Category Archives: Estudos Bíblicos

4 palavras hebraicas para homem

Quatro palavras hebraicas principais são geralmente traduzidas por “homem” no Antigo Testamento:

????? ‘adam, “Adão”, “ser humano”, “humanidade”, “raça humana” aparece 562 vezes, sempre na forma singular mas na maioria das vezes com sentido coletivo. O termo provavelmente vem de uma raiz que significa “escuro” ou “vermelho”.

????? îsh “homem”, “marido”, ocorre 2160 vezes, geralmente referindo-se ao marido em oposição à esposa ou ao masculino em relação ao feminino. Aplica-se aos animais machos em oposição às fêmeas (Gn 7.2).

??????? ‘enosh, “ser humano”, ocorre 42 vezes e provavelmente vem de uma raiz que significa “ser fraco” ou “mortal”. O termo aparece com mais freqüência em Jó (7.1; 15.14; 25.4) e em Salmos (veja Sl 103.15). ‘Enosh muitas vezes está em paralelo com ‘adam, como nas passagens que levantam a pergunta: “Que é o homem?” (Jó 7.17; Sl 8.4; 144.3).

????? geber, “homem”, “homem forte”, “valente”, ocorre 65 vezes e transmite a idéia de poder, força ou excelência. Salmos e Jó usam o termo com freqüência no sentido de uma pessoa que confia em Deus e o teme, e faz o que Ele exige (Jó 3.23; 4.17; 10.5; 14.10; 16.21; 22.22 – Sl 34.9; 37.23; 55.8,9 – Jr 17.7).

Quando me esqueço……..

Que sou ????? ‘adam

Rejeito minha espiritualidade. Sou apenas um animal.

Que sou ????? îsh

Rejeito meu papel relacional e não assumo meu papel familiar e social.

Que sou ??????? ‘enosh

Rejeito minha fragilidade. Sou um suposto “ser divino”.

Que sou ????? geber

Rejeito minha responsabilidade com a criação, e produzo o caos.

Pr. Marcelo de Oliveira

As 4 vozes da queda da Babilônia – Ap 18

A Babilônia é mais um símbolo do que um lugar. Babilônia pode se referir à babilônia dos tempos de Babel, à Babilônia de Nabucodonosor, a senhora do mundo: a Roma dos Césares, a Roma dos papas e a todos os impérios do mundo que se levantam contra Deus e sua igreja.

Babilônia aqui é um símbolo da rebelião humana contra Deus. É o sistema do mundo que se opõe contra Deus. No capítulo 17, Babilônia era a grande meretriz, a religião apóstata. No Capítulo 18, a Babilônia é o mundo, a cidade da luxúria, a morada dos demônios. Um fato interessante, é que Pedro tenha usado a designação Babilônia como um “codinome” para Roma ao escrever sua primeira epístola (1 Pe 5.13).

João ouve quatro vozes fazerem quatro proclamações importantes, como veremos a seguir:

1) a voz da condenação (Ap 18.1-3)

A queda da Babilônia é um fato consumado nos decretos de Deus (18.2). Neste texto encontramos uma referência clara a Jeremias 51 e 52, em que o profeta vê a queda da Babilônia histórica. Mas nesta passagem, João vê a destruição da Babilônia espiritual, o sistema do mundo organizado pela “besta”.

A exclamação “Caiu! Caiu…” não apenas acrescenta dramaticidade à proclamação como também indica julgamento duplo: da Babilônia eclesiástica, a “meretriz”, em Apocalipse 17, e da Babilônia política, em Apocalipse 18. Essa idéia é reforçada por Apocalipse 18.6, quando Deus anuncia que a Babilônia receberá “em dobro” por seus muitos pecados.

A igreja, a noiva do Cordeiro, é a “habitação de Deus” (Ef. 2.22); a Babilônia, por outro lado, é habitação de Satanás (Ap 18.2). Esse julgamento sobreveio porque o “sistema” babilônico corrompeu o mundo todo. Como no julgamento da “meretriz”, o pecado é de prostituição ou idolatria. O sistema inebriava as pessoas com todas as riquezas e prazeres que tinha para oferecer.

2) a voz da separação (Ap 18.4-8)

A ordem de Deus é para sua Igreja sair desse sistema do mundo (18.4). Em todas as épocas, o verdadeiro povo de Deus teve de se separar daquilo que é mundano e contrário a Deus. Quando Deus chamou Abraão, ordenou que ele saísse de sua terra (Gn 12.1). A igreja de Deus deve se separar de tudo o que é pecaminoso (Rm 16.17,18; 2 Co 6.14 – 7.1).

Esse êxodo ou sair não é geográfico, assim como essa Babilônia não é geográfica. Nós estamos no mundo (sistema), mas não somos do mundo. Sair da Babilônia significa não participar de seus pecados, não ser enganado por suas tentações e seduções.

João apresenta dois motivos pelos quais o povo de Deus deve separar-se do sistema diabólico. O primeiro é evitar a contaminação, tornando-se “cúmplices em seus pecados” (Ap 18.4). “Não ter tornes cúmplice de pecados de outrem” (1 Tm 5.22). O termo “cúmplice” significa “unido em comunhão ou parceria”.

O segundo motivo é para que o povo de Deus seja poupado das pragas terríveis que ele enviará sobre a Babilônia; Deus suportou com paciência os pecados cada vez maiores do sistema perverso, mas agora é chegada a hora de ele derramar sua ira. Deus tratará Babilônia como ela tratou o povo de Deus.

3) a voz da lamentação (Ap 18.9-19)

Esta seção longa descreve o lamento dos comerciantes ao verem a Babilônia transformar-se em fumaça e toda a sua riqueza se destruída. É a imagem de uma cidade próspera da Antiguidade, onde aportavam muitos navios. A riqueza da vida provê para muitas nações e gera inúmeros empregos.

Vale observar que o lamento pela queda da Babilônia vem não apenas dos comerciantes (Ap 18.11), mas também dos reis da terra (Ap 18.9). Os negócios e o governo encontram-se de tal modo entretecidos que ambos são afetados pelas mesmas coisas.

Neste texto vemos pelo menos 2 lamentos:

3.1) o lamento dos reis da terra e dos homens poderosos (Ap 18.9-10)

Esses reis são os políticos e aqueles que se renderam às tentações da Babilônia e desfrutaram de seus deleites. Babilônia ou Roma aqui é vista como o sistema político que se associou com o mundo. Os políticos, governados pela luxuria, ganância e poder vão ficar amedrontados quando esse sistema entrar em colapso e vão chorar e lamentar em alta voz.

3.2) o lamento dos mercadores (Ap 18.11-16)

Os mercadores aqui são os empresários, negociantes e todos aqueles que têm colocado o coração nas mercadorias e deleites do mundo. Eles choram porque de repente suas mercadorias vão ficar sem valor (Lc 12.16-21). De repente tudo aquilo que lhes proporcionava prazer vai desaparecer. Aquilo em que confiavam e que tinham prazer não vai poder salvá-los.

Digno de nota é que esses mercadores também negociavam “escravos e almas humanas” (Ap 18.13). Os estudiosos calculam que havia 60 milhões de escravos por todo o império. Estas pessoas eram tratadas como verdadeiros objetos: compradas, vendidas, usadas e maltratadas. Será que no fim dos tempos, haverá uma volta à pratica das escravatura? Talvez não no sentido antigo, mas sem dúvida pode observar que, cada vez mais, as pessoas estão perdendo sua liberdade no mundo pós-moderno. Pessoas são “compradas e vendidas” (ou mesmo trocadas!) por clubes esportivos, enquanto milhões de pessoas morrem de fome todos os dias.

4) a voz da celebração (Ap 18.20-24)

Contrastando com o lamento dos reis e comerciantes, há o regozijo dos habitantes do céu com a destruição da Babilônia. É fundamental o povo de Deus analisar os acontecimentos do ponto de vista divino. Na verdade, as Escrituras ordenam que nos alegremos com a destruição da Babilônia, pois nesse julgamento Deus vindicará seus servos martirizados (Ap 6.9-11).

Não se deve imaginar que essa voz de celebração seja um convite para nos alegrarmos com o julgamento dos pecadores. O julgamento divino deve sempre quebrantar nossos corações, pois os pecadores perdidos estão condenados ao castigo eterno. A alegria, nessa passagem, gira em torno do julgamento reto de Deus, do fato que se fez justiça.

A Babilônia torna-se o lugar onde todas as coisas boas estarão ausentes (Ap 18.22-23). Lá não haverá música: lá só se ouve voz de lamento, e não voz de harpistas. Lá não tem arte criadora, pois não há artífice. Lá não há suprimento, pois os moinhos não moem mais. No passado, Babilônia era o mercado do mundo. Agora está tudo deserto. Lá não há luz, pois as trevas são um símbolo da efusão final da ira de Deus. Deus é Luz. Sua Palavra é luz. Nós devemos andar na luz. Portanto saiamos de Babilônia!

Pense nesta
pergunta importante: “Somos cidadãos da Babilônia ou da Nova Jerusalém”? O seu nome está escrito no céu? Se sua resposta é não, esta é a hora de você crer em Jesus Cristo, “sair da Babilônia” e passar a fazer parte da família de Deus.

Pr Marcelo de Oliveira

Bibliografia: Wiersbe, Warren. Comentário Expositivo. Geográfica Editora
Lopes, Hernandes Dias. Apocalipse. Ed. Hagnos
Hendriksen, William. Mais que vencedores. Ed. Cultura Cristã

Atenção! Nome dos Ganhadores do Concurso

Shalom!

Depois de muita cautela para a seleção das frases, que é um dos momentos mais dificeis, eis os nomes dos ganhadores:

Em primeiro lugar, com a frase:

O seu valor é maior do que uma fonte para o sedento, o ouro para o garimpeiro, o néctar para a abelha, a bússola para o viajante. Pois nela encontro tudo que eu necessito saber para esta vida e principalmente a vida eterna. Ela me revela o plano de Salvação e me apresenta o próprio Salvador. Ela é absolutamente o Livro dos livros.

Alessando Garcia – Teresópolis – RJ

Em segundo lugar, com a frase:

A bíblia é tudo o que preciso:in-te-gral-men-te!Ela é o pão que alimenta minha alma,a luz que ilumina meus olhos, a lâmpada para os meus pés, a arma contra as setas do inimigo e a declaração de amor de Deus para o meu coração. Obrigada Pai pela tua palavra!

Angelina Khoe – São Paulo – SP

E em terceiro lugar, com a frase:

“A bíblia, não é a toa o livro mais vendido no mundo, o valor dela é inextinguível, é o livro vivo, através dela ouvimos a voz de Deus, somos aconselhados, somos instruídos e advertidos, a voz da bíblia é a voz de Deus, nosso olho se torna nosso ouvido quando lemos a palavra do Senhor!”

Allan Penteado – São Paulo – SP

Minha gratidão a todos os irmãos que participaram. Confesso que foi muito díficil para escolher os 3 ganhadores, devido as ótimas frases que recebi. Desejo-lhes as mais copiosas bençãos do Eterno sobre todos os participantes.

Nele, Pr. Marcelo de Oliveira

Paul Washer – A Cruz que os pregadores modernos carregam

Shalom! Assistam com atenção esta impactante mensagem com Paul Washer. Que o Eterno levante outros homens que amem a mensagem da cruz. Que não tenham outra paixão, a não ser a cruz. Que não tenham outra bandeira, a não ser a cruz. A cruz de Cristo!

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=KGA1MY9AjdM]

Ganhadores do Concurso

Shalom!

Quero agradecer a todos os irmãos que participaram do Concurso do 1º ano do blog: A Supremacia das Escrituras.
Queridos irmãos, após uma difícil apuração, com a ajuda de expoentes da Palavra, porque não quero ser injusto, selecionei 7 frases que estão concorrendo aos 3 prêmios.
Reitero que as frases estão ótimas. Todavia, os 3 melhores serão selecionados conforme a elaboração da frase que deveria ser escrita baseada na pergunta: Que valor a Bíblia tem para você?

Portanto fique atento! Querendo o Eterno até o final deste dia, publicarei o nome dos 3 ganhadores do Concurso.

P.s Em tempo, gostaria que todos enviassem o endereço completo (Estado, Cidade, Cep) para meu e-mail. Tomem cuidado para não enviarem o endereço errado, pois assim, você não receberá o seu prêmio.

e-mail: evmarcello.olliver@gmail.com

Um abraço, Pr Marcelo

Ainda há tempo! Não perca

Prezados internautas, precisamente no dia 12/02/2010, o blog: A Supremacia das Escrituras, completará 1 ano no ar.

Então, resolvi abençoar a você com 3 presentes em comemoração ao aniversário deste singelo blog. A partir de hoje, até o dia 25/01/2010, qualquer pessoa pode participar deste concurso, observando as regras abaixo:

1) Faça uma inscrição inserindo no espaço para Comentários, localizado abaixo desta postagem, informando seu nome completo, sua cidade e seu Estado.

2) Monte uma frase, de sua autoria, respondendo a pergunta: Que valor a Bíblia tem para você? A frase deve ter no máximo 5 linhas. Importante: a frase deverá ser enviada para meu e-mail: evmarcello.olliver@gmail.com

3) Se você desejar, você pode começar a seguir este blog. A escolha é sua. Portanto, fique na liberdade.

Obs. As 2 melhores frases, ganharão meu novo livro:
Mensagens que Transformam, prefaciado pelo ilustre Rev. Hernandes Dias Lopes, autor de mais de 60 livros e que atualmente tem o programa Verdade e Vida aos sábados na Rede TV.

a 3º melhor frase, ganhará um dvd inédito de uma mensagem que preguei, por bondade do Eterno.

Participe! Avise seus amigos, irmãos. Mobilize as pessoas. Afinal, são três presentes que abençoarão sua vida!

Nele, que tem nos concedido esta oportunidade

Pr. Marcelo Oliveira

Paulo e a citação de Epimênides – Tito 1.12

O texto de Tito 1.12 diz: Um dentre eles, seu próprio profeta, disse: Os cretenses são sempre mentirosos, bestas ruins, ventres preguiçosos.

É admirável a cultura enciclopédica de Paulo. Clemente de Alexandria e Jerônimo atribuem a devastadora caracterização a um poeta e reformador cuja data fornecida varia entre 630 e 500 a.C. Seu nome era Epimênides, natural de Cnossos, nas proximidades de Iráklion na costa norte de Creta, onde ainda hoje se pode visitar o museu que contém os tesouros extraordinários da era minóica.

Os antigos consideravam Epimênides um profeta, “um homem divinamente inspirado” (segundo Platão), “um homem querido dos deuses” (segundo Plutarco). Paulo não tenciona dizer que o poeta cretense é realmente um profeta no sentido bíblico. Quer dizer “um homem que, por eles e outros, era considerado profeta, um porta-voz dos deuses”.

Sobre a referência à atividade supostamente profética de Epimênides, Platão escreveu o seguinte:

“Esse homem divinamente inspirado, Epimênides.. nasceu em Creta, e dez anos antes da guerra persa, de acordo com o oráculo de deus, foi a Atenas…; e quando os atenienses se viram tomados de temor em razão das forças expedicionárias dos persas, fez esta profecia: Eles não virão por dez anos, e quando vierem, voltarão outra vez, não havendo realizado nada do que esperavam (realizar), e havendo sofrido dores do que terão infligido”.

Foi esse Epimênides que, segundo Diógenes Laércio, aconselhou aos atenienses que fizessem sacrifícios “ao deus mais conveniente”, conselho que pode ter levado à edificação do famoso altar “ao deus desconhecido”, que proporcionou a Paulo o ponto de partida para a proclamação do Deus vivo (At 17.23).

A citação de Epimênides, aqui em Tito 1.12, é um poema que consiste em seis pés métricos (verso hexâmetro).

A representação dos cretenses como enganadores e mentirosos pode ter surgido da pretensão deles de terem em sua ilha o túmulo de Zeus. Mas a reputação dos cretenses de serem mentirosos a fim de lograr fins egoístas (o contexto do vs 11) era tão amplamente difundida que origem ao substantivo “cretismo”, que quer dizer “conduta cretense” ou “falar como cretense”, significando: “dizer a mentira”, “enganar”.

A expressão “bestas ruins”, demonstra o caráter selvagem e cruel dos cretenses dos dias de Epimênides e dos dias de Paulo e Tito. Costumavam arredar todos de seu caminho para obterem vantagem pessoal.
“Ventres inativos”, estigmatiza os cretenses como glutões, indolentes e ávidos por sexo. Os cretenses, pois, são falsos, egoístas e amantes dos prazeres.

Nele, que se fez conhecido por seu Filho

Pr. Marcelo de Oliveira

Bibliografia: Wiersbe, Warren. Comentário Expositivo. Geográfica Editora
Hendriksen, William. 1 e 2 Timóteo e Tito. Ed. Cultura Cristã

Nadabe e Abiu – Lv 10


Um dia que deveria ter se encerrado com a gloriosa adoração ao Deus Eterno terminou, em vez disso, com o funeral de dois dos filhos de Arão.

Tudo o que esses dois homens fizeram foi errado. Para começar, eram as pessoas erradas para manusear o incenso e apresentá-lo ao Senhor. Essa era uma tarefa do pai deles, o sumo sacerdote (Ex 30.7-10). Eles também usaram os instrumentos errados, seus incensórios, em vez do incensório do sumo sacerdote, santificado com o óleo especial da unção (Ex 40.9). Agiram na hora errada, pois era somente no Dia da Expiação que o sumo sacerdote tinha permissão de levar incenso para dentro do Santo dos Santos e, mesmo então, precisava submeter-se a um ritual especial (Lv 16.1)


Eles agiram sob autoridade errada. Não consultaram Moisés nem seu pai, nem procuraram seguir a Palavra de Deus que Moisés havia recebido. Ao queimar o incenso, usaram o fogo errado, que as Escrituras chamam de “fogo estranho” (Lv 10.1)

O sumo sacerdote havia sido ordenado a queimar o incenso com brasas tiradas do altar de bronze (Lv 16.12), porém Nadabe e Abiu forneceram seu próprio fogo, e Deus o rejeitou. Agiram com a motivação errada e não buscaram glorificar somente a Deus (Lv 10.3). Não sabemos quais eram os segredos do coração deles, mas temos a impressão de que aquilo que fizeram foi um ato deliberado de orgulho. Seu desejo não era santificar e glorificar o Senhor, mas promoverem a si mesmos e serem importantes.

Por fim, dependeram da energia errada, pois os versículos 9 e 10 deixam implícito que estavam sob influência do álcool. Isso nos faz lembrar de Ef. 5.18: “E não vos embriagueis com o vinho […] mas enchei-vos do Espírito”. Se todo o filho de Deus que coloca energia carnal no lugar do poder do Espírito fosse morto, não sobrariam muitos! A.W. Tozer disse certa vez: “Se Deus tirasse o Espírito Santo deste mundo, boa parte daquilo que a igreja está fazendo prosseguiria como se nada tivesse acontecido e ninguém notaria a diferença”

Nadabe e Abiu não eram de fora; eram sacerdotes que tinham visto Deus no monte (Ex 24.1-11). O pai deles era sumo sacerdote, e eram treinados para servir ao Senhor. No entanto, foram mortos por sua desobediência! “Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia” (1 Co 10.12). É algo muito ´serio ser um servo de Deus e, nosso serviço deve receber o poder do Espírito e ser controlado por sua Palavra.

Devemos servir a Deus “de modo agradável, com reverência e santo temor; porque o nosso Deus é fogo consumidor” (Hb 12.28,29). Que venhamos atentar para a Palavra de Deus e tratar a obra de Deus com mais seriedade e compromisso. Chega de “fogo estranho”! Chega de fogo fabricado pelo homem. Queremos o fogo que vem dos céus (1 Rs 18.38)!

Amém!

Pr Marcelo de Oliveira

Bibliografia: Wiersbe, Warren. Comentário Expositivo. Geográfica Editora.

Uma palavra sobre o livro do Apocalipse

O tema predominante do livro do Apocalipse é a volta de Jesus para derrotar todo o mal e estabelecer seu reino (Ap. 17.14). É, sem dúvida alguma, um livro de vitória, e os cristãos são considerados vencedores (Ap 2.7,11,17,26; 3.5,12,21; 11.7; 15.2; 21.7). Para os olhos incrédulos, Jesus Cristo e sua Igreja não passam de derrotados neste mundo; mas para os olhos da fé, Ele e seu povo são verdadeiros vencedores. Peter Marshall disse certa vez: “É melhor fracassar em uma causa que será bem sucedida no final do que ser bem sucedido em uma causa que fracassará no final”.

No livro do Apocalipse Jesus triunfa sobre a morte, o inferno, o dragão, a besta, o falso profeta, a Babilônia e os ímpios. Da mesma forma, a igreja perseguida ao longo dos séculos, mesmo suportando martírio, é vencedora (Ap 7.14; 15.2; 22.14).

Podemos sintetizar o livro do Apocalipse em 8 características básicas, a saber:

É um livro centrado na pessoa de Cristo – Este livro magnífica a grandeza e a glória de Cristo. Neste livro temos a revelação de Jesus, da sua glória, majestade e triunfo, e não simplesmente uma revelação escatologia de eventos futuros.

É um livro aberto. João recebeu a ordem de não selar o livro (Ap 22.10), pois o povo de Deus precisava de sua mensagem. Apesar de conter mistérios que talvez só sejam desvendados quando nos encontrarmos junto ao trono de Deus, Apocalipse pode ser compreendido.

É um livro cheio de símbolos – Este livro é claro para alguns e misterioso para outros. Os símbolos funcionavam como janelas abertas para os salvos e fechadas para os ímpios. Os símbolos são “eternos” em sua mensagem e ilimitados em seu conteúdo. O símbolo da “Babilônia”, por exemplo, teve origem em Gn 10,11 e seu significado cresce à medida que é usado ao longo das Escrituras, chegando ao ápice em Ap. 17 e 18.

É um livro de profecia – Este fato é declarado inequivocamente em Ap 1.3; 22.7,10,18,19. As cartas para as sete igrejas da Ásia Menor tratam de necessidades imediatas das congregações, que, continuam presentes nas igrejas de hoje. Este livro nasceu num momento de muita aflição, pois João sofria sob o poder de Roma. Ao ver o Cristo vitorioso diante deles, os cristãos perseguidos encontrava encorajamento para a difícil tarefa de testemunhar.

É um livro de juízos e condenações – Dr. Charles Erdman, diz que o livro de Apocalipse jamais procura ocultar o lado sombrio do quadro que pinta. Menciona-se o “Cordeiro que foi morto”, mas igualmente a “ira do Cordeiro”. No Apocalipse há um “rio da água da vida” e também um “lago de fogo”.

É um livro majestoso – O livro do Apocalipse é o livro do trono. A palavra trono aparece 46 vezes no livro. No capítulo 4 a palavra trono, aparece por 12 vezes. Todos os detalhes estão orientados com vistas ao trono: sobre o trono, em redor do trono, a partir do trono, diante do trono, no meio do trono. O trono é símbolo da soberania inabalável de Deus. Esse trono não está na terra, está no céu. Cristo é apresentado em sua glória e domínio!

É um livro universal – João viu nações e povos (Ap 10.11; 11.9; 17.15) como parte do plano de Deus. Ele também viu a sala do trono do céu e ouviu vozes dos confins do universo.

É um livro apoteótico – Apocalipse é o clímax da Bíblia. Tudo o que começou em Gênesis irá se completar e consumar em Apocalipse. Jesus é o Alfa e o Ômega, ou seja, tudo que Ele começa, Ele termina gloriosamente. Amém!

Pr. Marcelo de Oliveira

Bibliografia: Wiersbe, Warren. Comentário Expositivo. Geográfica Editora.
Lopes, Hernandes Dias. Apocalipse. Ed. Hagnos

DEUS, NÓS E O HAITI (1)

(1) Por Ednilson C. de Abreu

No dia em que as águas do tsunami varreram as costas asiáticas e indianas, varreu também convicções bíblicas de muitos crentes e teólogos, creio que mais uma vez com essa nova tragédia ocorrida no Haiti a fé de muitos poderá ser abalada e teólogos da linha processual, relacional ou do teísmo aberto estarão prontos a se levantarem e reafirmarem seus dogmas. Mas será este o caminho?

Penso que diante de um quadro como este que pode ser ampliado não só pela tragédia do terremoto em sí, mas pelo caos que já existia em termos da qualidade de vida do povo haitiano, povo esse oprimido espiritualmente, politicamente e socialmente, onde 80 por cento do pais vive abaixo da linha da miséria.

Uma coisa que para mim fica bem claro diante de tudo o que acontece no mundo é que Deus não precisa de advogado; Deus não precisa ser defendido; o que na verdade acaba sendo uma tentativa dos teólogos processuais, relacionais e afins,onde na busca de se tentar encaixar o ser e agir de Deus dentro das tragédias humanas e do mal no mundo acaba-se na verdade criando um outro Deus, diferente daquele que se revela nas Escrituras.

Deus é Deus Ele tem as “costas largas” o suficiente para segurar e assumir o ônus de ser quem Ele é. Quando Moisés perguntou em nome de quem ele se apresentaria diante da maior potencia do seu tempo e do povo escravo no Egito, ele ouviu a resposta simples, profunda, direta e absoluta de Deus: “Eu Sou O que Sou…Eu Sou me enviou a vós outros.” (Êxodo 3.14). Ou seja, Ele basta a si mesmo, Ele é Senhor de seus atos soberanos, Ele não deve explicação e nem precisa de defesa, seus motivos estão fundados nEle mesmo e suas ações estão acima de todo controle e crítica. Somos criaturas Ele é criador, somos barro Ele é o oleiro.

Para alguns minhas palavras talvez soem como um reducionismo ou uma simplificação, mas dentro de um olhar da criatura para o criador em seus atos soberanos assim é que é. (Is. 64.8; Rm 9.20)Isso não nos impede de pensar em alguns aspectos que fazem parte dessa reflexão da vida em sua complexidade e angústia, como lembrar por exemplo que toda tragédia tem sua origem fundamental no fato de vivermos em um mundo marcado pelo pecado em toda a sua crueza. Isso é fato.

Ao olhar agora para o Haiti, muitos irão chorar, lamentar e questionar: por que algo assim acontece? Mas o que temos feito ao longo de tantos anos para tentar frear a tragédia social estabelecida onde crianças, adultos e velhos chegam a comer biscoitos feitos de barro? Talvez agora com esta nova tragédia o mundo acorde e veja que existe um pais morrendo no caos da miséria e da injustiça e que precisa ser reconstruído em todos os seus aspectos.Talvez agora com a morte de milhares de uma só vez haja um freio para a morte agonizante de milhões ao longo dos anos. Fatos que poderiam ser evitados se os pecados da ganância, da insensibilidade e do desamor não estivessem estabelecidos e cauterizados em tantas almas. Não é esta uma tragédia silenciosa talvez maior do que este terremoto?

Outro aspecto que vale pensar nesse momento é que não temos como pensar em todas as implicações daquilo que poderá brotar a partir dessa tragédia. Os pensamentos de Deus estão muito acima dos nossos. Podemos especular e refletir, mas a definição dos fatos vem de Deus; e só o tempo; e no tempo de Deus se Ele assim o desejar; poderá nos revelar o que será gerado a partir da dor e do sofrimento de tantos de uma só vez, tendo em vista que dor e sofrimento já marcavam a vida daquele povo que aos olhos de muitos no mundo inteiro passavam ignorados completamente. Agora de um jeito ou de outro o Haiti será conhecido.

De fato na vida existem mistérios maiores do que podemos pensar, mas esses mistérios são mistérios em nossa perspectiva humana limitada, mas não para Deus, Deus nunca será pego de surpresa, pois Ele é Senhor da luz e das trevas, para Ele tudo está claro e seus planos estão coordenados e soberanamente definidos.

Os mistérios de Deus somente a Ele pertencem até que Ele nos revele quando assim o quiser, se assim o quiser. Enquanto isso nos cabe viver em completa dependência do Senhor e firmados em sua palavra: consolar os sofredores, trabalhar pela justiça, amar o próximo, ser voz dos mais fracos, proclamar a salvação em Cristo pela fé somente , viver uma vida que honre a Deus, e silenciar em temor e tremor diante de um Deus santo, justo, compassivo, sábio, amoroso e soberano em todas as suas obras. Aguardando o dia glorioso quando o Cristo glorioso será tudo em todos na restauração de todas as coisas e toda dor, sofrimento e injustiça estarão no tempo passado eternamente.

Pr Ednilson C. de Abreu

ednilsonpr@hotmail.com