Category Archives: Exposição Bíblica

Pr Walter Brunelli lançará Teologia Sistemática Pentecostal

WALTERSHALOM!

É com grande alegria que comunico os nobres leitores deste blog, que meu amigo Pr. Walter Brunelli,  lançará uma Teologia para Pentecostais, (Uma Teologia Sistemática e Expandida).  Uma obra que vem em ótima hora e com grande expectativa. Pr Walter  quebrou um paradigma: ao escrever esta obra, se tornou o primeiro escritor brasileiro a escrever uma Teologia Sistemática para os pentecostais.

Esta obra que por graça do ETERNO tive o privilégio de prestar uma consultoria na língua hebraica (fiquei muito honrado), combinou três palavras que julgo ser muito importante numa obra desta envergadura: profundidade, simplicidade e autoridade. Pr Walter, conseguiu reunir erudição bíblica (exegese e ortodoxia bíblica), simplicidade sem ser simplista (todos poderão se enriquecer)  e autoridade (sua vida autentica suas palavras).

Um livro, e este mais do que um livro, um compêndio de teologia, não pode ser apenas uma peça de erudição bíblica. Deve ser uma extensão da vida do autor.  Eu dou testemunho de sua vida ilibada, seu caráter provado, seu coração pastoral, seu exemplo de pai, marido e homem de Deus.

Minha oração é que haja uma abudante colheita, como fruto desta bendita semeadura.

Parabéns Pr Walter Brunelli!  Parabéns leitores! 

O LANÇAMENTO SERÁ NO DIA 02/04/2016 NO PROGRAMA VITÓRIA EM CRISTO, NA REDE TV ÀS 9H E NA TV BANDEIRANTES ÀS 12H 

À Deus toda glória,

Pr Marcelo de Oliveira

Pregação: Os riscos de se vestir com lençol

Amados, assistam a mensagem que preguei na AD OSASCO – PR JOSÉ AMARO. Seja abençoado e edificado pela mensagem. A mensagem começa a partir de 1h05 do culto.

Debate no VEJAM SÓ: Deus se arrepende, ou não do que faz?

VEJAMSHALOM!

Abaixo o vídeo do debate que participei no excelente programa VEJAM SÓ da RIT TV.  Assista e seja abençoado!

Pérolas da carta de Paulo à Filemon

LIVREA carta de Paulo a Filemon é a mais breve entre as cartas que formam a coletânea paulina e consiste apenas em 335 palavras no grego original. É pequeno no tamanho e profundo em seu conteúdo. O ilustre comentarista bíblico Albert Barnes a chama de uma brilhante e bela gema no tesouro dos livros inspirados.

Ao olharmos para esta carta vemos algumas pérolas que, se não olhadas com profundidade, fogem dos nossos olhos. Senão vejamos:

 

1) Vemos o poder do Evangelho em ação. O evangelho de Cristo é o poder de Deus para salvação de todo o que crê. Ele transforma o rico e o pobre; o escravo e o livre; o patrão e o empregado. Onde o evangelho chega todas as barreiras, preconceitos são rompidos. Ele é capaz de alcançar todos, não fazendo nenhuma distinção de classes sociais.

 

O mundo ergue muralhas entre as pessoas, mas Jesus destrói esses muros. Ele abraçou aqueles que eram escorraçados. Ele acolheu os que eram repudiados. Ele estendeu sua graça aos leprosos, às prostitutas, aos samaritanos e trouxe esperança para os gentios.

 

2) Vemos a igualdade que o Evangelho traz. Na família de Deus o senhor de escravos não é melhor que os escravos. No reino de Deus são todos iguais. Eles são membros da mesma família, são irmãos. Filemon deveria receber Onésimo não mais como um escravo, mas como um irmão amado.

 

Paulo agiu como advogado de Onésimo. Ele confiou que Onésimo voltaria ao seu senhor e se submeteria a ele, sujeitando-se às conseqüências de seus atos. Paulo confiava em Onésimo como um verdadeiro irmão na fé.  O evangelho de Cristo não apenas torna as pessoas iguais, mas também as aproxima! Num tribunal secular Filemon seria colocado de um lado e Onésimo do outro. Porém, o evangelho transforma os corações, as circunstâncias e aproxima aqueles que as leis humanas poderiam separar.

 

3) Vemos a graça que há no Evangelho. O evangelho de Cristo é gracioso. Não há casos irrecuperáveis para Deus. Não há poço tão profundo que o Evangelho não seja mais profundo. A graça é maior que nosso pecado. Onésimo roubou, fugiu, escondeu-se, foi capturado e encarcerado, mas quando pensou que havia chegado o fim da linha, Deus lhe abriu a porta da esperança. Deus ainda continua transformando escravos em livres. Deus ainda continua encontrando os fugitivos para lhes trazer de volta ao lar.

Lutero disse acertadamente que todos nós somos “Onésimos”. Todos nós éramos escravos do pecado. Todos nós estávamos perdidos e fomos achados. Estávamos condenados e fomos libertados. Estávamos mortos e recebemos vida. Nossa salvação não é resultado do nosso mérito, mas pura expressão da graça de Deus. Nada somos, nada temos, nada merecemos. Porém, Deus nos alcançou, nos libertou e nos adotou como seus filhos amados, membros de sua família bendita.

 

Nele, que nos amou com  amor eterno

Pr Marcelo de Oliveira

 

Bibliografia: BARCLAY, William. I y II Timoteo, Tito y Filemon

LOPES, Hernandes Dias. Tito e Filemon. Editora Hagnos

WIERSBE, Warren. Comentário Expositivo. Geográfica Editora

Onesíforo, um bálsamo na vida de Paulo

apostolo PauloPaulo havia exortado Timóteo a guardar o evangelho, pois diante da perseguição, muitos cristãos abandonariam o evangelho. Ao longo de 2º Timóteo, Paulo encoraja Timóteo a não se envergonhar do evangelho nesse tempo de prova e intensa perseguição (cf. 2Tm 1.8,12; 2.3,9; 3.12).

É durante a provação que conhecemos os verdadeiros amigos e os verdadeiros cristãos. Em virtude do incêndio de Roma no ano 64 d.C., e da imputação desse crime bárbaro aos cristãos, e ainda, em virtude da prisão de Paulo, o grande bandeirante do cristianismo e, conseqüentemente do seu iminente martírio, todos os amigos e companheiros de Paulo o abandonaram. Fígelo e Hermogenes talvez tenham sido os líderes dessa deserção. Muitos cristãos da Ásia poderiam ter ido a Roma testemunhar a favor de Paulo, mas não o fizeram. Sentiram vergonha.

Na primeira defesa de Paulo, ninguém se manifestou a seu favor (2 Tm 4.16). Aquele era um tempo difícil e a fé apostólica corria sérios riscos. A ameaça vinha de dois fatores: da perseguição política e da invasão de falsos mestres. Depois do grande despertamento ocorrido em Éfeso (cf. Atos 19), quando as pessoas denunciaram publicamente suas obras e abandonaram a idolatria, rompendo com a feitiçaria, seguiu-se uma grande deserção. Parecia que o evangelho estava à beira da extinção.

No meio dessa debandada geral, aparece Onesíforo, cujo nome significa “portador de préstimos”, ele é como um lírio que floresce no lodo. É um exemplo de lealdade no meio de tanta deserção. O erudito W. Hendriksen diz que: “a beleza de seu caráter e nobreza de suas ações se destacam claramente no obscuro transfundo da triste conduta de todos os que estão na Ásia”.

A fidelidade de Onesíforo constitui num estímulo para Timóteo permanecer firme em seu ministério, sem se envergonhar do evangelho e de seu embaixador em cadeias. Vejamos quatro características desse precioso amigo de Paulo:

 

  1. Onesíforo, um amigo abençoador. […] e tu sabes, melhor do que eu, quantos serviços me prestou ele em Éfeso (1.18b). Durante os três anos que Paulo passou em Éfeso, ele se desdobrou para servir Paulo em diversas circunstâncias e ocasiões, uma vez que ali possuía residência ( 4.19). Ele era um homem prestativo. Estava sempre buscando formas e meios para ajudar Paulo em sua missão de pregar o Evangelho.
  1. Onesíforo, um amigo consolador. “Porque, muitas vezes, me deu ânimo e nunca se envergonhou das minhas algemas” (1.16). Ele não apenas serviu Paulo de forma multiforme em Éfeso, mas também o encorajou muitas vezes, quando o apóstolo estava vivendo os dias cinzentos da prisão, na antessala de seu martírio. Diferentemente de outras pessoas da Ásia, não fugiu de Paulo por causa de sua prisão, mas o incentivou várias vezes a não se envergonhou de sua prisão. O termo grego para ânimo “anepsixen”  significa “refrescar”, e a frase poderia ser traduzida por “envolveu-me em ar fresco”. Onesíforo foi uma espécie de “brisa fresca” para Paulo em seus momentos de provação.

 

3. Onesíforo, um amigo encorajador.  “Antes, tendo ele chegado a Roma, me procurou solicitamente até me encontrar” (1.17). Ele fez uma longa viagem de Éfeso a Roma, num tempo em que os cristãos eram queimados vivos ou decapitados. Desconhecendo o paradeiro de Paulo, ou seja, em que prisão se encontrava, procurou-o perseverantemente até encontrá-lo. Ele poderia ter desistido após várias buscas inglórias. Mas não desistiu até encontrar Paulo, para estar ao seu lado nos momentos mais difíceis da sua vida. Sem dúvidas, Onesíforo foi  um homem de caráter nobre, coração quebrantado e amigo incomparável.

Que as marcas deste personagem esquecido da Bíblia, desperte em nós o desejo de  imitarmos seu exemplo, bem como suas atitudes.

Pr Marcelo de Oliveira

Afinal, quem é o cavaleiro branco de Apocalipse 6?

A adoração descrita em Apocalipse 4 e 5 é um preparativo para a ira descrita em Apocalipse 6 a 19. Pode parecer estranho adoração e julgamento andarem juntos, mas isso se deve ao fato de não entendermos plenamente a santidade de Deus nem, tampouco, a pecaminosidade do homem. Também não se consegue compreender a totalidade do que Deus deseja realizar nem a maneira como as forças do mal se oporem a ele. Deus é longânimo, mas deve julgar o pecado e vindicar seus servos.

 

Os 4 cavaleiros

A imagem dos 4 cavaleiros é extraída de Zacarias 1.7-11 e 6.1-8, em que as 4 carruagens são puxadas por cavalos vermelhos, pretos, brancos e baios (ou cavalos: vermelho, vermelhos, marrons e brancos, em 1.8). Em Zacarias, as carruagens percorrem toda a terra e a encontram “toda tranqüila e em descanso”. Há um contraste deliberado com os cavaleiros, nesse texto, que saem para espalhar guerra e praga sobre a humanidade. Além disso, o simbolismo das cores difere. Em Zacarias, elas simbolizam quatro ventos, ao passo que, em Apocalipse, representam a morte e destruição associadas aos juízos. Alguns estudiosos acrescentam que a imagem também é inspirada em Jeremias 15.2 e Ezequiel 5.12. As três passagens têm os mesmos temas: cativeiro, espada, fome e morte. Esses quatro cavaleiros andam juntos, à medida que a ação passa da ambição pela conquista para a guerra civil e a fome, chegando até a praga e à morte. Nesse sentido, Deus está permitindo que a depravação deles complete o próprio ciclo, mais do que derramando seu juízo sobre a terra.

Após o rompimento do primeiro selo, um dos quatro seres viventes, com uma voz como de trovão, profere a ordem que também determina os eventos decorrentes dos quatro primeiros selos: Erchou, Vem! Ao longo do livro do Apocalipse, os seres viventes lideram a adoração celestial (cf. Ap 4.8,9; 5.8-10; 19.4), fazem parte da comitiva do trono (cf. Ap 4.6; 5.6,11; 7.11; 14.3) e implementam os juízos divinos (cf. Ap 6.1,3,5,6,7; 15.7). Como cada visão dos quatro cavalos é introduzida pelo ser vivente com o número correspondente, sabemos que os juízos vêm do trono de Deus.

Com isto em mente, surge o primeiro cavalo (6.2) de cor branca. Alguns estudiosos (Hodges, Hendriksen e Alford) argumentam que o cavaleiro sobre o cavalo branco é Cristo, visto que ele é descrito em sua parousia como vindo sobre um cavalo branco (Ap 19.11) para destruir seus inimigos (Ap 19.15,16). A imagem da “conquista”, então, descreve o triunfo do evangelho (Mt 24.14). Estes afirmam que o primeiro cavaleiro é distinguido dos outros três como uma figura positiva (“branco”, como a cor da justiça) que “saiu” com uma coroa (soberania) e um arco (evangelho) para conquistar (relacionando com as imagens do “vencedor” no livro de Ap). E, ainda, o segundo é chamado “outro cavalo” e o resumo do Apocalipse 6.8 recapitulam apenas do segundo ao quarto cavalo. Portanto, o melhor paralelo é o retrato de Cristo em 19.11.

Será a tese exposta acima verdadeira? Teria os reformados razões para esta exposição?

Se partirmos de uma hermenêutica contextual do texto, isso não se encaixa no contexto imediato nem na unidade dos quatro cavaleiros, pois o uso de “cavalo branco” nos dois contextos é bem diferente e, aqui, o cavaleiro carrega um arco, ao passo que Cristo carrega uma espada (Ap 19.11,15)

Outro ponto importante: Cristo não precisa de mais uma coroa. Ele já está coroado de honra e glória (Hb 2.7,9). Outrossim, a palavra coroa usada em Apocalipse 6.2, é stephanos, que significa coroa do vencedor. A coroa que Jesus Cristo usa é diadema, “a coroa do rei” (cf. Ap 19.12). O anticristo jamais poderia usar um diadema, pois essa coroa pertence somente ao Rei dos Reis – nosso Senhor Jesus Cristo.

Concluímos que o cavalo branco do Apocalipse se refere, sem dúvida, ao anticristo e não ao Cristo.

 

 

O hino cristológico de 1 Timóteo 3.16

“E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Deus se manifestou em carne, foi justificado no Espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo, recebido acima na glória”. (1 Tm 3.16)

O apóstolo Paulo conclui este capítulo com um hino de exaltação a Jesus. Jesus Cristo é chamado aqui de “o mistério da piedade” porque só podemos conhecê-lo pelo fato de ele ter se revelado, e mesmo assim jamais poderemos conhecê-lo plenamente, pois seu caráter e suas obras transcendem nossa capacidade de compreendê-lo.

Note que o texto não termina com um olhar sobre a Igreja, mas com um hino para Cristo. É em direção deste hino que tudo aponta: a primeira e a última coisa não é a Igreja, mas Cristo; não é o corpo, mas o cabeça.

O erudito William Hendriksen diz que as seis linhas deste hino de adoração de Cristo começam com uma linha sobre seu humilde nascimento e termina com uma referência à sua gloriosa ascensão. Há alguns contrastes a serem observados: a carne débil é contrastada com o espírito poderoso; os anjos celestiais são contrastados com as nações terrenas; e o mundo inferior é contrastado com a glória de cima. Há seis declarações neste hino.

1)    Jesus foi manifestado na carne. O Verbo se fez carne. O Todo Poderoso se fez homem. O transcendente se tornou imanente. O rei dos reis se fez servo. Ele se humilhou. Ele deixou sua glória. Ele habitou entre nós. Paulo se refere aqui à sua perfeita humanidade.

 

2)    Jesus foi justificado em espírito. Embora nem todos os homens tenham reconhecido sua glória, pois Ele foi desprezado pelos homens, Jesus foi plenamente vindicado pelo Espírito. O Espírito Santo foi o agente de sua concepção. Ele foi revestido com o Espírito no seu batismo e, cheio do Espírito, enfrentou vitoriosamente a tentação no deserto. Pelo poder do Espírito Santo, realizou seu ministério e ressuscitou dentre os mortos. Esta frase destaca a perfeição espiritual de Jesus.

 

3)    Jesus foi contemplado por anjos. Os anjos participaram efetivamente da vida e do ministério de Jesus, em seu nascimento, em sua tentação, em sua agonia, em sua ressurreição e em sua ascensão. Os anjos estarão com Ele na sua segunda vinda e rodearão seu trono para glorificá-lo pelos séculos eternos.

 

4)    Jesus foi pregado entre os gentios. Antes de sua ascensão, o Cristo ressurreto deu à Igreja a Grande Comissão (Mt 28.18-20). Aqui está a Grande Demanda (v. 18), a Grande Comissão (v. 19) e a Grande Presença (v. 20). O mesmo Cristo que foi rejeitado e desprezado, agora começa a ser proclamado em todas as nações.

 

5)    Jesus foi crido no mundo. Porque Jesus foi pregado entre os gentios, pessoas de todas as tribos, raças, povos e línguas começaram a adorá-lo como seu Senhor e Salvador, como havia sido previsto (Sl 72.8-11,17; Am 9.11,12, Mq 4.12). Pessoas de todas as nações são transformadas à usa imagem e preparadas para sua obra.

 

6)    Jesus foi recebido na glória. O mesmo Jesus que ouviu gritos ensandecidos da multidão: Crucifica-o, crucifica-o, agora vê os céus abrindo seus portais para recebê-lo. Ao entrar na glória o vitorioso Rei, os céus proclamaram em cânticos de adoração: Digno é o Cordeiro (Ap 5.11,12).

 

A doxologia final de Romanos 16.25-27

O apóstolo Paulo ensaiou encerrar esta carta algumas vezes. Concluiu sua exposição doutrinária com uma sublime doxologia (cf. Rm 11.33-36). Depois invocou a benção três vezes (cf. Rm 15.33; 16.20; 16.24) antes de encerrar com a doxologia final, citada acima. Essa é a mais longa doxologia de Paulo usada em suas cartas. Paulo nos legou outras grandiosas doxologias; contudo, elas não estão escritas na conclusão das epístolas, mas incrustadas no próprio corpo da exposição.

Este é o último parágrafo de Romanos. Conforme o Dicionário Aurélio, doxologia significa: fórmula litúrgica de louvor a Deus; prece ou cântico cuja finalidade é glorificar a Deus. Esta doxologia é um final majestoso para esta carta que trata de temas que, relacionados entre si, apresentam o plano completo de Deus para a salvação da humanidade. Por isso, quando nos aprofundamos no conhecimento deste plano salvífico só podemos exaltar, glorificar e agradecer a Deus por tão grande amor.

Na verdade, toda glória deve ser dada a Deus, pois nele temos a finalidade de todas as coisas. Embora muitos pensadores antigos e muitíssimos atuais não concordem, juntamente com Paulo, nós somos aqueles que entendem e aceitam que Deus e não o homem é o centro do universo. Nós, seres humanos somos seres criados e, assim  totalmente dependentes do Criador. Enquanto isso,  cremos que Deus é o Criador. Ele é auto existente, ele é completo e perfeito em si mesmo. Ele é o Deus que os judeus, juntamente com Paulo (cf. Dt 6.4), e juntamente com os cristãos o reconhecem como Deus único.

Diante deste plano tão gracioso que objetiva a salvação da humanidade, todo cristão deve exaltar continuamente a Deus. Nesta doxologia encontram-se três razões que devem mover o cristão exaltar Deus continuamente.

 

  1. Deus deve ser exaltado pelo seu poder

 

a)    O poder de Deus é capaz de salvar (Rm 1.16)

b)    O poder de Deus é capaz de confirmar (Rm 16.25; 1.11; 1Co 1.8; Cl 2.7)

c)    O poder de Deus é capaz de alicerçar a fé, a confiança (Rm 4.21)

d)    O poder de Deus é capaz de ser conhecido (Rm 9.22)

 

 2.  Deus deve ser exaltado pelo evangelho de Cristo

 

a)    Esse evangelho foi entregue a Paulo (Rm 2.16; Gl 1.8,9,11-12; 2Tm 1.12)

b)    Esse evangelho foi, é, e deve ser proclamado (Rm 1.15; 10.14-15)

c)    Esse evangelho é a revelação do mistério (Ef 3.3-6; 6.19; Cl 1.27; 2.2)

d)    Esse evangelho tem um conteúdo abrangente (Rm 10.11-13)

e)    É para salvação dos judeus (Rm 11.26) e para os gentios (Ef 3.3-6)

 

3.  Deve ser exaltado por ser quem Ele é

 

a)    Deus é poderoso (Rm 4.21; Ef 3.20)

b)    Deus é Eterno (Rm 1.20)

c)    Deus é único (Dt 4.35; 6.4; 32.39)

d)    Deus é sábio (Rm 11.33; 1 Co 1.21,30; Ef 3.10; Cl 2.3)

Quem eram os “magoi” ?


REIS
O historiador grego Heródoto (ap. 480-ap. 425 a.C.) diz que os magos eram uma tribo  de sacerdotes medos, sob os reis aquemênidas (séculos VI-IV a.C.). Diz Heródoto: 

 

“As tribos dos medos são as seguintes: os busos, os paretacenos, os estrúcatos, os arizantos, os búdios e os magos” (História I,101)… 

 

“Astiages relatou a visão que tivera em sonho aos intérpretes magos, e ficou apavorado ao ouvir as suas palavras” (História I,107)… 

 

“Astiages (…) para decidir a sorte de Ciros, mandou chamar os mesmos magos que, como dissemos, tinham interpretado seu sonho; quando eles chegaram Astiages lhes perguntou qual havia sido a sua interpretação da visão. Os magos lhe deram a mesma resposta anterior: disseram que o menino teria fatalmente reinado” (História I, 120)… 

 

“Dizendo essas palavras ele [Astiages] mandou primeiro empalar os magos intérpretes de sonhos, que o haviam convencido a deixar Ciros viver” (História I, 128)… 

 

“Sua maneira de sacrificar aos deuses é a seguinte (…) Depois de a carne ser arrumada dessa maneira um mago se aproxima e canta por cima dela uma teogonia (dizem que esse é o assunto de seu canto); ninguém tem o direito de oferecer um sacrifício sem a presença de um mago” (HERODOTOS, História. Brasília: Editora da UnB, 1985. Sobre os magos, cf. YAMAUCHI, E. M. Persia and the Bible. Grand Rapids, MI: Baker Books, 1996, p. 467-491).

 

O geógrafo grego Estrabão (ap. 64 a.C.-19 d.C.) diz que os magos oferecem libações e sacrifícios diante do altar do fogo: 

 

“Na Capadócia (pois ali a seita dos Magos, que são também chamados Pýraithoi [‘acendedores de fogo’], é grande e neste país há também muitos templos dos deuses persas) o povo…” (STRABO, Geography, Books 15-16. Cambridge, MA: Harvard University Press, 1995. Sobre as libações, cf. Geografia 15.3.14). 

 

O escritor ateniense Xenofonte (ap. 430- ap.355 a.C.), em sua obra Ciropedia 4.5.14, faz a mesma afirmação sobre as libações.

 

Quando Cambises estava no Egito, lutando para conquistá-lo em 525 a.C., um mago chamado Bardiya/Smerdis, fazendo-se passar por irmão de Cambises, tomou o poder na Pérsia, sendo, em seguida, derrotado por Dario I. Na famosa inscrição no rochedo de Behistun, o impostor, também conhecido como Gaumata, é chamado por Dario, em Persa Antigo, de magush. Aliás, palavra de sentido incerto. Sugeriu-se que possa vir do Proto-Indo-Europeu magh- = “ser capaz de”.

 

Os persas usaram derivações da palavra magush como uma palavra para “sacerdote” até o fim da era sassânida, por volta de 650 d.C. Um sacerdote comum era chamado mog e o sacerdote chefe era magupat, “senhor dos magos”. 

 

A relação dos magos com Zaratustra é controvertida, assim como a religião dos magos sob os aquemênidas. É possível que os magos medos tenham sido substituídos por Dario I pelos magos persas – que aceitavam o zoroastrismo – após a revolta de Gaumata. De qualquer maneira, em muitos escritos antigos, os magos aparecem associados ao zoroastrismo e a Zaratustra. Na época helenística os magos aparecem também cada vez mais associados à astrologia. E Zaratustra com eles ([YAMAUCHI, E. M. Persia and the Bible, p. 467-474. “Zoroastro” é apenas outra forma, derivada do grego, para falar do mesmo Zaratustra)

 

2. Melquior, Gaspar e Baltazar e seus presentes

 

Os presentes dos sacerdotes em Mateus 2,11 – ouro, incenso e mirra – traduzem o que o Menino significava para os eles.

 

Isaías 60,6 diz a propósito do esplendor de Jerusalém, glorificada por Iahweh, que recebe as riquezas vindas das nações pelas mãos de seus reis e de seus povos: 

 

“Uma horda de camelos te inundará

os camelinhos de Madiã e Efa;

todos virão de Sabá

trazendo ouro e incenso

e proclamando os louvores de Iahweh”.

 

E o Salmo 72,10-11 diz:

 

“Os reis de Társis e das ilhas vão trazer-lhe ofertas.

Os reis de Sabá e Seba vão pagar-lhe tributo;

todos os reis se prostrarão diante dele,

as nações todas o servirão”.

 

O ouro de Ofir (no sudoeste da Arábia), o incenso e a mirra do Iêmen (Sabá, na Bíblia) e da Somália.

 

Os Pais da Igreja

Tertuliano os chamou de reis.

 

Justino Mártir, Tertuliano e Epifânio, sabedores da origem dos presentes, disseram que eles vinham da Arábia.

 

Clemente de Alexandria, Cirilo de Alexandria, 

São João Crisóstomo, Orígenes, que eram da Pérsia.

 

Uma história persa relatada no Evangelho Siro-Árabe da Infância conta:

 

Nesta mesma noite, um anjo da guarda foi mandado à Pérsia e apareceu às pessoas do país na forma de uma estrela muito brilhante, a qual iluminou toda a terra dos persas. Ora, como no dia 25 do primeiro kanun – festa da natividade de Cristo – celebrava-se uma grande festa na casa de todos os persas adoradores do fogo e das estrelas, os magos, com grande pompa, celebravam magnificamente sua solenidade, quando, de repente, uma luz viva brilhou por cima de suas cabeças. Deixando seus reis, suas festas, todos os seus divertimentos e suas casas, saíram para apreciar o espetáculo. Viram no céu uma estrela brilhante em cima da Pérsia. Pelo seu brilho, ela se assemelhava a um grande sol.

 

E seus reis disseram aos sacerdotes em sua língua: “Que sinal é este que estamos vendo?” E eles, como por adivinhação, disseram: “Nasceu o rei dos reis, o deus dos deuses, a luz emanada da luz. Eis que um dos deuses veio anunciar-nos seu nascimento para irmos oferecer-lhe presentes e adorá-lo”.

 

Levantaram-se então todos, chefes, magistrados, generais, e disseram aos seus sacerdotes: “Que presentes convém levarmos?” E os sacerdotes lhes disseram: “Ouro, mirra e incenso”.

 

Então os três reis, filhos dos reis da Pérsia, tomaram, como que por uma disposição misteriosa, um, três libras de mirra, o outro, três libras de ouro, e o terceiro, três libras de incenso. Estavam revestidos de seus preciosos indumentos, a tiara na cabeça e seu tesouro nas mãos. Ao canto do galo, deixaram seu país, com nove homens que os acompanhavam, e partiram, precedidos da estrela que lhes tinha aparecido.

 

O Excerpta Latina Barbari, um manuscrito latino traduzido do grego, do século VI, conservado na Biblioteca Nacional de Paris, nomeia os magos como Bithisarea, Meliquior e Gathaspa.

 

Um tratado atribuído a Beda, monge do mosteiro de Jarrow, Inglaterra, ca. 673-735), chamado Excerpta et Collectanea chama os magos de Melquior, Gaspar e Baltazar. E foram estes os nomes que prevaleceram. Diz o texto:

 

Melquior, um homem velho com cabelos brancos e longa barba… ofereceu ouro para o Senhor como a um rei. O segundo, de nome Gaspar, jovem, imberbe e de pele avermelhada… honrou-o como Deus com seu presente de incenso, oferenda digna da divindade. O terceiro, de pele negra e de barba cerrada, chamado Baltazar… com o seu presente de mirra testemunhou o Filho do Homem que deveria morrer (YAMAUCHI, E. M. Persia and the Bible, p. 486-487). 

 

O nome Melquior significa “meu Rei é luz”; Baltazar (que Deus Baal/Senhor proteja o rei) derivado do nome babilônico dado a Daniel, “Belteshazzar” (cf. Dn 1,7); Gaspar  (Gisbar / Gasparinu, tesoureiro) pode vir do nome indiano Gundaphorus, segundo Edwin M. Yamauchi, o. c., p. 486, nota 115.22].

 

Quando o veneziano Marco Polo (ca.1254-ca.1324) viajou para a Pérsia, as tumbas dos magos lhe foram mostradas.

 

Ouro, porque Ele é Rei

 

“Puseram acima da sua cabeça uma tabuleta onde estava escrito como acusação contra ele: ‘Este é Jesus, o Rei dos Judeus’.” (Mateus 27:37 NTLH)

 

Incenso, porque Ele é Deus

 

“Em seguida disse a Tomé: — Veja as minhas mãos e ponha o seu dedo nelas. Estenda a mão e ponha no meu lado. Pare de duvidar e creia! Então Tomé exclamou: — Meu Senhor e meu Deus!” (João 20:27, 28 NTLH)

 

Mirra, porque Ele se fez humano e morreu por nós

 

“Depois disso, José, da cidade de Arimateia, pediu licença a Pilatos para levar o corpo de Jesus. (José era seguidor de Jesus, mas em segredo porque tinha medo dos líderes judeus.) Pilatos deu licença, e José foi e retirou o corpo de Jesus.  Nicodemos, aquele que tinha ido falar com Jesus à noite, foi com José, levando uns trinta e cinco quilos de uma mistura de aloés e mirra. Os dois homens pegaram o corpo de Jesus e o enrolaram em lençóis nos quais haviam espalhado essa mistura. Era assim que os judeus preparavam os corpos dos mortos para serem sepultados”. (João 19:38-40 NTLH)

 

Esses sacerdotes nos ensinam o que é adoração

 

1.  Determinação — vieram do Oriente até Jerusalém. Da Pérsia, atual Irã, cerca de 1.800 km.

 

2.  Generosidade — deram do melhor.

 

“Entraram na casa e encontraram o menino com Maria, a sua mãe. Então se ajoelharam diante dele e o adoraram. Depois abriram os seus cofres e lhe ofereceram presentes: ouro, incenso e mirra”. (Mateus 2:11 NTLH)

 

3.  Obediência — ” em sonho Deus os avisou que não voltassem para falar com Herodes. Por isso, voltaram para a sua terra por outro caminho”. Mateus 2.12.

 

 Dr Jorge Pinheiro 

O nome do ETERNO na formação do homem e da mulher

  1. De fato, no reino de Deus não há coincidência, e sim propósito. Também, as observações práticas do dia a dia, mostram a evidência da bênção de Deus sobre o matrimônio, e, sobretudo, a graça de Deus para os cônjuges vencerem os desafios da vida matrimonial, da vida familiar.

 

  1. Na lição dos Rabinos, dos profundos estudiosos e conhecedores da Palavra de Deus no original hebraico, vem para todos nós, uma assunto especial e muito curioso na formação dos nomes homem e mulher no original hebraico.

Tem-se ainda, a consideração de não se usar o termo “Homem”, antes da criação da mulher, pois sempre se falava “Adâmm”, que se traduziu por “Adão”. Gêneis 2:7 –

וַיִּיצֶר יְהוָה אֱלֹהִים אֶת־הָאָדָם עָפָר מִן־הָאֲדָמָה (Va-Itsser Adonai Elohim et-há-Adam afar min-há-adamáh) – E Formou o Senhor Deus o homem do pó da terra. No original, pode-se fazer o trocadilho: “אָדָם/ Adâmm” –  “adamáhאֲדָמָה”, ou seja: “terra da terra”!

  1. Em Gênesis 2:8, fala que Deus plantou um Jardim no Eden, “E colocou ali o homem que formou”: וַיָּשֶׂם שָׁם אֶת־הָאָדָם אֲשֶׁר יָצָר – Va-iassem shâm et há-adam asher iatssar. Portanto, continua usando o vocábulo “Adam” – Adão!

Aindfa em Gênesis 2:15, há a contundente declaração: “Não é bom que o homem esteja só” -לֹא־טוֹב הֱיוֹת הָאָדָם לְבַדּוֹ – Ló tov heiot há-adam levado.

 

  1. Em seguida, Deus realiza a primeira ocorrência de “coma induzido” no uso especial do termo hebraico “tardemáh” – תַּרְדֵּמָה – que vem traduzido como profundo sono, sendo mesmo em hebraico, ‘coma’, como na nossa e outras línguas.

 

  1. A partir do verso 23, fazem-se presentes, os dois termos homem e mulher:

 

יֹּאמֶר הָאָדָם זֹאת הַפַּעַם עֶצֶם מֵ‍עֲצָמַי וּבָשָׂר מִ‍בְּשָׂרִי לְזֹאת יִקָּרֵא אִשָּׁה כִּי מֵ‍אִישׁ לֻקֳחָה־זֹּאת׃

(Va-iomer há-adam: zot há-paam etssêm me-atssamai u-vassar mi-bessari lê-zot ikarê ISHÁ(MULHER), ki me-ISH(homem)lukaHáh zot”/ E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne; esta será chamada mulher, porquanto do homem foi tomada.

 

  1. Portanto, vem o termo homem: אִישׁ/Ísh; e mulher – אִשָּׁה/ Ishá. A novidade que impressiona é que: vem em ambos os nomes criados, a letra yud (י ) e a letra He (ה), sendo que, as duas, formam o nome “Yáh”/ (יָהּ) –  Salmo 68:4 (heb,v.5 – Yah Shemó: o Nome dEle é Yáh (יָהּ שְׁמוֹ); – “LOUVAI AO SENHOR”. Normalmente, a palavra Aleluia, em hebraico, vem hifenizada: Alelú-iáh (הַלְלוּ־יָהּ, alelu+Yáh) – Louvai a Yáh, Yavéh ( um verbo no imperativo e um substantivo).
  2. O matrimônio foi uma iniciativa de Deus (Gênesis 2:18), para o homem e a mulher. Ele abençoou o casamento e pois o seu Nome no meio. Mas, retirando-se Deus do casamento, literalmente anulam-se os nomes “Ish” e “Ishá”, no sentido do afastamento de “Yáh”/ (יָהּ), ficando tão somente, o vocábulo אֵשׁ – ésh, que significa fogo. De fato, a ausência de Deus na vida conjugal, tornar-se um inferno, um fogo devorador, bem ao contrário do Salmo 127 e da declaração de Josué: “Eu e a minha casa serviremos ao Senhor! (Josué 24:15b).

Agnaldo Sacramento