Cristo não voltará tão cedo!

“Que horror! Como pode um pastor dizer isto?”, perguntará alguém.

Uma coisa é desejar algo. Outro é saber que este algo acontecerá. Por isso, antes de criticar, leia com atenção.

Muitos intérpretes anunciam a volta iminente de Cristo com base em seu sermão profético sobre o fim da atual ordem: guerras, terremotos, fome, pestes, imoralidade, etc. Sem exceção, todos estes sinais estiveram presentes ao longo da história! Sobre eles, Jesus disse: “Ainda não é fim!” (Mt 24.6). Eles são “o princípio das dores” (Mt 24.7). O que marcará o tempo do fim não são sinais deste tipo, mas outro: “E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações, então virá o fim” (Mt 24.14).

Agora ponde pondere estes dados:

1) Cerca de 62% da renda mundial pertence aos cristãos, em cujas mãos está também a mais moderna tecnologia.

2) Desses cristãos, 2/3 são nominais e apenas 1/3 são evangélicos. Isto significa que 24% da renda mundial estão nas mãos dos evangélicos.

3) Dos dízimos e ofertas que as igrejas recebem, elas utilizam assim estes recursos:

3.1) Gastam 95 a 99% com suas estruturas, organizações, construção, festas, veículos, etc.

3.2) Gastam 0,9 a 4,9 em evangelização em locais onde já há igrejas.

3.3) Gastam 0,1 a 0,9 com povos onde não há igrejas.

4) O total de povos não alcançados é de 11.000 (onze mil). Pretendemos alcançá-los com 0,1 a 0,9 de nossas entradas, e gastamos mais de 90% conosco mesmo.

5) Os muçulmanos investem na islamização do mundo. Empregam 10% de sua renda para as mesquitas, 2,5% para projetos de islamização mundial, e para o mesmo fim destinam 5% da produção agrícola e têm uma taxa de 10% sobre produtos importados (quase tudo que eles têm é importado).

Para cada pessoa que se converte ao cristianismo em geral, não apenas à fé evangélica, sete se convertem à fé muçulmana. O norte da África é quase que todo muçulmano. Há imensas mesquitas na Europa, Estados Unidos e Brasil. Os evangélicos estão preocupados com igrejas “onde se sintam bem”, e com sua vida pessoal à parte do evangelho. “O segredo meu sucesso é Jesus”, alguns deles colocam em seus carros. Mas nada fazem por missões mundiais. Jesus é para fazê-los ter coisas, e não para ser pregado ao mundo. Outros nada acrescentam e apenas criticam a igreja, o evangelho e seus irmãos.

À luz disto, e sabendo que há tantos evangélicos absolutamente omissos no envolvimento com o reino de Deus, você acha mesmo que Cristo voltará em breve, faltando 11.000 povos para alcançar e a igreja olhando mais para si mesma que para a evangelização do mundo?

Pr Isaltino Gomes 

 

15 Responses to Cristo não voltará tão cedo!

  1. interessante…

    de fato, estamos muito “umbilicais”, ao invés de “evangelicais” (missionais).

    todavia, há uma parte da igreja sendo desperta para concluir a grandiosa tarefa da Grande Comissão.

    para o Senhor reverter esse quadro, não precisa muito, e creio que as prioridades do Senhor não mudaram nesses 2.000 anos, Ele ainda quer e continua salvando vidas.

    agora, a questão é: os crentes hoje (devido à infame teologia da prosperidade) querem ganham mais dinheiro do que ganhar mais almas…

    #triste

    abs, apz.

  2. Juliana disse:

    Fantastico.
    Enquanto valorizarmos mais a igreja que inventamos, do que a que Jesus institui, nada será diferente, a mesma coisa desde a queda… Arrependimento é a partir dai que o reino estará próximo.

  3. Eduardo disse:

    “E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações, então virá o fim” (Mt 24.14).

    Esse fim se referi ao milênio onde o evangelho ai sim será proclamado a todas as nações. E esse fim e o fim mesmo e após haverá novos céus e nova terra.

    Se fosse assim Deus estaria dependendo de nossas atitudes com relação a proclamação do evangelho.

  4. A ideia da volta de Cristo parece-me mais um mito do cristianismo assim como o seu nascimento virginal e diversos milagres narrados nos evangelhos.

    É certo que o raciocínio fundamentalista acaba compondo uma lógica que acaba se restringindo às quatro paredes do seu aquário doutrinário e submetido a uma visão apocalíptica geralmente pré-milenista.

    Se o Evangelho tem que ser pregado a toda nação do planeta (entendendo-se também à toda criatura) para que Jesus Cristo arrebate a sua igreja, passem os sete anos de tribulação previstos na última semana de Daniel e depois o Senhor retorne à Terra sobre as nuvens montado num cavalo branco (voador?) para estabelecer seu reino, logo está é faltando bastante tempo para o sobrenatural evento ocorrer…

    Mas será que a volta de Cristo será mesmo desta forma?

    E o que significar anunciarmos o Evangelho do Reino a todas as nações?

    No meu entender, a “volta de Cristo” seria o mundo alcançar a consciência do Messias e evangelizar não se confunde com transformar pessoas em seguidoras do tosco cristianismo religioso. Então o Cristo surgiria nos nossos corações, dentro de nós e entre nós. Tudo bem naturalmente com a sociedade organizando-se a partir dos valores do Reino, distribuindo riquezas, respeitando o meio ambiente, abolindo as guerras e aprendendo os passos do amor.

    Lutero duvidou da autenticidade do Apocalipse e confesso que eu cada vez mais tenho posto em dúvida este livro cujas profecias parecem ter se cumprido mesmo na época romana através do triunfo grego sob o governo de Constantino. Os cristão da época, de maioria grega anatoliana, conseguiram derrotar a besta com suas sete cabeças e dez chifres – Roma.

    Ora, está se tornando cada vez mais evidente que o mito da volta de Jesus teria sido um reflexo das expectativas da Igreja do século II cujos padres teriam inventado muitos trechos do Sermão Profético ou então não entenderam ou deturparam as originais palavras ditas por Jesus.

    Enfim, ando desacreditando cada vez mais nesta baboseira apocaliptica que andam propagando por aí em filmes tipo “Deixados para trás” que, na prática, servem mais como instrumentos de coação psicológica para que pessoas se “convertam”. Ou melhor, para que elas aceitem o conjuntod e crenças do cristianismo, tornem-se seguidores de alguma igreja, contribuam com ofertas para as instituições religiosas e abracem a inútil causa proselitista.

    Este é o meu desabafo! Já não aguento mais a bitolação dos evangélicos e hoje sou mais um que penso bem parecido com o Ricardo Gondim.

    Abraços.

  5. Em tempo!

    Empolguei-me tanto em escrever sobre o que penso da ideia da volta de Jesus que esqueci de comentar acerca do crescimento do islamismo.

    Entendo que o islamismo não ganha tantos segdores vindos de outras religiões quanto o cristianismo. O que acontece é que o surgumento de novos muçulmanos no mundo deve-se à alta taxa de fecundidade das mulheres muçulmanas, visto que eles não deprezam um princípio da Torá há muito esquecido pelo Ocidente de cultura cristã. Trata-se do “crescei e mutiplicai-vos”.

    Neste ponto, até que o fundamentalismo cristão seria alternativa para superar a grande desigualdade em relação ao crescimento de muçulmanos e preservarmos a nossa cultura. Algo que, não tardaria muito, traria confitos pra dentro da Europa cada vez mais islâmica.

    Entretanto, tenho que admitir que, nos tempos atuais, seria até antiecológico um cristão consciente sair tendo filhos e mais filhos. Num planeta super populoso e bem povoado como o nosso, torna-se insano a humanidade continuar procriando acima da taxa de reposição populacional que é de 2,1 filhos por mulher (considere-se aí a mortalidade infantil para que cheguemos a dois filhos).

    De qualquer modo, o crescimento do islamismo continua sendo algo bem preocupante já que se trata de uma cultura mais fundamentalista do que a nossa e baseada numa submissão ao conjunto de crenças do Corão. Ainda que alguns muçulmanos liberais tentem hoje ressignificar conceitos como a jihad (guerra santa), acho muito preocupante termos amanhã uma Europa islâmica e aí confesso que me sinto até impotente com o evangelho do esclarecimento proclamado pela ciência quando a grande maioria de uma cultura simplesmente tapa seus ouvidos. Ainda assim, prefiro a conscientização esclarecedora do que apostar numa competição do pseudo evangelho proselitista dos cristãos com o proselitismo islâmico, o qual tem métodos de coação psicológica bem mais fortes através de ameaças sobre o fogo da Geena e o discurso do suplantacionismo profético como se Maomé estivesse na frente de Jesus. Enfim, copiaram de nós aquela ideia da Igreja de suplantar o judaísmo.

  6. Marcello de Oliveira disse:

    Percebo que o liberalismo grassa em seus comentários. Então, Jesus mentiu quando disse que prepararia moradas para seus discípulos? João na ilha de Patmos errou quando disse: “Todo olho o verá”. Então estamos seguindo um Deus mentiroso? Cuidado irmão, a heresia como disse John Trapp é lepra mental. Será que Paulo errou quando disse que os vivos seriam arrebatados? Eu creio piamente na inerrância e infalibilidade das Escrituras.

    att, Pr Marcello

  7. Que Deus tenha misericórdia de nós. Ainda bem que o Espírito de Deus está no controle da história. Que o Espirito Santo desperte os obreiro para essa seara.

    Em Lágrimas. Pr. Wanderson

  8. wellington disse:

    Eu só gostaria que me explicasse sobre Col. 1 :6
    “Que já chegou a vós, como também está em todo o mundo; e já vai frutificando, como também entre vós, desde o dia em que ouvistes e
    conhecestes a graça de Deus em verdade; ”
    Quer dizer que o Evangelho já foi pregado no mundo inteiro ?

  9. Caro Wellington, a palavra “mundo” nas Escrituras podem ter alguns sentidos diferentes dependendo do contexto.

    Certamente a palavra “mundo” neste contexto se refere ao mundo conhecido da época. Não havia conhecimento do mundo (isto é, geografia, geopolítica e etc), como nós temos hoje.

    Em Cristo. Pr. Wanderson

  10. Caro irmão Marcelo,

    Paz!

    Não imagino que Jesus, ou melhor, Yeshua, teria mentido. Apenas duvido de que todos os ditos atribuídos a ele nos evangelhos sejam de fato autênticos. Aí minha suspeita recai sobre os padres gregos daqueles primeiros séculos da história eclesiástica.

    A passagem referida pelo irmão de que Jesus faria uma “morada” para os seus discípulos, eu creio ser verdade mesmo não considerando pouca a possibilidade de que seja autêntica já que se trata do apologético Evangelho de João (Jo 14.2-3) escrito por uma comunidade de cristãos sectários para combater o “gnósico” e universalista Evangelho de Tomé, como nos ensina a historiadora Elaine Pagels. Contudo, a ideia de que uma “morada” seria construída tem pra mim um significado bem profundo, não se limitando a um céu literal. É metafórica e pode se aplicar também à nossa união crística com Deus em todo e qualquer tempo. Então podemos habitar nesta “morada” estando aqui mesmos na Terra, pois o Reino de Deus está em nós e entre nós.

    Quanto à ideia de que “todo olho o verá” pode significar que um dia toda consciência alcançará a estatura de Cristo, quando então o mundo experimentará dentro de uma idealização o milênio espiritual, vivendo um novo momento quem sabe até mais socialista e humano do que a selvageria de hoje. E aí não sei explicar como tudo ocorrerá no futuro. Só acho que as ideias literais de “arrebatamento” e de “ressurreição” precisam ser melhor compreendidas pela Igreja e ressignificadas. E, assim como só os discípulos viram o Jesus ressurreto (para as autoridades que o julgaram ele não apareceu), creio que a possibilidade de que o nosso olho veja o Cristo estaria condicionada à nossa iniciação ou, metaforicamente falando, a um “novo nascimento” que vem da “água e do espírito” tal como no mítico nascimento virginal de Jesus, passagem esta que não a entendo como literal, mas que não a desprezo e busco uma compreensão mais profunda.

    Nete sentido, eu replicaria dizendo, cuidado irmão para que a Igreja não fique criando suas fantasias teológicas acerca de uma volta idealizada de Cristo e, deste modo, deixe de pregar e de viver verdadeiramente o Evangelho ficando de costas para as questões sociais e para a organização da comunidade para contruir um mundo melhor. Algo que jamais será um paraíso perfeito, mas que pode ser mais humano, com menos fome, menos gente morendo nos corredores dos hospitais públicos do caótico SUS, menos violência e destruição ambiental. Pois, enquanto pessoas ficam esperando um céu futuro, elas se tornam na verdade paralisadas para melhorarem a Terra no aqui e agora, vivendo um Evangelho incompleto.

    Bem, neste momento, eu gostaria bastante de dizer mais coisas e de compartilhar aquilo que creio que o Espírito tem me ensinado. Ocorre, contudo, que minha avó materna encontra-se gravemente hospitalizada no CTI do Hospital Municipal Ronaldo Gazolla e, sendo assim, não sinto que seja este o meu momento de teologizar na internet. Não que eu esteja querendo fugir do bom debate, mas sim porque o meu momento é de prestar assistência a ela e cuidar de outras coisas necessárias da vida. Lendo este artigo meu o irmão deverá me compreender melhor:

    http://doutorrodrigoluz.blogspot.com/2012/03/diante-da-cruz.html

    Um abraço ao irmão e lhe desejo um bom descanso semnal abençoado na graça e na paz do Eterno.

  11. Un gran articulo, lo he encontrado en Google España, saludos a todos los brasileiros..

  12. Caio Baraldi disse:

    Amado Pr. Isaltino, ha algum tempo já venho acompanhando as meditações do irmão por meio deste site e gostaria de expressar que forma inúmeras as vezes em que fui muito abençoado pelas meditações aqui postadas e mais uma vez isto ocorre! glória a Deus! Creio que o que menos importa aqui é a discussão teológica sobre a volta de Cristo, seu tempo e circunstâncias… mas creio que o centro da mensagem transmitida pelo amado é: O que a Igreja tem feito enquanto este glorioso dia não chega? E infelizmente como disse uma irmão o ‘umbilicalismo’ tem imperado… Já é passado o tempo de a Igreja estender seu olhar para aquilo que realmente é prioridade no Reino De Deus: almas sendo salvas, vidas sendo transformadas e cristão servindo a Deus com o coração reto e íntegro! Juntos na missão de evangelizar o mundo!
    Deus o abençoe!
    Pr. Caio

  13. wellington disse:

    Obrigado pela informação pastor. É que fiz um curso pela BBN radio,que afirmava isso,e eu não entendi direito…mas agora está esclarecido ! Paz do Senhor !

  14. Misterkey disse:

    Será que Deus depende dos humanos para efetuar sua vontade?

    É isso o que o texto dá a entender.

    A profecia diz: “E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo,…”, isso é uma profecia, se Jesus estava falando a verdade, então isso vai se cumprir quer os crentes ajam ou não.

    Se Deus dependesse dos crentes para cumprir suas profecias, então como é que os crentes causariam terremotos? Ele disse que terremotos aconteceriam e acontecem, ele disse que o evangelho seria pregado em toda a terra, então deverá acontecer, quer os crentes gastem seu dinheiro com isso quer não.

    Se o evangelho do reino não for pregado em todas as nações, conforme Jesus disse, então ele era um falso profeta, e isso não depende dos crentes.

  15. Lupércio Natalino dos Santos disse:

    Fomos chamados para fazer a boa obra, e mantemos a boa aparência.
    Realmente amado, Jesus voltará e o povo que se diz dele permanecerá discutindo discutindo (se Ele voltou).
    Paz.

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