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A carta que o Rei Abgaro enviou para Jesus

Ao percorrermos as páginas dos evangelhos notamos alguns milagres que Jesus realizou a distância, dentre os quais, destacamos:

  1. Jesus curou a distância o servo do centurião romano (Mt 8.5-10)
  2. Jesus curou a distância a filha da mulher cananéia (Mt 15.21-28)
  3. Jesus curou o filho de um oficial do rei a distância de aproximadamente 10 km do lugar que Jesus proferiu a cura. Jesus estava em Caná da Galiléia e o enfermo estava em Cafarnaum (Jo 4.46-54).
  4. Jesus curou 10 leprosos quando passava por Samaria (Lc 17.11-14).

As notícias corriam por todas as partes da Palestina e além das fronteiras, de forma que, a história testemunha um determinado monarca de Edessa (região do outro lado do Eufrates), rei Abgaro, que tinha seu corpo destroçado por uma doença terrível e incurável, escreveu uma carta para Jesus, solicitando a distância, a cura de sua enfermidade.  Leia agora a cópia da carta dirigida a Jesus:

“Abgare Ucama, toparca, a Jesus, o bom Salvador que surgiu na região de Jerusalém, saudações: Tem chegado aos meus ouvidos notícias acerca de tua pessoa e de tuas curas, que, ao que parece, realizadas sem empregar remédios ou ervas, pois pelo que se conta, fazes com os que os cegos recebam a visão e os coxos andem; limpas os leprosos e retiras os espíritos imundos e demônios; curas os que estão atormentados por longa enfermidade e ressuscitas os mortos. E eu, ao ouvir tudo isto de ti, pus-me a pensar que, de duas possibilidades – ou és Deus, que descendo pessoalmente do céu realizas estas maravilhas, ou és Filho de Deus, já que fazes tais obras. Este é, pois, o motivo para escrever-te rogando-te que te apresses a vir a mim e curar-me do mal que me aflige. Porque também tenho ouvido que os judeus andam murmurando contra ti e querem fazer-te mal. Muita pequena é minha cidade, mas digna, e bastará para dois”.

Segundo Eusébio de Cesaréia (séc. IV a.C), Jesus respondeu a carta enviada pelo rei de Edessa, Abgaro, seguinte forma:

“RESPOSTA DE JESUS A ABGARO, TOPARCA, POR MEIO DO MENSAGEIRO ANANIAS”. “Bem aventurado tu, que creste em mim sem ter me visto. Porque de mim está escrito que, os que me viram não crerão em mim, e que aqueles que não me viram crerão e terão a vida. Mas, acerca do que me escreveste de ir para junto de ti, é necessário que eu cumpra aqui por inteiro a minha missão e que, depois de havê-lo consumado, suba novamente ao que me enviou. Quando tiver subido, te mandarei algum de meus discípulos, que sanará tua doença e trará a vida a ti e aos teus”.

A essas duas cartas estava anexado nos arquivos encontrados em Edessa, ainda em siriaco o seguinte: “Depois da ascensão de Jesus, Judas, chamado também Tomás, enviou-lhe como apóstolo a Tadeu, um dos setenta, o qual chegou e se hospedou na casa de Tobias, filho de Tobias. Quando se espalhou a notícia sobre ele, avisaram a Abgaro que havia chegado ali um apóstolo de Jesus, como tinha sido escrito na carta”.

Marcelo Oliveira

P.s>> Importante: consultando vários estudiosos, esta carta não é autêntica. Ela é considerada um pseudepígrafo. 

A sátira de Isaías 46

A sátira de Isaías acerca da idolatria atinge o seu auge no capítulo 46. Somos apresentados às duas divindades principais da Babilônia: Bel (também chamado de Marduk) e Nebo (filho de Bel). Isaías descreve a maneira como esses ídolos eram fabricados pelas mãos dos ourives (vv. 6-7), e depois de prontos, carregados nos ombros de seus adoradores até o lugar onde eram colocados em determinada posição, porque elas não podiam se mover ou falar.

Subitamente, a Babilônia é tomada por Ciro, rei da Pérsia, e seus soldados passam a saquear os templos da cidade. “Bel se inclina, Nebo se abaixa” (v. 1). Isto é, esses ídolos inúteis são arrancados de seus pedestais e carregados de ponta-cabeça, como cadáveres, pelas ruas. Aqui eles são colocados sobre carroça e levados. É a decadência dos poderosos! Os deuses que antes eram carregados orgulhosamente sobre os ombros, nas procissões, agora são carregados em carroças, como lixos inúteis, tornando-se um fardo para seus adoradores.

O tom de ironia na voz do profeta desaparece, e no silêncio Deus fala. Com efeito Ele diz: “Eu não sou como Bel e Nebo. Não preciso ser carregado. Sou o Deus vivo e exaltado. Eu tenho carregado vocês desde que foram concebidos, e mesmo depois de velhos eu ainda os carregarei” (vv. 3-4, paráfrase).

Assim, devemos perguntar a nós mesmos, hoje: Quem está carregando nossos fardos? A religião tem sido um fardo ou uma libertação para nós? Deus tem sido um fardo? Jesus Cristo é descrito no Novo Testamento como o Supremo carregador de fardos do mundo. Ele levou sobre si os nossos pecados (Is 53). Ele também carrega as nossas tristezas. Como escreveu Pedro: “Lancem sobre Ele toda a sua ansiedade, porque Ele tem cuidado de vocês” (1 Pe 5.7). A grande tragédia é quando invertemos os papéis designados por Deus e tentamos carregá-lo, em vez de permitir que Ele nos carregue, como Ele nos prometeu!

Marcelo Oliveira

Bibliografia: WIERSBE, Warren. Comentário Expositivo. Geográfica Editora

STOTT, John. A Bíblia Toda, Ano Todo.  Ed. Ultimato.

O presente que Billy Graham ganhou no Natal


No livro Crescendo na fé com Billy Graham, Grady Wilson escreveu o capítulo “Uma lágrima corajosa”. Ele conta que foi com Billy Graham à Coréia, em 1951, e lá foram a um hospital cirúrgico para visitar enfermos. Um soldado fora ferido nas costas e estava deitado de bruços. Billy deitou-se de costas no chão, para poder falar-lhe, e perguntou ao rapaz se ele queria que Billy orasse por ele. O soldado aquiesceu, e Billy Graham orou por ele. Finda a oração, o rapaz disse: “Obrigado e feliz natal, senhor Graham”, e chorou. Uma lágrima caiu na bochecha do evangelista. Do lado de fora, Graham disse a Grady Wilson: “Esta lágrima é o melhor presente de natal que eu ganhei”.

Neste natal haverá gente em hospitais, em velórios, no desemprego, na orfandade ou viuvez recente. Pais não darão presentes a seus filhos por falta de recursos (Papai Noel não se dá bem com pobres). Pessoas passarão o natal na fila do SUS. Nas grandes cidades alguns o passarão dormindo nas calçadas ou revirando lixo em busca de algo para comer. Chocante? Deprimente demais para constar de uma pastoral no dia do natal? Bem, somos cristãos, não somos? É justo pensarmos no nosso bem-estar e conforto, raiando ao desperdício, enquanto pessoas sofrem?

Haverá lágrimas de dor, de pessoas sofredoras. A dor não pára no natal. Pelo contrário, o natal a agrava. Mas haverá lágrimas de gratidão, como a do soldado por quem Billy Graham orou. Após ler esta história, eu me comovi. Decidi que nada compraria para mim, mas investiria o que comigo gastaria com alguém necessitado. Não estou apregoando virtude, mas estou contando até com vergonha, porque deveria ter pensado nisto antes. Foi preciso que o Espírito me incomodasse, mostrando meu egoísmo. Pequei, sendo egoísta, pensando apenas em mim e nos que amo, e que sempre têm algo. Deus me perdoe pela minha mesquinhez. Mas gostaria que alguém fosse abençoado por mim.

Neste natal, presenteie um necessitado. Billy Graham recebeu uma lágrima de presente. Se ele fosse tão pequeno como eu, iria se guardar para passar o natal com sua família, e não na Coréia, num hospital. Faça alguém feliz. Será um grande presente que você se dará, se tiver espírito cristão.

Pr Isaltino Gomes

Imperdível – Leonard Ravenhill e a oração!

Amados, assistam o vídeo abaixo e sinta o impacto desta oração!

att, Marcelo Oliveira

Como o salmista, poderia se regozijar de esmagar as criancinhas contras as rochas?

O salmo 137 foi composto por um judeu exilado na Babilônia, que havia presenciado a brutalidade dos soldados caldeus, à época da captura de Jerusalém em 587 a.C. Ele contemplou aqueles monstros sem coração arrancar os bebês do colo de suas mães e bater a cabeça deles no muro mais próximo, rindo da perversidade que cometiam e pronunciando as blasfêmias mais grotescas contra o Deus de Israel enquanto praticavam aqueles atos bárbaros, sanguinolentos, de extrema impiedade. O desafio contra a soberania e honra do único e verdadeiro Deus, desafio que atiraram contra o Senhor ao mesmo tempo em que massacravam o povo eleito não poderia ficar sem resposta para sempre.

Sendo o guardião e implantador de sua lei moral, Deus poderia manifestar sua glória apenas trazendo uma vingança terrível sobre aqueles que haviam tratado com tanta crueldade seus cativos incapazes de opor resistência, e cujo Deus havia desprezado.

Portanto, o exilado que compôs esse salmo julgou-se totalmente justificado ao invocar o nome de Deus para que o Senhor infligisse sanções dentro de sua lei, e providenciasse punições apropriadas contra aqueles que perpetrassem tão horrendas atrocidades. Só assim o mundo pagão poderia aprender que existe Deus no céu e requer de todos os homens a obediência aos padrões básicos do que é certo e errado, os quais pesam sobre as consciências.

Precisavam aprender que a violência cometida contra o próximo com toda certeza se voltaria contra eles próprios. A única maneira de o mundo pagão aprender essa lição seria passando pela experiência das conseqüências aterradoras de tripudiar sobre as sanções da humanidade; que se fizesse a eles exatamente o que haviam realizado aos outros.

Chegaria o tempo em que os medos e persas vitoriosos tratariam os bebês babilônicos da mesma forma que os seus soldados fizeram com os recém-nascidos judeus, quando Judá foi levado ao exílio. As criancinhas babilônicas enfrentariam a mesma brutalidade infligida pelos soldados babilônicos aos bebês de outros povos. Só assim eles poderiam convencer-se da soberania e do poder do Deus dos hebreus.

Portanto, o motivo principal desta oração não é o desejo de vingança; antes, é a vontade que o Eterno se manifeste perante o mundo pagão, imerso em zombaria, destronando catastroficamente o poder caldeu que trouxera tão grande dor e aflição desnecessária nos dias da provação de Jerusalém.

Marcelo Oliveira

Fonte: Enciclopédia de Dif. Bíblicas do Dr. Gleason Archer, Ed. Vida.

Por que Mateus 27.9 atribui a Jeremias uma profecia de Zacarias?

Mateus 27.9,10 descreve a compra do campo do oleiro com o dinheiro de Judas Iscariotes, em cumprimento de uma determinada profecia: “Então se cumpriu o que foi dito por intermédio do profeta Jeremias – “Tomaram as trintas moedas de prata, preço em que foi estimado aquele a quem alguns dos filhos de Israel avaliaram; e as deram pelo campo do oleiro, assim como ordenou o Senhor”.

Um fato notável a respeito dessa citação é que sua maior parte na verdade é de Zacarias 11.12,13 – que diz o seguinte: “E ele lhes disse: se vos parece bem, dai-me o meu salário e, se não, deixai-o. Pesaram-me, pois, por meu salário trinta moedas de prata. Então o Senhor me disse: Arroja isso ao oleiro, esse magnífico preço em que fui avaliado por eles. Tomei as trinta moedas de prata e as arrojei ao oleiro, na casa do Senhor”.

Há diferenças significativas entre a passagem de Zacarias e a citação de Mateus. Nessa o profeta paga – ou pelo menos dá – o dinheiro da compra e faz com que ele mude o propósito daquela importância: seria para a compra de um campo, em vez de doação ao oleiro. O caso é que a citação como aparece em Mateus enfatiza a requisição do terreno. A passagem de Zacarias nada diz a respeito de comprar-se uma propriedade; na verdade, nem sequer menciona um campo.

Todavia, ao voltar-nos para Jeremias 32.6-9, encontramos o profeta adquirindo um campo em Anatote, por determinada importância (17 siclos de prata). O capítulo 18.2 descreve-o na tarefa de vigiar o oleiro, que está fazendo vasos de barro em sua casa. Jeremias 19.2 diz que havia um artífice perto do templo , cujo ateliê ficava no vale de Hinom. O capítulo 19.11 diz: “Assim diz o Senhor dos Exércitos: Desse modo quebrarei eu este povo e esta cidade, como se quebra o vaso do oleiro, que não pode mais refazer-se, e os enterrarão em Tofete, porque não haverá outro lugar para os enterrar”. 

Parece, portanto, que o ato de Zacarias atirar o dinheiro ao oleiro ocorreu na época das ações simbólicas de Jeremias. No entanto, só esse menciona o “campo” do oleiro – que é o principal elemento da citação de Mateus. Portanto, o evangelista está combinando e resumindo elementos do simbolismo profético tanto de Zacarias como de Jeremias. Jeremias é mencionado por sua preferência visto ser o mais proeminente dos dois, desse modo, não cita Zacarias.

Procedimento semelhante segue Marcos 1.2,3 que atribui somente a Isaías uma citação de Malaquias 3.1 com Isaías 40.3. Nesse caso também só o profeta mais famoso dentre os dois é mencionado pelo nome. Visto ser essa a prática literária do século I a.C., quando os evangelhos foram redigidos, dificilmente os autores podem ser acusados de cometerem alguma falta, pelo fato de não seguir a prática moderna de identificar com precisão e notas de rodapé.

Fonte:  Enciclopédia Dif. Bíblicas, Gleason Archer – Ed. Vida

Steve Jobs, Nem e o evangelho

No boletim da PIB de Vila Formosa, de Sampa, vi a notícia, tirada da Internet, que  Antônio Bonfim Lopes, o Nem, chefe do tráfico na Rocinha, fazia cultos em sua casa. Ele disse: “Não vou para o inferno. Leio a Bíblia sempre, e faço cultos em minha casa, chamo pastores”.

Não sei o que pregaram em sua casa. Tampouco que textos bíblicos lhe deram para ler. Sobre bênção? Prosperidade? Não sei, mas o evangelho é que não. O evangelho chama ao arrependimento e mudança de vida (Mt 3.2, 4.17 e At 2.38). Mas, para muita gente, se cantou algum corinho, falou alguma coisa sobre Deus, fez alguma oração, se pregou o evangelho. O que pregaram na casa do Nem para ele dizer que vai para o céu porque faz cultos e chama pastores? Desde quando pastor ou culto salvam alguém? O problema é que muita igreja não fala de salvação, nem de céu ou inferno, apenas de prosperidade, saúde e vida feliz. Pregam bênçãos e não Jesus Cristo, o Salvador. Elas são o mel, não o sal de terra. Adoçam a boca do mundo, para atrair clientes.

Quando Steve Jobs morreu, alguns evangélicos se zangaram porque alguém disse que partiu sem Cristo. Veio o coro já gasto: “Não julgueis”, de gente que se esquece que a Bíblia sinaliza bem e que Jesus disse para julgar: “Não julgueis pela aparência mas julgai segundo o reto juízo” (Jo 5.24). Jobs era budista. O budismo é uma religião atéia e ele mesmo pediu que não se fizesse nenhuma cerimônia religiosa. Era paparicado pelos internautas, e estes o colocaram num céu que ele não cria nem queria. Mas Nem era o homem do dinheiro e do poder. Talvez fosse paparicado por igrejas e pastores. O dinheiro tem tomado o lugar de Jesus, em muita pregação.

A questão não é Nem ou Jobs, mas o que se prega como sendo o evangelho. Há uma feroz competição por público e isto cria uma preocupação em alguns de fidelizar clientes, dando-lhes o que eles querem. Um dos líderes do movimento de mega-igrejas, indagado da razão de tanta gente em seus cultos, disse: “Nós damos ao povo o que o povo quer”. Mas o evangelho não é dar ao povo o que ele quer, e sim o que Deus quer.

As pessoas precisam conhecer o amor de Deus mostrado na cruz. Precisam admitir que são pecadoras, estão longe de Deus, que sua vida não o agrada, e devem se arrepender e crer em Jesus. O evangelho não é auto-ajuda, e o Deus Santo não é o bonachão Papai Noel. Não se pode distorcer o evangelho ou amaciá-lo para atrair clientes.

A declaração de Nem é errada. Igrejas e pastores não são culpados por ela. Mas ela mostra que não lhe pregaram o evangelho. Continuou traficante e acha que se salvará porque faz cultos e recebe pastores. Ele não ouviu o evangelho.

Pr Isaltino Gomes

Dois tipos de discípulos

Respondeu-lhe Felipe: Duzentos denários de pão não lhes bastam, para que cada um receba um pouco. Ao que lhe disse um dos seus discípulos, André, irmão de Simão Pedro: Está aqui um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos; mas que é isto para tantos?” – João 6.7-9

Filipe e André são discípulos de Jesus com nomes gregos significativos: “amigo dos cavalos” e “homem”. Um voltado para animais e outro para pessoas. Ambos são mais de bastidores que da linha de frente. São mencionados sempre em papéis secundários, e nunca propriamente de comando.

André é uma figura fantástica. Viveu nos bastidores e à sombra do irmão, Pedro, que ele levou a Jesus. Sempre com uma palavra positiva e colaborando para decisões. No episódio em tela, Jesus levanta a questão: onde arranjar comida para tanta gente? Já decidiu o que fará, mas experimenta os discípulos. Se foi um teste, do ponto de vista de Recursos Humanos, Filipe foi reprovado e André foi aprovado.

Quando Jesus traz o problema a Filipe, este o agrava: sete meses de salário de um trabalhador não bastariam. Filipe dramatiza o problema. André aponta numa direção. Não chega a dar uma resposta, mas devolve o problema para o Senhor, após mostrar alguma coisa. E a pista de André é assumida imediatamente por Jesus, que age a partir de sua sugestão. Se fosse se lastrear na palavra de Filipe, Jesus apenas teria o problema com cores mais vívidas.

Há gente que nunca tem soluções, e sempre aumenta os problemas. Há gente que busca soluções. E há dois aspectos mais que são elucidativos no estilo de André. O primeiro é que a conversa é entre Jesus e Filipe. Mas André se envolve. Aquilo é com ele também. Ele faz parte do grupo. Problema do grupo é problema dele. Quantos se omitem e acham que o problema é dos outros! Sempre têm uma palavra crítica e desalentadora. Não somam. Aumentam a dificuldade. O segundo é que André vira um menino com um lanche. No meio de uma multidão ele viu um menino e seu lanchinho. Vê e valoriza as coisas pequenas. Deus diz para não desprezarmos as coisas pequenas (Zc 4.10). Coisas pequenas se tornam grandiosas nas mãos de Deus. Nem devemos desprezar as pessoas pequenas. Muitos pastores, missionários e obreiros de valor foram chamados por Deus quando eram crianças.

André é discípulo dos bastidores. Mas se envolve. A coisa é com ele, é dele e ele faz parte do todo. Não censura nem se queixa. Apresenta soluções. Vê a obra de Jesus como sendo algo que lhe diz respeito. E valoriza coisas pequenas.

A vida do homem dos bastidores foi fantástica. Missionário, chegou à Cítia, por isso é o padroeiro da Rússia. É o padroeiro da Escócia, porque teria chegado lá com o evangelho. Assim, a Igreja Anglicana comemora seu dia de missões em 30 de novembro, dia de Santo André. Morreu crucificado na Acaia, Grécia, para onde voltou. Sua agonia durou dias e ele foi posto em uma cruz em forma de x, a cruz de Santo André, o que explica o brasão da cidade deste nome no ABC Paulista. Durante a sua agonia, exortava as pessoas que vinham ver o espetáculo de sua morte a entregarem a vida a Jesus. Evangelizou até morrer.

Um homem dos bastidores, atento, dedicado e consagrado. Envolvia-se com a obra de Jesus e mostrou isso servindo até a morte. Filipe não foi um inútil. Deus o usou. Mas André é o tipo de crente que as igrejas necessitam. Há donos demais nas igrejas. E servos de menos. André é servo. Sem holofote, mas homem leal e útil. Imitemos André.

Ed Rene Kivitz fala sobre o Teísmo Aberto

Shalom!

Amados irmãos e amigos, assistam este vídeo em que o Pr Ed Rene Kivitz, fala sobre o teísmo aberto.

 

Ed Rene Kivitz – Fala sobre Teísmo Aberto – 19/11/2011 from Ariovaldo Ramos on Vimeo.

Por que José, o marido de Maria, é filho de Jacó em Mateus 1.16 e de Heli em Lucas 3.23?

Alguns estudiosos tentam resolver esta questão dizendo que Mateus segue a genealogia de José e Lucas a de Maria. Assim, segundo eles, Jacó seria pai de José (cf. Mt 1.16) e Heli, pai de Maria. O problema desse ponto de vista é: Como uma genealogia que começa com José, no caso de Lucas 3.23, de repente se transforma na genealogia de Maria?

A aceitação de uma genealogia mariana para Lucas é bastante questionável. O ponto de vista mariano é, na verdade, uma teoria que remonta a Ânio de Viterbo, um erudito católico romano do século XV. Não se tem registro de uma interpretação mariana da genealogia de Lucas antes dele. A teoria de Viterbo foi aceita por Lutero no século XVI e por muitos protestantes desde então. Contudo, ela não é de modo geral favorecida pela maioria dos eruditos católicos e protestantes da atualidade.

Que dizem os defensores da interpretação mariana? Alguns sustentam que o uso da palavra “pai”, no hebraico e no grego, permite que o termo “pai” seja usado no lugar de “sogro”, apesar de sogro não ser o parentesco verdadeiro e a palavra “pai” nem aparecer em Lucas 3.23. Outros, tentando tirar do texto de Lucas 3.23 um argumento em prol da teoria mariana, argumentam que a expressão “como se cuidava” (ou “como se supunha”, segundo outras versões) faria de toda a genealogia “de José” uma conjectura. Entretanto, o que Lucas diz aqui de José não é em relação à genealogia, mas em relação a Jesus: “Ora, tinha Jesus cerca de trinta anos ao começar o seu ministério. Era, como se cuidava, filho de José, filho de Heli” (Lc 3.23). Lucas sabia que José era o verdadeiro pai de Jesus apenas no sentido legal.

Considerando que ambas as genealogias são de José, como resolver a questão dele ser filho de Jacó em Mateus e de Heli em Lucas? Os comentaristas marianos não têm dificuldade em atribuir a genealogia de Mateus 1.1-17 a José. O debate gira em torno da genealogia de Lucas 3.23-38. Por sua vez, aqueles que não aceitam a genealogia mariana para Lucas não negam “a tradição primitiva da origem davídica de Maria” e, sim, a atribuição da genealogia lucana a ela.

Portanto, para a maior parte dos que pensam que ambas as genealogias dão a linhagem de José, Jacó e Heli seriam irmãos, ou seja, quando Heli morreu, Jacó teria tomado sua viúva como esposa. José seria filho de Jacó no sentido literal, e de Heli, no sentido legal. Segundo a lei judaica, o irmão deveria continuar a descendência do irmão morto, casando-se com a viúva deste. Uma outra possibilidade, de acordo com os defensores da genealogia de José em Lucas, é que José tenha sido filho de Jacó por nascimento, mas filho de Heli por adoção, ou vice-versa.

Os defensores da genealogia de José em Lucas podem ter acertado em uma ou outra dessas suposições, porém, no meu modo de ver elas parecem tão artificiais quanto as da genealogia mariana. Por exemplo: se a lei do levirato fosse aplicada no caso de Jacó e Heli serem irmãos, José devia ter recebido o nome do tio morto (cf. Dt 25.5,6). Também não temos nenhum exemplo na Bíblia de um tio sendo chamado de pai.

Permita-me, por gentileza, apresentar mais dois pareceres que, a meu ver, são mais bíblicos em favor da genealogia de José em Lucas. Oprimeiro deles é que Jacó e Heli podem ter sido, um ou outro, é claro, pai, avô, bisavô, ou mesmo um ascendente ainda mais distante de José. Não é errado pensar assim, uma vez que na Bíblia as palavras “pai” e “filho” são usadas em mais de um sentido (Ex.: Gn 32.9; Lc 3.38). Além disso, os estudiosos são unânimes em afirmar que tanto Mateus quanto Lucas trazem lacunas em suas respectivas genealogias. Ambos os autores não têm intenção de apresentar listas absolutamente completas da ascendência de Jesus. Assim, alguns pais são avós ou bisavós e alguns filhos, netos ou bisnetos. Não temos como fugir disso nas genealogias de Mateus e Lucas.[1]

Um outro parecer é que Jacó e Heli podem ser dois nomes distintos para uma mesma pessoa, visto que ambos procedem de Matã (Mt 1.15; Lc 3.24). Essa também não é uma forma absurda de pensar. Temos no Antigo Testamento vários exemplos dessa natureza, principalmente entre os reis de Judá. Na própria genealogia de Jesus, Néri, ao invés de Jeconias, aparece como pai de Salatiel (Mt 1.12; Lc 3.27).

Mateus e Lucas têm propósitos diferentes na genealogia de Jesus e ambos usaram, claramente, fontes distintas. A lista de Lucas tem mais nomes que a de Mateus. Mateus é mais restrito em sua lista indo até Abraão porque tinha em mente os judeus, ao passo que Lucas é mais global indo até Adão porque tinha em mente os gentios. Lucas menciona alguns ascendentes de José que não estão em Mateus, porém, quando lidos de trás para frente vão convergir, assim como em Mateus, na mais importante pessoa da lista – Jesus.

Concluindo: Considerando, pois, que ambas as genealogias são de José, então, ou (1) José era filho de Jacó e de Heli, no sentido de fato para um e de direitopara outro, ou (2) Jacó e Heli eram a mesma pessoa com nomes diferentes.

Rev. Josivaldo Pereira



[1] Mateus ajustou sua lista em três grupos de catorze gerações cada. A lista de Lucas, se interpretada no sentido de que em cada caso “filho” deve significar descendente masculino imediato, seria curta demais para abranger a trajetória de Jesus até Adão.