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John Piper – Não desperdiçe seu púlpito

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JOSUÉ – uma referencia em liderança

De Êxodo 3 a Deuteronômio 34, a Bíblia concentra sua atenção no ministério de Moisés, o servo escolhido por Deus para liderar o povo de sua nação, Israel. No entanto, Moisés faleceu e, apesar de não ter sido esquecido (seu nome aparece mais de cinqüenta vezes no livro de Josué), um novo servo do Senhor (Js 24.29) passou ocupar seu lugar. Deus sepulta seus obreiros, mas sua obra continua.

Veremos a seguir, qual foi o caminho trilhado por Josué até chegar à liderança do povo de Israel.


Josué, o escravo

Deus passou vários anos preparando Josué para seu chamado. Ele nasceu na escravidão no Egito e recebeu o nome de Oséias (Nm 13.8), que significa “salvação”. Mais tarde, Moisés mudou esse nome para Josué (Nm 13.16), “Iavé é salvação”, a forma hebraica do nome de Jesus (Mt 1.21). Josué era da tribo de Efraim e o filho primogênito de Num (1 Cr. 7.20-27), isso significa que sua vida corria perigo na noite de Páscoa, mas ele confiou no Senhor e foi protegido pelo sangue do cordeiro.

Enquanto estava no Egito, Josué viu os sinais e prodígios que Deus realizou (Ex 7-12) e soube que o Eterno era Deus de poder que cuidaria de seu povo. Josué viu o Senhor abrir o “Yam Suf” (Mar dos juncos) e, em seguida, fechar as águas e afogar o exército egípcio que estava no encalço dos hebreus (Ex 14 – 15).

Josué, o soldado.

O primeiro ato oficial de Josué registrado nas Escrituras é a derrota dos amalequitas, quando estes atacaram Israel cerca de dois meses depois do êxodo de Israel do Egito (Ex 17.8-16). Moisés era profeta e legislador, mas Josué era um general com aptidões militares extraordinárias. Era também homem de grande coragem, que não tinha medo de confrontar o inimigo, confiando que o Senhor lhe daria a vitória.

Onde Josué aprendeu usar a espada e a comandar um exército? Sem dúvida, havia recebido dons especiais da parte de Deus, mas até mesmo os dons celestiais precisam ser descobertos de desenvolvidos num contexto aqui na terra. Teria Josué participado, de alguma forma, do exército egípcio e recebido ali seus primeiros treinamentos? Apesar de as Escrituras não dizerem coisa alguma a respeito e de não
podermos ser dogmáticos, essa é uma possibilidade.

Apesar de Josué não saber disso, a batalha de Amaleque foi um tempo de prova durante o qual Deus examinou sua fé e coragem. “Faça de toda ocasião uma grande ocasião, pois você nunca sabe quando alguém pode estar medindo você para algo maior” (Mardsen).

Josué, o servo

Em Ex. 24.13, Josué é chamado de servo de Moisés (“servidor”), o que indica que, a essa altura, Josué era um assistente oficial do líder de Israel. Acompanhou Moisés ao monte e na ocasião em que Moisés julgou o povo por ter confeccionado o bezerro de ouro (Ex 32.17). Não bastava Josué ser bom guerreiro; também era preciso que conhecesse o Deus de Israel e as santas leis dadas por Deus a seu povo para que obedecesse. Veremos que o segredo das vitórias de Josué não foi sua destreza com a espada, mas sua submissão à Palavra de Deus (Js. 1.8) e ao Deus da Palavra (Js. 5.13-15)

Durante a jornada de Israel pelo deserto, Moisés tinha uma tenda especial, armada do lado de fora do acampamento, onde podia se encontrar com Deus (Ex. 33.7-11). Era responsabilidade de Josué ficar à porta dessa tenda e guardá-la. Josué não era apenas um guerreiro, mas também um adorador, e sabia viver na presença de Deus.

O zelo de Josué não se limitava à glória de Deus, estendendo-se ainda à honra e à autoridade de Moisés. Tratava-se de uma boa característica para um servo, evidenciada quando Deus enviou seu Espírito sobre os setentas anciãos que Moisés havia escolhido para auxiliá-lo em seu trabalho (Nm. 11.16-30).

Josué, o espia

Quando Israel chegou a Cades Barnéia, na fronteira com a Terra prometida, Deus ordenou a Moisés que escolhesse doze homens – dentre eles Josué – para espiar a terra de Canaã (Nm 13). Depois de 40 dias investigando a terra, os espias voltaram e relataram a Moisés que, de fato, a terra era boa. No entanto, dez desses espias desanimaram o povo, dizendo que Israel não forte o suficiente para vencer o inimigo, enquanto dois espias – Calebe e Josué – incentivaram o povo a confiar em Deus e a entrar na terra.

Essa crise revelou algumas excelentes qualidades de liderança em Josué. Não era cego para a realidade da situação, mas não permitiu que os problemas e dificuldades tirassem dele sua fé em Deus. Os dez espias olharam para Deus através das dificuldades, enquanto Josué e Calebe olharam para as dificuldades através daquilo que sabiam sobre Deus. O Deus deles era grande e suficiente para as batalhas que Israel enfrentaria adiante!

Josué, o sucessor

Ao longo daquela jornada pelo deserto, Deus estava preparando Josué para seu ministério como sucessor de Moisés. Quando Israel derrotou Ogue, rei de Basã, Moisés usou essa vitória para encorajar Josué e não temer os inimigos (Dt. 3.21-28; Nm 21.33-35). Quando Moisés estava se preparando para morrer, pediu a Deus que desse um líder ao povo, e Deus nomeou Josué (Nm 27.12,13; Dt 3.23-29). Em sua última mensagem a Israel, Moisés disse ao povo que Deus usaria Josué para derrotar seus inimigos e ajudá-los a apropriar-se da herança. Moisés impôs as mãos sobre seu sucessor, e Deus deu a Josué o poder espiritual necessário para realizar seu trabalho (Dt 34.9).

Assim como Moisés, Josué era humano e cometeu erros, mas continuou sendo o líder escolhido e ungido de Deus, e o povo sabia disso. Foi por esse motivo que os israelitas disseram a Josué: “Como em tudo obedecemos a Moisés, assim obedeceremos a ti” (Js 1.17). O povo de Deus hoje precisa reconhecer os líderes de Deus e dar-lhes respeito que lhes é devido como servos do Senhor (1 Ts. 5.12,13).

Concluo dizendo que não devemos “pular” ou “queimar” as etapas. Há pessoas que acabam de se converterem e logo, logo são levadas ao ministério. Olhemos o exemplo de Josué e, assim, nossa trajetória será marcada pela benção de Deus.

Pr Marcelo de Oliveira

Bibliografia: Wiersbe, Warren. Comentário Expositivo. Geográfica Editora.


NOVO LIVRO!

Shalom!

Prezados irmãos[as], amigos e pastores!

Meu novo livro: Mensagens que Transformam, já está disponível para o envio. São 20 exposições bíblicas, com vasta cultura, emprego das línguas originais, profundidade teológica e, o mais importante, com a simplicidade que é o Evangelho de Jesus.

Por bondade do Eterno, o prefácio do livro foi feito pelo ilustre Rev. Hernandes Dias Lopes, da IPB de Vitória, autor de mais de 70 livros, que atualmente tem o Programa Verdade e Vida na REDE TV aos sábados pela manhã.

Alguns temas abordados neste livro:

– Páscoa – A festa da liberdade
– Melquisedeque – Hebreus 7
– Tetelestai – Jo 19.30
– O altar em ruínas – I Rs 18.30
– O trono de Deus – Ap. 4

Além de 3 estudos inéditos no livro dos Salmos.

Para maiores informações, entre em contato:

evmarcello.olliver@gmail.com

Se você já adquiriu este livro e foi abençoado, deixe seus comentários!

Com gratidão, Pr Marcello Oliveira

O Joio


O que é o joio?

O joio é “uma erva daninha que nasce nas plantações de grãos, parecida com o trigo”[1]. É conhecido também como cizânia e trigo bastardo. Até que sua espiga esteja madura, é quase impossível distingui-lo do trigo verdadeiro, mesmo sob o escrutínio mais severo.[2]

Abaixo do solo, a raiz do joio é mais ampla e profunda e se entrelaça na do trigo. O sistema de raízes do joio é bem mais desenvolvido que o do trigo.[3] Arrancar o joio é arriscar tirar o trigo junto e com ele um grande torrão de terra. A raiz do trigo é curta e se desprende facilmente do solo. Em sentido figurado, pode-se dizer que o joio é apegado às coisas deste mundo, apesar de externamente ser parecido com o trigo. Entretanto, acima do solo, quando trigo e joio começam a espigar, é possível distinguir facilmente um do outro – “pelos seus frutos os conhecereis” (Mt 7.20).
O “fruto” do joio é impróprio para o consumo humano, porém, “é freqüentemente lançado às galinhas como ração”.[4]
Espiritualmente, o joio são os filhos do maligno.
Onde está o joio?
Jesus disse que “o campo é o mundo”, no qual se encontram “a boa semente” e “o joio”. Os “filhos do reino” e os “filhos do maligno” (Mt 13.38). Alguns comentaristas entendem que a expressão “o campo é o mundo” de Mateus 13.38 não inclui a igreja. Segundo H. N. Ridderbos, “a referência é à mescla no mundo, não na igreja”.[5] Conquanto é correto afirmar que “a igreja” não é “o reino dos céus”, é evidente que ela faz parte dele.[6] Os argumentos de William Hendriksen, de que a igreja visível está definitivamente compreendida na parábola do joio do campo, são dignos de consideração:
a. Se “trigo” refere-se às pessoas em cujos corações a boa semente está produzindo fruto, isto é, em geral, à soma total dos crentes, e o “joio” é semeado entre o trigo, não paralelamente a ele nem em um campo vizinho, então, não é natural pensar na mescla de membros verdadeiros e falsos na igreja visível?
b. É nos dito claramente que no final da era o Filho do homem recolherá “de seu reino” tudo o que é ofensivo e perpetra iniqüidade. A parábola não diz que serão arrancados “da terra”, mas “de seu reino”. Como podem ser “recolhidos de” se previamente não estavam dentro, neste caso, dentro da igreja visível?[7]
Pode o joio virar trigo?
Nunca, jamais! Do mesmo modo que é contrário à lei da natureza física o joio virar trigo, o princípio também se aplica na lei espiritual. No mundo espiritual, o joio é uma classe de pessoas que não encontrará guarida no coração de Deus. A parábola do joio do campo (Mt 13.36) revela uma perspectiva escatológica. Na consumação do século, “Mandará o Filho do homem os seus anjos, que ajuntarão do seu reino todos os escândalos e os que praticam a iniqüidade e os lançarão na fornalha acesa; ali haverá choro e ranger de dentes” (Mt 13.41,42). “O joio são os filhos do maligno” (Mt 13.38). Os falsos discípulos do reino. Eles têm “cara de santo”, parecem crentes, mas são filhos do maligno, praticantes da iniqüidade (cf. Mt 7.21-23). Definitivamente eles não pertencem ao Senhor (cf. 2Tm 2.19).
É certo que os filhos do maligno sofrerão o castigo eterno por praticarem a iniqüidade. No entanto, nem todo iníquo será, evidentemente, condenado, porque para muitos deles haverá lugar de arrependimento para a vida eterna. E embora muitas vezes possam parecer com o joio, eles não são joio. Pertencem aos eleitos de Deus que um dia serão salvos, ou seja, serão transformados em trigo, na “boa semente” que “são os filhos do reino” (Mt 13.38); em justos que “resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai”, conforme disse Jesus (Mt 13.43).
Concluindo:
Alguns comentaristas acham que a resposta negativa à pergunta “Queres que vamos e arranquemos o Joio?” significa que Jesus está dizendo que devemos ter paciência com o joio que pulula as igrejas e esperança de que um dia o joio se converta em trigo. No meu entendimento, essa interpretação não é correta, conforme já mencionei anteriormente. A ordem de não arrancar o joio é para preservar o trigo; para não se cometer injustiça com os justos (Mt 13.29). “Com o pretexto de manter a pureza da igreja, crentes zelosos têm causado dano incalculável, julgando e afastando outros cristãos da igreja”.[8] Contudo, é importante observar que o ensino bíblico acerca da disciplina eclesiástica de forma alguma se anula aqui.
Conforme observa corretamente John MacArthur, “esta parábola não está dizendo que devemos estar despreocupados com as diferenças entre o trigo e o joio até o juízo final. Ela não nos estimula a aceitarmos joio como se fosse trigo. Não sanciona a indiferença para com os pecados dos perdidos. E nem sugere que nos esqueçamos de que há pragas no campo, e que nos tornemos desatentos para o perigo que representam. Simplesmente nos diz que devemos deixar o juízo final e a questão da retribuição nas mãos do Senhor e dos seus anjos”.[9]
MacArthur, p. 153.
Rev. Josivaldo de França Pereira
Pastor da I. Presbiteriana do Brasil. Bacharel em Teologia pelo STP – SP e Doutorando em Ministério pelo Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper – SP.
Notas:
[1] Citado por Simon Kistemaker, As parábolas de Jesus. São Paulo: CEP, 1992, p. 58.
[2] Cf. John F. MacArthur, Jr., O evangelho segundo Jesus. São José dos Campos: Editora Fiel, 1991, p. 149.
[3] Kistemaker, p. 68.
[4] Cf. J. D. Douglas, Joio. In: Novo Dicionário da Bíblia. Vol. II. São Paulo: Vida Nova, 1986, p. 855.
[5] Citado por William Hendriksen, El evangelio según San Mateo. Grand Rapids: SLC, 1986, p. 600, nota 544. Uma posição semelhante ao de Ridderbos é defendida por John MacArthur, op. cit., p. 150.
[6] Cf. L. Berkhof, Teologia Sistemática. Grand Rapids: TELL, 1987, p. 680.
[7] Hendriksen, p. 600.
[8] Kistemaker, p. 63.
[9] MacArthur, p. 153

A Porta Formosa do Templo

Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas (Hb 1.3)


Tendo sido estabelecida a glória do Filho de Deus em suas relações cósmicas, o escritor da epístola passa agora a apresentar a glória do Filho em suas relações pessoais com o Pai. Demonstra ser Ele (o Filho), a um tempo, o Verbo de Deus que revela e capacita. Tendo Deus falado conosco por intermédio de seu Verbo como Filho encarnado, esta Palavra se torna a porta de entrada do templo de comunhão e amizade com o Senhor. Por isso, o Filho é descrito sob figura da Porta Formosa do templo.

O historiador Flávio Josefo nos conta:

“O templo tinha nove portas, que eram revestidas de ouro e prata em todos os lados, mas havia uma porta, que estava fora da casa santa e era de bronze de Corinto e muito excedia aquelas que eram apenas revestidas de ouro e prata. A magnitude das outras portas era igual em todas. Contudo, a porta de Corinto, que abria para o Oriente, em oposição À porta da própria casa santa, era muito maior, pois sua altura era 50 côvados, isto é, cerca de 25 metros, e era adornada da maneira mais rica, tendo placas mais ricas e mais grossas de prata e ouro que as outras. Esta última é, provavelmente, a porta chamada Formosa, porque era no exterior do templo, para a qual havia fácil acesso e visto que era, evidentemente, a de maior valor”

Por esse comentário, podemos concluir que o resplendor da glória de Deus, Cristo, é simbolizado pelo bronze polido, que “muito excedia aquelas que eram apenas revestidas de ouro e prata”, e a expressão exata do seu Ser (Hb 1.3b), pelo material da porta, que aponta para o seu rico e sólido fundamento, pois a palavra grega “hypostasis” significa originalmente o alicerce, o substrato, que veio a ser interpretado como firmeza, propósito, resolução ou determinação. Assim, a expressão: “sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder” é uma alusão clara aos batentes que sustentavam a coroa da estrutura.

A luz gloriosa que brilhava na porta deveria revelar imediatamente as trevas do mundo no pecado e o ato supremo de redenção pelo qual Cristo nos purificou das nossas iniqüidades e voltou para Sua exaltada função intercessória à direita da Majestade, nas alturas.

Pr Marcelo de Oliveira

Bibliografia: Wiersbe, Warren. Comentário Expositivo. Geográfica Editora 2006

Wiley, Orton H. A excelência da Nova Aliança. Editora Central Gospel

As credenciais de João Batista

Malaquias foi o último profeta do Antigo Testamento. A geração apóstata do período pós-exílico questionava a promessa da vinda do Messias. Malaquias diz que o Eterno vai enviar seu mensageiro, mas quando ele vier, trará juízo para os impenitentes. Essa profecia foi anunciada 400 a.C (Ml 3.1). As palavrasmensageiro” e voz” referem-se a João Batista, o profeta que Deus enviou para preparar o caminho para o seu Filho.

Veremos a seguir, quais as credenciais deste homem de Deus:

Primeiro, ele vai adiante do Senhor, abrindo o caminho (Mc 1.2).

Como um emissário do rei, ele vai removendo o lixo e os obstáculos do caminho, tapando os buracos da estrada para a chegada do Rei. O erudito Warren Wiersbe diz que nos tempos antigos, antes de um rei visitar qualquer parte do seu reino, um mensageiro era enviado para preparar o caminho. Isso incluía a reparação de estradas e a preparação do povo.

João Batista preparou o caminho do Senhor ao conclamar a nação ao arrependimento. Sua tarefa era preparar o coração das pessoas para receber o Messias. Ele claramente exaltou a Jesus e não a si mesmo (Mc 1.7; Jo 3.25-30). Ele reconheceu a superioridade de Cristo quanto à sua pessoa e quanto à sua missão.

Onde está a mensagem do arrependimento em nossas igrejas? Onde estão os arautos que irão endireitar o caminho para a chegada do Messias?

Segundo, ele é a voz que clama do deserto (Mc 1.3).

João Batista, embora da classe sacerdotal, foi chamado por Deus para ser profeta. Ele não prega no templo nem nas praças da cidade santa para a elite judaica. Ele prega no deserto da Judéia, nas terras ruins e onduladas localizadas entre as montanhas e o Mar Morto. Ele não é um eco, é uma voz. Ele é boca de Deus. E você leitor [a] é um eco, ou uma voz ? Será que a Palavra de Deus é verdade em sua boca (1 Rs 17.24)? Temos visto nestes últimos dias verdadeiros clones de pregadores e cantores!

João Batista escolheu pregar no deserto por quatro razões: distanciar-se de qualquer distração, chamar a atenção do povo, romper com a hipocrisia dos líderes religiosos que preferiam o conforto e o “glamour” do templo e cumprir a profecia de Isaías.

Terceiro, ele prepara o caminho do Senhor (Mc 1.3)

O trabalho de João Batista era preparar o caminho para Jesus. O verbo preparar está no imperativo, representando que João está falando como um general aos seus comandados. Nesta preparação, João Batista fez quatro coisas importantes:

a) Ele aterra os vales. Um vale é uma depressão que separa dois montes. João Batista veio para unir o que estava separado. Ele veio para converter o coração dos pais aos filhos e o coração dos filhos aos pais.

b) Ele nivela os montes. Os montes falam da soberba e incredulidade. Esses montes são obstáculos no caminho. Eles precisam ser removidos pelo arado da Palavra de Deus.

c) Ele endireita os caminhos tortos. O caminho torto fala da vida dupla, de ausência de integridade. Deus não se contenta com a aparência, com uma máscara. João Batista veio chamar a nação a uma volta sincera para Deus, mais do que uma simplesmente uma expressão vazia da religião.

d) Ele aplaina os caminhos escabrosos. Escabroso é tudo aquilo que está fora do lugar. João Batista veio para colocar as coisas certas e exortar as pessoas a acertarem suas vidas com Deus.

Concluindo este artigo, o ministério de João Batista impactou a vida das pessoas. O evangelista Marcos registra este fato (Mc 1.5). A mensagem de João trouxe um profundo despertamento em toda a nação judaica.

Depois de 400 anos de silêncio profético, a mensagem de João despertou a nação de sua sonolência espiritual e trouxe uma poderosa movimentação das multidões em toda a Palestina. Ele não tinha títulos, diplomas ou quaisquer outros atrativos aplaudidos pelo mundo, mas tinha o poder de Deus e a unção do Espírito (coisa rara em nossos dias). Apesar de sua inigualável popularidade, a ponto de atrair para o deserto toda nação, parece-nos que poucas pessoas foram realmente convertidas. Devemos tomar muito cuidado de sermos iludidos pela popularidade e, confundirmos multidão congregada na igreja com genuína conversão.

Minha oração é que Deus levante verdadeiros profetas como João Batista, com uma mensagem impactante, cheia do Espírito, e que promova verdadeiro arrependimento e mudança de vidas em famílias, igrejas e até mesmo em nossa nação. Amém!

Pr Marcelo de Oliveira

Bibliografia: Wiersbe, Warren. Comentário Expositivo. Geográfica Editora 2006
Lopes, Hernandes Dias. Marcos. Ed. Hagnos 2006< br />Hendriksen, William. Marcos. Ed. PES – 2003

Liderança: uma necessidade de confirmação

Há muitos líderes que deveriam estar em outra posição, menos na liderança. Os líderes não são apenas escolhidos por homens, mas pela vontade soberana de Deus. Temos visto em muitas igrejas, líderes que não possuem nenhuma capacidade para liderar pessoas. Alcançaram a liderança por seu alto dízimo, ou pela morte do pai, ou por alguma influente família que há na igreja. É a vontade de Deus, e não a nossa, que deve ser feita assim na terra como no céu.

O ilustre escritor Michael Yossef, em seu livro O estilo de liderança de Jesus, escreve sobre a necessidade do líder ser confirmado antes de exercer a sua liderança. Para fundamentar sua tese, cita o clássico exemplo da liderança de Jesus. O evangelho de João mostra que Jesus estava sempre dando provas daquilo que afirmava acerca de Si mesmo.

Aplicaremos esse principio à liderança espiritual na igreja, observando o nosso maior exemplo, a liderança de Jesus.

1) O testemunho de João Batista (Jo 1.29) João Batista foi o precursor de Jesus. Ele viu o Espírito Santo descer sobre Ele no Jordão. Vendo que Jesus se aproximava, disse: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo! É este a favor de quem eu disse: após mim vem um varão que tem a primazia, porque já existia antes de mim” (Jo 1.29,30). João compreendia claramente sua missão e não quis ir além daquilo que lhe foi designado. Logo que Jesus se manifestou, João saiu de cena. Ele disse, com absoluta certeza: “Convém que Ele cresça e que eu diminua” (Jo 3.30). O papel de João foi como o de uma telefonista: logo que introduz a pessoa com quem precisamos falar, sai de cena.

2) O testemunho do Espírito (Jo 1.32,34) O Espírito Santo abençoou Jesus na ocasião do seu batismo, quando desceu sobre Ele. E o Espírito permaneceu Nele (Jo 1.32-34). A presença do Espírito Santo deu a Jesus autoridade para falar e realizar milagres (Lc 4.36). Jesus não abriu mão do poder do Espírito Santo em sua vida e ministério. O Espírito desceu sobre Ele no batismo (Lc 3.21,22). Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi guiado pelo mesmo Espírito, no deserto, durante quarenta dias, sendo tentado pelo diabo (Lc 4.1,2). Jesus, no poder do Espírito, regressou para a Galiléia (Lc 4.14). Ele entrou na sinagoga de Nazaré, tomou o rolo do livro de Isaías em suas mãos e leu: “O Espírito do Senhor está sobre mim….” (Lc 4.18). A Bíblia é clara quando diz: “Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder….” (At 10.38).

3) O testemunho do Pai (Jo 5.37) – O próprio Pai que enviou a Jesus é quem deu testemunho a seu respeito: “O Pai que me enviou, esse mesmo é que tem dado testemunho de mim” (Jo 5.37). No Jordão, quando Jesus foi batizado, de forma pública o Pai deu testemunho acerca Dele. O evangelista Mateus registra as palavras do Pai: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mt 3.17). No monte da transfiguração, o Pai demonstra a singularidade do seu Filho e sua supremacia sobre Moisés e Elias, dizendo: “…. este é o meu Filho, o meu eleito; a ele ouvi” (Lc 9.35).

4) O testemunho das Escrituras (Jo 5.39) – O Antigo Testamento confirma o ministério de Jesus. Os patriarcas falaram Dele. Os profetas apontaram para Ele. Seu nascimento, seu ministério, sua morte e sua ressurreição foram profetizados. Jesus mesmo disse: “Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim” (Jo 5.39). Jesus é o centro das Escrituras. O A.T o profetizou; o N.T falou de sua vida, de seu ministério, de sua morte e de sua ressurreição. A Bíblia começa com a promessa de sua vinda (Gn 3.15) e termina com a promessa de sua volta gloriosa, sua vitória triunfante e seu reino eterno (Ap 19.11-21).

5) O testemunho dos discípulos (Jo 6.68) – Os discípulos acompanharam Jesus, ouviram seus ensinamentos, viram seus milagres, creram Nele, foram transformados por Ele. A seu respeito, disse Pedro: “…. Tu tens as palavras da vida eterna” (Jo 6.68). Pedro também disse: “…Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mt 16.16). Os líderes de hoje, certamente, não lideram com as mesmas qualificações singulares de Jesus. Mas o principio permanece: a chamada para a liderança precisa ser confirmada. Um líder é vocacionado por Deus, escolhido pelo povo de Deus e deve ser um referencial para os que estão de fora.

O apostolo Paulo instruindo a Timóteo sobre a ordenação dos oficiais da igreja, disse: “É necessário que ele tenha bom testemunho dos de fora, a fim de não cair no opróbrio e no laço do diabo” (1 Tm 3.7).

Que analisemos nossas vidas e, principalmente nossas lideranças, se estas passam no crivo da Palavra de Deus. Nossa liderança foi confirmada por Deus, pela sua Palavra, pelo Espírito e pelos nossos irmãos? É tempo de revermos nossas lideranças e ver se estamos verdadeiramente fazendo o que Deus nos mandou, ou se estamos “trocando os pés pelas mãos” e assim, tomando o lugar que é do próximo.

Em oração, Pr Marcelo de Oliveira

Bibliografia: Wiersbe, Warren. Comentário Expositivo. Geográfica Editora 2006.

Lopes, Hernandes Dias. Mensagens Selecionadas. Ed. Hagnos 2007.

Os 4 Cânticos do Servo

Na segunda parte do livro de Isaías encontramos quatro cânticos conhecidos como Cânticos do Servo. Os estudiosos “debatem” sobre a identidade desse servo. Alguns consideram que seria alguém como Isaías ou Jeremias, enquanto para outros seria o retrato coletivo de Israel ou dos remanescentes piedosos dentro de Israel.

Todavia, para uma boa exegese do texto se faz necessário entendermos a Bíblia em sua totalidade (A.T e N.T). O N.T entende que o Cântico do Servo se cumpriu em Jesus. Em seus primeiros sermões, registrados no livro de Atos, Pedro se refere a Jesus como “servo” por quatro vezes. O apóstolo Paulo escreveu que Ele “tomou a forma de servo” (Fp 2.7). Há ainda muitas citações e referências nos capítulos 42 a 53 de Isaías e no ensino do próprio Jesus.

Os quatro Cânticos do Servo oferecem diferentes imagens do servo do Senhor, como veremos a seguir:

No primeiro (Is. 42.1-40) o servo é retratado como um mestre, ensinando com mansidão, dotado do Espírito e alcançando os povos.

No segundo (Is. 49.1-6) o servo é retratado como um evangelista. A ênfase agora está nas nações distantes. “Para você é coisa pequena demais”, disse Deus ao seu servo, “restaurar as tribos de Jacó e trazer de volta aqueles de Israel que eu guardei”; o Senhor também faz de seu servo “uma luz para os gentios” para levar a sua salvação “até os confins da terra” (vs. 6). Paulo usou este versículo para justificar sua corajosa decisão de evangelizar os gentios (At. 13.46-47).

No terceiro, o servo é retratado como um discípulo (Is. 50.4-9), pois é evidente que não se pode ensinar sem primeiro ouvir e aprender. É por esta razão que Iavé desperta o ouvido de seu servo “manhã após manhã” (vs. 4). Ele primeiro precisa abrir seu ouvido, antes de abrir a boca, mesmo que Ele aprende ou ensina seja impopular ou provoque perseguição. E o nobre leitor [a] ama o aprendizado, a sabedoria? Ou você somente quer falar, e nunca sentar para ouvir? Spurgeon disse: “Aquele que cessa de aprender tem deixado de ensinar”.

Por fim, o servo é retratado como o Salvador sofredor (Is. 52.13; 53.12), aquele que (falando profeticamente) foi ferido pelas nossas iniqüidades e carregou em seu corpo os nossos pecados. É extraordinário como 8 versículos específicos de Isaías 53 são citados pelos autores do N.T, em alguns casos várias vezes. Não é de admirar que quando o etíope perguntou a Felipe a quem se referia Isaías 53.7-8, ele “começando com aquela passagem da Escritura, anunciou-lhes as boas novas de Jesus” (At. 8.35) Amém!

Pr Marcelo de Oliveira

Bibliografia: Stott, John. A Bíblia Toda, Ano Todo. Ed. Ultimato

As duas águias e os três ramos – Ez 17

Depois das figuras de uma videira (Ez 15) e de um casamento (Ez 16), o profeta Ezequiel passou a falar de uma grande árvore, duas águias e três ramos. Esse texto é chamado de “parábola” ou “enigma”, o que significa que se trata de uma história com um significado mais profundo, uma alegoria na qual os diversos objetos apresentados referem-se a pessoas e suas ações.

O povo judeu gostava de discutir ditados sábios dos antigos e estava sempre procurando descobrir significados mais profundos (Sl. 78.1-3). Com isso Ezequiel esperava que essa alegoria despertasse seus ouvintes e lhes desse algo para pensar.

A alegoria fala de três reis (“ramos”), pois o cedro representa a dinastia real de Davi. A dinastia de Davi era extremamente importante, pois Deus havia prometido que por meio dela enviaria um Salvador para seu povo e para o mundo (2 Sm 7.16; Lc. 1.32,33). Naquela época, Judá era um reino vassalo da Babilônia, e o rei Nabucodonosor era seu governante. Ele é a primeira “grande águia” (Ez 17.3). A segunda águia (Ez 17.7) é o rei do Egito, provavelmente o Faraó Hofra, que ajudou Judá em sua primeira luta contra os babilônicos (Ez. 17.17).

Consideremos agora os três reis representados pelos três ramos:

O rei Joaquim (vv. 3,4,11,12) –

Quando o rei Nabucodonosor atacou Judá em 597 a.C, depôs o rei Joaquim e levou-o para a Babilônia juntamente com sua família e seus acessores. Também tomou os tesouros do templo e deportou dez mil oficiais, artesãos e soldados (2 Rs 24.8-17). Isso cumpriu a profecia que Isaías havia dado ao rei Ezequias depois que o rei mostrara suas riquezas aos visitantes babilônicos (2 Rs 20.17; Is 39)

Joaquim era o ramo mais alto da árvore genealógica de Davi e foi “plantado” na Babilônia depois de reinar apenas três meses e dez dias (2 Cr 36.9). Em Ezequiel 19.5-9, Joaquim é comparado a um leão que seria pego e levado para a Babilônia . Durante os três meses e dez dias que ocupou o trono, em vez de conduzir o povo de volta à fé em Deus, Joaquim fez o que era mau aos olhos do Senhor e morreu na Babilônia.


O rei Zedequias (vv. 5-10, 13-21) –

Tendo deposto Joaquim, Nabucodonosor escolheu o tio de Joaquim, Matanias, como novo rei e chamou-o de Zedequias. Ele era o filho caçula do piedoso rei Josias, e Nabucodonosor “plantou-o em Judá, onde ele “cresceu” durante onze anos. Contudo, em vez de produzir uma árvore, o rei Zedequias produziu uma humilde videira.

Nabucodonosor usou de bondade para com Zedequias, e o rei fez um juramento de lhe obedecer e servir. Se tivesse sido fiel a esse tratado, Zedequias teria salvado a cidade e o templo. Contudo, escolheu romper a aliança e pedir socorro ao Egito. A segunda águia representa Faraó, que tentou salvar o rei de Judá, mas falhou. Como resultado dessa decisão insensata de Zedequias, a videira foi arrancada e secou, esse foi o fim do reino de Judá.

Contudo, Ezequiel deixou claro que Zedequias não havia transgredido apenas a aliança com Nabucodonosor, mas também a aliança com Deus, e foi o Senhor quem o castigou por intermédio de Nabucodonosor. Zedequias havia feito seu juramento em nome do Senhor (2 Cr. 36.11-14), portanto era obrigação cumpri-lo. Ao pedir ajuda do Egito, Zedequias desconsiderou as advertências de Jeremias (Jr 38) e também de Isaías, que havia pregado a mesma mensagem quase um século antes (Is 31.1; 36.9).

Messias, o Rei (vv. 22-24) –

Zedequias havia reinado durante onze anos e foi o vigésimo e último rei de Judá. Sua deposição e morte na Babilônia pareciam marcar o fim da linhagem davídica e, portanto, o fracasso da aliança de Deus com o rei Davi, mas não foi isso que aconteceu. O profeta Oséias predisse que os filhos de Israel ficariam “sem rei, sem príncipe” (Os. 3.4), mas que a linhagem messiânica não morreria.

Depois que a Babilônia foi conquistada pelos medos e persas, Ciro permitiu que os judeus voltassem a sua terra, e um dos líderes daqueles que regressaram foi Zorobabel, tataraneto do rei Josias (1 Cr 3.17-19) e antepassado do Senhor Jesus Cristo (Mt 1.11-16; Lc 3.27). Mais uma vez, um remanescente piedoso perm
aneceu fiel ao Senhor, e o Messias prometido nasceu.
O nome “Zorobabel” significa “renovo de Babilônia”, mas ele ajudou a tornar possível o nascimento do “renovo de Davi”, Jesus Cristo, o Salvador do mundo.

Parecia que tudo estava perdido. Joaquim havia sido um ramo cortado do alto cedro e levado para Babilônia, e seus descendentes foram rejeitados (Jr 22.28-30). Zedequias, o ramo “plantado” em Judá, da mesma forma, fracassou. Havia alguma esperança para o povo de Deus? Sim! O Eterno havia prometido tomar um rebento, “a ponta de um cedro” (Ez 17.22), e plantá-lo na terra de Israel, onde cresceria e se tornaria um grande reino. Esse rebento é o Messias, Jesus Cristo, que veio ao mundo do tronco de Jessé, e um dia estabelecerá seu reino glorioso na terra (Is. 11.1-10; Jr 23.5; 33.15-17; Zc 6.12).

O “renovo mais tenro” crescerá e se transformará numa árvore forte e servirá de refúgio (ver Dn 4.17,32-37). Contudo, a fim de que esse “renovo” seja plantado, crie raízes e cresça, será preciso remover as outras árvores (“reinos”). Algumas delas serão cortadas e outras simplesmente secarão. O Messias veio como uma “raiz de uma terra seca” (Is 53.1,2), um rebento insignificante da árvore genealógica de Davi, mas um dia seu reino encherá toda a Terra (Is 11.9). O tenro “renovo” de Davi será o poderoso soberano, o Rei dos Reis e Senhor dos senhores! Amém.


Pr Marcelo de Oliveira

Bibliografia: Wiersbe, Warren. Comentário Expositivo. Geográfica Editora – 2006

Rev David Wilkerson – Uma mensagem Impactante!

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Nele, que tem homens segundo o seu coração

Pr Marcello de Oliveira