Pr Walter Brunelli lançará Teologia Sistemática Pentecostal

SHALOM! É com grande alegria que comunico os nobres leitores deste blog, que meu amigo Pr. Walter Brunelli,  lançará uma Teologia para Pentecostais, (Uma Teologia Sistemática e Expandida).  Uma obra que vem Leia Mais »

Pérolas da carta de Paulo à Filemon

A carta de Paulo a Filemon é a mais breve entre as cartas que formam a coletânea paulina e consiste apenas em 335 palavras no grego original. É pequeno no tamanho e Leia Mais »

Onesíforo, um bálsamo na vida de Paulo

Paulo havia exortado Timóteo a guardar o evangelho, pois diante da perseguição, muitos cristãos abandonariam o evangelho. Ao longo de 2º Timóteo, Paulo encoraja Timóteo a não se envergonhar do evangelho nesse Leia Mais »

Uma curiosidade inédita sobre Jonas

Para compreendermos o significado dos acontecimentos do livro de Jonas capítulo 3 é necessário saber que os ninivitas adoravam o deus-peixe, Dagom, parte humano e parte peixe. Eles acreditavam que ele tinha Leia Mais »

Afinal, quem é o cavaleiro branco de Apocalipse 6?

A adoração descrita em Apocalipse 4 e 5 é um preparativo para a ira descrita em Apocalipse 6 a 19. Pode parecer estranho adoração e julgamento andarem juntos, mas isso se deve Leia Mais »

Ressurreição: A morte da morte

Foto do túmulo de Jesus em Jerusalém. Esta foto foi tirada por mim, quando por graça do Eterno estive lá no ano de 2007. É a única fila do mundo, que você “enfrenta” para não ver nada. Pois ELE RESSUSCITOU!

A ressurreição de Cristo é maior milagre da história ou é o maior embuste. Jesus saiu do túmulo, ou então, uma mentira tem transformado o mundo. Se Cristo não tivesse ressuscitado, Ele seria o maior embusteiro da História. E.M. Bounds disse:

“A ressurreição de Cristo é a pedra fundamental da arquitetura de Deus, é o coroamento do sistema bíblico, o milagre dos milagres. A ressurreição salva do escárnio a crucificação e imprime à cruz glória indizível”.

Em toda a Bíblia ninguém escreveu tanto sobre a ressurreição do corpo como Paulo, aquele a quem o Senhor Jesus, depois de ressuscitado, apareceu por último. O texto mais profundo, mais encorajador e edificante sobre a ressurreição de Cristo e dos mortos é da lavra de Paulo. Assim como o mais lindo texto sobre o amor é o capítulo 13 de I Coríntios, e o mais lindo sobre a fé é o capítulo 11 de Hebreus, nada supera o que o apóstolo escreveu sobre a ressurreição do corpo no capítulo 15 de I Coríntios.

Paulo termina este capítulo de forma majestosa: “Onde está, a morte, a sua vitória? Onde está, ó morte, o seu aguilhão?” (I Co 15.55). Por pouco o profeta Oséias não se levanta do tumulo para cobrar seus direitos autorais sobre a frase da vitória (Os 13.14).

Depois de mencionar fatos históricos [a aparição de Jesus a 500 irmãos, depois apareceu ao apóstolo – I Co 15.6,8], o apóstolo mostra que a ressurreição de Cristo está cimentada com a ressurreição dos mortos. Uma vez que é impossível negar a primeira, também será impossível negar a segunda. Ambas são inseparáveis. A primeira credencia que haverá a segunda. Isso é fato.

Agora o apóstolo começa a dissertar essa tese, e provar por argumentos brilhantes, o porque da ressurreição ser um fato incontestável:

1) Se Cristo não ressuscitou, não temos nada para anunciar, nem vocês tem nada para crer” (I Co 15.14) ou “vazia é a nossa pregação, vazia também é a vossa fé”.

2) Se Cristo não ressuscitou, “nós, os apóstolos, somos todos uns mentirosos porque dissemos que Deus levantou Cristo do túmulo e isto logicamente não é verdade se os mortos não voltam novamente à vida” (I Co 15.15)

3) Se Cristo não ressuscitou, “vocês são muitos tolos, se continuam a confiar que Deus os salva, pois ainda estão sob condenação devido aos seus pecados” (I Co 15.17, BV)

4) Se Cristo não ressuscitou, coisa horrível, “os que morreram crendo em Cristo, morreram e estão perdidos por completo” (I Co 15.18)

5) Se Cristo não ressuscitou, nossa esperança em Cristo só vale para esta vida. Neste caso, somos, sem dúvida, os mais miseráveis de todos os homens (I Co 15.19).

Se o fio condutor do pecado e da sua irmã gêmea, a morte, é o Adão do jardim do Éden, o fio condutor da graça e de sua irmã gêmea, a ressurreição dos mortos, é o Jesus do jardim do Getsêmani (I Co 15.21). Como descendentes de Adão e membros de uma raça pecaminosa todos morreremos ou [quase todos], mas como membros do Cristo Ressuscitado todos ressuscitaremos para a vida (I Co 15.22).

O ilustre estudioso das Escrituras, Dr William Barclay diz que a ressurreição nos prova quatro grandes fatos que podem mudar totalmente a perspectiva que o homem tem na vida deste mundo e no mundo vindouro.

1) A ressurreição prova que a verdade é mais forte que a mentira. Jesus é a verdade e os homens quiseram matá-lo exatamente porque Ele falava a verdade (Jo 8.40). Se os inimigos de Cristo tivessem conseguido eliminá-lo, a mentira teria prevalecido sobre a verdade. Porém, Cristo ressuscitou e hasteou para sempre a bandeira da verdade.

2) A ressurreição prova que o bem é mais forte que o mal. Certa feita Jesus dirigiu-se aos seus inimigos, dizendo que o Diabo era o pai deles (Jo 8.44). As forças que crucificaram Jesus pertenciam ao mal, e se não houvesse a ressurreição, o mal teria prevalecido.

3) A ressurreição prova que o amor é mais forte que o ódio. Jesus é o amor de Deus encarnado. Porém, aqueles que o crucificaram estavam tomados de um ódio terrível. Esse ódio chegou ao extremo de chamar Jesus de endemoninhado e afirmar que Ele agia pelo poder do maioral dos demônios. Se a ressurreição não tivesse acontecido, o ódio teria triunfado sobre o amor.

4) A ressurreição prova que a vida é mais forte que a morte. Jesus é a vida. Sua vida não lhe foi tirada, Ele espontaneamente a deu. Se sua vida tivesse sido tirada Dele e se Ele não tivesse ressuscitado, a morte teria a última palavra.

Para concluir este magno assunto que é inesgotável, deixarei alguns textos bíblicos e algumas pérolas de homens de Deus na história:

Disse-lhe JESUS: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá. João 11.25

E os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor JESUS, e em todos eles havia abundante graça. Atos 4.33

Declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito de santificação, pela ressurreição dos mortos, JESUS Cristo, nosso Senhor. Romanos 1.4

Para conhecê-lo, e à virtude da sua ressurreição, e à comunicação de suas aflições, sendo feito conforme à sua morte. Filipenses 3.10

“A ressurreição de Cristo foi o grito de liberdade sobre o domínio dos mortos e a vitória que levou a morte em cadeias”
E.M. Bounds.

“A ressurreição é a mais rica jóia do Evangelho”. E.M. Bounds

“Significa a morte da morte, o enterro da morte, o desaparecimento da morte”

“Não é gradativa, não é progressiva, não é evolutiva, não é dispersa. Ela acontecerá de repente, num abrir e fechar de olhos, de forma coletiva, perfeita e definitiva, tornando desnecessário qualquer outro avan
ço, qualquer outra experiência”.

No amor de Jesus,

Pr Marcello Oliveira

Bibliografia:

Revista Ultimato – A morte está morta. Edição Jan/Fev 2007

Lopes, Hernandes Dias. I Coríntios. Ed. Hagnos 2008

A IMPORTÂNCIA DE ESTUDAR O TABERNÁCULO

Introdução

Muitas pessoas costumam perguntar: “Por que estudar sobre o Tabernáculo de Moisés”?. “Por que devemos estudar o Antigo Testamento”?

O Novo Testamento apresenta várias evidências sobre a importância de se estudar o Antigo Testamento.

Precisamos ter em mente que a igreja primitiva (At 2) não tinha em suas mãos o Novo Testamento. O “novo testamento” deles estava implícito no Antigo Testamento. Assim, pelo fato do cânon do N.T não ter sido escrito nem completado na época da igreja primitiva, os apóstolos recorriam continuamente aos escritos do Antigo Testamento para compreender tudo que Deus estava fazendo entre eles.

Um estudioso desenvolveu uma relação bastante apropriada entre o Antigo Testamento e o Novo Testamento:

O Novo está contido no Antigo,
O Antigo é explicado no Novo,
O Novo está escondido no Antigo,
O Antigo é revelado no Novo,
O Novo está implícito no Antigo,
O Antigo é esclarecido pelo Novo.


Apresentarei algumas razões a seguir:

1.Porque todas “essas coisas ocorreram como exemplos [no grego, ‘tipos”] para nós ….. e foram escritas como advertência para nós, sobre quem tem chegado o fim dos tempos” (I Co 10.6,11)

2. Porque o próprio Cristo deu aos discípulos uma tríplice divisão das Escrituras quando disse: “Era necessário que se cumprisse tudo o que a meu respeito está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas, e nos Salmos” (Lc 24.44). A palavra “Tanakh” no hebraico, é a totalização dos livros do Antigo Testamento, e dessa palavra temos o acróstico das três referências de Jesus [Lei, Profetas, Salmos], de Lc 24.44.

Vejamos:

T: Toráh [Lei, Pentateuco]

N: Nevi’im [Profetas]

K: Ketuvi’im [Escritos]

3. Porque a revelação do Tabernáculo de Moisés é parte integrante das Escrituras – “Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça” (II Tm 3.16).


4. Porque Jesus disse: “Não pensem que vim abolir a Lei ou os Profetas; não vim abolir, mas cumprir. Digo-lhes a verdade: Enquanto existirem céus e a terra, de forma alguma desaparecerá da Lei a menor letra ou o menor traço, até que tudo se cumpra” (Mt 5.17,18)


5. Porque a lei era uma “sombra” [no grego “figura”] dos benefícios que hão de vir (Hb 10.1). O propósito da sombra é trazer-nos para a realidade, assim como o propósito da profecia e levar-nos ao seu cumprimento. É função do tipo revelar o antítipo. A Lei corresponde à época da “sombra”, indicando-nos o que é real. A sombra de um objeto não contém algo real propriamente, apenas indica o objeto que lança a sombra.


6. Porque “Eles [os sacerdotes] servem num santuário que é cópia e sombra daquele que está nos céus (Hb 8.5). “Portanto, era necessário que as cópias das coisas que estão nos céus fossem purificadas com esses sacrifícios, mas as próprias coisas celestiais com sacrifícios superiores” (Hb 9.23). O santuário terreno era simplesmente uma cópia do santuário celestial.

7. Porque o Tabernáculo era também uma parábola. “Isso [o primeiro tabernáculo] é uma ilustração [no grego “parábola”] para os nossos dias (Hb 9.9). Parábola é uma história ou narrativa usada como comparação ou ilustração de uma verdade.

8. Porque todas as coisas no Tabernáculo eram tipos daquilo que estava por vir, até mesmo o próprio Cristo. Como Deus disse a Moisés: “De acordo com o modelo [tipo] que ele tinha visto (At 7.44)”.


9. Porque Jesus disse: “No livro está escrito a meu respeito” (Hb 10.7 e Sl 40.6-8). Portanto o Tabernáculo, sendo parte do livro, é também uma profecia de Cristo e da Igreja.


10. Porque o princípio de Deus é: “Não foi o espiritual que veio antes, mas o natural; depois dele, o espiritual” (I Co 15.46,47). Nós olhamos para o natural, para o material, para o que é temporal, para as coisas que se vêem, com o objetivo de descobrir, pelo Espírito, a verdade, que é espiritual e eterna; coisas que não são compreendidas pela mente natural do homem (II Co 4.18).

Para esclarecer melhor o que estou dizendo, veremos alguns exemplos de como Deus, em sua sabedoria, usou as coisas naturais do Antigo Testamento para revelar Cristo e a Igreja:

1) A rocha ferida, da qual Israel bebeu, apontava para Cristo (I Co 10.1-4)

2) O maná que veio do céu apontava para Cristo (Jo 6.55-58). Não é difícil ver o maná como uma imagem do Senhor Jesus Cristo. O maná era algo misterioso para Israel; tanto que a palavra maná no hebraico significa “O que é?” (Ex 16.15). Jesus também era um mistério para os que o viam. O maná descia do céu durante a noite, e Jesus veio ao mundo quando os pecadores encontravam-se em trevas morais e espirituais. O maná era pequeno (isto fala da humildade de Cristo), redondo (fala da sua eternidade) e branco (fala da sua pureza). Era adocicado (Sl 34.8) e supria devidamente as necessidades do povo.

O maná era enviado a um povo rebelde; era uma dádiva da graça de Deus. Tudo o que precisam fazer era se abaixar e recolher o alimento. Se não o recolhessem, pisariam nele.O Senhor Jesus não está longe dos pecadores. Tudo o que precisavam fazer é humilhar-se [abaixar-se] e aceitar a dádiva oferecida por Deus.

3) O cordeiro sacrificial da Páscoa tipificava o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29)


Conclusão.

Embora o Tabernáculo e seus utensílios tenham perecido e cessado de existir, as verdades espirituais e realidades eternas tipificadas na habitação de Deus ainda permanecem, pois a verdade é eterna. Essa é uma das razões que devemos estudar a revelação de Deus no Tabernáculo de Moisés. Desta forma, o Tabernáculo se apresenta como o “código secreto de Deus” para revelar verdades a todos que o buscam de modo sincero e dedicado. O Senhor Jesus Cristo é a chave hermenêutica para compreendermos o Tabernáculo de Moisés. Que o Espírito Santo nos revele as maravilhas do Tabernáculo de Moisés. Que seja assim. Amém!

“A glória de Deus está nas coisas encobertas; mas a honra dos reis, está em descobri-las” (Pv 25.2)

PÉROLAS SOBRE A CRUZ

Prezados leitores, resolvi nesta manhã reunir algumas pérolas sobre a cruz. Leia com atenção e reflita sobre cada declaração. A mensagem da cruz tem sido substituída por outras mensagens: auto-ajuda, prosperidade, realizações terrenas etc.

Ao ler estas pérolas sobre a cruz, não fique indiferente. Poste seus comentários. Divulgue este texto. Precisamos urgentemente voltar a pregar a cruz. Minha oração é: Deus levante homens e mulheres que não tenham outra mensagem, a não ser a cruz. Que não tenham outra “paixão” a não ser a cruz. Que não tenham outra bandeira, a não ser a cruz. A cruz de Cristo.

“ Cristo é para nós o que o é a cruz. Tudo o que Cristo foi no céu ou na terra foi colocado no que Ele fez aí […] Cristo, repito, é para nós o que justamente o que a cruz o é. A pessoa não pode compreender a Cristo até que compreenda a sua cruz”. P.T. Forsyth


“Assim, pois, a cruz de Cristo é o evento no qual Deus simultaneamente torna conhecida sua santidade e seu amor, em um único evento, de um modo absoluto. A cruz é o único lugar em que o Deus amoroso, perdoador e misericordioso é revelado de tal modo que percebemos que a sua santidade e o seu amor são igualmente infinitos”.

Tudo é de Deus; a única coisa minha com a qual contribuo para a minha redenção é o pecado do qual preciso ser redimido” William Temple.

“Ó doce troca! Ó operação inescrutável! Ó benefícios que ultrapassam todas as expectativas! Que a impiedade de muitos fosse oculta em apenas Um justo, e que a justiça de Um justificasse a muitos transgressores” Epístola a Diognetus , Capítulo 9


“Aprenda a conhecer a Cristo, e Ele crucificado. Aprenda a cantar a Ele e dizer: ‘Senhor Jesus, tu és a minha justiça, e eu o teu pecado. Levaste sobre ti o que era meu; mas depuseste sobre mim o que era teu. Tu te tornaste o que não eras, para que eu pudesse me tornar o que eu não era”. Lutero

“Pois na cruz de Cristo, como num esplêndido teatro, a incomparável bondade de Deus é apresentada diante do mundo todo. A glória de Deus brilha deveras em todas as criaturas de cima e de baixo, mas jamais tão viva quanto na cruz” Calvino

“A cruz é o epítome do amor de Cristo e a inspiração do nosso”. John Stott


Só o homem crucificado pode pregar a cruz. Disse Tomé: “A menos que eu veja em suas mãos o sinal dos cravos …. não crerei. O Dr. Parker, de Londres, disse que o que Tomé disse acerca de Cristo, o mundo hoje está dizendo da igreja. E o mundo também está dizendo a cada pregador: A menos que eu veja em tuas mãos as marcas dos cravos, não crerei. É verdade. Só o homem que morreu com Cristo,… pode pregar a cruz de Cristo”.


[*] Esta primeira parte deste texto, foi extraído do magnífico livro: A Cruz de Cristo – John Stott – Editora Vida

Um texto de Lutero.

Lutero proclamou que a glória de Deus é ampliada, não diminuída, quando pensamos e falamos sobre Ele nos termos da crucificação. Como? Deus mostra que ele é Deus, explica Althaus, precisamente no fato de que Ele é poderoso na fraqueza, glorioso na humilhação, vivo e vivificado na morte. Somente Deus é grande o suficiente para ganhar perdendo. Somente Deus é amoroso suficiente para amar o que não pode ser amado. Somente Deus é Eterno o suficiente para não ser tragado pelo tempo e pela morte e ainda sobreviver para contar como foi. A cruz intensifica o Rei divino que bancou o “louco” para acabar com a loucura do pecado e da morte. O que toda essa conversa sobre a loucura e fraqueza de Deus, significa para nós? Significa que tudo o que dizemos para Deus na adoração e na pregação deveria ser moldado pelo vocabulário da cruz.

A presença de Deus era despercebida, foi menosprezada e ignorada, porque Deus escolheu estar presente onde ninguém esperava encontrá-lo: no sofrimento, na vergonha, na humilhação, na fraqueza e loucura da cruz de Jesus Cristo.

“Crux sola est nostra theologia”

“Somente a cruz é a nossa teologia”

Deus se revela melhor onde Ele está mais oculto.

O “Deus crucificado e oculto” é o Deus cuja força está por trás da aparente fraqueza, e cuja sabedoria se esconde por trás da aparente loucura.

Hino: “Quando Eu Sondo A Maravilhosa Cruz”


Quando eu sondo a maravilhosa cruz
Na qual o Príncipe da glória morreu,
Meu maior lucro eu conto como perda,
E derramo o desprezo sobre todo o meu orgulho.

Proíba isto, Senhor, que eu me glorie
A não ser na morte de Cristo, meu Senhor;
Todas as coisas vãs que mais me encantam –
Eu as sacrifico ao seu sangue.

Veja da sua cabeça, suas mãos, seus pés
Tristeza e amor escorreram entrelaçados
Tal amor e tal tristeza já se encontraram,
Ou espinhos compuseram tão rica coroa?

Seu sangue de morte, como um manto,
Espalha-se sobre o seu corpo numa árvore
Então, eu estou morto para toda a terra,
E toda a terra está morta para mim.

Se todo o reino da natureza fosse meu,
Isso seria um presente muito pequeno;
Amor tão fascinante, tão divino,
Requer a minha alma, a minha vida, tudo o que é meu.

Autor: Isaac Watts (1674-1748)

Havia em certa igreja um pregador muito alto, homem de grande estatura, que dominicalmente se levantava para pregar. Atrás do púlpito ficava um vitral muito lindo, onde tinha uma cruz desenhada. Num culto especial, a igreja convidou outro pregador, este com estatura mediana para aquela festividade da igreja. Quando o pastor da igreja se levantava as pessoas não conseguiam ver o vitral com a cruz. Mas nesse dia, com o novo pregador, os cristãos viram a beleza da cruz estampada no vitral atrás do púlpito. De repente, uma “menininha” chamou a atenção de sua mãe, dizendo : “ Mamãe onde está aquele pregador que quando se levanta a gente não poder ver a cruz” ? A pergunta daquela menina ecoa em nossos dias. Há um grande perigo do pregador se levantar e impedir que as pessoas vejam a cruz de Jesus. Muitos pregadores estão escondendo a cruz, em suas mensagens. E você, prezado leitor [a] tem escondido a cruz? Você ama a cruz? Você mostra a cruz? Você prega sobre a cruz de Cristo?

SOFRIMENTO: BENÇÃO, OU MALDIÇÃO?

“E, para que não me exaltasse pela excelência das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás para me esbofetear, a fim de não me exaltar”. II Coríntios 12.7

“Regozijo-me agora no que padeço [sofro] por vós, e na minha carne cumpro o resto das aflições [sofrimentos] de Cristo, pelo seu corpo, que é a igreja” – Colossenses 1.24

Vivemos em uma geração que não gosta de sofrer. Você pode perguntar a qualquer pessoa, o que ela [e] mais deseja nesta vida é: ser feliz. Nossa sociedade consumista, hedonista, e relativista é amante de coisas superficiais, banais e triviais.

Falar de sofrimento nos dias atuais está fora de moda. Nós queremos o sucesso, a glória, a fama. Sofrimento, não! E como o texto acima nos mostra, sofrer por Jesus, ou pela causa do Evangelho, deve ser coisa de gente louca, que não ama as coisas boas deste mundo.
Paulo no texto de II Coríntios 12, ele vem do êxtase [paraíso] para o sofrimento. Ele faz uma transição das visões celestiais para o espinho na carne. Não abordaremos neste texto o que é o espinho na carne de Paulo. Iremos focar no sofrimento como um instrumento de Deus para nos aperfeiçoar.

Prezados leitores não há vida indolor. É impossível passar pela vida sem sofrer. Vivemos em mundo caído, onde as angústias, dores, decepções, lutos, perdas, fazem parte de nossas vidas enquanto estivermos aqui.

O sofrimento é inevitável. O sofrimento do apóstolo Paulo é tanto físico como espiritual. O espinho na carne impediu que Paulo inchasse ou explodisse de orgulho diante das visões e revelações do Senhor. O sofrimento nos põe no nosso devido lugar. Ele quebra nossa altivez e esvazia nossa pretensão de glória pessoal.

Ao mesmo tempo em que o mensageiro de Satanás infligia sofrimento ao apóstolo, esbofeteando-lhe com golpes terríveis, Deus tratava com seu servo, usando esta estranha providência, para o manter humilde. Satanás tinha a intenção de esbofetear Paulo, Deus tinha a intenção de aperfeiçoar o apóstolo.

O sofrimento levou Paulo à oração. O sofrimento nos mantém de joelhos diante de Deus para nos pôr em pé diante dos homens. Dr J.I. Packer diz: “Se eu passar quarenta anos orando a Deus e não tiver nenhuma resposta, já terá valido a pena, pois passei quarenta anos em comunhão com Deus, na dependência Dele”.

Paulo pediu a Deus substituição [tirar o espinho], mas Deus lhe deu transformação. Deus não removeu sua aflição, mas lhe deu capacitação para enfrentá-la vitoriosamente. Muitas vezes oramos a Deus pela cura de um câncer, de uma hepatite, e parece que Deus não nos ouve. Eu irei lhes falar quem tem mais fé: não é a pessoa que é curada da pior doença que existe. Não. É aquela [e] que mesmo na pior doença continua firme, fiel e servindo ao Senhor! Aleluia!

Conta-se que um pastor, foi visitar outro companheiro de ministério nas últimas horas no leito do hospital. Ao chegar lá, entrou para ver o amigo de longos anos de amizade, pastorado e ministério. Falou com ele por alguns instantes. Então disse: vamos orar para que Deus lhe tire daqui. Ele é poderoso, e pode te curar agora. Quando ia começar a oração, este homem de Deus disse: Caro amigo, eu pensei que quando chegasse o dia da minha morte, eu iria para o céu. Mas agora sei, que é o contrário – é o céu que veio me buscar. Estou preparado! Que fé inabalável!

A graça de Deus é melhor que a vida. A graça de Deus nos capacita a enfrentar vitoriosamente a morte. A graça de Deus é o tônico para a alma aflita. A graça de Deus é a provisão Dele para tudo o que precisamos, quando precisamos.
Permita-me deixar algumas preciosas lições de como lidar como o sofrimento:
1) O sofrimento é pedagógico – A dor sempre tem um propósito, mais que uma causa. Deus não desperdiça sofrimento na vida de seus filhos. C. S Lewis disse: “Deus sussurra em nossos prazeres e grita em nossas dores”. Se Deus não remove o ‘espinho’ é porque Ele está trabalhando em nós para, depois, trabalhar por meio de nós.

2) Há um propósito divino em cada sofrimento (II Co 12.7) – Há um propósito divino no sofrimento. No começo desta carta (II Co 1.3) Paulo diz que o nosso sofrimento e a nossa consolação são instrumentos usados por Deus para abençoar outras pessoas. Na escola da vida, Deus está nos preparando para sermos consoladores.

3) É possível que Deus revele o propósito do sofrimento – No caso de Paulo, Deus decidiu revelar-lhe a razão do “espinho”: evitar que o apóstolo ficasse orgulhoso. Não é raro Deus revelar as razões do sofrimento. Por outro lado, é possível também, que Deus não nos dê explicações diante do sofrimento. Foi o que aconteceu com o patriarca Jó. Ele perdeu seus bens, filhos, saúde, o apoio de sua mulher e de seus amigos, e diante de todos os seus questionamentos, nenhuma explicação lhe foi dada. É esse o nosso “dilema” ao lermos o livro de Jó. Você lê o livro e não encontra uma resposta para todo este sofrimento. Aprendemos algo lindo, Deus não nos dá explicações. Ele nos dá promessas. Deus restaurou a sorte de Jó, mas não lhe disse a razão do seu sofrimento.

4) Pode ser que Deus decida que é melhor não remover o sofrimento (II Co 12.9) – Penso que este é o teste mais difícil. Quantas vezes nós já pensamos e falamos: “Senhor por que estou sofrendo? Por que o Senhor ainda não agiu?” Fanny Crosby ficou cega com 42 dias e morreu aos 92 anos de idade sem jamais perder a doçura. Escreveu mais de 4000 hinos. Se Deus não remover o sofrimento, Ele nos assiste em nossa fraqueza, consola-nos com sua maravilhosa graça. Ele é o Deus de toda graça (I Pe 5.10).

5) A “chave” para crescermos nos sofrimentos é vê-los em função do amor de Cristo (II Co 12.10) – Paulo sofria por amor a Cristo. Sua vida era para glorificar a Cristo. Para Paulo, o que importava era agradar a Cristo, servir a Cristo, tornar Cristo conhecido. Deus pode usar o nosso sofrimento para a glória Dele. Paulo diz aos filipenses que as coisas que aconteceram contribuíram para o progresso do evangelho (Fp 1.12).

6) O sofrimento é passageiro – O sofrimento deve ser visto à luz da revelação do céu, do paraíso. O sofrimento no tempo presente não é para se comparar com as glórias do por vir a serem reveladas em nós (Rm 8.18). A nossa leve e momentânea tribulação produz, para nós, eterno peso de glória (II Co 4.14-16). Aqueles que tem a visão do céu são os que triunfam diante do sofrimento. O sofrimento é por breve tempo, mas o consolo de Deus é eterno. A dor vai passar; o céu jamais! Aqui neste mundo temos lutas, decepções, lutos, enfermidades. A caminha pode ser di
fícil. O caminho é estreito. O espinho na carne pode doer. Mas a graça de Cristo nos basta. Em breve estaremos como Senhor, e todas as nossas lágrimas serão enxugadas. Que seja assim. Amém!

Bibliografia:

Lopes, Hernandes Dias. II Coríntios. Ed. Hagnos 2008

O TRONO DE DEUS – APOCALIPSE 4

A verdadeira adoração é, umas das maiores necessidades da vida da igreja. Adorar é atribuir valor ( Ap 4.11; 5.12), é usar tudo o que somos e temos para louvar a Deus por tudo o que Ele é e faz. Uma das definições mais brilhantes que já li sobre adoração é de William Temple:

“Adoração é a submissão de todo nosso ser a Deus. É tomar consciência de sua santidade; é o sustento da mente com sua verdade; é a purificação da imaginação por sua beleza; é a abertura do coração a seu amor; é a rendição da vontade a seus propósitos”

Uma vez que o céu é um lugar de adoração e o povo de Deus o adorará por toda eternidade, deveríamos começar aqui na terra. O texto de Ap 4 certamente nos ajudará a entender melhor como adorar a Deus e dar a glória que lhe é devida.

ADORAM AO CRIADOR –

Uma das palavras chaves deste capítulo é trono: é usada doze vezes neste capítulo. Aliás, trata-se de uma palavra chave no Apocalipse, em que aparece quarenta e cinco vezes. O trono é um lugar de honra, autoridade e julgamento. Todos os tronos da terra estão sob a jurisdição desse trono no céu. Aquele que criou todas as coisas, está no controle de tudo e levará a história para uma consumação final, onde Ele e sua amada noiva sairão vitoriosos. O trono de Deus é o verdadeiro centro do universo. Que bom saber que o trono que João viu, não está na terra, mas sim no céu! William Hendriksen, ilustre comentarista bíblico afirma: ” O universo na Bíblia não é geocêntrico, nem heliocêntrico, mas teocêntrico”.

Assentado no trono – O Deus Todo-Poderoso ( vv. 2, 3a) – Para uma igreja perseguida, torturada, martirizada esta é uma mensagem consoladora: saber, que o seu Deus está no trono ( Is 6.1; Sl 99.1) A referência é a Deus o Pai, pois o Filho aproxima-se do trono em Ap 5.6, e o Espírito é retratado diante do trono em Ap 4.5. Notemos que aqui, não há descrição do trono, nem da pessoa que está assentada nele. Por que? Porque Deus é indescritível, nenhuma palavra no mundo, pode descrever quem Deus é. Nenhum lexicógrafo conseguiria expressar quem Deus é. O que João viu quando olhou para o trono só pode ser descrito em termos de brilho, e pedras preciosas. João diz que Ele é semelhante, no aspecto, a pedra de jaspe ( a mais cristalina, a mais pura, sem nehuma mancha). É o nosso diamante. Há uma abundância de luz que emana dessa pedra. E de sardônio ( cor vermelha, a mais translúcida que existe). João vê beleza, riqueza, abundância de luz. Deus é luz e Ele habita em luz inacessível ( I Tm 6.16). A pedra de jaspe ( branca) descreve a santidade de Deus e o sardônio ( vermelho) o seu juízo. Tal é Deus, santo e justo!

Circundando o trono – um arco celeste ( vs 3b) – O arco celeste aqui não é apenas um arco, mas um círculo completo, pois no céu todas as coisas são completas. Nunca use a expressão ” arco-íris”, como vejo alguns falando. Irís é uma divindade do Egito. Deus não divide a glória Dele com ninguém. O arco celeste lembra a aliança de Deus com Noé ( Gn 9.11-17), simbolizando sua promessa de jamais destruir a Terra com um diluvio. Mais adiante, Deus firmou sua aliança não apenas com Noé, mas com toda a criação. Normalmente o arco celeste aparece depois de uma grande tempestade, mas aqui, ele aparece antes dela. O que a Bíblia quer nos ensinar com isto? Porque a graça de Deus sempre antecede o julgamento. Foi o que o profeta Habacuque clamou:

” [….] na tua ira lembra-te da misericórdia” ( Hc 3.2). Para os filhos de Deus a tempestade já passou, porque Cristo deu a si mesmo para nos resgatar do diluvio do juízo.

Ao redor do trono – os anciãos e seres viventes ( vv. 3,4,6,7) – O arco celeste circundava o trono em plano vertical, enquanto aqui os seres viventes o circundam em um plano horizontal. João vê que ao redor do trono, há também, vinte e quatro tronos. Esses tronos estão ao redor e não no centro. Deus está no alto e sublime trono.

João vê assentados neles, vinte e quatro anciãos. Assentado fala de uma posição de autoridade e poder. A igreja tem a honra não apenas de ser salva, mas também de reinar no céu e ser assistente de Deus no Seu julgamento ( Mt 19.27-28; I Co 6.2). Fomos constituídos reis e sacerdotes ( Ap 1.6). Os sacerdotes estavam divididos em 24 turnos ( I Cr 24.7-18). Aqui somos divididos em igrejas, denominações. Mas no céu seremos uma só igreja: os que foram lavados pelo sangue do Cordeiro. Agora você deve estar perguntando: Quem são os 24 anciãos assentados em tronos? Os 24 anciãos representam o povo fiel de Deus, a “igreja do Velho e Novo Testamento” – a igreja dos patriarcas e apóstolos, a totalidade da igreja de Deus na história. Eles estão vestidos de roupas brancas [ justificação] e usando coroas de ouro [ glorificação]. Portanto, aqui é uma visão não do que é, mas do que há de ser, ou seja, a igreja plena, como será na glória, adorando e louvando a Deus diante do trono, nos céus.

Também ao redor do trono, João viu quatro “seres viventes”. São semelhantes aos querubins da visão do profeta Ezequiel ( Ez 1.4-14; 10.20-22), mas seu louvor ( Ap 4.8) traz à memória os serafins de Isaías 6. Warren Wiersbe, profícuo comentarista lança luz sobre estes seres: ” Os rostos dos seres viventes são paralelos à declaração de Deus em Gn 9.10 – O Senhor firmou sua aliança com Noé (“rosto como de homem”), com as aves (” semelhante à aguia”), os animais domésticos ( “semelhante ao novilho”) e os animais selváticos ( “semelhante a leão”). Outros estudiosos como Arthur Bloomfield pensa que eles ilustram o retrato quádruplo de Cristo nos evangelhos. Mateus é o evangelho do Rei ( o leão). Marcos enfatiza o Senhor como servo em seu ministério ( o novilho). Lucas apresenta Cristo como o Filho do homem, repleto de compaixão. João magnifica a divindade de Cristo, o Filho de Deus ( a águia).

Por fim, o nome que essas criaturas proferem – “Senhor Deus, o Todo Poderoso” – enfatiza o poder de Deus. Estes quatro seres viventes proclamam sem cessar a santidade, a onipotência, e a eternidade de Deus ( Ap 4.8)

Saindo do trono – sinais de tempestade ( v. 5a ) – “Do trono saem relâmpagos, vozes e trovões”. São sinais da aproximação de uma tempestade e lembranças do poder tremendo de Deus ( Ex 9.23, 28 ; 19.16). Esses “sinais de tempestade se repetirão durante o julgamento, sempre vindos do trono e do templo de Deus ( Ap 8.5; 11.19; 16.18). Sem dúvida, Deus já preparou seu trono para o julgamento ( Sl 9.7; 77.18).

O mundo não gosta de pensar em Deus como um Deus de julgamento. As pessoas preferem ver o arco celeste ao redor do trono e ignorar os relâmpagos e trovôes. Sem dúvida, ele é um Deus cheio de graça, mas sua graça reina pela justiça ( Rm 5.21). Essa realidade ficou clara na cruz, onde Deus manifestou seu amor pelos pecadores quant
o sua ira contra o pecado.

Diante do trono – as tochas de fogo e o mar de vidro ( vv. 5b, 6) – As sete tochas dão idéia de plenitude e simbolizam o Espírito Santo de Deus ( Ap 1.4, Ez 1.13). O céu não tem um templo no sentido material. O céu como um todo é santuário de Deus para os que servem diante de seu trono santo ( Ap 7.15). O mar de cristal puro simboliza a santidade de Deus, contrastando com Is 57.20.

Louvores ao que está assentado no trono – ( vv 9-11) – Sempre que os seres viventes glorificam a Deus, os anciãos prostam-se diante do trono para adorar o Senhor. O livro de Apocalipse é repleto de hinos de louvor ( Ap 4.8-11; 5.9-13; 7.12-17; 11.15-18).

O tema deste hino é Deus, o Criador, enquanto em Apocalipse 5 os anciãos louvam a Deus, o Redentor. Apocalipse 4 é dedicado ao Pai no trono, enquanto Apocalipse 5 é dirigido ao Filho ( o Cordeiro) diante do trono. O louvor de encerramento ( Ap 5.13) é voltado para ambos, outra prova irrfutável da divindade de Jesus Cristo.

A criação dá testemunho constante do poder, da sabedoria e glória de Deus ( Sl 19). Reconhecer o Criador é o primeiro passo para crer no Redentor ( At 14.8-18; 17.22-31). Tudo foi criado por meio Dele e para Ele. Ele é antes de todas as coisas ( Cl 1.16,17).

Infelizmente o ser humano pecaminoso adora e serve a criatura em vez do Criador, praticando, desse modo a idolatria ( Rm 1.25). O homem lançou a criação no pecado, de modo que a criação boa de Deus ( Gn 1.31) hoje é uma criação que geme ( Rm 8.22); mas, por causa da cruz, um dia ela será liberta e se tornará a uma criação gloriosa ( Ap 8.18-24). Amém!

Bibliografia:

Wiersbe, Warren. Comentário Biblico. Novo Testamento

Lopes, Hernandes Dias. Apocalipse. Editora Hagnos. Ano 2005

Hendriksen, William. Mais que vencedores. Ed. Cultura Crista. Ano 2001

O HOMEM E A MULHER – Victor Hugo

Minha homenagem ao Dia Internacional da Mulher.

O homem e a mulher, é um belíssimo poema de Victor Hugo [1]

O homem é a mais elevada das criaturas.

A mulher é o mais sublime dos ideais.

Deus fez para o homem um trono, para mulher, um altar

O trono exalta, o altar santifica

O homem é o cérebro, a mulher, o coração

O cérebro produz a luz, o coração produz o amor.

A luz fecunda, o amor ressuscita.

O homem é gênio, a mulher é o anjo.

O gênio é imensurável, a mulher é indefínivel.

A aspiração do homem é a suprema glória,

A aspiração da mulher é a virtude extrema.

A glória promove grandeza, a virtude conduz à divindade.

O homem tem a sua supremacia, a mulher, a prefêrencia

A supremacia significa a força, a prefêrencia representa o direito.

O homem é forte pela razão, a mulher, invencível pelas lágrimas.

A razão convence, as lágrimas comovem.

O homem é capaz de todos os heroísmos, a mulher, de todos os martírios.

O heroísmo nobilita, o martírio sublima.

O homem é o código, a mulher, o evangelho.

O homem é a águia que voa, a mulher, o rouxinol que canta.

Voar é dominar o espaço, cantar é conquistar a alma.

O homem tem um fanal, a consciência;

A mulher tem uma estrela, a esperança.

O fanal guia, a esperança salva.

Enfim, o homem está colocado onde termina a Terra.

E a mulher, onde começa o céu.

Notas

[1]Victor Hugo foi um escritor e poeta francês de grande atuação política em seu país. É autor de Les Misérables, sua melhor peça e de Notre-Dame de Paris, entre diversas outras obras. Para saber mais visite: http://pt.wikipedia.org/wiki/Victor_Hugo

Os nomes de D’us *

Foto de judeus orando no “Kotel haMaaravi” – Muro Ocidental em Jerusalém. Nós o conhecemos como – Muro das lamentações.

O nome denota essência

O conhecimento de Deus no A.T brota não só da história, criação, teofania, mas também da revelação do tetragrama – YHWH. Há uma concordância entre os estudiosos, que “entre os povos antigos e em todo o Oriente, o nome denota a essência de algo: chamar algo pelo nome é conhecê-lo e, por conseguinte, possuir “poder” sobre ele.

Os judeus não eram exceção a essa regra geral entre os povos primitivos. Eles supunham que a essência total da pessoa concentrava-se em seu nome. O nome estava relacionado à natureza do caráter da pessoa.

John Davis disse: “Conhecer o nome de Deus é testemunhar as manifestações dos seus atributos e aprender o significado que o nome expressa”.

A primeira frase que uma criança judia aprende é o “shemá Israel” que se encontra em Dt 6.3. Elas aprendem à dizer: “Shemá Israel , Adonay Eloheynu , Adonay Echad” (Escuta óh Israel, o Eterno é nosso Deus, o Eterno é um) . A primeira frase das crianças será pronunciar o Nome de Deus e, esta também é a última frase dita por um judeu antes de morrer.

A invocação do Nome.

No A.T, era necessário invocar o nome YHWH [1] para aproximar-se dele. A primeira palavra de muitas orações nos salmos é uma invocação, YHWH ( 3.1; 6.1; 7.1; 8.1; 12.1). A doxologia de Davi começa com o nome YHWH ( ICr 29.10-11). A invocação do nome era ainda importante no N.T. Jesus ensinou seus discipulos a começar assim suas orações: “Pai nosso santo…… santificado seja o teu nome” ( Mt 6.9)

Quando Deus tomou a iniciativa de revelar-se, começou pronunciando aquilo que os judeus chamam de honorável Nome – YHWH – “Eu sou Iavé” ( Gn 35.11; Ex 6.2; 20.1). Mas a revelação do Nome não tornou “Iavé” acessível e familiar. Israel considerava o Nome de “Iavé” santo e insistia que ele não devia ser profanado ( Lv 22.2,32 ; Sl 105.3; Sl 111.9; Ez 20.39).

A invocação do nome era parte importante do culto. Se “Iavé” não tivesse revelado seu nome, o adorador não poderia invocá-lo e não haveria o culto. Portanto a ligação entre o nome e o culto é válida.

O significado e a importância do Nome do Deus de Israel

O nome “Iavé” vem do verbo hebraico hayâ, que dá a seguinte idéia: “ser” ou “estar”. Quando “Iavé” disse a Moisés: “Ehyeh ashér Ehyeh” – significa: “Eu serei o que serei” ( Ex 3.14), o Eterno estava dando segurança a Moisés ao prometer que estaria com ele. Deus estava desse modo afirmando que a sua presença estaria com seu servo. Na grande comissão, Jesus prometeu estar com os discipulos sempre, até o fim dos tempos ( Mt 28.20).

Agora, Deus estava se revelando quando deu seu nome a Moisés? Ou estava sendo evasivo, recusando-se a dar uma resposta a Moisés, quando disse: “Ehyeh ashér Ehyeh” – Eu serei o que serei ( Ex 3.14)”? Deus recusou-se a dar o seu nome a Jacó ( Gn 32.30) e a Manoá ( Jz 13.17-18). Um estudioso, chamado A.M. Dubarle concluiu que Deus recusa-se a revelar o nome a Moisés neste evento, porque isso comprometeria sua liberdade de ser Deus. Dubarle entendia que Deus estava dizendo: “Meu nome não lhe diz respeito”. Nas palavras de Agostinho: “Deus é o deus absconditus”. O Deus que se oculta.

A liberdade de “Iavé” significa que Ele jamais é um simples objeto. Ainda que se tenha revelado liberalmente, ele deu o terceiro mandamento do decálogo para proteger essa liberdade contra “abusos religiosos”. Que isto sirva de temor, e exemplo para nós, que muitas vezes temos banalizado o nome de Deus. Colocamos o seu nome, como dizem os judeus: “HaKadosh Barukh Hu” – O Santo, Bendito seja Ele, em nossas piadas, brincadeiras, erros, e até mesmo em comércios. Precisamos nos render a majestade do seu Nome, e respeitá-lo, pois esse Nome é tremendo.

Alguns Nomes de D’us :

1) ??? ??? – El Hay – O D’us vivo – Js 3.10

2) ??? ??????? – El Deót – D’us de toda sabedoria – I Sm 2.3 b

3) ????? ?????????? – Netsáh Israel – Força de Israel – I Sm 15.29

4) ???????????? – El Hanu – D’us misericordioso – Ne 9.31

5) ??? ??????? – El Saly – Deus Rocha Minha – Sl 42.9

6) ?????? ??????? – Méler Gadol – Rei Grande – Sl 47.2

7) ???????????? – Migdal Óz – Torre Forte – Pv 18.10

Notas:

* Coloquei D’us, pois é assim que os judeus transcrevem o Nome inefável.

[1] Quando os judeus vêem este nome impronunciável, eles falam : Adonay ou HaShem

Bibliografia : Smith, Ralph. Teologia do A.T. Editora Vida Nova.

O que está acontecendo com a igreja?

[ Foto ilustrativa] Quadro na casa de Caifás em Jerusalém.

Amado [a] leitor [a], leia este texto com atenção. Por graça e bondade do Eterno, este texto foi publicado no excelente site da Sepal, onde alcançou até o presente momento a marca de 430 visualizações. Não fique indiferente. Deixe seus comentários.
Introdução
Muitas pessoas buscam saciar sua fome espiritual na igreja, mas não encontram nela o Pão da Vida. Encontram muito do homem, pouco de Deus. Muito ritual, pouco pão espiritual. Muito da terra, pouco do céu. Estamos substituindo o Pão do céu por outro alimento. Os pregadores pregam para agradar, e não para desafiar. Dão palha em vez de trigo ao povo – Jr 23.28. Estão pregando saúde e prosperidade, e não sobre a cruz de Cristo. Pregam-se os direitos dos homens, não a soberania de Deus. Prega-se sobre libertação e não sobre arrependimento e conversão. Prega-se um outro evangelho e não o evangelho da graça.
Neste sentido o que vemos hoje é uma Igreja Católica querendo ser evangélica. Uma igreja protestante sem protestos. Uma igreja que se diz reformada, carente de uma urgente reforma. Umas igrejas evangélicas, distanciadas do verdadeiro Evangelho. Uma igreja carismática, com muito carisma e pouco caráter. A igreja gloriosa precisa de santos nos púlpitos e nos bancos. Não de santos beatificados e canonizados depois de mortos, mas de santos vivos, audíveis, visíveis, palpáveis, nos seminários, nas ruas, nas faculdades, no trabalho, na família – exalando o aroma de Cristo! Aleluia! Afinal, você deve estar se perguntado: “O que está acontecendo com esta igreja gloriosa que Paulo falou em Efésios 5.27 ?
A graça transformada em libertinagem.
É Judas, servo de Jesus Cristo e irmão de Tiago, põe a boca no trombone. Leia o versículo 4. Estão torcendo a mensagem da graça de Deus a fim de arranjarem uma desculpa para sua vida imoral. E o pior disso é que isto está acontecendo dentro de muitas igrejas. Leia o versículo 12. Estes intrusos estão adulterando a graça de Deus. Há uma distância enorme entre a graça de Deus e a libertinagem. Graça é a manifestação maior da misericórdia, da compaixão da paciência de Deus. Graça é o próprio Deus agindo graciosamente para conosco. Enquanto a libertinagem é totalmente oposta a isso.
O culto transformado em show.
Não é apenas a mídia que está usando a palavra show para se referir a alguns cultos. Nós mesmos usamos esse termo em nosso meio. Ora, as palavras show e culto não combinam. O dicionário Aurélio define show como espetáculo de teatro, rádio, TV, com grande montagem – que se destina a diversão – atuação de vários artistas de larga popularidade. Culto: adoração/ homenagem à divindade em qualquer forma (religião). A igreja existe não para oferecer entretenimento, melhora de auto-estima, mas sim para adorar a Deus. Se falharmos nisso, a igreja fracassa. Perceba o paradoxo: Convide os jovens de nossas igrejas a um show de música gospel e depois os convide a um congresso de Missões. Veja a diferença de comparecimento em cada lugar.
O tempo destinado à exposição da Palavra em nossas igrejas, está cada vez menor. Há uma cantoria tremenda! Assim como há pão light, geléia light, comidas light, temos hoje também os cultos lights: leve, ligeiro, alegre e jocoso!
Dízimos transformados em dividendos.
A idéia que o dízimo/oferta abrem as comportas do céu, e deixam derramar tanta prosperidade que você não terá onde guardar está tão generalizada que parece não haver saída para este câncer que se instalou na mente dos evangélicos. Há pessoas que dão tudo o que tem na esperança de melhorarem sua vida, de serem bem-sucedidos em seus negócios. Foi, é esta malfadada teologia da prosperidade que criou esta mentalidade mercantilista do dízimo.
Escutem amados: Precisamos mais da prosperidade da Teologia, do que a teologia da prosperidade! Dão não como a viúva que ofertou 2 leptos, pequenas moedas de cobre quase sem valor – uma oferta altruísta, sacrificial. Mas dão para escaparem da falência, de uma doença terminal, de uma separação conjugal. Esta capacidade maligna de transformar a arte de dar em receber está profanando e tornando antipática a palavra dízimo, de origem santa. Isto é totalmente contra o princípio de Jesus ensinou conforme Atos 20.35. O dízimo transformado em dividendos (parte dos lucros líquidos que cabe ao acionista de uma empresa mercantil) inverte os papéis e supervaloriza a obra, em detrimento da graça. Desse modo, Deus assume o papel de devedor e o homem assume o de credor.
Milagres transformados em marketing.
Não há quem precise e não busque a face de Deus para obter livramento frente as difíceis situações da vida: enfermidades, desemprego, morte etc. Devemos buscar a Deus nesses momentos, isso é correto. Agora o que acontece: nós tentamos enquadrar nossas necessidades na lei do mercado. Se há procura, deve haver oferta. Se há problemas difíceis demais, triste demais, complexo demais, então, devem-se ter milagres também.
Então, monta-se uma banca, ou um estande de milagres. O nome de Deus é usado inescrupulosamente. Os milagres não são feitos ao pé do ouvido (como Jesus) sem alarde, sem tocar trombeta: mas de forma sensacional; quanto mais público for, melhor será. Se a igreja não fazia milagres, agora ela tem que fazer, pois caso o contrário perderá seus fiéis e pára de crescer, como a outra está crescendo. Novamente a uma inversão de valores aqui: quando Jesus, o Messias curava, sempre procurava esconder das multidões os prodígios que ele operava. Ele dizia: não conte a ninguém. Então há aqui, uma inversão bíblica, pois enquanto Jesus disse: “Estes sinais acompanharão os que crêem”. Hoje estamos dizendo: os que crêem seguiram estes sinais.
A força moral transformada em força numérica.
A famosa declaração de Jesus em Mt 5.13 de que somos o “sal da terra” mostra o valor da força moral, e não o da força numérica. Por causa da ênfase demasiada nos números, transformamos a conversão em adesão, que são acontecimentos totalmente diferentes, quando se trata da salvação e da vida eterna. Jesus, o Pão da Vida, nunca se empolgou com as multidões que o seguiam! Na verdade ele discernia os corações, e sabia que muitos estavam ali, não por seu ensino e doutrina, mas sim pelos milagres que ele realizava.
Você nunca verá um pregador em uma tribuna dizer: Amados, preguei num Congresso que tinha 20 pessoas. Não! Nunca! Como se Deus estivesse apenas nos grandes ajuntamentos. Quando as multidões quiseram fazer dele um rei, ele se afastou e foi para o monte ( Jo 6.15).Que contraste de nossos pregadores. Que amam mais a glória dos homens do que a glória de Deu
s! Que o Eterno tenha misericórdia de nós, pois queremos ser a igreja gloriosa, sem mácula e irrepreensível. Amém!
No amor de Jesus, Pr Marcello de Oliveira

A “Shekiná” de Deus está aqui. “Shekiná”?

É normal ouvir em nossos cultos, congressos, seminários, a palavra “Shekiná”. Desde adolescente ouço esta palavra na igreja. Pregadores a usam com freqüência. Os “ministros do louvor” têm o hábito de usá-la. Temos até um cântico muito conhecido: “Derrama a tua “shekiná” sobre nós.

Agora pergunto: De onde tiramos a palavra “shekiná”? O que significa esta palavra? Será “shekiná” uma expressão encontrada nas Escrituras?

Começando pela última pergunta, a palavra “shekiná” não é encontrada em nenhum lugar das Escrituras! Penso que você neste momento está perplexo. Esses dias atrás, pregando em uma grande igreja aqui em São Paulo, falei sobre isto no púlpito e imagine a reação que isto causou no plenário, bem como nos obreiros que ali estavam. Após o término do culto, várias pessoas me pararam e diziam: Pr Marcelo, já ouvimos vários “pregadores de renome” falar desta palavra, e agora o sr está dizendo que não existe? Será que o sr não está enganado?

Exatamente aqui reside nosso problema. Nós ouvimos os “grandes pregadores” falarem, e aceitamos tudo. Não procuramos pesquisar, averiguar, perscrutar. Tudo o que é novidade, e é falada por alguém de “peso”, nós aceitamos e logo começamos a falar. Falta em nosso meio, cristão bereanos, que analisam a cada dia as Escrituras, para verem se está correto ( At 17.11). Notemos que era Paulo que estava pregando! Homem de cultura invulgar, conhecedor de toda lei judaica, e acima de tudo, um dos maiores pregadores que o mundo conheceu. Ora, se Paulo teve que passar no crivo dos bereanos, o que dizer de nossos pregadores? Serão estes maiores que Paulo?

Mas voltando ao assunto da palavra “shekiná”, este vocábulo não aparece na Bíblia Judaica [ Tanakh] nem no N.T, sendo uma palavra derivada da raiz hebraica -?-? -?(sh-k-n), cujo significado é “habitar”, “fazer morada”. Se perguntarmos a qualquer irmão, o que significa esta palavra, todos dirão: a glória de Deus, presença de Deus. Acontece que, “shekiná” não significa nada disso! O vocábulo “glória” no hebraico é “kavód” – o peso da glória de Deus. Então, quando cantamos: Derrama tua “shekiná” aqui, estamos dizendo: Derrama a tua habitação aqui. Soa estranho, não? Pedir para o Eterno derramar a habitação Dele sobre nós? Não consigo entender! Pois Ele já habita em nós, através da pessoa do Espírito Santo ( ICo 6.19)

A “shekiná”, como uma idéia concreta, aparece só na literatura rabínica, havendo somente “alusões” a esta presença divina, no meio do povo de Israel, na Torá, quando Deus disse ao seu povo “???????? ??? ????????? ????????????? ?????????” – “e fareis um santuário para Mim, e habitarei no meio deles (dos israelitas)”[1];”????????????? ???????? ?????? ??????????, ?????????? ????? ?????????” – “e habitarei no meio dos filhos de Israel, e serei-lhes por Deus”[2]; e “??????? ???????? ????????? ?????? ???????” – “o Eterno dos exércitos, aquele que habita em Sião”[3].
Conclusão

Vimos por meio deste singelo estudo que a palavra “shekiná” não está nas Sagradas Escrituras. Aprendemos também que “shekiná” não significa : glória, presença de Deus. Ela vem da raiz “shakhan” que significa – habitar, fazer morada. Esta idéia de “skekiná” aparece somente na literatura rabínica, onde os judeus cabalistas [4] começaram a usá-la a partir do séc XIII. Devemos estar sempre prontos a aprender e não ir além da Escritura. Foi o que Lutero disse para Erasmo: “ A única diferença entre eu [ Lutero] e você [Erasmo] é que eu me coloco debaixo da autoridade das Escrituras, e você se coloca acima dela”.

No amor de Jesus, Pr Marcello de Oliveira

Notas:

[1] Exodo 25.8 – “Shakhan’ti” [ habitarei]
[2] Exodo 29.45 -“Shakhan’ti” [ habitarei]
[3] Isaías 8.18 – “Shakhen” [ habito]
[4] Cabala é um sistema religioso-filosófico que investiga a natureza divina. Kabbalah (QBLH) é uma palavra de origem hebraica que significa recepção. É a vertente mística do judaísmo.

A Superioridade de Cristo – Hebreus 1

Muita gente evita a Epístola aos Hebreus e, em decorrência disso, se priva das riquezas deste livro tão majestoso. Alguns evitam este livro porque “ têm medo” dele. Outros o evitam porque o consideram “difícil demais” para a pessoa comum que está estudando a Bíblia. Por certo, Hebreus apresenta algumas verdades profundas, e nenhum pregador ou mestre ousaria afirmar que conhecem todas as verdades deste livro.

Destacarei algumas considerações desta epístola:

1. É um livro de estimativas – O termo superior é usado aproximadamente treze vezes nessa epístola. O autor mostra a superioridade de Jesus Cristo e de sua salvação em relação ao sistema religioso hebraico. Cristo é “superior aos anjos” ( Hb 1.4). Ele trouxe uma “esperança superior” ( Hb 7.19), pois Ele é o Mediador de uma “superior aliança instituída com base em superiores promessas” ( Hb 8.6). Cristo é superior a Moisés ( Hb 3.1). Ele é superior a Arão ( Hb 4.14). Seu sacrifício é superior ( Hb 10).

Outro termo que aparece repetidamente ao longo do livro é perfeito; no original grego, é usado por quatorze vezes. Significa uma posição perfeita diante de Deus. Essa perfeição jamais poderia ser alcançada pelo sacerdócio levítico ( Hb 7.11), pela lei ( Hb 7.19). Jesus Cristo entregou-se como oferta única pelo pecado e, desse modo, “aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados” ( Hb 10.14).

O adjetivo eterno é o terceiro termo importante para a entendermos a epístola aos Hebreus. Cristo é o “Autor da salvação eterna” ( Hb 5.9). Por meio de sua morte, ele [obteve] eterna redenção ( Hb 9.12) e compartilha conosco “a promessa de eterna herança” ( Hb 9.15). Seu trono é “ para todo sempre” ( Hb 1.8), e Ele é “sacerdote para sempre” ( Hb 5.6; 6.20; 7.17). Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje, e o será para sempre ( Hb 13.8).

Ao combinarmos essas três palavras importantes, descobrimos que Jesus Cristo e a vida cristã que Ele oferece são superiores, pois essas bênçãos são eternas e nos dão uma posição perfeita diante de Deus.

2. É um livro de exortação – O autor chama esta epístola de “palavra de exortação” ( Hb 13.22). O termo grego traduzido por “exortação” significa “encorajamento”. É traduzido por “consolação” em Rm 15.4. A epístola aos Hebreus não foi escrita para assustar as pessoas, mas sim para encorajá-las, e nos ordena: “ exortai-vos mutuamente cada dia” ( Hb 3.13). Ela nos lembra que temos “forte alento” em Jesus Cristo ( Hb 6.18).

3. É um livro de exaltação – esta epístola exalta a pessoa e a obra de nosso Senhor Jesus Cristo. Os três primeiros versículos apresentam este tema santo e sublime desenvolvido ao longo de todo o livro. Seu propósito imediato é provar que Jesus Cristo é superior aos profetas, homens tidos na mais alta consideração pelo povo judeu.

Cristo é superior aos profetas em sua Pessoa.

Em primeiro lugar, é o próprio Filho de Deus, não apenas um homem chamado por Deus. O autor deixa claro que Jesus é Deus ( Hb 1.3), pois sua descrição jamais poderia ser aplicada a um homem mortal. O “resplendor da sua glória” refere-se a glória de Deus que habitava no tabernáculo e no templo ( ver Ex 40.34-38 e I Rs 8.10). Cristo é para o Pai aquilo que os raios são para sol. Da mesma forma como não se pode separar os raios do sol, também é impossível separar a glória de Cristo da natureza de Deus.

Em segundo lugar, Cristo é superior aos profetas em suas obras. Ele é o Criador do universo, pois por meio Dele, Deus fez o universo ( Hb 1.2). Cristo não apenas criou todas as coisas pela sua palavra ( Jo 1.1-5), como também sustenta todas as coisas por meio dessa mesma palavra poderosa ( Hb 1.3). Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste ( Cl 1.17).

Em terceiro lugar, Cristo é superior aos profetas no tocante ser a última Palavra de Deus. É fácil visualizar o contraste entre Cristo, o Profeta, e os outros profetas. Cristo é o Filho de Deus. Os profetas foram homens chamados por Deus. Cristo é a mensagem definitiva e completa. Os profetas possuíam uma mensagem incompleta. É evidente que a revelação do A.T quanto do N.T vieram de Deus; mas Jesus Cristo é a “última palavra” de Deus, no que se refere a revelação. Cristo é a fonte, o centro e o fim de tudo o que Deus tem para dizer.

Em quarto lugar, Ele governa como Rei ( Hb 1.3). Ele está assentado, pois terminou seu trabalho e se encontra “à direita da majestade, nas alturas”, o lugar de honra. Isso prova que ele é igual a Deus o Pai, pois nenhum ser criado jamais poderia assentar-se à destra de Deus

Agora você deve estar se perguntando: O que significa a expressão “ assentado a direita da majestade nas alturas”?

Em primeiro lugar, Jesus Cristo está descansando. Essa é uma imagem extraída do nosso dia a dia, quando chegamos em casa, depois de um dia de trabalho, sentamos e colocamos os pés para cima. Assim Jesus, “depois de ter realizado a purificação dos pecados, se assentou” ( Hb 1.3). Os sacerdotes do A.T exerciam seus deveres religiosos e ofereciam sacrifícios dia após dia, semana após semana, mês após mês. Eles tinham que permanecer de em pé, pois não havia assentos no tabernáculo, Jesus, porém, depois que ofereceu seu sacrifício, se assentou. O fato de os sacerdotes permanecerem de pé simbolizava que o ministério deles não era completo, enquanto que a postura de Jesus sentado indica que sua obra foi concluída.

Em segundo lugar, Jesus Cristo está reinando. Ele está assentado à direita de Deus, o lugar de suprema honra e poder no universo. A partir dessa posição ele enviou o Espírito Santo no dia de Pentecoste e continua enviando seu povo em missão. Toda autoridade no céu e na terra já foi dada a Ele.

Em terceiro lugar, Jesus Cristo está esperando – “até que os seus inimigos sejam colocados como estrado dos seus pés” ( Hb 10.13). Essas são palavras do Sl 100.1, que Jesus aplicou a si mesmo. Nesse salmo, Iavé diz acerca do Messias: “Assenta-te à minha direita até que eu faça dos teus inimigos um estrado para os teus pés”. O salmo combina duas perspectivas: Ele reina enquanto espera e espera enquanto reina.
Essa rica teologia inclui a ascensão e o período posterior, no qual Jesus Cristo está descansando, reinando e esperando. Enquanto descansa, Ele olha para trás, para o passado e declara que sua obra propiciatória foi consumada na cruz. Enquanto reina, Ele supervisiona o presente e envia seu povo em missão. Enquanto espera, ele antecipa o futuro, quando seus inimigos serão finalmente subjugados e seu reino será estabelecido em toda a sua plenitude. Amém!

Pr Marcello de Oliveira

Bibliografia: Stott, John. A Bíblia Toda, Ano Todo. Editora Ultimato. 2007
Wiersbe, Warren W. Comentário bíblico. 2006