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Josias – “Uma lição de vida”

INTRODUÇÃO

Josias é um dos grandes reis de Judá, o reino do Sul. Seu nome significa “Iah concede”. Seu nascimento foi predito trezentos anos antes, com seu nome citado, em 1Reis 13.2. Filho de Amom, um rei ímpio. Neto de Manasses, o pior rei de Judá. Mostra que caráter e moral não são genéticos, mas decididos pela pessoa. E que não há maldição hereditária. Cada pessoa traça seu caminho, faz suas opções e é responsável por elas. Liderou um grande avivamento em Jerusalém, a capital, e em Judá, o país. Sua morte foi uma comoção nacional: 2Crônicas 35.24-27. O que Josias nos ensina?

1. QUE PODEMOS SER GRANDES MESMO SEM APOIO DA FAMÍLIA

Ficou órfão aos 8 anos. O pai foi ruim; o avô, péssimo. Sem apoio da família. Seu nome significa “Iah sustenta”. Iahweh foi seu sustento. Cabe aqui o Salmo 27.10. É conveniente culparmos os outros pelos nossos fracassos. Mas nós fazemos a nossa vida. Josias decidiu que ia ser fiel a Deus: 2Crônicas 34.2. Nós podemos fazer as coisas certas mesmo sem apoio.

2. QUE O CARÁTER DE UMA MÃE VALE MUITO PARA UM FILHO MESMO QUANDO O PAI NÃO PRESTA

Sem meias palavras: o pai e o avô de Josias foram calamitosos. Mas sua mãe se chamava Jedida (2Rs 22.1-2). Significa “amada de Iah”. Em Reis, logo após a apresentação de sua mãe vem a descrição de seu caráter. Estava ligado à fé materna e não à ganância do pai. A mãe cristã é responsável pela formação do caráter de seus filhos. Os pais não devem falhar. Ajudará mais aos filhos. Mas o valor de uma mãe piedosa não pode ser ignorado: 2Timóteo 1.5.

3.  QUE O TEMPO DE BUSCAR A DEUS É NA JUVENTUDE

Teve uma profunda conversão aos 16 anos e com 20 anos liderou um avivamento em Judá (2Cr 34.3). É desalentadora a futilidade de tantos jovens crentes! E é desorientada a igreja que acha vai atrair jovens lhes dando o que mundo dá. Seu avivamento foi tão forte que passou para o apóstata reino do Norte, Israel (2Cr 34.6-7). Aos 20 anos ele marcou dois países com sua fé. Que os jovens pensem em Eclesiastes 11.9-10 e 12.1.

4. QUE A MATURIDADE É TEMPO DE SERVIR A DEUS

Com 26 anos mandou restaurar o templo, destruído por seu avô e por seu pai (2Cr 34.8). O tempo não o enfraqueceu. Ouviu a leitura do livro (Deuteronômio) achado nas ruínas do templo, se humilhou: 2Crônicas 34.18-21. É bom lembrar de Deus na juventude e ficar com ele na maturidade. Sua espiritualidade continuou: 2Crônicas 34.29-33.

CONCLUSÃO

Josias é uma lição de vida. Assumiu o reinado como criança, numa época de violência e de terror. Por toda a vida mostrou uma fidelidade impressionante a Deus. Como há homens chamados Josias em nossas igrejas! Este é um tributo do fiel: ter bom nome. Judas arruinou um nome tão bonito! Saulo recuperou o nome que Saul perdeu. Levante seu nome! Faça sua história com Deus!

Água transformada em vinho – Um milagre ou um truque?

As grandes talhas de pedra continham água que seria usada para lavagem cerimonial de mãos e, talvez, encher o tanque para o banho ritual, o mikvê. A lei rabínica especificava que a água para esse banho devia ser “água viva”, ou seja, água corrente. Porém, água de chuva coletada era considerada suficiente na Galiléia, onde os rabinos eram bem menos rígidos com relação a estas questões do que na Judéia. A escolha destas talhas por Jesus foi uma das primeiras indicações da hostilidade de Cristo à constante adição à lei escrita de Deus feita pelos rabinos na época (cf. Mt 15.9).

O que ocorreu depois foi um milagre inquestionável. É impossível que o milagre realizado por Jesus tenha sido um truque. Foram os servos que cumpriram as ordens de Jesus e encheram vasos com a água das talhas. Os servos obedeceram às instruções de Jesus e levaram os vasos cheios ao mestre-sala, que era responsável pela mistura e distribuição do vinho. Quando o mestre-sala afirmou que o vinho era muito melhor do que o anteriormente servido, os servos perceberam. E os discípulos perceberam que Jesus transformara águaem vinho. Hávárias coisas a serem observadas sobre esse milagre:

1)     O milagre foi da “velha criação”.  Há uma harmonia entre o milagre de Jesus e o que acontece na natureza. É normal que a água caia do céu, seja absorvida pelas raízes da videira, transportado para as uvas, e depois espremido das uvas maduras como “novo vinho”. O que Jesus fez não foi contrário a esse processo natural, mas estava em harmonia com ele.

A diferença é que Jesus transformou água em vinho sem o agente da videira – e fez isso instantaneamente, sem o tempo necessário para a transformação normal. Não damos valor aos “processos naturais” deste mundo, por isso não vemos a mão de Deus no que realmente é milagre.

2)  O milagre foi um sinal (Jo 2.11) – A palavra grega usada aqui para “sinal” é semeion, que ocorre 77 vezes no Novo Testamento. É usada para identificar um ato que exige o exercício de poder sobrenatural. Sinais bíblicos são considerados sobrenaturais pelos observadores. Eles autenticam quem faz o sinal como pessoa enviada por Deus.

3)  O milagre foi feito sem encantamento ou palavras mágicas. O povo do mundo bíblico recorria à magia ou aos encantamentos para exercer algum controle sobre seu ambiente. Um mágico teria feito uma grande exibição com sua tentativa de transformar águaem vinho. Teriadeclarado nomes de anjos e de demônios e os teria invocado para fazer a vontade dele. Em comparação, Jesus assistiu em silêncio aos servos seguirem suas instruções e depois simplesmente aguardou enquanto o mestre-sala provara o vinho. O poder de Jesus para fazer milagres não estava no seu domínio da magia mas na sua própria pessoa.

4) O milagre manifestou a glória de Deus (Jo 2.11) – Nas Escrituras, a glória de Deus é associada à sua revelação. A demonstração da glória de Deus nas Escrituras está intimamente ligada aos atos de Deus no nosso universo.  Na introdução do evangelho de João, João escreve que “o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos sua glória, glória como do Unigênito do Pai”(Jo 1.14). Os milagres de Jesus deixaram claro que Deus estava agindo neste mundo novamente. A realidade de quem era Jesus  começou a se revelar nesse primeiro milagre. A cada milagre, a divindade de Cristo brilhava mais e mais, até que a ressurreição eliminou qualquer dúvida. Jesus é Deus encarnado em forma humana.

5) O milagre desenvolveu a confiança dos discípulos de Jesus (Jo 2.11) – Dois discípulos ouviram João identificar Jesus como Filho de Deus (Jo 1.34). Encontraram os outros e relataram animados: “Achamos o Messias!”(Jo 1.41). Outro, Natanael, foi convencido ao falar com o próprio Jesus (Jo 1.47-51). Esses homens já acreditavam em Jesus, pelo menos na medida em que conheciam. O que o milagre em Cana fez para eles foi aprofundar sua fé existente, em vez de criar uma fé que ainda não existia.

Nele, que ainda realiza milagres

Pr Marcelo de Oliveira

 

 

 

23 anos de trabalho infrutífero!

“Por um período de vinte e três anos, desde o décimo terceiro ano de Josias, filho de Amom, rei de Judá, até o dia de hoje, a palavra do SENHOR tem vindo a mim, e eu a tenho anunciado a vós insistentemente. Mas vós não me tendes dado ouvidos” – Jeremias 25.3 (Almeida Século 21).

Algumas expressões mostram o peso da acusação neste versículo. “A palavra do Senhor”, “vinte e três anos”, “vindo a mim”, “tenho anunciado”, “não me tendes dado ouvidos”. Como o povo de Deus ouve a palavra de Deus por 23 anos e se recusa a cumpri-la? Há milhares de crentes assim! Há igrejas inteiras em que a vida social prevalece sobre a palavra de Deus, e a vontade de donos da igreja prevalece sobre a vontade de Deus! A fala de Jeremias e o que observamos hoje comprovam como o coração humano é duro e pecaminoso! E a facilidade com que tornamos os negócios de Deus uma extensão dos nossos, e como tornamos o relacionamento com Deus em atividade social! Quantos membros de igreja querem mesmo ouvir a voz de Deus, e não apenas receber seu amparo e promessas?

Imagino Jeremias numa ordem de pastores, hoje. A teologia do sucesso ensina que o bom pastorado é aquele em que a igreja está cheia de figurões, a receita cresce, todo mundo está feliz, o pastor é um “paizão”, há muito louvor e muita reunião social: o futebol dos jovens, os chazinhos das senhoras e reuniões absolutamente dispensáveis que nada acrescentam, mas que fazem bem, porque dão a idéia de ser uma igreja ativa. Jeremias diria que ninguém estava satisfeito com ele (os donos do poder religioso não estavam mesmo) e ninguém queria ouvir seus sermões. Até desejaram matá-lo. “Tsc, tsc, tsc”, diria um colega. “Você precisa participar das conferências promovidas pela Igreja bajuladora e ouvir as mensagens do Dr. Sorriso Colgate e sua esposa Amo vocês, rebanho maravilhoso! Veria as novas técnicas de agradar o povão. O povão quer é festa, Pr. Jeremias! Que palavra de Deus, o que!”.

Imagino a frustração de Jeremias. Quase um quarto de século sem obter fruto e uma coleção de desafetos e perseguições. Bem, ele reclamou bastante de Deus…

Só que Jeremias estava certo, o povão estava errado, como também o profeta Sorriso Colgate e sua esposa Amo vocês, rebanho maravilhoso! Deus anunciou o que faria: “Portanto, eis que vêm dias, diz o Senhor, em que nunca mais dirão: Vive o Senhor, que tirou os filhos de Israel da terra do Egito; mas: Vive o Senhor, que tirou e que trouxe a linhagem da casa de Israel da terra do norte, e de todas as terras para onde os tinha arrojado; e eles habitarão na sua terra. Quanto aos profetas. O meu coração está quebrantado dentro de mim; todos os meus ossos estremecem; sou como um homem embriagado, e como um homem vencido do vinho, por causa do Senhor, e por causa das suas santas palavras. Pois a terra está cheia de adúlteros; por causa da maldição a terra chora, e os pastos do deserto se secam. A sua carreira é má, e a sua força não é reta. Porque tanto o profeta como o sacerdote são profanos; até na minha casa achei a sua maldade, diz o Senhor. Portanto o seu caminho lhes será como veredas escorregadias na escuridão; serão empurrados e cairão nele; porque trarei sobre eles mal, o ano mesmo da sua punição, diz o Senhor” (Jr 23.7-12).

Respeitosamente, com temor diante de Deus: colega pastor, não procure a popularidade, mas a fidelidade ao Senhor e sua Palavra. Rebanho de Deus: seja dócil para ouvir a palavra do Senhor, submeter-se a ela e corrigir a vida. Há festas e reuniões em demasia, e santidade e seriedade de vida em escassez. É hora de mudar. Os resultados da postura errada são muito duros.

Pr. Isaltino Gomes

Os dentes dos filhos x dentes dos pais

Naqueles dias não dirão mais: Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos é que embotaram? Pelo contrário, cada um morrerá por sua própria iniqüidade; os dentes de todo aquele que comer uvas verdes é que se embotarão” – Jeremias 31.19-30 (Almeida Século 21)

Ávidos por novidades, buscando destaque e atenção pelo inusitado, pregadores criaram uma doutrina que o cristianismo, em dois mil anos, nunca suspeitou haver: maldição hereditária. Aliás, o que tem de gente reinventando o evangelho é terrível. Como a competição é grande, as idéias mais esdrúxulas aparecem. Com esta, a pessoa, mesmo convertida, carrega uma maldição proferida por alguém, e precisa de uma reza forte para quebrar a maldição. O sangue de Jesus perdeu o poder, ou só funciona quando manipulado por alguém…

Deus diz que haveria um tempo em que ninguém sofreria a ação dos antepassados. Se os pais chupassem uvas verdes, os dentes dos filhos não embotariam. Os dentes dos pais, sim. Os dos filhos, que não chuparam, não. Quando seria isto? Logo a seguir, após esta declaração, Deus anuncia a nova aliança (Jr 31.31-34), a que faria por meio de Jesus Cristo (Mt 26.28). Na nova aliança, a responsabilidade é pessoal. Pai não transfere culpa, filho não herda culpa.

Deus repetiu isto por Ezequiel: “Que quereis vós dizer, citando na terra de Israel este provérbio: Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram? Vivo eu, diz o Senhor Deus, não se vos permite mais usar deste provérbio em Israel. Eis que todas as almas são minhas; como o é a alma do pai, assim também a alma do filho é minha: a alma que pecar, essa morrerá.” (Ez 18.2-4). O título do capítulo 18 de Ezequiel é “A responsabilidade é pessoal”

Não há salvação hereditária. Não há condenação hereditária. Não há maldição hereditária. Não há bênção hereditária. Cada pessoa  responde por si, diante de Deus. E não faz sentido o Cristo de alguns, tão fraco que sua obra não tem poder de cancelar maldições na vida da pessoa. Vemos uma incongruência hoje: um Cristo fraco e demônios fortes. A obra de Cristo é incompleta sem a oração do pastor. É ele quem quebra as maldições.

Quem está em Cristo é nova criatura (2Co 5.17). Seu passado morreu. O seguidor de Jesus não tem passado. O sangue de Jesus o aboliu! Saudades do tempo em que, ao invés de só cantar “Quero te louvar!”, cantávamos hinos com substância, como “O sangue de Jesus me lavou, me lavou…” e “Há poder, sim, força sem igual. Só no sangue de Jesus!”. Cantávamos o poder de Jesus. Quando alguém se converte, o sangue de Jesus o cobre, perdoa e elimina seu passado, dá-lhe nova vida. Pouco importa o poder de Satanás, seus asseclas e a força de suas maldições. O crente tem Jesus! E como diz 1João 4.4: “Filhinhos, vós sois de Deus, e já os tendes vencido; porque maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo”. Sou habitação da Trindade e ela é maior que Satanás.

O que meu pai fez, não importa. O que meu avô fez, não importa. Importa o que eu faço. Como uso minha vida e como me porto diante de Deus. E conto com a ajuda do Espírito Santo para saber que chupar uvas verdes faz mal aos meus dentes. Se meus antepassados chuparam, o problema foi deles. Não caiu sobre mim. Se, desafortunadamente, eu as chupar, meus dentes sofrerão. Mas os de meus filhos, não.

O evangelho deixa claro: Cada um de nós responde por si diante de Deus. Cuide dos seus dentes. Não chupe uvas verdes e não culpe os seus pais pelos seus dentes embotados.

Pr Isaltino Gomes Coelho

SÉLA- HAMARH’LEKOT- ????? ?????????????

01- Cada um de nós, por certo, habituou-se, desde a infância, a amar Davi e as lindas histórias a ele relacionadas. Somos, na verdade, admiradores dos grandes personagens bíblicos como José, Josué, Calebe, Moisés e muitos outros homens de Deus. Entre as muitas lições que deles temos para nós, entretanto, não desconhecemos, certamente, o treinamento de fé  que Deus tinha para cada um desses valorosos homens.

02- Vinha Davi sofrendo perseguição doentia do rei Saul por quem tinha muito respeito. E, à luz de I Samuel 23:14 a 29, ficou numa situação insustentável tal o cerco montado pelo rei Saul e seu exército. Fora Davi denunciado pelos zifeus, pois a tendência de “fofocar” é antiga e insaciável por parte de quem se presta a isso. Não é em vão que diz Levítico 19: 16 “Não andarás como mexeriqueiro entre os teus povos”.  Além disso, quem desse tal contribuição, localizando o jovem Davi, seria muito recompensado e bem-visto perante o rei: os filhos de Zife foram até tidos como benditos pelos lábios de Saul por fornecerem a notícia do esconderijo de Davi (v 21).

03- Aproximando-se Saul e seu exército de Davi e de seus homens bem como de mulheres e crianças e, sendo o local um penhasco e sem possibilidade de fugas, não havia alternativa para Davi, a julgar por uma ótica humana, a não ser cair nas mãos de Saul. No dizer de MESQUITA, “Davi estava cercado e só um milagre o salvaria porque nem lugar havia para uma retirada”. Diz o verso 26: “E Saul ia desta banda do monte, e Davi e os seus homens da outra banda do monte. E sucedeu que Davi se apressou a escapar de Saul; este, porém, e os seus homens cercaram Davi e os seus homens para lançar mão deles.

Com efeito, diz o douto Mestre F. VITOLS, no rodapé da Bíblia Vida Nova: “Pedra de Escape, duas interpretações: a primeira, em que o verbo hebraico (halaq) é traduzido por “ser liso”, (que escapa); a segunda, em que o verbo é traduzido por “dividir”, “separar”. O verbo halaq, com sentido de “escape”, aparece uma só vez na” Bíblia” (?????halak:  liso, sem pelo; verbo ???????– leHalêk: dividir, repartir – ALS).  

04- Pela situação difícil armada para Davi, não havia mesmo escape. Mas eis que o milagre surge estando Davi na iminência de ser capturado, vivo ou morto; foi mesmo uma providência de Deus, pois veio um mensageiro de Saul dizendo: “Apressa-te, e vem, porque os filisteus com ímpeto entraram na terra”, (v 27). Tal acontecimento fez que Saul voltasse imediatamente ao encontro dos filisteus e em defesa do seu povo.

Registra a versão corrigida, no final do verso 28: “por esta razão aquele lugar se chamou SÉLA HAMARH’LEKOT”  – ????? ????????????? (Pedra de Escape).

A versão atualizada diz: “Por esta razão aquele lugar se chamou PEDRA DE ESCAPE”.

05- Quando falamos “SÉLA- HAMARH’LEKOT” – ????? ?????????????, expressamos o livramento de Davi numa hora tão oportuna. Na verdade, Deus tem o seu livramento para conosco também nas diversas circunstâncias pelas quais passamos ou haveremos de passar. Às vezes, ouvimos alguém dizer: “Já não agüento mais”, “Não mais suporto” ou “Não sei o que fazer”. Podemos chegar à compreensão de que tal atitude retrata tão somente um desabafo ou tentativa de expressar tudo de uma determinada situação. No entanto, sabemos de antemão, por exemplo, que Deus não nos deixará ser tentado (ou provado) em algo que possa ir além de nossas forças: I Coríntios 10:13.

Confrontar II Crônicas 20:12.

06- Sim, “Deus dará o escape” afirma o verso citado. Sabemos, também, que Deus tem propósitos de treinamento de fé para cada um de seus filhos. É bom lembrar e considerar, por exemplo, que os treinamentos de fé de JACÓ e de JÓ foram diferentes. Aquele reconhece, “em resposta à indagação a Faraó quanto aos dias dos anos da tua vida,” que “poucos e maus foram os dias da minha vida,” Gênesis 47: 8-9. De fato, teve Jacó uma vida atribulada desde a sua juventude, fugindo de diante do seu irmão Esaú, enfrentando a rivalidade do sogro e, além de outros incidentes, o que seus filhos fizeram: “Tendes-me turbado, fazendo-me cheirar mal entre os cananeus e perizeus”. Gênesis 34:30. E como isso não bastasse, estava convicto o velho Jacó que desceria à sepultura em tristeza, em face da suposta morte do seu amado filho José, Gênesis 37:34-36. Mas Deus tinha um fim maravilhoso apesar de tantas circunstâncias adversas para Jacó: Gênesis 45: 28 e 46:30. Confrontar Jeremias 29:11. Quanto a Jó, ele foi inteira e diretamente provado no físico, nos bens materiais, na sua integridade moral e na espiritual. Sua esposa entrou logo em desespero e, dando maligno conselho a Jó, ele a vê tão somente agindo como “doida”, Jó 2: 9-10. Finalmente, na hora ou no momento de Deus, “O Senhor virou o cativeiro de Jó”, Capítulo 42: 10.

07- Muitas vezes, não entendemos realmente o propósito de Deus através de uma ou várias provações e, na verdade, há cristão que tem uma vida do começo ao fim marcada pela tribulação; tais cristãos são verdadeiros tesouros em vaso de barro, II Coríntios 4:7.

O próprio Davi, afora sua juventude inicial até matar Golias, teve uma vida sossegada. A partir daí, sua vida é pura tribulação, exemplo vivo que têm enriquecido muitos!

08- Diz o musicólogo, BILL H. ICHTER,Certas pessoas há que são o alvo preferido das tragédias e aflições. Muitas vezes, a marca de um crente fiel e leal está na maneira como enfrenta essas adversidades”.  (Se os Hinos Falassem. Vol. I C.P.B. – págs. 25-28). Cita, ainda, o fato relacionado ao jovem JOSEPH SCRIVEN, o consagrado autor do hino 155 do Cantor Cristão, “O Grande Amigo” que, originariamente, tem como título, “Orai Sem Cessar”. Na véspera do seu casamento, sua noiva, uma jovem irlandesa, morreu tragicamente afogada. No segundo noivado, com Eliza Roche, “Antes de contraírem matrimônio, ficou tuberculosa, vindo a falecer dessa enfermidade. Era, então, Joseph Scriven, um homem marcado pela tragédia e, através das cicatrizes abertas na sua alma jovem, ferida de amor, de paixão e saudade da amada, tem enriquecido a vida de milhares em todo mundo e “depois de morto ainda fala” quando se expressa: “Em Jesus amigo temos, mais chegado que um irmão”. Isso foi muito real em sua vida!

09- O profeta Habacuque, em situação de angústia e sem alternativa, assim se expressou: “Porque, ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta e os campos não produzam mantimento; as ovelhas da malhada sejam arrebatadas e nos currais não haja vacas, todavia, eu me alegrarei no Senhor, exultarei no Deus da minha salvação”, Habacuque 3: 17-18.

Que possamos entender, com a graça de Deus, a natureza das lutas, angústias e dificuldades pelas quais passamos, pois no dizer de Pedro é “para que a prova da nossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor e honra e glória, na revelação de Jesus Cristo”, I Pedro 1: 7.

10- Um dia, cedo ou mais tarde, haveremos, também, de erigir nosso monumento “SÉLA- HAMARH’LEKOT” – ????? ?????????????, a nossa “Pedra de Escape” (????? – sela = pedra, rocha, penhasco), proclamando, em atitude de fé, maturidade e experiência adquirida ao longo dos anos, o nosso livramento por parte de Senhor em toda a nossa carreira cristã; e, quem sabe, diremos as mesmas palavras do patriarca Jacó: “O Deus que me sustentou desde que eu nasci até este dia, o anjo que me livrou de todo o mal”, Gênesis 48: 15-16.

Bp. Agnaldo Sacramento

 

 

Desvendando o original: A alegria

Continuando nossos estudos sobre os Frutos do Espírito, temos hoje como foco de análise o segundo fruto, a alegria. Em grego, o termo usado para “alegria” é “chara”, que significa “deleite”, “felicidade”. Esta palavra se deriva de “chairo”, que significa “regozijo”. O interessante é que a palavra grega “chairo” nos lembra o nome da capital do Egito, Cairo, que em árabe é al-Kahira, que significa “o forte”. Isso traz à memória a ideia de que a alegria do Senhor é o que nos torna fortes (Neemias 8.10). Alegria e força estão diretamente relacionados. O inimigo ataca nossa força quando consegue tirar de nós nossa alegria. Existe uma batalha no reino espiritual para destruir nossa alegria. A alegria é um campo de batalha. Um dado curioso é que o nome original da cidade do Cairo era, em egípcio, Khere-ohe, que significa “campo de batalha”, em referência à batalha ocorrida entre Hórus e Set neste local. De forma semelhante, a alegria é um campo de batalha, em que o Espírito Santo e as forças das trevas lutam por nossa alma.

O versículo de Neemias 8.10, lido em hebraico, nos oferece mais esclarecimentos sobre a importância da alegria na vida do cristão. Nele, a palavra hebraica para alegria é “chedvah”, que vem de “chadah” e traz a ideia de “união”, pois se relaciona com “‘achad”, que significa “unificar”. Ou seja, a alegria é um campo de batalha espiritual, pois o cristão, quando está unido a Deus, exulta de alegria, ainda que em meio à tribulação. Se o inimigo conseguir tirar a alegria do cristão, ele quebra sua unidade com o Senhor. Ter alegria (chadah) é estar unido (‘achad) a Deus.

O homem que está verdadeiramente em união (‘achad) com Deus possui alegria (chadah) porque tem a força de uma espada afiada (chadad). Em hebraico, os termos “união” (‘achad) e “afiado” (chadad) são semelhantes devido à ideia de que os dois lados da lâmina de uma espada se unem para formar uma ponta afiada. Dessa maneira, vemos que o cristão que se une a Deus é afiado como uma espada e forte na batalha, pois a alegria do Senhor é uma de suas armas de guerra.

Outra curiosidade é que, em hebraico, as palavras “alegria” (chadah), “união” (‘achad) e “enigma” (chiydah) possuem a mesma origem. Isso ocorre porque o enigma se inicia com o narrador se distanciando de seu interlocutor no momento em que propõe a charada. Todavia, a charada termina quando a solução do enigma é anunciada, o que reúne a ambos. Isso nos lembra o costume de Cristo de falar por meio de parábolas, atitude que irritou a muitos, mas trouxe força e esclarecimentos para aqueles que buscaram compreendê-las. Muitas vezes Deus nos deixa passar por tribulações que geram em nós dúvida e desesperança. Nesses momentos, não entendemos o que está havendo, não compreendemos porque aquilo está acontecendo conosco. É como uma charada ou enigma. O inimigo usa essa ocasião para tentar enfraquecer-nos e tirar a força de nossa alegria. Todavia, o Senhor, ao derramar sobre nós seu Espírito Santo e ensinar-nos o significado de tudo o que está acontecendo, faz com que experimentemos uma reunião poderosa com Deus, momento em que exultamos de alegria por ter desvendado o enigma, por descobrir o que estava realmente acontecendo.

Paulo, por exemplo, experimentou essa angústia quando da ocasião do espinho que afligia sua carne (2 Coríntios 12.7). A curiosidade surge quando percebemos que uma das palavras hebraicas para espinho (chedeq) também tem a mesma origem que os termos “alegria” (chadah), “união” (‘achad), “afiado” (chadad) e “enigma” (chiydah). Isso porque o espinho nos leva a uma condição de dúvida, coloca diante de nós um enigma. Todavia, quando compreendemos o motivo pelo qual o Senhor nos permitiu que experimentássemos aquele espinho, recebemos uma alegria no Senhor e nossa união com Deus se torna mais sólida.

Outra palavra hebraica diretamente relacionada com a ideia de alegria é “chadar”, que significa “cercar”. Aqueles que estão verdadeiramente unidos ao Pai, e por isso experimentam a alegria do Senhor, estão cercados (chadar) pela proteção do Anjo do Senhor (Salmo 34.7).

Outra variação dessa mesma palavra, “cheder”, significa “quarto”, pois é um cômodo cercado (chadar) de paredes. Assim vemos que o quarto (cheder) é um local onde o crente pode buscar proteção, ao ser cercado (chadar) pela presença divina e receber de Deus uma unção poderosa de alegria (chadah). A passagem de Mateus 6.6 é categórica sobre esse tema: “Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará”.

O cristão que deseja obter de Deus a verdadeira alegria (chadah) deve buscar uma união (‘achad) com Deus de modo que torne afiada (chadad) sua comunhão com o Pai, mesmo que através de um espinho (chedeq). Entrar no quarto (chedar) e buscar ser cercado (chadar) da unção e proteção de Deus fará com que o Senhor nos coloque em seu esconderijo (kachad) e revele mistérios que estão em oculto, desfazendo enigmas (chiydah) de nossa vida, trazendo um renovo (chadash) especial (qadash) que nos fará entender o que é a verdadeira alegria (chadah).

Dedico este artigo à querida Evelyn Lorraine Flood, aluna, amiga e irmã em Cristo que tem guardado sua alegria mesmo em meio a um enigma: uma luta contra o câncer. Peço aos queridos leitores que coloquem a Evelyn em suas orações.

A alegria do Senhor é nossa força!

::Daniel Lopez

Jornalista e doutorando em Linguística na Universidade Federal Fluminense (UFF). É também professor universitário, tradutor e diretor do programa e ministério Desvendando o Original.

Uma palavra sobre o divórcio

O casamento foi instituído por Deus, o divórcio não. O casamento nasceu no céu, o divórcio na terra. O casamento agrada a Deus, o divórcio não. Deus permite o divórcio, mas jamais o ordena. Ele jamais foi o ideal de Deus para a família.

A pergunta dos fariseus: “… porque mandou, então, Moisés dar carta de divórcio e repudiar? Isto revela o uso equivocado que os judeus faziam do texto de Deuteronômio 24 nos dias de Jesus. O que Moisés disse sobre o divórcio?

Quando um homem tomar uma mulher e se casar com ela, então será que, se não achar graça em seus olhos, por nela encontrar coisa indecente, far-lhe-á uma carta de repúdio, e lha dará na sua mão, e a despedirá da sua casa.

Se ela, pois, saindo da sua casa, for e se casar com outro homem,

E este também a desprezar, e lhe fizer carta de repúdio, e lha der na sua mão, e a despedir da sua casa, ou se este último homem, que a tomou para si por mulher, vier a morrer,

Então seu primeiro marido, que a despediu, não poderá tornar a tomá-la, para que seja sua mulher, depois que foi contaminada; pois é abominação perante o SENHOR; assim não farás pecar a terra que o SENHOR teu Deus te dá por herança. (Dt 24.1-4)

É importante dizer que não foi Moisés quem instituiu o divórcio. Ele já existia antes de Moisés. No início da história as famílias precisavam ser numerosas para suprir duas carências: mão-de-0bra para lavoura e soldados para as guerras.  A supervalorização do macho deu origem à filosofia machista, e de acordo com esse pensamento, a mulher servia apenas para  a reprodução. Assim, quando a esposa era estéril, para que o homem não ficasse sem herdeiros, foram criadas foram alternativas de convivência conjugal como do concubinato, a poligamia e o divórcio. O primeiro caso de bigamia está registrado em Gn 4.19-24. Abraão lançou mão do concubinato por sugestão de Sara, sua mulher, que era estéril (Gn 16.1-4). Jacó teve esposas e concubinas (Gn 29.18-30). É nesse contexto social de machismo, bigamia, poligamia e concubinato que surge o divórcio.

Os códigos mais antigos da humanidade já configuravam o divórcio como uma instituição social. O código de Hamurabi (1792-1750 a.C) legislou sobre o divórcio:

A)     Artigo 134 – Admite o divórcio para a mulher de um prisioneiro que não tiver renda suficiente para garantir sua sobrevivência;

B)     Artigos 137 e 140 – Admitem o divórcio por qualquer motivo, desde que sejam respeitados os direitos de dote e herança;

C)    Artigo 142 – Dá a mulher o direito de se divorciar de um marido relaxado, impotente, irresponsável ou desonesto;

D)    Artigo 148 – Permite que o marido se case com outra mulher se a primeira for acometida de doença incurável, mas ele fica obrigado a cuidar dela.

O ensino de Moisés sobre divórcio em Deuteronomio 24 revela dois pontos básicos: primeiro, o divórcio foi permitido com o objetivo de proibir o homem de tornar a se casar com a primeira esposa, depois de ter se divorciado dela. O propósito da lei era proteger a mulher das artimanhas de um esposo imprevisível e talvez cruel. Desta forma, a lei não foi estabelecida para estimular o divórcio. Segundo, o marido tinha permissão de se divorciar no caso de achar na esposa alguma coisa indecente.

Os fariseus interpretavam equivocadamente a lei de Moisés sobre o divórcio, eles entendiam como um mandamento, enquanto Cristo considerou-a uma permissão, tolerância. Moisés não ordenou o divórcio, ele permitiu. Portanto, é de suma importância entender dois ensinos fundamentais de Jesus sobre este importante assunto, em sua resposta aos fariseus.

O primeiro ensino é que há uma absoluta diferença entre ordenança (eneteilato) e permissão (epetrepsen). Para Jesus o divórcio não é uma ordenança e sim uma permissão. Jesus, como supremo e infalível intérprete das Escrituras, explicou o verdadeiro significado de Dt 24. Deus instituiu o casamento, não o divórcio. Deus não é o autor do divórcio; o homem é responsável por ele. O divórcio jamais deve ser encarado como uma ordenança divina ou uma opção moralmente neutra. Ele é uma evidência clara de pecado, o pecado da dureza de coração. Jesus Cristo desarmou a falsidade dos fariseus, revelando que Moisés permitiu o divórcio por causa da obstinação do coração do homem e não em virtude de sua aprovação como algo bom, recomendável pela lei.

O segundo ensino de Jesus sobre o divórcio diz respeito à dureza dos corações. O divórcio acontece porque os corações não são sensiveis. O divórcio é resultado de coraçõe endurecidos. O divórcio é uma conspiração contra a lei de Deus. O divórcio é consequência do pecado e não expressão da vontade de Deus. Deus odeia o divórcio, disse o profeta Malaquias (Ml 2.16). Divórcio é a negação dos votos de amor, compromisso e fidelidade. Ele é uma apostasia do amor.

A dureza de coração é manifesta na indisposição de obecer a Deus e de perdoar um ao outro. Onde não há perdão não há casamento. Onde a porta se fecha para o perdão, abre-se uma avenida para a amargura, e o destino final dessa viagem, é o divórcio. Divórcio não é uma ordenação divina. Ele não é compulsório nem mesmo nos casos de adultério. O perdão e a restauração são sempre preferiveis ao divórcio.

Pr Marcelo Oliveira

Bibliografia: Wiersbe, Warren. Comentário Expositivo. Geográfica Editora

  Lopes, Hernandes Dias. Casamento, divórcio e novo casamento. Ed. Hagnos

                       Stott, John. Grandes questões sobre o sexo. Vinde Comunicações

P.s>> Fiquem atentos que no próximo artigo abordarei a questão: “coisa indecente” de Deuteronomio 24.

Jó 2.1,2 – Satanás tem acesso à morada de Deus?

Em Efésios 2.2 fala de Satanás como sendo o príncipe [archon] da potestade [ou autoridade – exousia] do ar (aêr, a atmosfera que cerca a Terra). Sua esfera de ação, até mesmo seu estado decaído e ao qual está confinado (cf. 2Pe 2.4), parece ser suficientemente ampla para que possa entrar em contato com o arcanjo Miguel (Jd 9) e até mesmo com Deus, sobre sua administração e autoridade judicial.

Assim é que em Zacarias 3.1, o profeta tem uma visão do sumo sacerdote contemporâneo de Israel, de pé diante do trono de Deus: “Deus me mostrou o sumo sacerdote Josué, o qual estava diante do Anjo do Senhor, e Satanás estava à mão direita dele, para se lhe opor. Mas o Senhor disse a Satanás: O Senhor te repreende, ó Satanás…”.

Isso estabelece com clareza o fato de que Satanás, pelo menos antes da cruz, tinha acesso esporádico à corte celestial, em situações em que a pecaminosidade do homem dava-lhe o direito de interpor petições de justiça estrita, punitiva, ou nas circunstâncias em que a sinceridade dos crentes para com  o Senhor pudesse ser questionada. É por este motivo que o Diabo é chamado de “o acusador” (em grego ho diabolos), aquele que acusa os cristãos diante do Senhor noite e dia (Ap 12.10). Há evidências pelas Escrituras de que Satanás tem acesso limitado e ocasional à presença dos anjos – chamados “filhos de Deus” (cf. Jó 1.6; 2.1; 38.7).

Vemos nesta passagem certos elementos que não são facilmente explicáveis. Se esta reunião se fez no “céu”, em que parte do céu ela ocorreu? Há pelo menos três localidades, de acordo com 2Co 12.2 em que Paulo menciona ter sido arrebatado ao terceiro céu, para contemplar as glórias celestiais. É de presumir-se que a cena não tenha ocorrido no mais elevado e no mais santo lugar, visto que nada abominável nem profano pode entrar na cidade de Deus (Ap 21.27).

O episódio ocorreu num nível inferior, e pelo menos às vezes, o Senhor preside “reuniões” do concílio celestial, e a estas “sessões” Satanás pode vir como pessoa não convidada. Outro fato enigmático dessa “reunião” é que aparentemente Deus conversa com o príncipe do mal de modo calmo, tranqüilo e pergunta-lhe o que tem feito ultimamente e, se observou a piedade contínua de Jó.

O destino de Satanás é certo, ele está designado a ficar amarrado mil anos (Ap 20.2,3). E depois da revolta final contra Cristo, no fim desse período (vv. 7-10), ele será atirado no lago de fogo e enxofre, e sofrerá os tormentos sem fim juntamente com todos quantos receberam a maldição e foram condenados (Ap 21.8).

Por que a palavra hebraica: “berakh” é traduzida como blasfemar/ amaldiçoar em Jó?

É verdade que a palavra barakh na raiz piel (berakh) normalmente se traduz por “abençoar”, “louvar”, “saudar com uma benção”. É termo que ocorre com grande freqüência por todo o AT com esse significado.

Mas em Jó 1.5,11; 2.5,9 e possivelmente também Sl 10.3 (no qual traz a idéia de: “desprezar”, “rejeitar”) parece que possui exatamente o sentido contrário de “abençoar”.  Este fenômeno lingüístico pode ser explicado nos seguintes termos: “Abençoar como sentido antitético de amaldiçoar […] da saudação à partida, ao dizer adeus, despedindo-se de alguém; mas trata-se de uma benção exagerada pelo que, na realidade, é uma maldição no inglês vulgar”. A esse respeito, 1Rs 21.10-13 também poderia ser mencionado.

O verbo berakh significa “dizer adeus a” em Gn 24.60; 32.1; 47.10, em geral com a conotação de invocar uma benção sobre a pessoa que parte. Tendo em mente esse uso do verbo, podemos deduzir que um pecador endurecido, insolente, poderia dizer “adeus”  ao Senhor, com a intenção de despedi-lo, tirá-lo da cabeça de vez, abandonando-o completamente.

O erudito Keil & Delitzch dá a esse emprego de “berakh” o nome de eufemismo com um cunho de antífrase. O erudito afirma que Jó 2.9 a palavra significa claramente valedicere (“dizer adeus à”) como benção ou saudação de despedida.

Por que Jesus foi batizado se não tinha pecado?

O batismo de João era batismo de arrependimento. Jesus veio de Nazaré da Galiléia, a cidade rejeitada pelos judeus. Ele não vem da Judéia nem da aristocracia religiosa de Jerusalém.  Agora surge a pergunta: Por que Jesus foi batizado se não tinha pecado?  Ele foi batizado por causa da natureza do seu ministério, porque identificou-se conosco e o Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de todos nós (Is 53.6).

O erudito do NT Dr. William Barclay diz que o batismo de Jesus nos ensina quatro verdades importantes, que mostraremos a seguir:

Primeira, o batismo de Jesus foi o momento da decisão.

Durante trinta anos, Jesus viveu como carpinteiro na cidade de Nazaré. Desde a infância, entretanto, tinha consciência da sua missão. Aos doze anos, já alertava José e Maria acerca da sua missão. Contudo, agora era tempo de agir e iniciar o seu ministério. Seu batismo foi o selo dessa decisão.

Segunda, o batismo de Jesus foi o momento da identificação.

Jesus veio ao mundo como nosso representante e fiador. Ele se fez carne e habitou entre nós. Ele se fez pecado e maldição por nós (2Co 5.19-21). Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e carregou sobre o seu corpo, no madeiro, os nossos pecados (1 Pe 2.24). Ele não foi batizado por pecados pessoais, mas pelos nossos pecados imputados a ele. Jesus foi batizado a fim de expressar sua identificação com o povo.

Terceira, o batismo de Jesus foi o momento da aprovação.

Quando Jesus saiu da água, o céu se abriu, o Pai falou e o Espírito Santo desceu. Ali estava a Trindade referendando seu ministério. O Pai afirmava sua filiação e declara que em Jesus e na sua obra Ele tem todo o seu prazer. A pomba deu sinal do término do julgamento após o dilúvio na época de Noé. A pomba agora dá o sinal da vinda do Espírito Santo sobre Jesus, abrindo-nos o portal da graça.

Quarto, o batismo de Jesus foi o momento da capacitação.

Nesse momento o Espírito Santo desceu sobre Ele. Ele foi cheio do Espírito Santo. Jesus como homem precisou ser revestido com o poder do Espírito Santo. Ele foi batizado com esse poder no Jordão. Ele foi guiado pelo Espírito ao deserto. Ele retornou à galiléia no poder do Espírito Santo. Ele agiu no poder do Espírito Santo na sinagoga. Ele foi ungido pelo Espírito para fazer o bem e curar todos os oprimidos do diabo (At 10.38).

Nele, que cumpriu toda a justiça de Deus

Pr Marcelo Oliveira