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A doxologia final de Romanos 16.25-27

O apóstolo Paulo ensaiou encerrar esta carta algumas vezes. Concluiu sua exposição doutrinária com uma sublime doxologia (cf. Rm 11.33-36). Depois invocou a benção três vezes (cf. Rm 15.33; 16.20; 16.24) antes de encerrar com a doxologia final, citada acima. Essa é a mais longa doxologia de Paulo usada em suas cartas. Paulo nos legou outras grandiosas doxologias; contudo, elas não estão escritas na conclusão das epístolas, mas incrustadas no próprio corpo da exposição.

Este é o último parágrafo de Romanos. Conforme o Dicionário Aurélio, doxologia significa: fórmula litúrgica de louvor a Deus; prece ou cântico cuja finalidade é glorificar a Deus. Esta doxologia é um final majestoso para esta carta que trata de temas que, relacionados entre si, apresentam o plano completo de Deus para a salvação da humanidade. Por isso, quando nos aprofundamos no conhecimento deste plano salvífico só podemos exaltar, glorificar e agradecer a Deus por tão grande amor.

Na verdade, toda glória deve ser dada a Deus, pois nele temos a finalidade de todas as coisas. Embora muitos pensadores antigos e muitíssimos atuais não concordem, juntamente com Paulo, nós somos aqueles que entendem e aceitam que Deus e não o homem é o centro do universo. Nós, seres humanos somos seres criados e, assim  totalmente dependentes do Criador. Enquanto isso,  cremos que Deus é o Criador. Ele é auto existente, ele é completo e perfeito em si mesmo. Ele é o Deus que os judeus, juntamente com Paulo (cf. Dt 6.4), e juntamente com os cristãos o reconhecem como Deus único.

Diante deste plano tão gracioso que objetiva a salvação da humanidade, todo cristão deve exaltar continuamente a Deus. Nesta doxologia encontram-se três razões que devem mover o cristão exaltar Deus continuamente.

 

  1. Deus deve ser exaltado pelo seu poder

 

a)    O poder de Deus é capaz de salvar (Rm 1.16)

b)    O poder de Deus é capaz de confirmar (Rm 16.25; 1.11; 1Co 1.8; Cl 2.7)

c)    O poder de Deus é capaz de alicerçar a fé, a confiança (Rm 4.21)

d)    O poder de Deus é capaz de ser conhecido (Rm 9.22)

 

 2.  Deus deve ser exaltado pelo evangelho de Cristo

 

a)    Esse evangelho foi entregue a Paulo (Rm 2.16; Gl 1.8,9,11-12; 2Tm 1.12)

b)    Esse evangelho foi, é, e deve ser proclamado (Rm 1.15; 10.14-15)

c)    Esse evangelho é a revelação do mistério (Ef 3.3-6; 6.19; Cl 1.27; 2.2)

d)    Esse evangelho tem um conteúdo abrangente (Rm 10.11-13)

e)    É para salvação dos judeus (Rm 11.26) e para os gentios (Ef 3.3-6)

 

3.  Deve ser exaltado por ser quem Ele é

 

a)    Deus é poderoso (Rm 4.21; Ef 3.20)

b)    Deus é Eterno (Rm 1.20)

c)    Deus é único (Dt 4.35; 6.4; 32.39)

d)    Deus é sábio (Rm 11.33; 1 Co 1.21,30; Ef 3.10; Cl 2.3)

O presente que Billy Graham ganhou no NATAL

GRAHAMNo livro Crescendo na fé com Billy Graham, Grady Wilson escreveu o capítulo “Uma lágrima corajosa”. Ele conta que foi com Billy Graham à Coréia, em 1951, e lá foram a um hospital cirúrgico para visitar enfermos. Um soldado fora ferido nas costas e estava deitado de bruços. Billy deitou-se de costas no chão, para poder falar-lhe, e perguntou ao rapaz se ele queria que Billy orasse por ele. O soldado aquiesceu, e Billy Graham orou por ele. Finda a oração, o rapaz disse: “Obrigado e feliz natal, senhor Graham”, e chorou. Uma lágrima caiu na bochecha do evangelista. Do lado de fora, Graham disse a Grady Wilson: “Esta lágrima é o melhor presente de natal que eu ganhei”.

Neste natal haverá gente em hospitais, em velórios, no desemprego, na orfandade ou viuvez recente. Pais não darão presentes a seus filhos por falta de recursos (Papai Noel não se dá bem com pobres). Pessoas passarão o natal na fila do SUS. Nas grandes cidades alguns o passarão dormindo nas calçadas ou revirando lixo em busca de algo para comer. Chocante? Deprimente demais para constar de uma pastoral no dia do natal? Bem, somos cristãos, não somos? É justo pensarmos no nosso bem-estar e conforto, raiando ao desperdício, enquanto pessoas sofrem?

Haverá lágrimas de dor, de pessoas sofredoras. A dor não pára no natal. Pelo contrário, o natal a agrava. Mas haverá lágrimas de gratidão, como a do soldado por quem Billy Graham orou. Após ler esta história, eu me comovi. Decidi que nada compraria para mim, mas investiria o que comigo gastaria com alguém necessitado. Não estou apregoando virtude, mas estou contando até com vergonha, porque deveria ter pensado nisto antes. Foi preciso que o Espírito me incomodasse, mostrando meu egoísmo. Pequei, sendo egoísta, pensando apenas em mim e nos que amo, e que sempre têm algo. Deus me perdoe pela minha mesquinhez. Mas gostaria que alguém fosse abençoado por mim.

Neste natal, presenteie um necessitado. Billy Graham recebeu uma lágrima de presente. Se ele fosse tão pequeno como eu, iria se guardar para passar o natal com sua família, e não na Coréia, num hospital. Faça alguém feliz. Será um grande presente que você se dará, se tiver espírito cristão.

Quem eram os “magoi” ?


REIS
O historiador grego Heródoto (ap. 480-ap. 425 a.C.) diz que os magos eram uma tribo  de sacerdotes medos, sob os reis aquemênidas (séculos VI-IV a.C.). Diz Heródoto: 

 

“As tribos dos medos são as seguintes: os busos, os paretacenos, os estrúcatos, os arizantos, os búdios e os magos” (História I,101)… 

 

“Astiages relatou a visão que tivera em sonho aos intérpretes magos, e ficou apavorado ao ouvir as suas palavras” (História I,107)… 

 

“Astiages (…) para decidir a sorte de Ciros, mandou chamar os mesmos magos que, como dissemos, tinham interpretado seu sonho; quando eles chegaram Astiages lhes perguntou qual havia sido a sua interpretação da visão. Os magos lhe deram a mesma resposta anterior: disseram que o menino teria fatalmente reinado” (História I, 120)… 

 

“Dizendo essas palavras ele [Astiages] mandou primeiro empalar os magos intérpretes de sonhos, que o haviam convencido a deixar Ciros viver” (História I, 128)… 

 

“Sua maneira de sacrificar aos deuses é a seguinte (…) Depois de a carne ser arrumada dessa maneira um mago se aproxima e canta por cima dela uma teogonia (dizem que esse é o assunto de seu canto); ninguém tem o direito de oferecer um sacrifício sem a presença de um mago” (HERODOTOS, História. Brasília: Editora da UnB, 1985. Sobre os magos, cf. YAMAUCHI, E. M. Persia and the Bible. Grand Rapids, MI: Baker Books, 1996, p. 467-491).

 

O geógrafo grego Estrabão (ap. 64 a.C.-19 d.C.) diz que os magos oferecem libações e sacrifícios diante do altar do fogo: 

 

“Na Capadócia (pois ali a seita dos Magos, que são também chamados Pýraithoi [‘acendedores de fogo’], é grande e neste país há também muitos templos dos deuses persas) o povo…” (STRABO, Geography, Books 15-16. Cambridge, MA: Harvard University Press, 1995. Sobre as libações, cf. Geografia 15.3.14). 

 

O escritor ateniense Xenofonte (ap. 430- ap.355 a.C.), em sua obra Ciropedia 4.5.14, faz a mesma afirmação sobre as libações.

 

Quando Cambises estava no Egito, lutando para conquistá-lo em 525 a.C., um mago chamado Bardiya/Smerdis, fazendo-se passar por irmão de Cambises, tomou o poder na Pérsia, sendo, em seguida, derrotado por Dario I. Na famosa inscrição no rochedo de Behistun, o impostor, também conhecido como Gaumata, é chamado por Dario, em Persa Antigo, de magush. Aliás, palavra de sentido incerto. Sugeriu-se que possa vir do Proto-Indo-Europeu magh- = “ser capaz de”.

 

Os persas usaram derivações da palavra magush como uma palavra para “sacerdote” até o fim da era sassânida, por volta de 650 d.C. Um sacerdote comum era chamado mog e o sacerdote chefe era magupat, “senhor dos magos”. 

 

A relação dos magos com Zaratustra é controvertida, assim como a religião dos magos sob os aquemênidas. É possível que os magos medos tenham sido substituídos por Dario I pelos magos persas – que aceitavam o zoroastrismo – após a revolta de Gaumata. De qualquer maneira, em muitos escritos antigos, os magos aparecem associados ao zoroastrismo e a Zaratustra. Na época helenística os magos aparecem também cada vez mais associados à astrologia. E Zaratustra com eles ([YAMAUCHI, E. M. Persia and the Bible, p. 467-474. “Zoroastro” é apenas outra forma, derivada do grego, para falar do mesmo Zaratustra)

 

2. Melquior, Gaspar e Baltazar e seus presentes

 

Os presentes dos sacerdotes em Mateus 2,11 – ouro, incenso e mirra – traduzem o que o Menino significava para os eles.

 

Isaías 60,6 diz a propósito do esplendor de Jerusalém, glorificada por Iahweh, que recebe as riquezas vindas das nações pelas mãos de seus reis e de seus povos: 

 

“Uma horda de camelos te inundará

os camelinhos de Madiã e Efa;

todos virão de Sabá

trazendo ouro e incenso

e proclamando os louvores de Iahweh”.

 

E o Salmo 72,10-11 diz:

 

“Os reis de Társis e das ilhas vão trazer-lhe ofertas.

Os reis de Sabá e Seba vão pagar-lhe tributo;

todos os reis se prostrarão diante dele,

as nações todas o servirão”.

 

O ouro de Ofir (no sudoeste da Arábia), o incenso e a mirra do Iêmen (Sabá, na Bíblia) e da Somália.

 

Os Pais da Igreja

Tertuliano os chamou de reis.

 

Justino Mártir, Tertuliano e Epifânio, sabedores da origem dos presentes, disseram que eles vinham da Arábia.

 

Clemente de Alexandria, Cirilo de Alexandria, 

São João Crisóstomo, Orígenes, que eram da Pérsia.

 

Uma história persa relatada no Evangelho Siro-Árabe da Infância conta:

 

Nesta mesma noite, um anjo da guarda foi mandado à Pérsia e apareceu às pessoas do país na forma de uma estrela muito brilhante, a qual iluminou toda a terra dos persas. Ora, como no dia 25 do primeiro kanun – festa da natividade de Cristo – celebrava-se uma grande festa na casa de todos os persas adoradores do fogo e das estrelas, os magos, com grande pompa, celebravam magnificamente sua solenidade, quando, de repente, uma luz viva brilhou por cima de suas cabeças. Deixando seus reis, suas festas, todos os seus divertimentos e suas casas, saíram para apreciar o espetáculo. Viram no céu uma estrela brilhante em cima da Pérsia. Pelo seu brilho, ela se assemelhava a um grande sol.

 

E seus reis disseram aos sacerdotes em sua língua: “Que sinal é este que estamos vendo?” E eles, como por adivinhação, disseram: “Nasceu o rei dos reis, o deus dos deuses, a luz emanada da luz. Eis que um dos deuses veio anunciar-nos seu nascimento para irmos oferecer-lhe presentes e adorá-lo”.

 

Levantaram-se então todos, chefes, magistrados, generais, e disseram aos seus sacerdotes: “Que presentes convém levarmos?” E os sacerdotes lhes disseram: “Ouro, mirra e incenso”.

 

Então os três reis, filhos dos reis da Pérsia, tomaram, como que por uma disposição misteriosa, um, três libras de mirra, o outro, três libras de ouro, e o terceiro, três libras de incenso. Estavam revestidos de seus preciosos indumentos, a tiara na cabeça e seu tesouro nas mãos. Ao canto do galo, deixaram seu país, com nove homens que os acompanhavam, e partiram, precedidos da estrela que lhes tinha aparecido.

 

O Excerpta Latina Barbari, um manuscrito latino traduzido do grego, do século VI, conservado na Biblioteca Nacional de Paris, nomeia os magos como Bithisarea, Meliquior e Gathaspa.

 

Um tratado atribuído a Beda, monge do mosteiro de Jarrow, Inglaterra, ca. 673-735), chamado Excerpta et Collectanea chama os magos de Melquior, Gaspar e Baltazar. E foram estes os nomes que prevaleceram. Diz o texto:

 

Melquior, um homem velho com cabelos brancos e longa barba… ofereceu ouro para o Senhor como a um rei. O segundo, de nome Gaspar, jovem, imberbe e de pele avermelhada… honrou-o como Deus com seu presente de incenso, oferenda digna da divindade. O terceiro, de pele negra e de barba cerrada, chamado Baltazar… com o seu presente de mirra testemunhou o Filho do Homem que deveria morrer (YAMAUCHI, E. M. Persia and the Bible, p. 486-487). 

 

O nome Melquior significa “meu Rei é luz”; Baltazar (que Deus Baal/Senhor proteja o rei) derivado do nome babilônico dado a Daniel, “Belteshazzar” (cf. Dn 1,7); Gaspar  (Gisbar / Gasparinu, tesoureiro) pode vir do nome indiano Gundaphorus, segundo Edwin M. Yamauchi, o. c., p. 486, nota 115.22].

 

Quando o veneziano Marco Polo (ca.1254-ca.1324) viajou para a Pérsia, as tumbas dos magos lhe foram mostradas.

 

Ouro, porque Ele é Rei

 

“Puseram acima da sua cabeça uma tabuleta onde estava escrito como acusação contra ele: ‘Este é Jesus, o Rei dos Judeus’.” (Mateus 27:37 NTLH)

 

Incenso, porque Ele é Deus

 

“Em seguida disse a Tomé: — Veja as minhas mãos e ponha o seu dedo nelas. Estenda a mão e ponha no meu lado. Pare de duvidar e creia! Então Tomé exclamou: — Meu Senhor e meu Deus!” (João 20:27, 28 NTLH)

 

Mirra, porque Ele se fez humano e morreu por nós

 

“Depois disso, José, da cidade de Arimateia, pediu licença a Pilatos para levar o corpo de Jesus. (José era seguidor de Jesus, mas em segredo porque tinha medo dos líderes judeus.) Pilatos deu licença, e José foi e retirou o corpo de Jesus.  Nicodemos, aquele que tinha ido falar com Jesus à noite, foi com José, levando uns trinta e cinco quilos de uma mistura de aloés e mirra. Os dois homens pegaram o corpo de Jesus e o enrolaram em lençóis nos quais haviam espalhado essa mistura. Era assim que os judeus preparavam os corpos dos mortos para serem sepultados”. (João 19:38-40 NTLH)

 

Esses sacerdotes nos ensinam o que é adoração

 

1.  Determinação — vieram do Oriente até Jerusalém. Da Pérsia, atual Irã, cerca de 1.800 km.

 

2.  Generosidade — deram do melhor.

 

“Entraram na casa e encontraram o menino com Maria, a sua mãe. Então se ajoelharam diante dele e o adoraram. Depois abriram os seus cofres e lhe ofereceram presentes: ouro, incenso e mirra”. (Mateus 2:11 NTLH)

 

3.  Obediência — ” em sonho Deus os avisou que não voltassem para falar com Herodes. Por isso, voltaram para a sua terra por outro caminho”. Mateus 2.12.

 

 Dr Jorge Pinheiro 

Coincidências na vida de Abraham Lincoln e John Kennedy

LINCOLNAlém do caso do Titanic, outro mistério da história envolve as figuras de Abraham Lincoln e John F. Kennedy, e que parece transcender os limites da coincidência. Vejam:

 

Abraham Lincoln foi eleito para o Congresso em 1846.  John F. Kennedy foi eleito para o Congresso em 1946

Abraham Lincoln foi eleito Presidente em 1860. John F. Kennedy foi eleito presidente em 1960

Ambos se preocupavam muito com, sobretudo, os direitos  civis. Ambas as suas esposas perderam crianças enquanto habitavam a “Casa Branca”.

Ambos os presidentes foram assassinados numa sexta-feira. Ambos os presidentes levaram um tiro na cabeça.

E agora é que se torna mais estranho:

O secretário de Lincoln chamava-se Kennedy. O secretário de Kennedy chamava-se Lincoln.

Ambos foram assassinados por alguém dos estados do sul.

Ambos os presidentes foram sucedidos por um homem do sul chamado Johnson. Andrew Johnson, que sucedeu a Lincoln, nasceu em 1808. Lyndon Johnson, que sucedeu Kennedy, nasceu em 1908.

John Wilkes Booth, que assassinou Lincoln, nasceu em 1839. Lee Harvey Oswald, que assassinou Kennedy, nasceu em 1939. Ambos os assassinos eram conhecidos pelos seus três nomes. Ambos os seus nomes eram formados por 15 letras.

E agora, o mais impressionante:

Lincoln foi assassinado num teatro chamado “Ford”. Kennedy foi assassinado num carro da marca Lincoln, feito pela “Ford”. Lincoln foi assassinado num teatro e o seu assassino correu para um armazém para se esconder. Kennedy foi assassinado a partir dum armazém e o seu assassino fugiu para um teatro e escondeu-se lá.

Booth e Oswald foram assassinados antes do seu processo.

E aqui vai o máximo: uma semana antes de Lincoln ser assassinado, ele esteve em Monroe, no estado de Maryland. E uma semana antes de Kennedy ser assassinado, ele esteve com Marilyn Monroe…

Dr Eduardo Mayr

O nome do ETERNO na formação do homem e da mulher

  1. De fato, no reino de Deus não há coincidência, e sim propósito. Também, as observações práticas do dia a dia, mostram a evidência da bênção de Deus sobre o matrimônio, e, sobretudo, a graça de Deus para os cônjuges vencerem os desafios da vida matrimonial, da vida familiar.

 

  1. Na lição dos Rabinos, dos profundos estudiosos e conhecedores da Palavra de Deus no original hebraico, vem para todos nós, uma assunto especial e muito curioso na formação dos nomes homem e mulher no original hebraico.

Tem-se ainda, a consideração de não se usar o termo “Homem”, antes da criação da mulher, pois sempre se falava “Adâmm”, que se traduziu por “Adão”. Gêneis 2:7 –

וַיִּיצֶר יְהוָה אֱלֹהִים אֶת־הָאָדָם עָפָר מִן־הָאֲדָמָה (Va-Itsser Adonai Elohim et-há-Adam afar min-há-adamáh) – E Formou o Senhor Deus o homem do pó da terra. No original, pode-se fazer o trocadilho: “אָדָם/ Adâmm” –  “adamáhאֲדָמָה”, ou seja: “terra da terra”!

  1. Em Gênesis 2:8, fala que Deus plantou um Jardim no Eden, “E colocou ali o homem que formou”: וַיָּשֶׂם שָׁם אֶת־הָאָדָם אֲשֶׁר יָצָר – Va-iassem shâm et há-adam asher iatssar. Portanto, continua usando o vocábulo “Adam” – Adão!

Aindfa em Gênesis 2:15, há a contundente declaração: “Não é bom que o homem esteja só” -לֹא־טוֹב הֱיוֹת הָאָדָם לְבַדּוֹ – Ló tov heiot há-adam levado.

 

  1. Em seguida, Deus realiza a primeira ocorrência de “coma induzido” no uso especial do termo hebraico “tardemáh” – תַּרְדֵּמָה – que vem traduzido como profundo sono, sendo mesmo em hebraico, ‘coma’, como na nossa e outras línguas.

 

  1. A partir do verso 23, fazem-se presentes, os dois termos homem e mulher:

 

יֹּאמֶר הָאָדָם זֹאת הַפַּעַם עֶצֶם מֵ‍עֲצָמַי וּבָשָׂר מִ‍בְּשָׂרִי לְזֹאת יִקָּרֵא אִשָּׁה כִּי מֵ‍אִישׁ לֻקֳחָה־זֹּאת׃

(Va-iomer há-adam: zot há-paam etssêm me-atssamai u-vassar mi-bessari lê-zot ikarê ISHÁ(MULHER), ki me-ISH(homem)lukaHáh zot”/ E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne; esta será chamada mulher, porquanto do homem foi tomada.

 

  1. Portanto, vem o termo homem: אִישׁ/Ísh; e mulher – אִשָּׁה/ Ishá. A novidade que impressiona é que: vem em ambos os nomes criados, a letra yud (י ) e a letra He (ה), sendo que, as duas, formam o nome “Yáh”/ (יָהּ) –  Salmo 68:4 (heb,v.5 – Yah Shemó: o Nome dEle é Yáh (יָהּ שְׁמוֹ); – “LOUVAI AO SENHOR”. Normalmente, a palavra Aleluia, em hebraico, vem hifenizada: Alelú-iáh (הַלְלוּ־יָהּ, alelu+Yáh) – Louvai a Yáh, Yavéh ( um verbo no imperativo e um substantivo).
  2. O matrimônio foi uma iniciativa de Deus (Gênesis 2:18), para o homem e a mulher. Ele abençoou o casamento e pois o seu Nome no meio. Mas, retirando-se Deus do casamento, literalmente anulam-se os nomes “Ish” e “Ishá”, no sentido do afastamento de “Yáh”/ (יָהּ), ficando tão somente, o vocábulo אֵשׁ – ésh, que significa fogo. De fato, a ausência de Deus na vida conjugal, tornar-se um inferno, um fogo devorador, bem ao contrário do Salmo 127 e da declaração de Josué: “Eu e a minha casa serviremos ao Senhor! (Josué 24:15b).

Agnaldo Sacramento

 

 

 

 

 

Seria Armínio um semipelagiano?

Teologia ArminianaAmados irmãos, não raras vezes, os arminianos são “acusados” de pelagianos, semipelagianos, que possuem uma teologia humanista e que não dão à honra e toda glória a Deus. Será isto uma verdade?

Recordo-me a magistral frase de Mark Twain: “Enquanto a verdade calça os sapatos, a mentira dá voltas no mundo”. O problema advém que muitos calvinistas nunca leram uma obra de Armínio na fonte, ou se leram, leram por escritores reformados.

Quando isso acontece, lemos por outros pressupostos, com outras lentes, prejudicando assim a correta interpretação da teologia arminiana. Neste singelo artigo que não será exaustivo, pinçarei algumas pérolas de Armínio e mostrarei o equívoco que muitos cometem, ao lerem os textos de Armínio por uma lente alternativa, não buscando nos originais, o que fato, foi dito.

Um princípio que deve ser observado por todos os envolvidos neste debate é antes de discordar, certifique-se que você entenda. Em outras palavras, devemos estar certos de que podemos descrever a posição teológica contrária como ele ou ela a descreveria, antes de criticá-la ou condená-la. Outro princípio norteador deve ser: Não impute a outros, crenças que você, logicamente considera atrelados às crenças alheias.
Isto posto, veja o que disse Armínio:

“Em seu estado pecaminoso e caído, o homem não é capaz, de e por si mesmo, quer seja pensar, querer ou fazer o que é, de fato, bom; mas é necessário que seja renovado em seu intelecto, afeições ou vontade e em todas as atribuições, por Deus em Cristo Jesus através do Espírito Santo, para que seja capaz de compreender corretamente, estimar, considerar, desejar e realizar o que quer que seja verdadeiramente bom. Quando ele é feito um participante dessa renovação, eu considero que, uma vez que ele é liberto do pecado, ele é capaz de pensar, desejar e fazer o que é bom, mas, entretanto, não sem a contínua ajuda da Graça Divina”

Armínio, pasmem os senhores, concordava com Agostinho e o calvinismo que o resultado da queda de Adão é a queda de sua posteridade; conforme os puritanos disseram: “na queda de Adão, todos nós pecamos”. Ainda disse ele:

“A totalidade deste pecado… não é privilégio de nossos primeiros pais, mas comum à raça inteira e a toda sua posteridade, que, na época em que este pecado foi cometido, estavam em seus lombos, e que tem desde então herdado deles pelo modo natural de propagação, de acordo com a Palavra: pois em Adão todos nós pecamos (Rm 5.12). Por conseguinte, qualquer punição foi infligida os nossos primeiros pais têm, da mesma forma, sido impregnada e ainda prossegue em toda sua posteridade, de maneira que todos os homens são, por natureza, filhos da desobediência (Ef 2.3), merecedores da condenação e da morte temporal e eterna; eles são também desprovidos de retidão e santidade originais (Rm 5.12,18,19). Com estas maldades eles permaneceriam oprimidos para sempre, a menos que fossem libertos por Cristo; a quem seja a glória (grifo nosso) para todo o sempre.

Glória para quem? A Deus, não aos homens. Esta confissão transparente de Armínio põe por terra todas as opiniões que ele era pelagiano ou semipelagiano, ou que ele possuía uma visão otimista da humanidade. Se os seres humanos tem qualquer livre-arbítrio em assuntos espirituais, é uma vontade libertada em virtude de Jesus Cristo e não em decorrência de quaisquer remanescentes de bondade neles.

Em Cristo, Pr Marcelo de Oliveira

P.s>> Dica de leitura: Teologia Arminiana (Mitos e Realidades) por Roger E. Olson. Editora Reflexão.

Esta obra foi traduzida pelo meu amigo, Wellington Mariano, que foi um pioneiro, trazendo esta excelente obra à pátria brasileira.

Novo Livro: Os Produtos do Mercador

SHALOM!


Amados, saiu do forno meu novo livro: Os Produtos do Mercador – uma leitura do texto de Cantares 3.6

Rabi Akiva disse: O Shir Há Shirim é considerado para o povo judeu como: Kodesh Kodashim (Santo dos Santos) e o mundo nunca foi tão merecedor quanto no dia que o Shir Há Shirim foi dado ao povo judeu (Talmude Yadaim, Cap 3)

Este livro explora as riquezas da cultura judaica. Você terá uma nova dimensão do livro de Cantares, um dos mais desprezados da história da Igreja. 


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Magnífico: A viagem da Torá

EUO desenho original do texto da Torá é monótono. Não existem nele pontuação alguma, nem pontos de interrogação ou exclamação, nem vírgulas. Tampouco divisões por capítulos, menos ainda por versículos. Apenas as divisões dos cinco livros e uma estranha divisão de parágrafos que, às vezes, coincide com as parashiot.

 

Entretanto, existe um parágrafo de duas linhas estranhamente sinalizado por um espaço branco comprido antes e depois dele. Além disso, nesses espaços brancos aparece a letra hebraica ‘nun’, equivalente ao ‘n’, invertida. Tanto antes do parágrafo quanto depois dele.

 

Esse parágrafo emblemático não traz um erro de impressão. Temos evidências arqueológicas, além de históricas, que mostram que o trecho vem sendo copiado assim, sistematicamente por, pelo menos, mais de dois mil anos.

 

Esse parágrafo estranho aparece na parashá desta semana e diz: e era quando viajava a Torá que Moisés dizia: ‘levanta-te Ad-nai e se afastem teus inimigos e fujam da frente de ti quem te odeia’, e, ao parar, dizia: ‘volta-te Ad-nai aos milhares de Israel’.

 

No Talmud discutiram os sábios as possíveis razões de tal desenho para este parágrafo. Uns propuseram que se trataria do final de um livro e que, portanto, nossa divisão estaria errada. Outros disseram que o parágrafo em si seria mais um livro e que a Torá teria seis, não cinco livros como conhecemos. Por fim, concluíram que esse parágrafo não se encontra no lugar certo e propuseram vários contextos onde deveria ser recolocado, mas não chegaram a um consenso. Finalmente alguém disse: ‘Não conseguimos concordar, pois esse parágrafo não tem um espaço fixo. Precisa estar solto justamente para indicar isso: que não pode ser encerrado em nenhum lugar da Torá. Os espaços em branco que o precedem e o sucedem são espaços de movimentação’. Querem dizer figurativamente que o parágrafo precisa se movimentar pelo pergaminho. Por isso apareçam lá duas letras nun (N), que indicariam o mandamento nosea(viaja). Pois o parágrafo que fala sobre a viagem da Torá precisa viajar pela Torá.

 

E que significa a viagem da Torá?

 

A viagem da Tora é extremamente importante, pois nela está o segredo de sua sobrevivência. Um livro encerrado num armário, por mais sagrado que sejam o livro e o armário, está condenado a morrer. No esquecimento. Na irrelevância. Um livro que viaja é um livro vivo, que penetra na vida das pessoas, nas histórias de indivíduos, famílias, comunidades e sociedades, e povos. O livro viaja quando o deixamos entrar em nossas experiências e reflexões quando dialogamos com ele, discutimos com ele e permitimos dizer o que deveríamos ter dito ou feito estando no lugar de seus personagens. Desse modo, também os personagens falam conosco sobre nossas vidas, pensamentos, emoções e ações.

 

Só uma Torá assim, reinterpretada com subjetividade compromissada, vive e viverá.

 

 A Torá viajou pelo deserto junto aos nossos antepassados e viajou depois por todas as histórias e geografias das comunidades.

 

Por isso, cada vez que lemos a Torá na sinagoga, fazemos com que ela viaje por entre as pessoas que ali estão. Não é imprescindível beijar o objeto, o mais importante é abrir nossas vidas à sua mensagem. Deixá-la viajar por dentro de nós e viajar através dela ao passado, ao futuro, ao nosso interior e à nossa transcendência.

 

Rabino Ruben Sternschein

 



Lições da vida de Rode

 

INTRODUÇÃO

Rode significa “rosa”, em grego (rhode). Era doméstica na casa de Maria, mãe de João Marcos (vv. 12-13). Na igreja primitiva havia gente de posses, e com escravos gregos. Marcos era primo de Barnabé, outro irmão de posses, na igreja (Cl 4.10). Maria e Barnabé eram parentes. Barnabé era judeu cipriota (At 4.36), nascido, então, em Chipre. A família veio de fora, para Jerusalém. E Rode veio com ela. Assim a encontramos com os primeiros cristãos, ex-judeus. Ela, gentia, estava com eles. Havia uma grande mobilidade das pessoas, na época, o que facilitou a expansão do evangelho. Pensemos em um pouco em Rode, uma cristã comum, mas como todo cristão deve ser, uma pessoa marcante.

 

1. DE FORA, MAS ENTROU

Rode era gentia. Mas estava com a igreja. Não se diz explicitamente que era convertida, mas estava com os convertidos. Escravo não descansava, trabalhava enquanto os donos estavam acordados. Não se diz que ela estava orando, mas ela conhecia Pedro, e sabia o motivo das orações. É justo supor que fosse cristã. Alegrou-se em ver Pedro (v. 14). A palavra grega significa “comovida”.  Era de fora, gentia, mas abraçou a fé cristã. Bom ensino: a graça de Deus é para todos e quem a conhece deve abraçá-la. E deve se comover com as bênçãos de Deus. Deus não faz acepção de pessoas e escravos e crianças (gente sem valor) podem desfrutar da graça e serem instrumentos de Deus.

 

2. NÃO SE ABATEU COM A DESCRENÇA

Crentes curiosos: pedem algo a Deus, que responde, e eles não crêem (vv. 5, 15-16). Muitos de nós agimos assim! Rode não se deixou levar por questões racionalistas ou teológicas, muito menos com o descrédito para com ela (v. 15). Havia uma crença judaica de que cada pessoa tinha um anjo da guarda, parecido com a pessoa. Rode não quer saber de crença popular, mas viu que Deus responde a oração. Outro ensino: creia nas respostas de Deus. Não diga “Que coincidência!”, nem ore descrendo. Resposta de oração não depende de conhecimento, mas de Deus, que age como quer. Devemos crer no que Deus faz, sem desanimar diante das pessoas.

 

3. SAIU DE CENA

Não se lê mais nada de Rode. Simplesmente foi um acessório, dentro do contexto geral da revelação. Não se tornou grande vulto pelo que aconteceu. Muitos crentes querem ser “figurões” porque algo lhes aconteceu ou porque foram usados. Rode cumpriu seu papel. Entrou e saiu dele. Ela não era o tema central. O fundamental no texto é que Deus responde orações e age pelo seu povo. As pessoas são secundárias. Outro ensino: nada de culto à personalidade. Deus não nos deve nada. Alguém pode ser instrumento de Deus, mas a glória é dele, e não do instrumento.

 

CONCLUSÃO

Rode deveria ser uma adolescente, pois os criados eram alforriados quando passavam de um tempo determinado de serviço. Deus usa pessoas de todas as idades. Não importa a sua idade, você pode ser um instrumento para dar boas notícias a alguém. Deus usa pessoas de todas as camadas sociais. O rico Barnabé, a rica Maria e a escrava Rode. E outra mensagem: a igreja é para todos, quer ricos quer pobres. Deus não faz acepção de pessoas.

 Isaltino Gomes 

De qual Babilônia, Pedro escreveu sua carta?

 

A Primeira Carta de Pedro é considerada uma carta católica ou geral. Diferentemente das cartas paulinas, foi endereçada a um grupo maior de cristãos, espalhados por diversas regiões da Ásia Menor.

A Primeira Carta de Pedro é considerada a mais pastoral do NT. A nota dominante é o permanente alento que Pedro dá a seus leitores para que se mantenham firmes em sua conduta mesmo em face da perseguição.

O ilustre escritor Myer Pearlman diz que a carta foi escrita para animar os fiéis a estarem firmes durante o sofrimento e levá-los à santidade. De fato, trata-se de uma das mais comoventes peças da literatura do período da perseguição. Pedro diz que escreveu esta epístola em parceria com Silvano (5.12), um dos homens notáveis da igreja primitiva (Atos 15.22). Esse Silvano foi o mesmo Silas que acompanhou Paulo na segunda viagem missionária. Ele era cidadão romano e também profeta (Atos 15.32). Bem poderia ser que Pedro fosse o autor da carta e Silvano o seu amanuense. O erudito William Barclay sugere que Silvano foi o agente ou instrumento de Pedro para escrever esta carta.

Somos informados de que Pedro escreveu esta carta da Babilônia (5.13). A grande questão é saber a qual Babilônia se refere Pedro. Havia naquela época três cidades com esse nome.

A primeira era uma pequena cidade que ficava no norte do Egito, onde se localizava um posto avançado do exército romano. Ali havia uma comunidade de judeus e alguns cristãos, mas é pouco provável que Pedro estivesse nessa região quando escreveu esta epístola.

A segunda Babilônia ficava no Oriente, junto ao rio Eufrates, na Mesopotâmia. Também nessa cidade havia grande comunidade de judeus e certamente nessa época, os cristãos já povoavam a cidade. Calvino é de opinião que Pedro escreveu esta carta do Oriente, uma vez que Paulo não faz referência a Pedro em sua epístola aos Romanos nem cita Pedro na cinco cartas que escreveu de Roma.

A terceira Babilônia era Roma. Pedro teria usado o mesmo recurso que o apóstolo João empregou no livro do Apocalipse (Ap 17.4-6,9,18; 18.10), referindo-se a Roma por meio de um código, em linguagem metafórica. A maioria dos estudiosos, dentre eles os pais da Igreja Eusébio e Jerônimo, entende que Pedro escreveu sua carta de Roma e, por se tratar de um tempo de perseguição, preferiu referir-se à capital do império por meio de códigos. O erudito Robert Gundry afirma que os primeiros pais da Igreja entenderam que “Babilônia” era uma referência a Roma. A tradição desconhece a existência de qualquer igreja em Babilônia da Mesopotâmia e nada sabe de alguma visita ali feita por Pedro; todavia, a tradição indica que Pedro morreu em Roma.

Conclusão: É quase impossível fechar a questão nesse ponto. Melhor é deixar aberta a questão do local onde estava Pedro ao escrever sua epístola.