artigos 137 e 140 – Admitem o divórcio por qualquer motivo, desde que sejam respeitados os direitos de dote e herança;

C)    Artigo 142 – Dá a mulher o direito de se divorciar de um marido relaxado, impotente, irresponsável ou desonesto;

D)    Artigo 148 – Permite que o marido se case com outra mulher se a primeira for acometida de doença incurável, mas ele fica obrigado a cuidar dela.

O ensino de Moisés sobre divórcio em Deuteronomio 24 revela dois pontos básicos: primeiro, o divórcio foi permitido com o objetivo de proibir o homem de tornar a se casar com a primeira esposa, depois de ter se divorciado dela. O propósito da lei era proteger a mulher das artimanhas de um esposo imprevisível e talvez cruel. Desta forma, a lei não foi estabelecida para estimular o divórcio. Segundo, o marido tinha permissão de se divorciar no caso de achar na esposa alguma coisa indecente.

Os fariseus interpretavam equivocadamente a lei de Moisés sobre o divórcio, eles entendiam como um mandamento, enquanto Cristo considerou-a uma permissão, tolerância. Moisés não ordenou o divórcio, ele permitiu. Portanto, é de suma importância entender dois ensinos fundamentais de Jesus sobre este importante assunto, em sua resposta aos fariseus.

O primeiro ensino é que há uma absoluta diferença entre ordenança (eneteilato) e permissão (epetrepsen). Para Jesus o divórcio não é uma ordenança e sim uma permissão. Jesus, como supremo e infalível intérprete das Escrituras, explicou o verdadeiro significado de Dt 24. Deus instituiu o casamento, não o divórcio. Deus não é o autor do divórcio; o homem é responsável por ele. O divórcio jamais deve ser encarado como uma ordenança divina ou uma opção moralmente neutra. Ele é uma evidência clara de pecado, o pecado da dureza de coração. Jesus Cristo desarmou a falsidade dos fariseus, revelando que Moisés permitiu o divórcio por causa da obstinação do coração do homem e não em virtude de sua aprovação como algo bom, recomendável pela lei.

O segundo ensino de Jesus sobre o divórcio diz respeito à dureza dos corações. O divórcio acontece porque os corações não são sensiveis. O divórcio é resultado de coraçõe endurecidos. O divórcio é uma conspiração contra a lei de Deus. O divórcio é consequência do pecado e não expressão da vontade de Deus. Deus odeia o divórcio, disse o profeta Malaquias (Ml 2.16). Divórcio é a negação dos votos de amor, compromisso e fidelidade. Ele é uma apostasia do amor.

A dureza de coração é manifesta na indisposição de obecer a Deus e de perdoar um ao outro. Onde não há perdão não há casamento. Onde a porta se fecha para o perdão, abre-se uma avenida para a amargura, e o destino final dessa viagem, é o divórcio. Divórcio não é uma ordenação divina. Ele não é compulsório nem mesmo nos casos de adultério. O perdão e a restauração são sempre preferiveis ao divórcio.

Pr Marcelo Oliveira

Bibliografia: Wiersbe, Warren. Comentário Expositivo. Geográfica Editora

  Lopes, Hernandes Dias. Casamento, divórcio e novo casamento. Ed. Hagnos

                       Stott, John. Grandes questões sobre o sexo. Vinde Comunicações

P.s>> Fiquem atentos que no próximo artigo abordarei a questão: “coisa indecente” de Deuteronomio 24.

Por que a palavra hebraica: “berakh” é traduzida como blasfemar/ amaldiçoar em Jó?

É verdade que a palavra barakh na raiz piel (berakh) normalmente se traduz por “abençoar”, “louvar”, “saudar com uma benção”. É termo que ocorre com grande freqüência por todo o AT com esse significado.

Mas em Jó 1.5,11; 2.5,9 e possivelmente também Sl 10.3 (no qual traz a idéia de: “desprezar”, “rejeitar”) parece que possui exatamente o sentido contrário de “abençoar”.  Este fenômeno lingüístico pode ser explicado nos seguintes termos: “Abençoar como sentido antitético de amaldiçoar […] da saudação à partida, ao dizer adeus, despedindo-se de alguém; mas trata-se de uma benção exagerada pelo que, na realidade, é uma maldição no inglês vulgar”. A esse respeito, 1Rs 21.10-13 também poderia ser mencionado.

O verbo berakh significa “dizer adeus a” em Gn 24.60; 32.1; 47.10, em geral com a conotação de invocar uma benção sobre a pessoa que parte. Tendo em mente esse uso do verbo, podemos deduzir que um pecador endurecido, insolente, poderia dizer “adeus”  ao Senhor, com a intenção de despedi-lo, tirá-lo da cabeça de vez, abandonando-o completamente.

O erudito Keil & Delitzch dá a esse emprego de “berakh” o nome de eufemismo com um cunho de antífrase. O erudito afirma que Jó 2.9 a palavra significa claramente valedicere (“dizer adeus à”) como benção ou saudação de despedida.

Por que Jesus foi batizado se não tinha pecado?

O batismo de João era batismo de arrependimento. Jesus veio de Nazaré da Galiléia, a cidade rejeitada pelos judeus. Ele não vem da Judéia nem da aristocracia religiosa de Jerusalém.  Agora surge a pergunta: Por que Jesus foi batizado se não tinha pecado?  Ele foi batizado por causa da natureza do seu ministério, porque identificou-se conosco e o Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de todos nós (Is 53.6).

O erudito do NT Dr. William Barclay diz que o batismo de Jesus nos ensina quatro verdades importantes, que mostraremos a seguir:

Primeira, o batismo de Jesus foi o momento da decisão.

Durante trinta anos, Jesus viveu como carpinteiro na cidade de Nazaré. Desde a infância, entretanto, tinha consciência da sua missão. Aos doze anos, já alertava José e Maria acerca da sua missão. Contudo, agora era tempo de agir e iniciar o seu ministério. Seu batismo foi o selo dessa decisão.

Segunda, o batismo de Jesus foi o momento da identificação.

Jesus veio ao mundo como nosso representante e fiador. Ele se fez carne e habitou entre nós. Ele se fez pecado e maldição por nós (2Co 5.19-21). Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e carregou sobre o seu corpo, no madeiro, os nossos pecados (1 Pe 2.24). Ele não foi batizado por pecados pessoais, mas pelos nossos pecados imputados a ele. Jesus foi batizado a fim de expressar sua identificação com o povo.

Terceira, o batismo de Jesus foi o momento da aprovação.

Quando Jesus saiu da água, o céu se abriu, o Pai falou e o Espírito Santo desceu. Ali estava a Trindade referendando seu ministério. O Pai afirmava sua filiação e declara que em Jesus e na sua obra Ele tem todo o seu prazer. A pomba deu sinal do término do julgamento após o dilúvio na época de Noé. A pomba agora dá o sinal da vinda do Espírito Santo sobre Jesus, abrindo-nos o portal da graça.

Quarto, o batismo de Jesus foi o momento da capacitação.

Nesse momento o Espírito Santo desceu sobre Ele. Ele foi cheio do Espírito Santo. Jesus como homem precisou ser revestido com o poder do Espírito Santo. Ele foi batizado com esse poder no Jordão. Ele foi guiado pelo Espírito ao deserto. Ele retornou à galiléia no poder do Espírito Santo. Ele agiu no poder do Espírito Santo na sinagoga. Ele foi ungido pelo Espírito para fazer o bem e curar todos os oprimidos do diabo (At 10.38).

Nele, que cumpriu toda a justiça de Deus

Pr Marcelo Oliveira

Provérbios 22.6 é garantia que os filhos de pais cristãos nunca se desviarão?

“Ensina a criança no caminho em que deve andar e, quando for velho, não se desviará dele” (Pv 22.6)

Antes de discutir a aplicação prática desse versículo, devemos examinar cuidadosamente o que ele diz na verdade. A tradução literal do texto hebraico: hannokh lanna’ar é: “ensina, treina o menino” (na’ar refere-se a um jovem, desde sua infância até a maioridade); o verbo hannakh não ocorre em outra passagem do A.T com o sentido de “treinar”. Normalmente significa “dedicar” (consagrar um templo ou uma casa; Dt 20.5; 1Rs 8.63; 2Cr 7.5), ou uma oferta (Nm 7.10). Parece que ele é cognato do egípcio h-n-k (“dar aos deuses, “marcar algo para culto divino”“.). Isso nos leva ao seguinte leque de significados: “dedicar a criança a Deus”, preparar a criança para suas futuras responsabilidades, exercitar ou treinar a criança para a idade adulta.

A seguir, chegamos ao que é traduzido “no caminho em que deve andar”. Literalmente está escrito “de acordo com seu caminho” (al-pî darkhô); al-pî (literalmente, “de acordo com a boca de”) em geral significa “segundo a medida de”, “de conformidade com” ou “de acordo com”. Quanto a darkhô, é a palavra que vem de derekh (“caminho”); isso pode se referir-se ao “costume generalizado de, segundo a natureza de, o modo de agir de, o padrão de comportamento de” uma pessoa.

Parece que o texto implica que o modo de instrução deve ser governado segundo o estágio da vida da própria criança, conforme suas inclinações pessoais, ou então, como as traduções padronizadas mostram, “de acordo com o modo que é próprio à criança” – à luz da vontade de Deus, segundo os padrões de sua comunidade, ou herança cultural.

Neste contexto altamente teológico, centralizado em Deus [(Iavé é o Autor tanto do rico como do pobre vs. 2); “O galardão da humildade e o temor do Senhor são riquezas, honra e vida [v.4]”.], não há duvida de que “no caminho em que deve andar” significa “seu caminho adequado, próprio”, à luz dos objetivos e padrões estabelecidos no verso 4, e tragicamente negligenciados pelo perverso no verso 5. No entanto, também existe uma conotação segundo a qual cada criança deve ser educada e treinada para o serviço de Deus, segundo as necessidades e características da própria infância.

A segunda linha diz: gam ki (“ e ainda quando”) yazqîn  (“for velho”) – “zaqen” significa “velho” ou um “ancião”), ló Yasur (“não se desviará”) mim-mennah (“dele”, do seu derek – caminho), que aparentemente fortalece a interpretação de “seu próprio caminho”, “padrão de comportamento”, ou “modo de viver” como homem de Deus bem treinado, ou bom cidadão em sua comunidade.

Tudo isso se resume, pois, num principio geral – e todas as máximas genéricas de Provérbios a respeito da conduta humana têm esse caráter. Provérbios não oferece regras e garantias absolutas para as quais jamais possa haver exceções. Antes, temos ali princípios mostrando que quando um pai piedoso dá a devida atenção à educação de seu filho, para que tenha responsabilidades necessárias, e viva de modo bem ordenado para Deus, tal genitor pode, com toda confiança, esperar que seu filho jamais se afaste do treinamento paterno que recebeu, e do exemplo de um lar em que o nome de Deus é reverenciado. Isso provavelmente ocorrerá a despeito de algum desvio temporário do fim da adolescência. Mesmo ao tornar-se um ancião, essa pessoa não se desviará do caminho em que foi educado. Outra interpretação sobre gam ki significa que a criança permanecerá fiel ao treinamento recebido por toda a sua vida, até à velhice.

 Conclusão.

Será que esse versículo nos fornece uma garantia real, de que todos os descendentes de pais tementes a Deus, conscienciosos, os quais vivem em nobreza de caráter, serão verdadeiros servos de Deus? Porventura, haverá filhos rebeldes, os quais voltarão as costas à educação cristã que receberam, e cairão na culpa e vergonha de uma vida dominada por Satanás? É possível que alguém interprete esse versículo dessa forma. Todavia, é muitíssimo duvidoso que o escritor sagrado inspirado por Deus quisesse estipular uma promessa de caráter absoluto, aplicável em todos os casos. As máximas de Provérbios têm o objetivo de constituir aconselhamento sadio, lógico e útil; não nos são apresentadas como promessas de sucesso infalível.

Nele, Pr Marcelo Oliveira

Febe, do brilho da lua para a luz de Cristo

INTRODUÇÃO

Febe surge numa recomendação em Romanos 16.1-2. Isto tem sido entendido como sendo ela a portadora da carta aos romanos. Ela é da Cencréia, um porto de Corinto, onde Paulo estava quando escreveu esta carta. Surge e desaparece aqui. Nada mais se diz sobre ela.  Mas é uma apresentação elogiosa. Por isso, vejamos o que podemos aprender desta irmã do passado.

1.  DO BRILHO DA LUA PARA A LUZ DE CRISTO

Os nomes tinham grande significado na época. Febe significa “radiante”, e alude ao brilho da lua. Usava-se para a irradiação da luz da lua (“luar”).  O nome era pagão, usado por gregos adoradores da lua. Provavelmente fora pagã e se convertera ao evangelho. Não adorava mais a Lua (ou se não a adorou, não seguiu a religião dos pais). Adorava “o sol da justiça” (Ml 4.2), Cristo. Irradiava a luz de Cristo: João 8.12 e Mateus 5.14. Primeira lição: a conversão é passar do erro para a verdade. É brilhar. Quem tem a luz de Cristo a irradia.

2.  DIACONISA OU SERVA?

É chamada de “serva” ou “diaconisa”. Outras versões trazem “servindo à igreja”. O termo “diaconisa” pode se referir à função diaconal ou apenas que ela trabalhava na igreja. A favor de ser diaconisa, pesa o fato de levar a carta e Paulo pedir hospedagem para ela. Mas o importante: “serva da igreja”. Ser servo de Deus é fácil. “Sirvo a Deus, não aos homens!”, diz o irmão ruim de relacionamento. Servo da igreja. A igreja é maior que nós, e não somos seus donos, mas servos. Além de serva, “protetora”, “ajudadora” ou “tem ajudado”. Era serviçal. Vida cristã é servir, não ser servido. Há os que querem ser servidos, mas não servem. O crente que não serve (não presta serviço) não serve (não presta). Segunda lição: a igreja é um espaço de serviço, e nela servimos tanto Deus como aos irmãos. Resgatemos a autoridade da igreja: nós a servimos, e não nos servimos dela.

CONCLUSÃO – Lições gerais de Febe para nossa vida:

1.  A conversão muda a vida da pessoa. O brilho em sua vida era o da lua. Convertida, o brilho passou a ser o de Cristo. Qual o brilho de nossa vida? Artistas de tevê? Pensadores seculares? Ou Cristo? Não podemos continuar sendo as mesmas pessoas. “Não varro o lixo para baixo do tapete”.

2.  A compreensão de que a vida cristã é servir, e não buscar benefícios. As pessoas escolhem igreja como quem escolhe uma prestadora de serviços, ao invés de pensarem são chamadas a prestar serviço.

3.  Uma marca acentuada de Febe: sua vida beneficiava os irmãos. Nossa vida beneficia alguém? Ou queremos apenas os benefícios da vida cristã?  Somos úteis?

4.  Uma marca da vida dos cristãos daquela época: eles se apoiavam, se hospedavam e se ajudavam mutuamente. Suas vidas não eram estanques e a fraternidade não era apertar mãos na hora de um cântico, mas se mostrava em todas as esferas da vida. Somos fraternos fora do culto?

Pr Isaltino Gomes Coelho

Por que a maldição caiu sobre Canaã no lugar de Cam?

Todos os amantes das Escrituras já se depararam com uma pergunta inquietadora: Por que Canaã foi amaldiçoado no lugar de Cam? Visto que as maldições e bênçãos sobre os três filhos têm em vista seus descendentes, não é de estranhar que a maldição recaia sobre o filho de Cam, e não sobre o próprio Cam (Gn 9.18-22), especialmente em razão de Deus já haver abençoado este justo sobrevivente do dilúvio (Gn 9.1). Prezados leitores [as], quem pode amaldiçoar aquele que o Eterno abençoou?  Leia atentamente Gênesis 9.1

Como o filho mais jovem injuriava a seu pai, assim  a maldição recairá sobre seu filho mais jovem, que presumivelmente herda sua decadência moral (cf. Lv 18.3; Dt 9.3). Em adição aos cananitas, os descendentes de Cam incluem alguns dos inimigos mais ferrenhos de Israel: Filístia, Assíria, Babilônia (cf. Gn 10.9-13). Por trás da profecia de Noé está o conceito de solidariedade corporativa. A justiça de Noé é reproduzida em Sem e Jafé; sua imoralidade, em Cam. A imoralidade de Cam contra seu pai estará estigmatizada em seus descendentes; e a modéstia de Sem e jafé, nos seus.

O erudito Cassuto explica a expressão “servo dos servos” (Gn 9.25): ‘Os cananitas se destinavam a sofrer a maldição e a servidão não em decorrência dos pecados de Cam, mas porque eles mesmos agiam como Cam, em decorrência das suas próprias transgressões. A servidão de Canaã é espiritual, não apenas política. A maldição posta sobre Canaã o liga à maldição sobre a serpente (Gn 3.14) e sobre Caim (Gn 4.1). Entretanto, a maldição geral não é exceção. Como a cena deixa bem claro, a diferença entre os prospectos futuros dos irmãos ancestrais pertence à sua moralidade, não à sua etnia como tal.

A família da prostituta cananita Raabe virá a ser parte do povo da aliança (Js 2.14; 6.17-22; Mt 1.5; Hb 11.31), e a família do judeu Aça será eliminada (Js 7). Quando Israel se comporta como os cananitas, a terra os vomita dela também (2Rs 17.20).

Pr Marcelo Oliveira

Bibliografia: Wiersbe, Warren. Comentário Expositivo. Geográfica Editora

                          Waltke, Bruce e Cathi, Fredericks. Gênesis. Ed. Cultura Cristã

Cessaram os dons espirituais?

Os dons espirituais têm sido temas de acalorados debates na academia, na internet e principalmente nos blogs. Os dons espirituais não foram dados à igreja para projeção humana nem como aferidor da verdadeira espiritualidade. Os dons espirituais foram dados para a edificação do corpo de Cristo. Pelo exercício correto dos dons a igreja cresce de forma saudável. Os dons são recursos que o próprio Espírito de Deus concedeu à igreja para que ela pudesse ter um crescimento saudável e também suprir as necessidades dos seus membros.

Há pelo menos três posições em relação aos dons espirituais dentro da igreja:

  1. Os cessacionistas.  São aqueles que crêem que os dons espirituais registrados em 1Coríntios 12 foram restritos aos tempos dos apóstolos. Para estes os dons não são contemporâneos e nem estão mais disponíveis na igreja contemporânea.
  2. Os ignorantes.  São aqueles que não conhecem nada sobre os dons. Paulo orienta os coríntios para não serem ignorantes com  respeito aos dons espirituais. Havia pessoas na igreja que ignorava esse assunto, e por isso, não podia utilizar a riqueza dessa provisão divina para a igreja.
  3. Os que crêem na atualidade dos dons espirituais. São aqueles que crêem que os mesmos dons espirituais concedidos pelo Espírito Santo no passado estão disponíveis para a igreja atualmente.

Amados, quem tem a última palavra? Nossos pressupostos, ou a infalível e inerrante Palavra de Deus?  Partindo do princípio que a Palavra de Deus é a nossa regra de fé e prática, abordaremos a questão, afirmando que os dons espirituais não cessaram. Eles são contemporâneos e estão disponíveis para a edificação do corpo de Cristo.

Veja o que Paulo disse em 1 Coríntios 12.4-6:

Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo.

E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo.

 E  há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos.

Note que aqui, a Trindade está presente.  No versículo 4, Paulo se refere ao Espírito Santo; no versículo 5, a palavra Kyrios refere-se ao Senhor Jesus Cristo e no versículo 6, Paulo refere-se ao Deus Pai. Pelo contexto, Paulo ensina a igreja que eles haviam abandonado aos ídolos mudos e agora estava seguindo uma nova direção: A direção do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Depois de ensinar a mudança de direção que a igreja deveria seguir, o apóstolo falará sobre a natureza dos dons espirituais. No mesmo texto de 1Co 12.4-6, Paulo fala de “dons”, de “serviços” e de “realizações”. Isso nos fala da natureza dos dons espirituais. Ou seja, os dons têm uma tríplice natureza.

1)    Quanto à origem dos dons eles são chamados charismata. Paulo diz: “Ora os dons são diversos” (12.4). A palavra charismata vem de charis, graça. Assim, Paulo está falando da origem dos dons. O dom espiritual procede da graça de Deus. Ora se procede da graça de Deus, eles acabaram? Não! Se cessaram os dons, cessou-se a graça de Deus. Isto é impossível!  Os dons são originados na graça de Deus e são ministrados, doados e distribuídos pelo Espírito Santo. A origem dos dons nunca está no homem, mas sempre na graça de Deus.

2)   Quanto ao modo de atuar, o dom é diaconia. Paulo diz: “E também há diversidade nos serviços” (12.5). A palavra “serviços” no grego é diaconia. Isso se refere ao modo de atuação do dom que é prontidão para servir. Os dons são dados não para projeção pessoal, mas para o serviço.  Deus nos dá dons para servirmos uns aos outros e não para nos exaltarmos nossas virtudes ou habilidades. A finalidade do dom espiritual não é autopromoção, mas a edificação do próximo.

3)  Quanto à finalidade os dons são energémata. Paulo conclui: “E há diversidade nas realizações” (12.6). A palavra energémata vem de energia, de obras exteriores. É a energia (poder) de Deus operando nos cristãos e transbordando para a vida da comunidade. O dom espiritual é para ajudar alguém, fazer algo para alguém, trabalhar por alguém e realizar alguma coisa para alguém. Não é uma espiritualidade intimista e subjetiva. Ela é transbordante, edificante, relevante.

Eis uma preciosidade: Por que Jesus não transformou pedras em pães? Ele não poderia fazê-lo? Sim. Então, porque não o fez? Simples, milagres devem ser feitos e realizados em favor do próximo e nunca para benefício próprio!

Conclusão.

Os propósitos divinos para os dons são:

a)  Os dons são dados a cada membro do corpo. Todos os cristãos, salvos por Jesus, têm pelo menos um dom. Isto não é uma palavra minha, são as Escrituras que afirmam esta verdade (cf 1Co 12.7). Cada membro do corpo de Cristo tem pelo menos um dom.

b)  Os dons têm um propósito. Eles são dados visando a um fim proveitoso, ou seja, a edificação da igreja.

c)  É o Espírito Santo que distribui soberanamente os dons. “Mas um só e o mesmo Espírito realiza todas as coisas, distribuindo-as, como lhe apraz, a cada um, individualmente” (12.11). Paulo está falando que é o Espírito Santo quem distribui os dons e também quem age eficazmente na vida daquele que exerce o dom. O homem é apenas um instrumento, mas o poder é do Espírito.

O apóstolo Paulo usou quatro verbos que ilustram a soberania de Deus na distribuição dos dons espirituais. O Espírito Santo distribui (12.11), Deus dispõe (12.18), Deus coordena (12.24) e Deus estabelece (12.28). Do começo ao fim Deus está no controle. Não há espaço para vaidades e autopromoção. Portanto, busquemos com excelência os melhores dons. Eles estão disponíveis nos celeiros celestiais.

Nele, que concede os dons para a sua igreja nos dias atuais

Pr Marcello Oliveira

Bibliografia: Wiersbe, Warren. Comentário Expositivo.

                         Lopes, Hernandes Dias. 1Coríntios. Ed. Hagnos

     Rienecker, Fritz e Rogers, Cleon. Chave linguistica do NT. Ed. Vida Nova  

 

A mais longa lista de pecados da Bíblia está relacionada à homossexualidade

Quando o homem desprezou o conhecimento de Deus e perverteu o culto divino, perdeu a sua identidade. O homossexualismo é uma negação total do mundo real. Refuta qualquer possibilidade de continuidade e ameaça a identidade da pessoa como fruto do relacionamento de um pai e uma mãe. Não podemos concordar com a bandeira levantada pela homofobia, quando os ativistas desse movimento afirmam que o homossexualismo é uma opção normal e que o casamento de pessoas do mesmo sexo é uma união de amor que deve ser chancelada pela lei de Deus e dos homens. Ao descrever o homossexualismo, Paulo aponta sete características desse pecado abominável: 1) imundícia (Rm 1.24); 2) desonra para o corpo (1.24); 3) paixão infame (1.26); 4) antinaturalidade (1.26); 5) contrariedade à natureza (1.26); 6) torpeza (1.28); 7) erro (1.28).

O apóstolo Paulo amplia a questão quando faz um diagnóstico sombrio da realidade que nos cerca. A decadência moral atinge todos os relacionamentos: com Deus, consigo próprio, com o próximo e com a família. Esta é a mais longa lista de pecados encontrada nas epístolas paulinas. Paulo faz uma lista de 21 pecados, que mostraremos agora:

  1. Cheios de injustiça – A palavra grega adikia significa roubar tanto aos homens como a Deus de seus direitos.
  2. Cheios de malícia – A palavra grega poneria se refere a uma maldade sedutora, maligna. Trata da pessoa que não apenas é má, mas procura arrastar os outros para sua maldade.
  3. Cheios de avareza – A palavra grega pleonexia é o desejo desenfreado que não conhece limites nem leis, o desejo insaciável de ter o que não lhe pertence por direito. É amor insaciável às possessões e aos prazeres ilícitos.
  4. Cheios de maldade – A palavra grega kakia descreve o homem desprovido de todo o bem. Trata-se da pessoa que tem inclinação para o pior. É o vício essencial que inclui todos os outros e do qual todos os outros procedem.
  5. Possuídos de inveja – A palavra grega fthonos descreve o terrível sentimento de sentir-se desconfortável com o sucesso dos outros, não só desejando o que lhe pertence, mas também alegrando-se com suas tragédias.
  6. Possuídos de homicídio – A palavra grega fonos se refere a desejo, intenção ou atitude de ferir o outro para tirar-lhe a vida. O assassino é também aquele que odeia a seu irmão (1Jo 3.15). O homem pode ver a ação, mas Deus conhece a intenção.
  7. Possuídos de contenda – A palavra grega eris diz respeito ao sentimento e à atitude daquele pessoa que é dominada pela inveja e por isso se torna facciosa e briguenta.
  8. Possuídos de dolo – A palavra grega dolos retrata a pessoa que não age da maneira reta, usando sempre métodos tortuosos e clandestinos para alguma vantagem. A palavra vem do verbo doloun usado para referir-se à falsificação de metais preciosos e a adulteração de vinhos.
  9. Possuídos de malignidade – A palavra grega kakoetheia descreve a pessoa que sempre supõe o pior acerca dos outros. É a pessoa que sempre vê as coisas pelo lado mais sombrio.
  10. Difamadores – A palavra grega psithyristes representa a pessoa que murmura suas histórias maliciosas de ouvido a ouvido.
  11. Caluniadores – A palavra grega katalalos refere-se a pessoa que proclama publicamente suas infâmias.
  12. Aborrecidos de Deus – A palavra grega theostygeis retrata o homem que odeia a Deus, porque sabe que Deus é estorvo em seu caminho de licenciosidade. De bom grado eliminaria Deus se pudesse, pois para ele o mundo sem Deus lhe abriria o caminho para o pecado.
  13. Insolentes – A palavra grega hybristes retrata a pessoa altiva, soberba, sadicamente cruel, que encontra prazer em prejudicar o próximo.
  14. Soberbos – A palavra grega hyperefanos descreve a pessoa que está cheia de si mesma como um balão cheio de vento. Este é o ponto culminante de todos os pecados. Trata-se de quem despreza todos, exceto a si mesmo, e tem prazer em rebaixar e humilhar os outros.
  15. Presunçosos – A palavra grega alazon descreve a pessoa que pensa de si mesma além do que convém e exalta a si mesma acima da medida. Diz respeito a quem pretende ter o que não tem, saber o que não sabe e jacta-se de grandes negócios que só existem em sua imaginação.
  16. Inventores de males – As palavras gregas efeuretes kakon retratam aquelas pessoas que buscam novas formas de pecar, novos recônditos nos vícios, porque estão enfastiadas e sempre à procura de novas emoções em alguma fora diferente de transgressão.
  17. Desobedientes aos pais – As palavras gregas goneusin apeitheis se referem àquela atitude dos filhos de sacudir o jugo da obediência aos pais. Trata-se de filhos rebeldes e irreverentes.
  18. Insensatos – A palavra grega asynetos descreve o homem que é incapaz de aprender as lições da experiência. Trata-se da pessoa culpada de grande sandice, que se recusa a usar a mente e o cérebro que Deus lhe deu.
  19. Pérfidos – A palavra grega asynthetos descreve a pessoa que não é confiável. É aquele desonesto em quem não se pode confiar.
  20. Sem afeição natural – A palavra grega astorgos significa sem amor à família. Trata do desamor dos pais aos filhos e dos filhos aos pais. É a falta de afeto entre os irmãos de sangue. A prática abusiva de abortos e os crimes familiares apontam para a gravidade desse pecado em nossos dias.
  21. Sem misericórdia – A palavra grega aneleemon retrata a pessoa implacável, sem piedade, que fere e mata o outro sem compaixão.

Conclusão

Depois de descrever com cores fortes e vividas o estado de decadência da sociedade, Paulo faz duas afirmações ainda mais chocantes:

1)     Os homens pecam conscientemente. “Ora conhecendo eles a sentença de Deus, de que são passíveis de morte os que tais coisas praticam não somente as fazer…” (Rm 1.32ª).  As pessoas agem sabendo que estão agindo errado. Elas sufocam a verdade, abafam a voz da consciência, mas no íntimo sabem que aquilo que praticam é um ato de rebeldia contra Deus e passível de punição.

2)     Os homens aplaudem os que praticam as mesmas coisas. “…mas também aprovam os que assim procedem” (Rm 1.32b). Amados vejam a atualidade das Escrituras. Não foi exatamente isto que o STF fez esta semana? A sociedade se mostra orgulhosa e até entusiasmada pelo pecado. O nível mais baixo da degradação moral de uma sociedade é quando ela não apenas pratica o mal, mas também o incentiva e aplaude. Esse é o clímax da perversidade. É isso que vemos todos os dias na televisão, nos outros meios de comunicação e o pior de tudo, no “guardião” da Constituição Federal – o STF.

O Eterno tenha misericórdia de nós,

Pr Marcelo Oliveira

Bibliografia:  Wiersbe, Warren. Comentário Expositivo. Geográfica Editora

Rienecker, Fritz; Rogers, Cleon. Chave lingüística do NT

Lopes, Hernandes Dias. Romanos. Ed. Hagnos

Barclay, William. Romanos, p. 45-51