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Dorcas, uma mulher amável e amada

INTRODUÇÃO

Tabita, no aramaico, e Dorcas, no grego, significam “gazela”. Os dois nomes indicam que esta mulher tinha trânsito em duas culturas. Sua ressurreição é uma das sete da Bíblia, incluindo a de Jesus. As outras foram efetuadas por Elias (1Rs 17.22), Eliseu (2Rs 4.35), Jesus (Mc 5.42, Lc 7.14, Jo 11.44) e Paulo (At 20.10). Dorcas é um modelo não apenas para mulheres, mas para todos os crentes em geral. Vejamos algumas marcas de sua vida.

1. PRIMEIRA MARCA – UMA MULHER AMOROSA

“Cheia de boas obras e esmolas que fazia” (v. 36, VR), ou “usava todo o seu tempo fazendo o bem e ajudando os pobres” (LH). Costurava “vestidos e túnicas” (v. 39). As palavras indicam as roupas de baixo e vestidos. Costureira de mão cheia e completa. Ela fazia o bem. Era conhecida por ajudar. Usava seu talento para ajudar os outros. O que fazemos para os outros com nossa vida? Nossos talentos servem a Deus ou só a nós?

2. SEGUNDA MARCA – UMA MULHER AMADA

Conseqüência. Quem é amoroso é amado. Sua morte causou comoção (v. 39). Pedro se deslocou de Lida para Jope. Quem ama é amado. Muitos pedem amor e reclamam que ninguém os ama. Amor é recíproco. Temos se damos. Ela deu. Teve. O nome indica beleza física. Bonita no caráter. Quem quer ser amado cultive a beleza do caráter, não só a física. Muitos malham em academia e fazem plásticas. Beleza do corpo. E do caráter?  É difícil amar uma pessoa feia por dentro. Amamos? Bonitos por dentro?

3. TERCEIRA MARCA – UMA MULHER CRISTÃ

A raiz de tudo: era uma cristã. Tinha visão correta da vida: amar ao Senhor e ser útil. É a única “discípula”, em todo o Novo Testamento. O título tinha o sentido de pessoa especial no evangelho. Teve reconhecimento da igreja. Foi útil na vida. Foi útil na morte (uniu as mulheres ao redor de si) e foi útil na ressuscitação: “muitos creram no Senhor” (v. 42). Isto é o melhor exemplo de um cristão dedicado: sua vida é útil em todos os sentidos. Temos vidas úteis?

CONCLUSÃO

Muitos pensam em vida cristã como receber bênçãos de Deus. Ou fazer barulho no culto. É ter uma vida de utilidade, que leve as pessoas a nos amarem pelo nosso caráter. É ser “cheio de boas obras”. É ser discípulo, aquele que está sempre aprendendo de Jesus. Dorcas, a gazela, era bonita no nome e no caráter. Uma exortação para todos nós, homens e mulheres. Sejamos amáveis para sermos amados. E sejamos úteis porque isto enriquece a vida.

Pr Isaltino Gomes

Desvendando o original: A alegria

Continuando nossos estudos sobre os Frutos do Espírito, temos hoje como foco de análise o segundo fruto, a alegria. Em grego, o termo usado para “alegria” é “chara”, que significa “deleite”, “felicidade”. Esta palavra se deriva de “chairo”, que significa “regozijo”. O interessante é que a palavra grega “chairo” nos lembra o nome da capital do Egito, Cairo, que em árabe é al-Kahira, que significa “o forte”. Isso traz à memória a ideia de que a alegria do Senhor é o que nos torna fortes (Neemias 8.10). Alegria e força estão diretamente relacionados. O inimigo ataca nossa força quando consegue tirar de nós nossa alegria. Existe uma batalha no reino espiritual para destruir nossa alegria. A alegria é um campo de batalha. Um dado curioso é que o nome original da cidade do Cairo era, em egípcio, Khere-ohe, que significa “campo de batalha”, em referência à batalha ocorrida entre Hórus e Set neste local. De forma semelhante, a alegria é um campo de batalha, em que o Espírito Santo e as forças das trevas lutam por nossa alma.

O versículo de Neemias 8.10, lido em hebraico, nos oferece mais esclarecimentos sobre a importância da alegria na vida do cristão. Nele, a palavra hebraica para alegria é “chedvah”, que vem de “chadah” e traz a ideia de “união”, pois se relaciona com “‘achad”, que significa “unificar”. Ou seja, a alegria é um campo de batalha espiritual, pois o cristão, quando está unido a Deus, exulta de alegria, ainda que em meio à tribulação. Se o inimigo conseguir tirar a alegria do cristão, ele quebra sua unidade com o Senhor. Ter alegria (chadah) é estar unido (‘achad) a Deus.

O homem que está verdadeiramente em união (‘achad) com Deus possui alegria (chadah) porque tem a força de uma espada afiada (chadad). Em hebraico, os termos “união” (‘achad) e “afiado” (chadad) são semelhantes devido à ideia de que os dois lados da lâmina de uma espada se unem para formar uma ponta afiada. Dessa maneira, vemos que o cristão que se une a Deus é afiado como uma espada e forte na batalha, pois a alegria do Senhor é uma de suas armas de guerra.

Outra curiosidade é que, em hebraico, as palavras “alegria” (chadah), “união” (‘achad) e “enigma” (chiydah) possuem a mesma origem. Isso ocorre porque o enigma se inicia com o narrador se distanciando de seu interlocutor no momento em que propõe a charada. Todavia, a charada termina quando a solução do enigma é anunciada, o que reúne a ambos. Isso nos lembra o costume de Cristo de falar por meio de parábolas, atitude que irritou a muitos, mas trouxe força e esclarecimentos para aqueles que buscaram compreendê-las. Muitas vezes Deus nos deixa passar por tribulações que geram em nós dúvida e desesperança. Nesses momentos, não entendemos o que está havendo, não compreendemos porque aquilo está acontecendo conosco. É como uma charada ou enigma. O inimigo usa essa ocasião para tentar enfraquecer-nos e tirar a força de nossa alegria. Todavia, o Senhor, ao derramar sobre nós seu Espírito Santo e ensinar-nos o significado de tudo o que está acontecendo, faz com que experimentemos uma reunião poderosa com Deus, momento em que exultamos de alegria por ter desvendado o enigma, por descobrir o que estava realmente acontecendo.

Paulo, por exemplo, experimentou essa angústia quando da ocasião do espinho que afligia sua carne (2 Coríntios 12.7). A curiosidade surge quando percebemos que uma das palavras hebraicas para espinho (chedeq) também tem a mesma origem que os termos “alegria” (chadah), “união” (‘achad), “afiado” (chadad) e “enigma” (chiydah). Isso porque o espinho nos leva a uma condição de dúvida, coloca diante de nós um enigma. Todavia, quando compreendemos o motivo pelo qual o Senhor nos permitiu que experimentássemos aquele espinho, recebemos uma alegria no Senhor e nossa união com Deus se torna mais sólida.

Outra palavra hebraica diretamente relacionada com a ideia de alegria é “chadar”, que significa “cercar”. Aqueles que estão verdadeiramente unidos ao Pai, e por isso experimentam a alegria do Senhor, estão cercados (chadar) pela proteção do Anjo do Senhor (Salmo 34.7).

Outra variação dessa mesma palavra, “cheder”, significa “quarto”, pois é um cômodo cercado (chadar) de paredes. Assim vemos que o quarto (cheder) é um local onde o crente pode buscar proteção, ao ser cercado (chadar) pela presença divina e receber de Deus uma unção poderosa de alegria (chadah). A passagem de Mateus 6.6 é categórica sobre esse tema: “Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará”.

O cristão que deseja obter de Deus a verdadeira alegria (chadah) deve buscar uma união (‘achad) com Deus de modo que torne afiada (chadad) sua comunhão com o Pai, mesmo que através de um espinho (chedeq). Entrar no quarto (chedar) e buscar ser cercado (chadar) da unção e proteção de Deus fará com que o Senhor nos coloque em seu esconderijo (kachad) e revele mistérios que estão em oculto, desfazendo enigmas (chiydah) de nossa vida, trazendo um renovo (chadash) especial (qadash) que nos fará entender o que é a verdadeira alegria (chadah).

Dedico este artigo à querida Evelyn Lorraine Flood, aluna, amiga e irmã em Cristo que tem guardado sua alegria mesmo em meio a um enigma: uma luta contra o câncer. Peço aos queridos leitores que coloquem a Evelyn em suas orações.

A alegria do Senhor é nossa força!

::Daniel Lopez

Jornalista e doutorando em Linguística na Universidade Federal Fluminense (UFF). É também professor universitário, tradutor e diretor do programa e ministério Desvendando o Original.

Julio Severo diz: Sou Homoafetivo

Confesso: sou homoafetivo.
O queixo dos ativistas gays que monitoram meu blog cai de pasmo, soltando gritos histéricos de alegria. Sem demora, eles fazem contato com a ABGLT e a imprensa gay, que rapidamente estampam a manchete: “Exclusivo: Julio Severo confessa que é homoafetivo!”
Não fique espantado: Você também é homoafetivo! Aliás, não conheço ninguém que não seja.
O espanto que alguns sentem é porque desconhecem o sentido da palavra “homoafetivo” e porque só a veem sendo usada na defesa de homens que fazem sexo com homens, como se homoafetividade e homoerotismo fossem sinônimos.
Contudo, homoafetividade não tem nada a ver com relações sexuais, conforme me apontou o Pr. Eguinaldo Hélio de Souza, do Vale da Bênção. A palavra “homoafetivo”, embora seja uma expressão criada modernamente, não tem ligação com o ato sexual dos homossexuais. Tem ligação parcial com a língua grega, onde a palavra grega “homos” significa “igual”. Junte “homos” com afetivo, e temos “homoafetivo”, que literalmente significa “afeição” ou “afeto” pelo igual.
Nesse sentido literal, todo pai que tem afeição pelo filho é “homoafetivo”. Toda mãe que tem afeição pela filha é “homoafetiva”. Daí, sou homoafetivo porque tenho afeição e afeto pelos meus filhos do sexo masculino, que são meus iguais, pois são do mesmo sexo que eu.
Mesmo que você não seja casado, provavelmente você também tem afeição e afeto por amigos que têm o mesmo sexo que o seu. Daí, você também é homoafetivo!
“Homoafetividade” nada tem a ver com o órgão sexual masculino enfiado no orifício de outro homem. Homoafetividade, ou afeição entre iguais, é a relação saudável de afeição entre pais e filhos e mães e filhas, e também a afeição e afetividade entre um homem e seus amigos do sexo masculino, e a afeição e afetividade entre uma mulher e suas amigas do sexo feminino.
Homoafetividade leva a profundas amizades. Na Bíblia, vemos homoafetividade entre Davi e Jonatas, entre Jesus e seus apóstolos, etc. Contudo, homoerotividade (ou homoerotismo) é desejos sensuais e eróticos canalizados para pessoas do mesmo sexo. A homoerotividade leva diretamente ao sexo homossexual. A confusão existente é devido aos esforços dos ativistas gays de homossexualizarem as palavras conforme seus próprios caprichos.
Recentemente, um jovem me escreveu dizendo que era homossexual. Eu perguntei: “Por que você diz isso?”
Rapaz: “Porque sinto afeição por um amigo”.
Julio Severo: “Quem lhe disse que você é homossexual?”
Rapaz: “A televisão diz que se você sente afeição por outro homem…”
Julio Severo: “Você já teve relações com outro homem?”
Rapaz: “Não”.
Julio Severo: “Meu caro, você não é homossexual! Afeição ou amizade por uma pessoa do mesmo sexo não transforma ninguém em homossexual. Só é homossexual quem pratica o ato. Da mesma forma, só é ladrão quem pratica roubo. Ninguém nasce ladrão, adúltero, etc.”
Meu questionamento foi suficiente para despertar uma luz de esperança numa cabeça onde a desorientação havia sido plantada.
E mesmo que ele sentisse homoerotismo, isso é tentação, e não o transforma automaticamente em homossexual, assim como pensamentos de roubo não transformam automaticamente um indivíduo em ladrão. Mas é claro que em ambos os casos é necessário lidar com os maus pensamentos, repudiando-os, antes que se transformem em ações, pois são apenas a ações que transformam o individuo em ladrão, homossexual, pedófilo, estuprador, etc.
Portanto, se lhe perguntarem, “você é homoerótico?”, responda: “Claro que não!” Mas se lhe perguntarem, “você é homoafetivo?”, diga sem nenhum constrangimento: sim, tenho afeição pelos meus iguais. Tenho afeição pelos meus filhos e amigos do sexo masculino.
Só por causa da violência que o movimento ideológico homossexual vem cometendo contra a língua portuguesa deixaremos de ter amigos do nosso sexo? Deixaremos de ter afeição por eles e por nossos filhos que têm o nosso sexo? Nós homens teremos de ter medo de amizades profundas com outros homens só por causa dos estupros linguísticos do movimento homossexual?
Homens viciados em sexo com homens não são homoafetivos, mas homoeróticos, porque o negócio deles não é afeição nem afetividade, mas exclusivamente sensualidade e vício.
No que depender do sentido etimológico da palavra, sempre seremos homoafetivos. Mas homoerotismo é outra história, e envolve imoralidade entre pessoas do mesmo sexo. Ninguém quer ser conhecido como “homoerótico”, que evoca diretamente a ideia de sexo entre iguais, um comportamento tão repugnante que os próprios ativistas gays preferem chamar sua relação sexual de “homoafetividade”, em vez de “homoerotismo”.
Já que o termo “homoerótico” é pesado, eles preferem “homoafetivo”, fazendo com que seu erotismo e vício peguem carona na palavra “afetividade”, como se a inocente afeição de uma mãe por sua filha envolvesse práticas de sexo lésbico! Se isso não é estupro violento da razão, então o que é?
Na verdade, o movimento ideológico homossexual não tem medo nenhum de estuprar o sentido de nada, desde o significado etimológico das palavras até a conduta animal.
No reino animal, animais em neurose praticam o comportamento homossexual, que é então usado pelos militantes gays como exemplo de que há homossexualismo entre os animais, buscando então forçar a sociedade a normalizá-lo entre os seres humanos.
Pois bem, há canibalismo entre os animais. Quem vai levantar a bandeira da normalização disso entre os seres humanos?
No reino animal, há também animais que fazem sexo com um animal gerado deles. Quem vai levantar a bandeira da normalização do sexo entre pai e filhos na sociedade humana?
Não, não apareceu nenhum movimento, até onde eu saiba, com a pretensão de legalizar o canibalismo ou sexo entre pais e filhos, mas há grupos homossexuais buscando legalizar as relações sexuais entre homens e meninos.
Contudo, não é só a língua e os exemplos do reino animal que o movimento ideológico homossexual estupra. Nem o arco-íris escapa da violência deles.
O arco-íris foi criado por Deus para nos ajudar a lembrar da graça de Deus que salvou Noé e sua família de um mundo que havia sido condenado à destruição por seus pecados. Mas hoje esse poderoso símbolo divino é usado pelo movimento ideológico homossexual para doutrinar a sociedade a respeitar e reverenciar os atos homossexuais como se fossem tão naturais quanto o sexo normal.
O sexo homossexual é realmente natural?
A sociedade humana da antiguidade também via seus pecados como naturais. Para lidar com a dureza deles, Deus decidiu o castigo deles e permitiu o Dilúvio, que destruiu toda a civilização daquele tempo. Os únicos que Deus salvou foram Noé e sua esposa, juntamente com seus filhos e esposas.
Se Noé fosse homossexual, não teria tido filhos, e a história humana teria se encerrado na sua morte.
A diferença entre ato homossexual e o ato conjugal é que só a relação normal entre marido e esposa é vital para a sobrevivência humana. Um Noé com esposa e filhos com esposas foram suficientes para povoar a terra com muitas outras famílias, crianças, tradições e culturas — tudo originando-se do ato conjugal normal.
Com o homossexualismo, a extinção engole a sobrevivência e a vida. Meninos se tornam meros objetivos de prazer homossexual. E a vida perde o sentido. O homossexualismo engole, turva, mutila, aleija, corrompe e destrói famílias, crianças, tradições e culturas.
Relação conjugal produz bebês. Produz vida. Relação homossexual produz… doenças, vícios, fixação no orifício do traseiro e em seu conteúdo. Enfim, produz podridão.
Com o homossexualismo predominando, é desnecessário um Dilúvio para destruir a terra. Em uma geração a extinção é certa.
Portanto, repudio os estupros que o movimento ideológico homossexual comete contra tudo e todos. Por mais que eles mintam, pervertam e desfigurem as palavras, sou homoafetivo, porque tenho afeição e afetividade por meus filhos e amigos do meu sexo.
E carrego a bandeira do arco-íris, que pertence a Deus e é símbolo do Deus que resgatou Noé do Dilúvio e hoje nos resgata dos pecados, inclusive do homossexualismo, através de Jesus Cristo. Depois do Dilúvio, a Bíblia conta o que aconteceu:
 
“Deus abençoou Noé e os seus filhos, dizendo o seguinte: — Tenham muitos filhos, e que os seus descendentes se espalhem por toda a terra. Eu acertarei as contas com cada ser humano e com cada animal que matar alguém. O ser humano foi criado parecido com Deus, e por isso quem matar uma pessoa será morto por outra. — Tenham muitos filhos, e que os descendentes de vocês se espalhem por toda a terra. Deus também disse a Noé e aos seus filhos: — Agora vou fazer a minha aliança com vocês, e com os seus descendentes, e com todos os animais que saíram da barca e que estão com vocês, isto é, as aves, os animais domésticos e os animais selvagens, sim, todos os animais do mundo. Eu faço a seguinte aliança com vocês: prometo que nunca mais os seres vivos serão destruídos por um dilúvio. E nunca mais haverá outro dilúvio para destruir a terra. Como sinal desta aliança que estou fazendo para sempre com vocês e com todos os animais, vou colocar o meu arco nas nuvens. O arco-íris será o sinal da aliança que estou fazendo com o mundo. Quando eu cobrir de nuvens o céu e aparecer o arco-íris, então eu me lembrarei da aliança que fiz com vocês e com todos os animais. E assim não haverá outro dilúvio para destruir todos os seres vivos. Quando o arco-íris aparecer nas nuvens, eu o verei e me lembrarei da aliança que fiz para sempre com todos os seres vivos que há no mundo. O arco-íris é o sinal da aliança que estou fazendo com todos os seres vivos que vivem na terra.” (Gênesis 9:1,5-17 BLH)
O uso do arco-íris para glorificar o sexo homossexual é um estupro violento de um sinal da graça de Deus, depois que o Dilúvio destruiu um mundo onde homens e mulheres não queriam parar de pecar.
O arco-íris não foi criado pelo movimento homossexual nem foi criado para homens que estão determinados a não sair do pecado homossexual.
O arco-íris é um lembrete poderoso do pecado que destrói e do Deus que salva do pecado e da destruição.

Jó 2.1,2 – Satanás tem acesso à morada de Deus?

Em Efésios 2.2 fala de Satanás como sendo o príncipe [archon] da potestade [ou autoridade – exousia] do ar (aêr, a atmosfera que cerca a Terra). Sua esfera de ação, até mesmo seu estado decaído e ao qual está confinado (cf. 2Pe 2.4), parece ser suficientemente ampla para que possa entrar em contato com o arcanjo Miguel (Jd 9) e até mesmo com Deus, sobre sua administração e autoridade judicial.

Assim é que em Zacarias 3.1, o profeta tem uma visão do sumo sacerdote contemporâneo de Israel, de pé diante do trono de Deus: “Deus me mostrou o sumo sacerdote Josué, o qual estava diante do Anjo do Senhor, e Satanás estava à mão direita dele, para se lhe opor. Mas o Senhor disse a Satanás: O Senhor te repreende, ó Satanás…”.

Isso estabelece com clareza o fato de que Satanás, pelo menos antes da cruz, tinha acesso esporádico à corte celestial, em situações em que a pecaminosidade do homem dava-lhe o direito de interpor petições de justiça estrita, punitiva, ou nas circunstâncias em que a sinceridade dos crentes para com  o Senhor pudesse ser questionada. É por este motivo que o Diabo é chamado de “o acusador” (em grego ho diabolos), aquele que acusa os cristãos diante do Senhor noite e dia (Ap 12.10). Há evidências pelas Escrituras de que Satanás tem acesso limitado e ocasional à presença dos anjos – chamados “filhos de Deus” (cf. Jó 1.6; 2.1; 38.7).

Vemos nesta passagem certos elementos que não são facilmente explicáveis. Se esta reunião se fez no “céu”, em que parte do céu ela ocorreu? Há pelo menos três localidades, de acordo com 2Co 12.2 em que Paulo menciona ter sido arrebatado ao terceiro céu, para contemplar as glórias celestiais. É de presumir-se que a cena não tenha ocorrido no mais elevado e no mais santo lugar, visto que nada abominável nem profano pode entrar na cidade de Deus (Ap 21.27).

O episódio ocorreu num nível inferior, e pelo menos às vezes, o Senhor preside “reuniões” do concílio celestial, e a estas “sessões” Satanás pode vir como pessoa não convidada. Outro fato enigmático dessa “reunião” é que aparentemente Deus conversa com o príncipe do mal de modo calmo, tranqüilo e pergunta-lhe o que tem feito ultimamente e, se observou a piedade contínua de Jó.

O destino de Satanás é certo, ele está designado a ficar amarrado mil anos (Ap 20.2,3). E depois da revolta final contra Cristo, no fim desse período (vv. 7-10), ele será atirado no lago de fogo e enxofre, e sofrerá os tormentos sem fim juntamente com todos quantos receberam a maldição e foram condenados (Ap 21.8).

Por que a palavra hebraica: “berakh” é traduzida como blasfemar/ amaldiçoar em Jó?

É verdade que a palavra barakh na raiz piel (berakh) normalmente se traduz por “abençoar”, “louvar”, “saudar com uma benção”. É termo que ocorre com grande freqüência por todo o AT com esse significado.

Mas em Jó 1.5,11; 2.5,9 e possivelmente também Sl 10.3 (no qual traz a idéia de: “desprezar”, “rejeitar”) parece que possui exatamente o sentido contrário de “abençoar”.  Este fenômeno lingüístico pode ser explicado nos seguintes termos: “Abençoar como sentido antitético de amaldiçoar […] da saudação à partida, ao dizer adeus, despedindo-se de alguém; mas trata-se de uma benção exagerada pelo que, na realidade, é uma maldição no inglês vulgar”. A esse respeito, 1Rs 21.10-13 também poderia ser mencionado.

O verbo berakh significa “dizer adeus a” em Gn 24.60; 32.1; 47.10, em geral com a conotação de invocar uma benção sobre a pessoa que parte. Tendo em mente esse uso do verbo, podemos deduzir que um pecador endurecido, insolente, poderia dizer “adeus”  ao Senhor, com a intenção de despedi-lo, tirá-lo da cabeça de vez, abandonando-o completamente.

O erudito Keil & Delitzch dá a esse emprego de “berakh” o nome de eufemismo com um cunho de antífrase. O erudito afirma que Jó 2.9 a palavra significa claramente valedicere (“dizer adeus à”) como benção ou saudação de despedida.

Provérbios 22.6 é garantia que os filhos de pais cristãos nunca se desviarão?

“Ensina a criança no caminho em que deve andar e, quando for velho, não se desviará dele” (Pv 22.6)

Antes de discutir a aplicação prática desse versículo, devemos examinar cuidadosamente o que ele diz na verdade. A tradução literal do texto hebraico: hannokh lanna’ar é: “ensina, treina o menino” (na’ar refere-se a um jovem, desde sua infância até a maioridade); o verbo hannakh não ocorre em outra passagem do A.T com o sentido de “treinar”. Normalmente significa “dedicar” (consagrar um templo ou uma casa; Dt 20.5; 1Rs 8.63; 2Cr 7.5), ou uma oferta (Nm 7.10). Parece que ele é cognato do egípcio h-n-k (“dar aos deuses, “marcar algo para culto divino”“.). Isso nos leva ao seguinte leque de significados: “dedicar a criança a Deus”, preparar a criança para suas futuras responsabilidades, exercitar ou treinar a criança para a idade adulta.

A seguir, chegamos ao que é traduzido “no caminho em que deve andar”. Literalmente está escrito “de acordo com seu caminho” (al-pî darkhô); al-pî (literalmente, “de acordo com a boca de”) em geral significa “segundo a medida de”, “de conformidade com” ou “de acordo com”. Quanto a darkhô, é a palavra que vem de derekh (“caminho”); isso pode se referir-se ao “costume generalizado de, segundo a natureza de, o modo de agir de, o padrão de comportamento de” uma pessoa.

Parece que o texto implica que o modo de instrução deve ser governado segundo o estágio da vida da própria criança, conforme suas inclinações pessoais, ou então, como as traduções padronizadas mostram, “de acordo com o modo que é próprio à criança” – à luz da vontade de Deus, segundo os padrões de sua comunidade, ou herança cultural.

Neste contexto altamente teológico, centralizado em Deus [(Iavé é o Autor tanto do rico como do pobre vs. 2); “O galardão da humildade e o temor do Senhor são riquezas, honra e vida [v.4]”.], não há duvida de que “no caminho em que deve andar” significa “seu caminho adequado, próprio”, à luz dos objetivos e padrões estabelecidos no verso 4, e tragicamente negligenciados pelo perverso no verso 5. No entanto, também existe uma conotação segundo a qual cada criança deve ser educada e treinada para o serviço de Deus, segundo as necessidades e características da própria infância.

A segunda linha diz: gam ki (“ e ainda quando”) yazqîn  (“for velho”) – “zaqen” significa “velho” ou um “ancião”), ló Yasur (“não se desviará”) mim-mennah (“dele”, do seu derek – caminho), que aparentemente fortalece a interpretação de “seu próprio caminho”, “padrão de comportamento”, ou “modo de viver” como homem de Deus bem treinado, ou bom cidadão em sua comunidade.

Tudo isso se resume, pois, num principio geral – e todas as máximas genéricas de Provérbios a respeito da conduta humana têm esse caráter. Provérbios não oferece regras e garantias absolutas para as quais jamais possa haver exceções. Antes, temos ali princípios mostrando que quando um pai piedoso dá a devida atenção à educação de seu filho, para que tenha responsabilidades necessárias, e viva de modo bem ordenado para Deus, tal genitor pode, com toda confiança, esperar que seu filho jamais se afaste do treinamento paterno que recebeu, e do exemplo de um lar em que o nome de Deus é reverenciado. Isso provavelmente ocorrerá a despeito de algum desvio temporário do fim da adolescência. Mesmo ao tornar-se um ancião, essa pessoa não se desviará do caminho em que foi educado. Outra interpretação sobre gam ki significa que a criança permanecerá fiel ao treinamento recebido por toda a sua vida, até à velhice.

 Conclusão.

Será que esse versículo nos fornece uma garantia real, de que todos os descendentes de pais tementes a Deus, conscienciosos, os quais vivem em nobreza de caráter, serão verdadeiros servos de Deus? Porventura, haverá filhos rebeldes, os quais voltarão as costas à educação cristã que receberam, e cairão na culpa e vergonha de uma vida dominada por Satanás? É possível que alguém interprete esse versículo dessa forma. Todavia, é muitíssimo duvidoso que o escritor sagrado inspirado por Deus quisesse estipular uma promessa de caráter absoluto, aplicável em todos os casos. As máximas de Provérbios têm o objetivo de constituir aconselhamento sadio, lógico e útil; não nos são apresentadas como promessas de sucesso infalível.

Nele, Pr Marcelo Oliveira

A graça que aterrorizou Pedro

Um leitor do meu site me enviou, de Vitória (ES), um livro de presente: Irmãos, nós não somos profissionais, de John Piper. Comecei a lê-lo e aprendi muito. No capítulo “Irmãos, conduzam as pessoas ao arrependimento”, Piper fala da reação dos homens à graça. Cita Lucas 5.1-10, onde Jesus ordena aos discípulos para se afastarem um pouco da praia e lançarem a rede. Pedro diz que eles trabalharam a noite toda e nada pegaram, mas à luz da ordem de Jesus, lançaria as redes.

Vieram tantos peixes que as redes começaram a romper-se e os dois barcos quase afundaram. Suas necessidades foram supridas além do que esperavam. Isto se chama graça. Até aí, sabemos bem. Mas Piper comenta a reação de Pedro: “A reação de Pedro foi notável, bem diferente da reação moderna e orgulhosa diante da graça” (p. 138). É mesmo. A graça aterrorizou Pedro: “Vendo isso Simão Pedro, prostrou-se aos pés de Jesus, dizendo: Retira-te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador. Pois, à vista da pesca que haviam feito, o espanto se apoderara dele e de todos os que com ele estavam” (vv. 9-10).

Quem prova a graça deveria se espantar e atemorizar. Há quem se orgulhe. Você já viu os títulos que as igrejas se dão? Viva, Renovada, da Verdade, Avivada, Do Poder, Da Prece Poderosa, Santa, sempre um título que as enaltece, mesmo quando menciona Deus. A idéia é que aquele grupo tem copyright dele. Ninguém funda uma igreja e a chama de Igreja dos Pecadores Miseráveis Salvos Pela Graça! Você já viu alguma Igreja dos Indignos? Já notou as orações de alguns: “Quero meus direitos”? Ora, o direito dos pecadores é o inferno. Temos nos esquecido da graça. Deus é movido pela sua graça. Não por nossos méritos.

Há muito orgulho, muito antigraça em nosso meio. Gente que se orgulha do templo da igreja, ou da sua receita financeira. Ou ainda do nível social da membresia. Isto é a negação do evangelho.

Alguns usam a graça como desculpa para pecar: “Deus é Pai, e não vai relevar o que eu fizer, porque pai acoberta os erros dos filhos”. Não é o que pensa a cultura contemporânea? A graça não induz ao pecado, mas constrange à santidade. Um Deus tão bondoso merece ser amado e honrado.  Outros usam a graça para se elevarem sobre os outros. São os “preferidos” de Deus, porque receberam mais favor. A graça não envaidece, mas quebranta, porque dá noção de nossa realidade. O orgulho espiritual nega ou torce a graça.

A graça aterrorizou Pedro! Exatamente por ser graça! Volto a Piper: “Pedro viu no milagre de Jesus um tesouro de esperança e alegria tão maravilhoso que ficou devastado diante da perspectiva de como sua vida estava fora de sincronia com tudo isso” (p. 140). A graça surpreende e choca. Não merecemos nada. Tudo é bondade, fruto da graça de Deus. Um dos termos para graça é o hebraico hen. É o ato de um superior que, frustrado com um inferior que o decepcionou e merece reprovação, trata-o com bondade.

Nós não somos bons e não temos motivo algum para nos gloriarmos. Nossas virtudes são trapo de imundícia: “Pois todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia” (Is 64.6). “Trapo de imundícia” alude aos absorventes menstruais que as senhoras da época usavam. Eles não eram guardados. Eram jogados fora, como sujos e inúteis. Nosso melhor é sujeira. Mas o melhor de Deus é graça. Graça não vê sujeira. Vê necessidade. Se você recebeu graça, não se envaideça. Glorifique a Deus. Sem por o foco em você, porque há muita glória a Deus que é glória ao homem.

Pr Isaltino Gomes Coelho

Adaptado por: Pr Marcelo Oliveira

Febe, do brilho da lua para a luz de Cristo

INTRODUÇÃO

Febe surge numa recomendação em Romanos 16.1-2. Isto tem sido entendido como sendo ela a portadora da carta aos romanos. Ela é da Cencréia, um porto de Corinto, onde Paulo estava quando escreveu esta carta. Surge e desaparece aqui. Nada mais se diz sobre ela.  Mas é uma apresentação elogiosa. Por isso, vejamos o que podemos aprender desta irmã do passado.

1.  DO BRILHO DA LUA PARA A LUZ DE CRISTO

Os nomes tinham grande significado na época. Febe significa “radiante”, e alude ao brilho da lua. Usava-se para a irradiação da luz da lua (“luar”).  O nome era pagão, usado por gregos adoradores da lua. Provavelmente fora pagã e se convertera ao evangelho. Não adorava mais a Lua (ou se não a adorou, não seguiu a religião dos pais). Adorava “o sol da justiça” (Ml 4.2), Cristo. Irradiava a luz de Cristo: João 8.12 e Mateus 5.14. Primeira lição: a conversão é passar do erro para a verdade. É brilhar. Quem tem a luz de Cristo a irradia.

2.  DIACONISA OU SERVA?

É chamada de “serva” ou “diaconisa”. Outras versões trazem “servindo à igreja”. O termo “diaconisa” pode se referir à função diaconal ou apenas que ela trabalhava na igreja. A favor de ser diaconisa, pesa o fato de levar a carta e Paulo pedir hospedagem para ela. Mas o importante: “serva da igreja”. Ser servo de Deus é fácil. “Sirvo a Deus, não aos homens!”, diz o irmão ruim de relacionamento. Servo da igreja. A igreja é maior que nós, e não somos seus donos, mas servos. Além de serva, “protetora”, “ajudadora” ou “tem ajudado”. Era serviçal. Vida cristã é servir, não ser servido. Há os que querem ser servidos, mas não servem. O crente que não serve (não presta serviço) não serve (não presta). Segunda lição: a igreja é um espaço de serviço, e nela servimos tanto Deus como aos irmãos. Resgatemos a autoridade da igreja: nós a servimos, e não nos servimos dela.

CONCLUSÃO – Lições gerais de Febe para nossa vida:

1.  A conversão muda a vida da pessoa. O brilho em sua vida era o da lua. Convertida, o brilho passou a ser o de Cristo. Qual o brilho de nossa vida? Artistas de tevê? Pensadores seculares? Ou Cristo? Não podemos continuar sendo as mesmas pessoas. “Não varro o lixo para baixo do tapete”.

2.  A compreensão de que a vida cristã é servir, e não buscar benefícios. As pessoas escolhem igreja como quem escolhe uma prestadora de serviços, ao invés de pensarem são chamadas a prestar serviço.

3.  Uma marca acentuada de Febe: sua vida beneficiava os irmãos. Nossa vida beneficia alguém? Ou queremos apenas os benefícios da vida cristã?  Somos úteis?

4.  Uma marca da vida dos cristãos daquela época: eles se apoiavam, se hospedavam e se ajudavam mutuamente. Suas vidas não eram estanques e a fraternidade não era apertar mãos na hora de um cântico, mas se mostrava em todas as esferas da vida. Somos fraternos fora do culto?

Pr Isaltino Gomes Coelho

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 1.  Arrependimento e fé precedem toda ordenança e instância de Batismo no Novo Testamento

Atos 2.37-38, 41

37 E, ouvindo eles isto, compungiram-se em seu coração, e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, homens irmãos? 38 E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo; 41 De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase três mil almas.

2. Não existe instância de batismo infantil na Bíblia.

E sobre batismos familiares? (Atos 16.15, 33; 1 Coríntios 1.16)

É um argumento do silêncio que crianças foram inclusas nestas três ocasiões[i]. Além disso, em Atos 16.30-33 Lucas aponta que a Palavra de Deus foi pregada a todos aqueles que foram batizados, deste modo, não sugerindo crianças, mas sim aqueles que podiam ouvir a Palavra é que foram batizados.  

Atos 16.30-33

30 “E, tirando-os para fora disse: Senhores, que é necessário que eu faça para me salvar?” 31 “E eles disseram: Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa”. 32 “E lhe pregavam a palavra do Senhor, e a todos os que estavam em sua casa”. 33 “E, tomando-os ele consigo naquela mesma hora da noite, lavou-lhes os vergões; e logo foi batizado, ele e todos os seus”.

3. Batismo É descrito por Paulo como uma expressão de fé.

Colossenses 2.11-12

11 No qual também estais circuncidados com a circuncisão não feita por mão no despojo do corpo dos pecados da carne, a circuncisão de Cristo;12 Sepultados com ele no batismo, nele [isto é, o batismo] também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos.

Assim sendo, o batismo é uma expressão de fé, e o ressuscitar com Cristo que acontece no batismo acontece por virtude do batismo ser uma expressão de fé que os infantes não podem exercer.

4. O batismo é descrito por Pedro como um apelo (indagação) a Deus pela pessoa sendo batizada.

1 Pedro 3.18-21

18 Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito; 19 No qual também foi, e pregou aos espíritos em prisão; 20 Os quais noutro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca; na qual poucas (isto é, oito) almas se salvaram pela água; 21 Que também, como uma verdadeira figura, agora vos salva, o batismo, não do despojamento da imundícia da carne, mas da indagação de uma boa consciência para com Deus, pela ressurreição de Jesus Cristo;

O batismo salva no mesmo sentido que de que é uma expressão exterior de um apelo interior a Deus, não como um mero ritual de água. Ele salva da forma que a confissão dos lábios salva em Romanos 10.9 – na medida que a confissão dos lábios é uma expressão de fé do coração.

Mas e acerca do sinal da aliança feita com os filhos dos israelitas na Velha Aliança?

Genesis 17.7-13

7 E estabelecerei a minha aliança entre mim e ti e a tua descendência depois de ti em suas gerações, por aliança perpétua, para te ser a ti por Deus, e à tua descendência depois de ti. 8 E te darei a ti e à tua descendência depois de ti, a terra de tuas peregrinações, toda a terra de Canaã em perpétua possessão e ser-lhes-ei o seu Deus. 9 Disse mais Deus a Abraão: Tu, porém, guardarás a minha aliança, tu, e a tua descendência depois de ti, nas suas gerações. 10 Esta é a minha aliança, que guardareis entre mim e vós, e a tua descendência depois de ti: Que todo o homem entre vós será circuncidado. 11 E circuncidareis a carne do vosso prepúcio; e isto será por sinal da aliança entre mim e vós. 12 O filho de oito dias, pois, será circuncidado, todo o homem nas vossas gerações; o nascido na casa, e o comprado por dinheiro a qualquer estrangeiro, que não for da tua descendência. 13 Com efeito será circuncidado o nascido em tua casa, e o comprado por teu dinheiro; e estará a minha aliança na vossa carne por aliança perpétua.

Catecismo de Heidelberg:

[Crianças filhos de pais cristãos] pertencem à aliança e o povo de Deus… eles também devem ser batizados como um sinal da aliança, inseridas na igreja cristã e distinguidas dos filhos dos incrédulos, como era feito no Antigo Testamento pela circuncisão, em lugar do qual o batismo do Novo Testamento é apontado.

Diretório de Culto [Público] de Westminster

A descendência e posteridade do fiel nascido dentro da igreja têm por seu nascimento um interesse na aliança e direito ao selo dela e aos privilégios externos da igreja sob o evangelho, não menos que os filhos de Abraão na época do Velho Testamento…

Por que o batismo não é realizado aos filhos de pais cristãos na Nova Aliança como a circuncisão era realizada aos filhos de pais judeus na antiga aliança?

5. Porque os membros da nova aliança não são definidos por uma descendência física, como os membros da antiga aliança eram, mas pela escrita de Deus em seus próprios corações e chamando-os para si e trazendo-os ao arrependimento e fé.

De acordo com este estreitamento das pessoas da aliança para aqueles que são verdadeiramente nascidos de Deus, o novo sinal da aliança significa que a pessoa é, de fato, parte da comunidade de nascidos de novo, que é evidenciado pela fé.

Da mesma forma que uma mudança no sinal ocorreu para permitir que homens e mulheres participassem do sinal (batismo no lugar da circuncisão), assim, deixando mais claro que antes que mulheres e homens são igualmente herdeiros da salvação (1 Pedro 3.7), então também uma mudança nos recipientes do sinal aconteceu para deixar mais claro que sob a Nova Aliança o povo de Deus não é determinado por uma descendência física, mas uma transformação espiritual, evidenciada pela fé.

5.1 João Batista chamou para ser batizado aqueles que já possuíam o sinal da aliança, mostrando que um novo significado estava sendo dado ao sinal – não mais apontando para a descendência de Abraão, mas antes a descendência espiritual por meio da fé e arrependimento.

Mateus 3.7-9

 7 E, vendo ele muitos dos fariseus e dos saduceus, que vinham ao seu batismo, dizia-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura? 8 Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento; 9 E não presumais, de vós mesmos, dizendo: Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que, mesmo destas pedras, Deus pode suscitar filhos a Abraão.

5.2 Jesus confirmou o ministério de João e definiu os filhos de Deus não como aqueles nascidos de certos pais, mas aqueles nascidos de Deus pela fé.

João 1.12-13

12 Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome; 13 Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.

5.3 Paulo elucidou que os filhos de Abraão a quem a promessa foi feita não eram aqueles nascidos de acordo com a carne, mas aqueles nascidos de acordo com a promessa. Filhos da promessa e filhos da carne não são a mesma coisa.

Romanos 9.6-8

6 Não que a palavra de Deus haja faltado, porque nem todos os que são de Israel são israelitas; 7 Nem por serem descendência de Abraão são todos filhos; mas em Isaque será chamada a tua descendência. 8 Isto é, não são os filhos da carne que são filhos de Deus, mas os filhos da promessa são contados como descendência.

Gálatas 3.6-7

6 Assim como Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça. 7 Sabei, pois, que os que são da fé são filhos de Abraão.

5.4. Os filhos a quem a promessa é feita são os filhos que são “chamados”, e a chamada de Deus é livre e não preso à família física.

Atos 2.39

Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar.

Tradução: Wellington Mariano

Fonte: http://www.desiringgod.org/resource-library/articles/infant-baptism-and-the-new-covenant-community/print?lang=en (acesso dia 07/06/2011)

 Tradução: Pr Wellington Mariano

Site: http://contraculturacrista.com.br

 


[i] A suposição de que crianças foram batizadas em batismos familiares é uma inferência, ou seja, não existe base bíblica clara e direta para tal. (Nota do tradutor)

A mensagem dos falsos profetas

Vivemos os últimos dias. Jesus no sermão da montanha advertiu que devemos ser cautelosos com os falsos profetas, porque, por trás da simpatia, da persuasão ou da inteligência deles, está o engano.

A advertência de Jesus (cf. Mt 7.15) aponta para o fato de não haver meio de nos acautelarmos, a menos que tenhamos um parâmetro para julgar o ensino dos falsos mestres. O único parâmetro é a verdade de Deus registrada nas Escrituras. Se você não conhece as Escrituras de maneira suficiente, os falsos profetas vão enganá-lo. Lembre-se que eles vêm disfarçados de ovelhas. Além disso, o perigo não é somente para você, mas, se você negligenciar o exame do ensino dos falsos profetas e mestres, permitirá que outras pessoas sejam enganadas por aqueles a quem Jesus chama de “lobos roubadores”. Ainda mais: se os “lobos roubadores” penetrarem em sua igreja, darão proteção a outros de sua espécie, e não às ovelhas de Cristo.

Observe o que diz 2Coríntios 11.4:

“Se, na verdade, vindo alguém, prega outro Jesus que não temos pregado, ou se aceitais espírito diferente que não tendes recebido, ou evangelho diferente que não tendes abraçado, a esse, de boa mente, o tolerais”

O conteúdo do ensino dos falsos profetas é perfeitamente claro no verso acima:

1)  Os falsos profetas apresentam um Jesus diferente

O “outro Jesus” pregado pelos profetas era muito diferente daquele pregado por Paulo. Certamente eles ensinavam uma heresia cristológica. Provavelmente, eles ultrapassaram a doutrina bíblica de Cristo; por isso, o Jesus era “um outro”. Eles estavam ensinando um conceito diferente sobre o Deus encarnado. Os crentes de Corinto estavam sendo enganados.

2) Os falsos profetas ensinavam um espírito diferente

Não vejo por que não entender esse “espírito” como não sendo a contraparte do “Espírito”, porque o texto diz: “aceitais o espírito diferente que não tendes recebido”. Esse “outro espírito”, em vez do Espírito Santo, estava controlando aqueles crentes. Eles estavam aceitando um espírito diferente do Espírito Santo, que devia ser recebido por eles. Novamente, os crentes de Corinto estavam sendo enganados.

3)  Os falsos profetas ministravam um evangelho diferente

Isso não era novidade. Paulo mencionou um evangelho diferente que os crentes da Galácia haviam abraçado (Gl 1.6). Os falsos profetas sempre quiseram perverter o ensino bíblico de Jesus aos crentes (Gl 1.7). Por isso, Paulo abomina esses falsos profetas, dizendo: “… se alguém vos prega evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema” (Gl 1.9).

O Eterno nos conceda discernimento para que não sejamos enganados,

Pr Marcelo Oliveira