Category Archives: Reflexões

O sofrimento é uma benção?

Nem todo sofrimento é bênção; nem toda bênção do sofrimento é para todos. De acordo com a Bíblia, “Sabemos que todas as cousas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8.28). Essa verdade pode ser exemplificada através da experiência de três personagens bíblicas.

 1.  O autor do Salmo 119.71

Não se sabe ao certo quem é o autor do Salmo 119. O que sabemos com certeza é que uma das mais belas declarações do Salmo 119 está no verso 71: “Foi-me bom ter eu passado pela aflição, para que aprendesse os teus decretos”. Semelhante a este são os versículos 67 e 75 que dizem, respectivamente: “Antes de ser afligido, andava errado, mas agora guardo a tua palavra”. “Bem sei, ó SENHOR, que os teus juízos são justos e que com fidelidade me afligiste”. Parece que Tiago tinha as palavras do salmista em mente quando disse: “Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança” (Tg 1.2,3). O sofrimento sempre tem um fim proveitoso na vida daqueles que amam a Deus.
Spurgeon, comentando o Salmo 119.71, declara: “Infindos benefícios nos têm sobrevindo através de nossas dores e tristezas; e no mais, permanece isto: que assim temos sido instruídos na lei”.[1] E ainda: “Mui pouco se tem a aprender sem aflição. Para sermos bons alunos, temos de ser bons sofredores. Como dizem os latinos: Experientia docet – a experiência ensina. Não há estrada régia para se aprenderem estatutos régios; os mandamentos de Deus são melhor lidos por olhos úmidos de lágrimas”.[2]

2.  Paulo em 2Corintios 12.7

O texto de 2Corintios 12.7 é parte integrante do relato da visão celestial que o apóstolo Paulo teve nos versos de 1 a 4. Então, ele prossegue: “E, para que não me ensoberbecesse com a grandeza das revelações, foi-me posto um espinho na carne, mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de que não me exalte”. Note que a bênção do sofrimento de Paulo consistia no fato dele não pecar. O espinho na carne de Paulo foi para que ele não se vangloriasse com a grandeza das revelações.
Existem várias teorias a respeito da natureza do ”espinho na carne” de Paulo. Nenhuma delas é conclusiva.[3] A única certeza é que o espinho na carne de Paulo era algo que o incomodava terrivelmente, a ponto do apóstolo pedir três vezes ao Senhor que o afastasse dele. O bálsamo ou antídoto contra o “espinho” estava na maravilhosa graça de Deus que, apesar de não “arrancar” o espinho como Paulo queria, era suficiente para trazer alívio e refrigério ao apóstolo do Senhor.
Assim como Paulo, Deus muitas vezes nos humilhará através do sofrimento para não cometermos o pecado da soberba, ou qualquer outro tipo de pecado que possa nos levar ao prejuízo espiritual.

3.  Jesus segundo Hebreus 5.8,9

Talvez uma das declarações mais intrigantes acerca da pessoa de Cristo seja a de Hebreus 5.8,9: “embora sendo Filho, aprendeu a obediência pelas cousas que sofreu e, tendo sido aperfeiçoado, tornou-se o Autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem”. Como é que Jesus – que não tinha pecado e, portanto, nunca pecou – aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu e foi aperfeiçoado?
A passagem bíblica de Hebreus 5.8,9 não quer dizer que Jesus progrediu da desobediência para a obediência, ou da imperfeição para a perfeição. O mesmo escritor diz que ele nunca pecou (Hb 4.15). O significado do texto é que o processo pelo qual Jesus demonstrou obediência cada vez mais profunda, e tendo sido aperfeiçoado, foi o sofrimento. Segundo Kistemaker, “em sua humanidade, Jesus teve de mostrar total obediência; ele teve de tornar-se ‘obediente até a morte – mesmo morte na cruz!’ (Fp 2.8). Como diz uma outra versão: ‘Apesar de ser filho, ele aprendeu a obediência na escola do sofrimento’”.[4] E mais: “No Jardim do Getsêmani e na cruz do Calvário, ele sofreu os testes máximos. Jesus foi aperfeiçoado pelo sofrimento. Sua perfeição ‘tornou-se a fonte de salvação eterna para todo o que obedece a ele’. O autor de Hebreus repete o pensamento que ele expressou em Hebreus 2.10 – Jesus, aperfeiçoado pelo sofrimento, conduz muitos filhos para a glória. A perfeição, portanto, deve ser vista como uma realização da tarefa que Jesus tinha de realizar”.[5]

Rev. Josivaldo Pereira

[1] Charles Haddon Spurgeon, Salmo 119: O Alfabeto de Ouro. São Paulo: Edições Parakletos, 2001, p. 115.
[2] Ibidem.
[3] Consulte Colin Kruse, II Coríntios: Introdução e Comentário. Série Cultura Bíblica. São Paulo: Mundo Cristão/Vida Nova, 1994, p. 219.
[4] Simon Kistemaker, Comentário do Novo Testamento: Hebreus. São Paulo: Cultura Cristã, 2003, p. 200.
[5] Idem, p. 201.

Assista a mensagem: A Igreja de Antioquia – pregada na séde da AD Madureira -RJ

Shalom!

Amados irmãos, assistam esta mensagem e sejam abençoados pela bendita Palavra do Eterno.  Se você for abençoado [a] deixe seus comentários. Terei a honra de recebê-los.

grato, Pr Marcello

Teologia da Cruz versus Teologia da Glória

É interessante notar como a TEOLOGIA DACRUZ de Martinho Lutero atravessou todo o seu pensamento e sem elaconceitos fundamentais da teologia luterana não podem ser compreendidos perfeitamente. Com a TEOLOGIA DA CRUZ, Lutero seopôs à TEOLOGIA DA GLÓRIA, quetem por base, entre outros textos, o Salmo 19.2-7:
“O céu proclama a glória de Deus, o firmamento anuncia a obrada sua criação. Cada dia o transmite ao dia seguinte e cada noite o repete àoutra noite. Não pronunciam discursos, nem palavras, nem fazem ouvir a sua voz.Contudo, a sua proclamação chega até ao fim do mundo e a sua mensagem é ouvidanos confins da terra Deus fez no céu uma morada para o Sol, que aparece demanhã, como um noivo feliz, saindo da sua cama, como um atleta que anseiacomeçar a corrida. Ele sai duma extremidade do céu e alcança, no seu percurso,a outra extremidade. Não há nada que se furte ao seu calor”.
A TEOLOGIA DA GLÓRIA fundamentou a Escolástica e foi central no pensamento de Tomás de Aquino. Considerava que a revelação doEterno estava prioritariamente na natureza e que através da razão, corretamente  dirigida, poderíamos conhecer o Criador.
Jápara o reformador, o Eterno é “Deus abs­con­di­tus”, conformeencontramos em Isaías 45.15: Na verdade, tu, és um Deus escondido, o Deus de Israel, o Salvador”.
Este Deus abs­con­di­tus Deus Israel Sal­va­tor se revelou na cruz. Lutero dizia que o Evangelho é para o ouvido. Só o coração contrito ouve o Evangelho. As coisas do mundo, crimes, desastres, guerras, não convencem do amor do Eterno. Temos medo do amor do Eterno é só confiamos nEle quando fechamos os olhos e abrimos os ouvidos.
A TEOLOGIA DA CRUZ de Lutero faz um versus com a TEOLOGIA DE GLÓRIA. Isto porque a teologia da glória confunde o Eterno que se entregou à cruz e ao sofrimento com o Deus da filosofia grega: Deus de glória e poder, mas indiferente e impassível. O Deus da filosofia é diferente do Eterno na cruz, que se esvaziou de atributos divinos por amor.
Para entender a TEOLOGIA DA GLÓRIA é importante compreender como se via a justificação na Idade Média. O conceito de justificação que prevaleceu na Patrística e na Escolástica partia da filosofia  foi da divinização do ser. Agostinho defendia a idéia da infusão da justiça de Cristono humano através do sistema penitencial e sacramental da igreja ocidental romana. Para ele, a justificação era um processo que tinha início com a regeneração batismal.
Embora Lutero e sua TEOLOGIA DA CRUZ tenham sido influenciados por Agostinho, mais tarde, revendo a doutrina  da justificação em Agostinho disse que este havia chegado bem perto do sentido paulino, mas que não alcançara Paulo. Por isso, se no começo de seus estudos devorava Agostinho, quando descobriu Paulo e entendeu o que era a justificação pela fé,descartou Agostinho.
Lutero se separou da teologia agostiniana ao ler a epístola de Paulo aos Romanos, em especial, 1.17: Nele se revela a justiça deDeus por meio da fé. Como está escrito: aquele que é justo pela fé viverá”. Convenceu-sede que a justificação não era progressiva, e afirmou que “sola fide justificate”, isto é, só a fé justifica. Deixou de lado a justificação infundida, e passou a defender a justificação imputada pela fé.
Para Agostinho e a tradição escolástica o sentido era “tornar justo”, por isso infusão. Para Lutero, o que Paulo dizia é “declarar justo”, ou seja, imputação, pois ajustiça não é humana, não é inerente, mas colocada na conta. Dessa maneira , abandonou a doutrina da igreja ocidental romana da infusão da justiça, pois se ajustiça de Cristo fosse infundida e não imputada, deveríamos crer que os pecados não foram imputados em Cristo, mas infundidos. Ou seja, são inerentes a Cristo, e Ele não foi feito à semelhança da carne pecaminosa, mas o pecado  foi infundido nEle. Temos, então, um problema teológico: Cristo está desqualificadopara ser a oferta aceitável pelo pecado, pois como o Eterno aceitaria umpecador para morrer pelos pecadores? Isso levaria o Eterno a afastar-se de suajustiça, a salvar de forma imoral.
Lutero descreveu a economia da salvação como uma “doce troca” entre Cristo e o humano,ao fazer uma paráfrase de trecho da Epístola deMathetes a Diogneto: 
Oh! doce troca! Oh! operação inescrutável!Oh! benefícios que ultrapassam todas as expectativas! Que a impiedade de muitosfosse oculta em apenas um justo, e que a justiça de um justificasse a muitostransgressores”, e então ele conclama: “aprenda Cristo e o aprenda crucificado,aprenda  a orar a Ele, perdendo toda esperança em si mesmo e diga: TuSenhor Jesus, és a minha justiça, e eu sou o teu pecado; tomaste em Ti mesmo oque não eras e deste-me o que não sou”.
A TEOLOGIA DA GLÓRIA levou a igreja ocidental romana a erros em sua teologia prática, entre elas à venda de indulgências. Mesclou sua ação com poder econômico e político. Ignorou otestemunho do Eterno de que o Cristo é o Filho, a Palavra, a revelação especiale perfeita, e procurou Deus na face da natureza. E não viu o Eterno agindo na história. Não entendeu o clamor da Reforma.
A TEOLOGIA DA CRUZ proclamou que todaação do Eterno é amor e que sua obra é a redenção do mundo, que tem seu centrona cruz, quando, sob olhos humanos, o Filho do Eterno parecia desamparado. Porisso, como Lutero digo que devemos ouvir.
Dr. Jorge Pinheiro

O Evangelho do Gênesis!

Calma caro leitor [a], não precisa esfregar os olhos para ver se leu direito: é isso mesmo! Temos um evangelho em Gênesis.

Você deve estar perguntado: Mas no livro do Gênesis um evangelho?  Impossível!  Gênesis trata da criação dos céus e da terra, da vegetação, dos luminares e do homem.

O “Segredo”

 O nome em hebraico é algo profundo e revelador. No nome está implícito algumas verdades relacionadas ao caráter e a vida da pessoa. Poderia dar alguns exemplos: Nabal, que significa louco, néscio. Isaque, riso. Davi, amado. Salomão, pacífico.  Olhando a vida destes personagens bíblicos, veremos facetas e detalhes de suas vidas que estão relacionados [in] diretamente com o significado dos seus nomes.

Vamos atentar para a genealogia de Adão a Noé (Gn 5):

Adam –> Seth –> Enosh –> Kenan –> Mahalalel –>Yared –> Enoch –> Methuselah –> Lamech –> Noah

Nome  Significado
Adam Homem
Seth Apontado
Enosh Mortal
Kenan Aflição, Sofrimento
Mahalalel O Elohim Bendito
Yared Descerá
Enoch Ensinando, Ensinamento
Methuselah Sua morte trará
Lamech O Desesperado
Noah Conforto, Descanso

 

A frase formada é fascinante, impactante, brilhante:

“[Ao] Homem é Apontada Mortal Aflição, [Mas] o Elohim Bendito descerá Ensinando [que] sua Morte Trará ao Desesperado [O] Conforto, Descanso.

 

É por isso que a cultura judaica é fascinante. Há coisas que podemos até rejeitar, mas há outras, como esta pérola acima, que nos faz pensar e meditar quão profundo são os mistérios da Palavra de Deus.

Não é nada cabalístico!  Pense, estude, e tire suas próprias conclusões. Quem lê, entenda!

Autor: Sha’ul  Bentsion

Adaptado por: Pr Marcelo Oliveira.

Desculpas vazias quanto ao dízimo

O dízimo é o recurso que Deus estabeleceu para o sustento de missionários, obreiros, aquisição de terrenos, compra de literatura, assistência social, bem como toda a manuntenção e extensão da obra de Deus sobre a terra. Se no judaísmo os adoradores traziam 10% de tudo o que recebiam para a manuntenção da Casa de Deus e dos obreiros pobres, bem como para atender às necessidades dos pobres, muito agora, que a Igreja tem o compromisso de fazer discípulos de todas as nações.

Nesta reflexão, veremos algumas desculpas vazias quanto ao dízimo:

 

1) A primeira desculpa é a justificativa teológica – O dízimo é da lei. Sim, o dízimo é da lei, é antes da lei e também depois da lei. Ele existiu no sacerdócio de Melquisedeque, no sacerdócio levítico e no sacerdócio de Cristo. A graça vai sempre além da lei (Mt 23.23). Se a lei nos isenta do dízimo, então também nos isentará da justiça, da misericórdia e da fé, pois estas também são da lei. Ainda que o dízimo fosse uma prática exclusiva da lei, mesmo assim, deveríamos observá-lo, pois também o decálogo é da lei e nem por isso sentimo-nos desobrigados de obedecê-lo.

2) A segunda desculpa é a justificativa financeira – O que eu ganho não sobra. Dízimo não é sobra, é primícia. Deus não é Des de sobra, de resto. A sobra nós damos para os animais domésticos. A ordem de Deus é: “Honra ao Senhor com as primícias da tua renda” (Pv 3.9). Os homens fiéis sempre separaram o melhor para Deus, ou seja as primícias (Ex 23.19; 1Cr 29.16; Ne 10.37). Se não formos fiéis, Deus não deixa sobrar. O profeta ageu diz que o infiel recebe salário e o coloca num saco furado, vaza tudo. Hoje os cristãos gastam mais com cosmético do que com o Reino de Deus. Investem mais em coisas supérfluas do que com a salvação dos perdidos. Gastamos mais com aquilo que perece do que com a evangelização do mundo.

3) A terceira desculpa é a justicativa matemática: “Eu não entrego o dízimo, porque tem crente dizimista pobre”.  Não basta apenas ser dizimista, é preciso ter motivação correta. É um ledo engano pensar que as bençãos de Deus limitam-se apenas às coisas materiais. As pessoas mais ricas e mais felizes do mundo foram aquelas que abriram mão do que não podiam reter, para ganhar o que não podiam perder. Dízimo não é barganha nem negócio com Deus. Precisamos servir a Deus por quem Ele É e não pelo que vamos receber em troca. Se o seu coração está no dinheiro, você ainda precisa ser convertido. Jesus disse que a vida de um homem não consiste nas riquezas que ele possui. Nada trouxemos para este mundo, nada levaremos dele. O máximo que o dinheiro pode oferecer ao homem é um rico enterro. Riqueza sem salvação é a mais consumada miséria.

4)  A quarta desculpa é a justificativa sentimental: “Eu não sinto que devo entregar o dízimo”.  Pagar o dízimo não é questão de sentimento, mas de obediência. O cristão vive pela fé e fé na Palavra. Não posso chegar diante diante do gerente e dizer que não sinto vontade de pagar a dívida no banco.  Não posso encher o meu carrinho de compra no supermercado e depois dizer para o caixa: “eu não sinto vontade de pagar essa dívida”. Apropriar-se do dízimo é desonestidade, é roubo, é subtrair o que não nos pertence.

5) A quinta desculpa é a justificativa da consciência: “Eu não sou dizimista, mas dou oferta”.  Dízimo é dívida, oferta é presente. Primeiro, você paga a dívida, depois dá o presente. Não posso ser honesto com uma pessoa, se devo a ela dois mil reais, e chego com um presente de seiscentos reais, visando, com isso, liquidar a dívida. Não podemos subornar a Deus. Ele não pode ser comprado nem enganado. Deus requer fidelidade.

 

Nele, Pr Marcelo Oliveira

Bibliografia: Baldwin, Joyce. Ageu, Zacarias e Malaquias. Ed. Vida Nova

Filho, Isaltino Gomes. Malaquias, nosso contemporâneo. Ed. Juerp

Lopes, Hernandes Dias. Malaquias. Ed. Hagnos

Peso da Palavra do Senhor!

Peso da palavra do SENHOR contra Israel, por intermédio de Malaquias.(Ml 1.1)

Prezados leitores, porque a Palavra que veio ao profeta Malaquias era um peso?  Apenas neste versículo vemos quatro verdades que merecem ser destacadas: a natureza, a autoridade, o destino e o instrumento da mensagem.

Em primeiro lugar, a natureza da mensagem (1.1). A mensagem de Malaquias é uma sentença, um fardo, um peso. Não é uma mensagem consoladora, mas de profundo confronto e censura. Essa mensagem tinha um triplo peso: era um peso para o profeta, para o povo e para Deus. A palavra hebraica masâ, significa peso. É algo pesado, duro, que o Eterno vai dizer. É um peso como foi para o coração do profeta Jeremias (Jr 4.19), para o coração do povo (que receberia a dura mensagem) e para o coração de Deus (pois os sacerdotes quebraram a aliança).  Não é uma mensagem azeitada, palatável, fácil de ouvir. A profecia se dirigia contra a nação de Israel. A carga que o profeta carregava devia pesar também sobre a consciência das pessoas, até que se preparassem para “aquele dia”.

Nos dias atuais precisamos ouvir a masâ de Deus. A sociedade pós-moderna ama ouvir mensagens de auto-ajuda, que fazem cócegas na vaidade humana. As pessoas querem entretenimento. Vemos muita adesão pouca conversão. Muito ritual pouco pão espiritual. Muito antropocentrismo, pouco teocentrismo. Os púlpitos contemporâneos estão deixando de tratar o pecado e falhando em chamar o povo ao arrependimento. Estes pregam o que funciona e não o que é verdadeiro. Nas palavras de Spurgeon – “os pregadores estão mais interessados em agradar os bodes do que alimentar as ovelhas”.

Em segundo lugar, a autoridade da mensagem (Ml 1.1). A mensagem é uma “sentença pronunciada pelo Senhor”. A mensagem não é criada pelo profeta, mas apenas transmitida por ele. A mensagem vem de Deus, é do céu. O pregador não gera a mensagem. O sermão não é palavra do homem, mas palavra de Deus.

Deus não tem nenhum compromisso com a palavra do pregador, Ele tem compromisso com a Sua Palavra. É a Palavra de Deus que é viva e poderosa. Esta jamais volta vazia.

Em terceiro lugar, o destino da mensagem (Ml 1.1). Malaquias entrega uma sentença pronunciada pelo Senhor contra Israel. Sendo Israel o povo da aliança, ele a desprezou, insultando, assim, o amor de Deus. Tanto os líderes quanto o povo quebraram a aliança (Ml 2.8,10). Longe de corresponderem ao amor de Deus, desprezaram a Deus, sua Palavra, o culto e as ofertas. Por isso, o juízo começou pela Casa de Deus. Antes de julgar o mundo, Deus julga o Seu povo. Israel alegrava-se quando Deus julgava as nações ao seu redor, mas não aceitava quando Deus trazia julgamento sobre ele.

Quando o povo da aliança desobedece, Deus envia a vara da disciplina. Não temos autoridade para chamar o mundo ao arrependimento antes de acertar a nossa vida com Deus. Se o nosso sal for insipido, seremos pisados pelos homens, nos tornaremos inúteis. Se a Igreja não andar com Deus, será pedra de tropeço em vez de exercer o ministério da reconciliação.

Em quarto lugar, o instrumento da mensagem (Ml 1.1).  Há uma sentença pronunciada pelo Senhorm contra Israel, por intermédio de Malaquias. Deus levanta homens para pregar não o que eles querem pregar, não o que o povo quer ouvir, mas o que Deus ordena. A mensagem de Deus não tem o propósito de agradar os ouvintes, mas de salvá-los; não tem o propósito de entretê-los, mas levá-los à conversão; não tem o propósito de anestesiá-los no pecado, mas livrá-los da ira vindoura.

Prezado leitor, já ouviste a masâ de Deus em sua vida e coração?  Prezados pregadores, temos nós pregado todo o conselho de Deus?  Temos nós falado com integridade a mensagem do evangelho? Servimos a Deus com uma consciência pura?

Somos convidados a ouvir a masâ de Deus, pregar com sinceridade, pois em breve, dar-se-á o arrebatamento e o juízo de Deus começará!

 

Pr. Marcello Oliveira

Culto com imagens luminosas?

Muitas igrejas sinalizam as partes do culto com imagens luminosas. Principalmente no tópico sobre adoração ou na hora dos corinhos. Geralmente são imagens de cenários. Alguém de braços abertos diante do mar, ou dum rio, ou, ainda, do pôr-do-sol. Os itens do culto são marcados por fotos de ambiente externo. Normalmente, a foto é de uma pessoa só, ou de uma família. Como a de uma família esbelta, vestida de branco, calças arregaçadas, andando pela praia, de mãos dadas. Esta ilustra a comunhão ou o momento de intercessão. Não sei se irão orar a Iemanjá. Até “O Jornal Batista” adotou esta prática de ilustrar seus artigos com imagens de cenários externos à igreja. Principalmente de uma pessoa diante da natureza.

Preocupa-me a mensagem passada com estas projeções. Tira-se o foco do local de reunião e se projeta para um lugar paradisíaco, como se a igreja fosse “um porre”. Seria bom estar lá fora. Associa-se o culto com o ambiente externo, e foca-se a pessoa. Há três perigos nisto.

O primeiro é a privatização da adoração. O que se mostra não são pessoas no culto, mas uma pessoa, na natureza. Não é a reunião do povo de Deus, mas a adoração pessoal. O coletivo dá lugar ao indivíduo. O que vale é o que a pessoa faz e como ela se sente. A igreja não é relevante. O referencial está fora dela e é vivido pela pessoa.

O segundo é que adoração passa a ser contemplação da natureza, e não adoração a um Deus pessoal, com a família de Deus. Cultuar a Deus torna-se admiração, êxtase, gestual, não reflexão que leva à ação. A ética é omitida. Deus é mais o Criador que o Redentor. É mais a Força que o Santo. Adoração é contemplar a criação, e não se render diante do Redentor. Por isso, a igreja evangélica no Brasil, que enfatiza tanto o êxtase e o ruído, tem problemas sérios com ética e caráter.

O terceiro é a desidratação da Igreja. Ela é  irrelevante. Pode se adorar a Deus vendo o mundo externo, ao invés de ficar cá dentro, ouvindo a Palavra. Valorizam-se os sentimentos e não o culto público. Por isso, vez por outra, neste culto a si mesmo, há quem diga: “Não preciso da Igreja para seguir a Jesus”. De onde tirou tal tolice? Esta declaração já mostra que não está seguindo a Cristo, mas sua idéia própria. Jesus amou e fundou a Igreja. Ele nos inseriu nela. Crentes combatentes da Igreja são vaidosos, cheios de si, ou estão em pecado. Ou, ainda, ruins de relacionamento. Não sabem viver em grupo e o atacam.

O culto não é contemplar a natureza, mas é a reunião do povo de Deus. A salvação é individual, mas não individualista. Por isso, menos foco na natureza, e mais no povo de Deus. Mais foco no ambiente interno, a comunhão dos santos, e menos no ambiente externo e na pessoa.

Usemos as figuras. Mas cuidado com mensagens subliminares.

Pr. Isaltino Gomes

Eliabe, o homem que Deus rejeitou

“Sucedeu que, entrando eles, viu a Eliabe e disse consigo: Certamente, está perante o SENHOR o seu ungido. “Porém oSENHOR disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a sua altura, porque o rejeitei; porque o SENHOR não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém o SENHOR, o coração”(1Sm 16.6,7).
Tudo aconteceu por volta do ano 1000 a.C. A nação de Israel estava um caos. Crises de todos os tipos e tamanhos assolavam as tribos de Jacó. Saul, o primeiro rei de Israel, perdera completamente o rumo e a direção do seu governo. A constante desobediência do monarca para com o Senhor o fez perder definitivamente o domínio da nação. Deus rejeita Saul e escolhe um novo sucessor. Quando Samuel, o grande juiz e profeta de Israel, partiu para Belém a fim de ungir um dos filhos de Jessé, Deus não havia revelado ao seu profeta qual filho de Jessé ele deveria ungir.
Samuel tinha verdadeira intimidade com o Senhor, por isso, assim que viu Eliabe achou que naquele momento o seu coração também fosse um só com Deus. Mas estava enganado. A Bíblia relata: “Sucedeu que, entrando eles, viu a Eliabe e disse consigo: Certamente, está perante o SENHOR o seu ungido” (1Sm 16.6). O que levou Samuel a pensar assim? Eliabe era um jovem de boa aparência e estatura, o que por certo lembrava Saul (1Sm 9.1,2; 10.23,24). Um sucessor que lembrasse algo de bom do seu antecessor aparentemente faria uma transição de governo menos traumática. Mal sabia Samuel que Deus queria apagar de diante de si qualquer referência a Saul.
Outra questão que Samuel deve ter considerado favorável a Eliabe, como um possível candidato ao trono, era o fato de ele ser o primogênito de Jessé. Nos tempos bíblicos era comum conceder ao filho mais velho honra dobrada. Na ausência do pai o primeiro filho estava investido de autoridade sobre seus irmãos. Sua posição só era inferior a de seu pai. O privilégio da primogenitura era grandemente apreciado. Contudo, o filho mais velho podia ficar sem os direitos de primogenitura em caso de algo muito grave cometido por ele (cf. Gn 49.3,4; 1Cr 5.1,2). Tudo indica que aos olhos de Deus Eliabe já não era mais o primogênito, no verdadeiro sentido do termo. Algumas das razões pelas quais Samuel pensou que Eliabe fosse o ungido do Senhor foram ditas pelo próprio Deus: “Porém o SENHOR disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a sua altura, porque o rejeitei; porque o SENHOR não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém o SENHOR, o coração” (1Sm 16.7; cf. 1Cr 28.9).
Será que Samuel acreditava que o porte físico era realmente o critério de Deus para a escolha de um rei? Será que o profeta do Senhor se deixou levar simplesmente pela aparência e estatura de Eliabe? Lembremos que Israel passava por uma crise tremenda. Religiosa e politicamente a nação não estava bem. Era preciso reverter esse quadro tenebroso o quanto antes. O povo não aguentava mais. Samuel não aguentava mais. No entanto, os pensamentos de Deus não são os nossos pensamentos e os nossos caminhos não são os caminhos de Deus (cf. Is 55.8). Acredita-se que desde o momento da unção de Davi até sua subida ao trono houve um período de aproximadamente quinze anos. Quer dizer, Deus levaria cerca de quinze anos para restaurar Israel! E por quê? Porque Deus não está em crise. Ele está acima das crises. Ele sabe o que faz e como faz. Por isso ele age no tempo certo. Não chega antes e nem depois. Deus age na hora certa.
Portanto, não foram simplesmente a aparência e estatura de Eliabe, ou mesmo o conceito de primogenitura, que levaram Samuel a pensar que o filho mais velho de Jessé fosse o sucessor de Saul, e sim, o fato de Eliabe ser um homem feito. Na concepção de Samuel, Eliabe estava pronto para subir ao trono naquele mesmo dia e no dia seguinte pôr a casa em ordem. No entanto, os planos de Deus eram outros, como Samuel logo haveria de compreender (1Sm 16.10-13).
Ficaremos sem saber ao certo por que Deus rejeitou Eliabe. Seria essa rejeição a mesma nos moldes daquela destacada por Paulo em Romanos 9 quando se referindo a Esaú e Jacó ele diz: “Como está escrito: Amei a Jacó, porém me aborreci de Esaú” (Rm 9.13)? Com certeza não, visto que em Romanos Paulo está tratando da “eleição da graça” (cf. Rm 11.5) ou, como ele mesmo explica, “E se é pela graça, já não é pelas obras; do contrário, a graça já não é graça” (Rm 11.6).
Se no caso de Esaú sua rejeição por parte de Deus foi sem obras, em 1Samuel 16.7 a rejeição de Eliabe foi por obras. Eliabe fez alguma coisa que o desqualificou para sempre diante de Deus como o provável sucessor de Saul. Seria Eliabe um mau caráter? Teria Deus rejeitado Eliabe por alguma coisa de errado que este pensara ou fizera contra Davi? Não sabemos ao certo, apesar do único diálogo de Eliabe com Davi registrado na Bíblia não ser de bom tom.
Quando Jessé enviou Davi a seus irmãos com mantimento, porque estavam num acampamento militar, e Davi começou a se interessar com o que ali estava se passando, “Ouvindo-o Eliabe, seu irmão mais velho, falar àqueles homens, acendeu-se-lhe a ira contra Davi, e disse: Por que desceste aqui? E a quem deixaste aquelas poucas ovelhas no deserto? Bem conheço a tua presunção, e a tua maldade: desceste apenas para ver a peleja. Respondeu Davi: Que fiz eu agora? Fiz somente uma pergunta” (1Sm 17.28,29). A réplica de Davi: “Que fiz eu agora?”, sugere que o irmão mais velho o perturbava há algum tempo.
O que sabemos com certeza é que Deus não queria Eliabe como rei do seu povo. Deus vê o coração. Eliabe não era um homem segundo o coração de Deus, como seria Davi (cf. At 13.22). O coração de Eliabe não era tão bom quanto a sua aparência física. Ele não era um candidato apropriado. Sua aparência era tão enganosa como foi a de Saul.
A lição a ser aprendida nesta história é: As aparências enganam, mas Deus conhece os corações. Mais do que conhecer a Deus é ser conhecido por Deus.
É preciso nos ajustarmos à maneira divina de avaliar as pessoas.
Rev. Josivaldo de França

Pilatos – “Arruinando a vida”

Pôncio Pilatos, que figura! “Pôncio” significa “pertencente ao mar”. “Pilatos” é um apelido, derivado de “pilus” (dardo). Presume-se que recebeu dos militares por ter sido exímio lançador de dardos. Mas era uma forma de designar uma pessoa explosiva (“lançar dardos”). A história mostra que era um homem violento. No ano 25 foi designado como o quinto procurador da Judéia. Ficou até o ano 36. Levou a esposa consigo (Mt 27.19). Entrou para a história como um péssimo administrador. Espiritualmente, seu desastre foi pior. Vejamos.

 

1. UMA SÍNTESE DE UMA VIDA ARRUINADA

Comandava o exército de ocupação: 120 homens de cavalaria e cinco coortes (cerca de 5.000 homens de infantaria). Tinha poderes de vida e morte, podia reverter sentenças decretadas pelo sinédrio (que tinha que submeter suas decisões a ele), nomeava sacerdotes, controlava o templo e suas finanças. Colocou imagens do imperador em Jerusalém, o que provocou uma revolta tão grande dos judeus que teve que tirá-las. Usou o dinheiro do templo para construir um aqueduto que trazia água de uma fonte a 40 km de distância. Os judeus se revoltaram e ele lançou as tropas contra eles. Esta revolta foi comanda pelos galileus, e Pilatos misturou o sangue deles com o sangue dos sacrifícios do templo (Lc 13.1-2). Na construção do aqueduto, caiu a torre do Siloé sobre alguns judeus e os matou (Lc 13.4). Depois do caso Jesus, matou um grande número de samaritanos que seguiam um falso messias e se reuniam no monte Gerizim. O impacto foi enorme e teve que voltar a Roma para responder a julgamento. Suicidou-se no reinado de Gaio, no ano 41.

2. UMA VIDA COM POSSIBILIDADES DIANTE DE CRISTO

Recebeu uma admoestação da esposa sobre Cristo (Mt 27.19). Mas sua abordagem ao problema chamado Jesus é curta e grossa: Jo 18.29. Tenta ignorá-lo: Jo 18.31. O diálogo é impressionante pela falta de interesse de aprender alguma coisa. No v. 38 faz a pergunta mais importante que um homem pode fazer, mas não esperou a resposta. Tentou inocentar a Jesus (Jo 19.1-5). Teve medo (v. 8). A postura de Jesus diante da situação o impressionou (vv. 10 e 12). Parece que tentou remediar a situação: vv. 19-22. O que quis, realmente, dizer?

3. UMA VIDA TENTANDO SE EXIMIR DIANTE DE CRISTO

Lavou suas mãos ao entregar Jesus aos judeus (Mt 27.24). Conhecia o judaísmo e sabia o que isto significava: Deuteronômio 21.6-7. Mas a morte de Jesus teve autores conhecidos, e este ato legal não se aplicava a ele. Uma lição: ninguém pode lavar as mãos diante de Jesus e dizer que não tem nada a ver com isso. Jesus é um desafio que diz respeito a todas as pessoas.

CONCLUSÃO

“Como Pilatos no credo” Usa-se esta expressão para se referir a alguém que recebe culpa sem a ter. Porque o Credo dos apóstolos diz, sobre Jesus: “Padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos”. Mas ele não foi inocente. Era o homem que podia inocentar a Jesus. Mas foi covarde. Entrou para a história como um desastrado político. Mas muitos políticos são assim. O pior é que foi um desastre com a sua vida. Que advertência! Usemos bem a nossa, e não nos envergonhemos ou temamos posicionar-nos por Cristo. Ele não aceita que lavemos nossas mãos.

5 fatos magníficos do valor da carta de Paulo a Filemon

A carta de Paulo a Filemon é a mais breve entre as cartas que formam a coletânea paulina e consiste apenas em 335 palavras no grego original. É pequeno no tamanho e profundo em seu conteúdo. O ilustre comentarista bíblico Albert Barnes a chama de uma brilhante e bela gema no tesouro dos livros inspirados.

William MacDonald afirma que, embora essa carta não seja doutrinária como as demais missivas do apóstolo, é uma perfeita ilustração da doutrina da “imputação”.

Paulo se apresentou como mediador entre Onésimo e Filemon para quitar todo o débito de Onésimo. A dívida de Onésimo foi colocada na conta de Paulo, que se dispôs a pagá-la. Esse fato lança luz sobre a bendita verdade de que nossa dívida impagável não foi colocada em nossa conta (2 Co 5.19), mas na conta de Cristo (2 Co 5.21), e Ele, com sua morte, riscou o escrito de dívida que era contra nós, quitando completamente nosso débito. Além disso, sua justiça completa e perfeita foi colocada em nossa conta (2 Co 5.21).

Essa identificação é uma ilustração do que Jesus fez por nós. Lutero disse que todos nós somos Onésimos. Jesus se identificou de tal forma conosco que o Pai nos recebe como ao próprio Filho. Somos aceitos no Amando (Ef 2.6). Fomos vestidos com sua justiça (2 Co 5.21). A palavra “recebe-o” no versículo 17 é receber dentro do círculo familiar. Imagine um escravo entrando dentro do círculo familiar do seu senhor. Imagine um pecador (como nós) entrando na família de Deus!

A seguir veremos os 5 fatos que revelam o valor dessa epístola:

1)    O valor pessoal – Essa epístola nos mostra de forma eloqüente o caráter do apóstolo Paulo. Transbordam dessa pequena carta seu amor, humildade, cortesia, altruísmo e tato.

2)   O seu valor providencial – Aprendemos nessa carta que Deus pode estar presente nas circunstâncias mais adversas (v. 15). Quando as coisas parecem fora de controle e as rédeas saem das nossas mãos, descobrimos que elas continuam sob o controle soberano de Deus. Aquilo que nos parecia perda é ganho. Deus reverte situações humanamente impossíveis. Ele ainda transforma vales em mananciais.

3)   O seu valor prático – Se não há causa perdida para Deus, também, não há vida irrecuperável. Onésimo era um escravo rebelde e fugitivo. Nada havia nele que o pudesse recomendar. No entanto, pela graça de Deus ele foi salvo, transformado e voltou à casa de seu senhor não como um criminoso, mas como um amado irmão em Cristo, membro da família de Deus.

4)   O seu valor social – O cristianismo venceu a escravidão não pela revolução das armas, mas pelo poder do amor. Na época de Paulo a escravidão era uma dolorosa realidade. Os estudiosos dizem que havia aproximadamente 60 milhões de escravos naquela época. Os escravos não tinham direitos legais. Pela mínima ofensa eles podiam ser açoitados, mutilados e até mesmo crucificados. Porém, a conversão a Cristo uniu na mesma família da fé e na mesma igreja senhores e servos. Amo e escravo foram unidos no Espírito Santo e nessa união foram extintas todas as distinções sociais (Gl 3.28).

5)    O seu valor espiritual – A carta de Paulo a Filemon nos apresenta alguns símbolos notáveis da nossa salvação: Onésimo abandonando seu amo. Paulo encontrando-o, intercedendo em seu favor, identificando-se com ele. O seu oferecimento de pagar a dívida e a recepção de Onésimo por Filemon por causa de Paulo; a restauração do escravo solicitada “[…] em nome do amor” (v. 9). Todas essas figuras lançam luz acerca da nossa grande salvação em Cristo.

Quero desafiar o nobre leitor [a] a ler e reler esta preciosa carta de Paulo a Filemon. Uma carta tão pequena, mas de verdades sublimes e eternas para as nossas vidas.

Nele, que nos livrou da escravidão e nos concedeu a verdadeira liberdade,

Pr Marcelo Oliveira

www.davarelohim.com.br

Bibliografia: Pearlman, Myer. Através da Bíblia livro por livro.

Martin, Ralph P. Colossenses e Filemon: Introd. e Comentário. Ed. Vida Nova

Lopes, Hernandes Dias. Tito e Filemon. Ed. Hagnos