Pr Walter Brunelli lançará Teologia Sistemática Pentecostal

SHALOM! É com grande alegria que comunico os nobres leitores deste blog, que meu amigo Pr. Walter Brunelli,  lançará uma Teologia para Pentecostais, (Uma Teologia Sistemática e Expandida).  Uma obra que vem Leia Mais »

Pérolas da carta de Paulo à Filemon

A carta de Paulo a Filemon é a mais breve entre as cartas que formam a coletânea paulina e consiste apenas em 335 palavras no grego original. É pequeno no tamanho e Leia Mais »

Onesíforo, um bálsamo na vida de Paulo

Paulo havia exortado Timóteo a guardar o evangelho, pois diante da perseguição, muitos cristãos abandonariam o evangelho. Ao longo de 2º Timóteo, Paulo encoraja Timóteo a não se envergonhar do evangelho nesse Leia Mais »

Uma curiosidade inédita sobre Jonas

Para compreendermos o significado dos acontecimentos do livro de Jonas capítulo 3 é necessário saber que os ninivitas adoravam o deus-peixe, Dagom, parte humano e parte peixe. Eles acreditavam que ele tinha Leia Mais »

Afinal, quem é o cavaleiro branco de Apocalipse 6?

A adoração descrita em Apocalipse 4 e 5 é um preparativo para a ira descrita em Apocalipse 6 a 19. Pode parecer estranho adoração e julgamento andarem juntos, mas isso se deve Leia Mais »

O valor de um pastor

  • O valor de um pastor não é medido por sua popularidade, poder de persuasão ou quantidade de pessoas que atrai, mas sim por seu caráter e fidelidade a Deus (Jo 6.66 e 67);
  • O valor de um pastor não é medido pela aprovação de homens, mas pela aprovação de Deus. O pastor é segundo o coração de Deus e não segundo o coração dos homens (Jr 3.15);
  • O valor de um pastor não é medido pelo tamanho de sua igreja, mas por suas qualidades éticas, morais e espirituais;
  • O valor de um pastor não é medido pelo volume das entradas financeiras de sua igreja, mas por sua capacidade de suprir seu rebanho com a Palavra de Deus. Há pastores que se preocupam com a lã. Há pastores que se preocupam com as ovelhas.
  • O valor de um pastor não é medido pelo salário que ganha, mas pelo serviço que presta;
  • O valor de um pastor não é medido por sua capacidade política e de articulação, pois muitas vezes ele deixa de ser “politicamente correto” para permanecer justo e reto diante de Deus;
  • O valor de um pastor não é medido pelos cargos que ele ocupa na denominação, mas pelo serviço que presta à Obra de Deus;
  • O valor de um pastor não é medido pela satisfação de seus ouvintes, mas por sua pregação coerente aos valores do evangelho bíblico capaz de transformar vidas. A sua mensagem, ao invés de massagear o ego humano, às vezes desagrada por confrontar o ouvinte com a verdade;
  • O valor de um pastor não é medido pelo seu poder ou status, mas por sua submissão e obediência a Deus;
  • O valor de um pastor não é medido por sua autossuficiência. O poder de Deus se aperfeiçoa na fraqueza de homens que às vezes julgamos fracos e incapacitados (2ª Co 12.9);
  • O valor de um pastor não é medido por sua condição física, mas por sua condição espiritual;
  • O valor de um pastor não é medido pela quantidade de amigos ou pessoas que o rodeiam, mas sim por seu amor às pessoas;
  • O valor de um pastor não é medido pelos seus discursos, mas pela autoridade de seu viver (Mt 7.9);
  • O valor de um pastor não é medido pelo crescimento quantitativo ou não da membresia de sua igreja, mas pelas transformações que suas mensagens geram em seus ouvintes. Há por aí templos cheios de pessoas perdidas, e igrejas pequenas onde pessoas experimentam a salvação em Cristo;
  • O valor de um pastor não é medido pelo seu poder de empolgar sua igreja ou plateia, pois seu chamado é para pastorear e não para “animar” auditório;
  • O valor de um pastor não é medido pelas crises que passa ou deixa de passar, mas pela maneira como se comporta em momentos difíceis;
  • O valor de um pastor é medido por critérios divinos e não humanos.
  • O pastor é dependente de Deus, e não de homens;
  • O pastor é homem frágil e pequeno, por meio do qual Deus realiza coisas grandes e extraordinárias;
  • O pastor sabe que seu chamado é para pastorear e não para gerir empresas; ele não se preocupa com números mas com a saúde de suas ovelhas;
  • O verdadeiro pastor não se “contextualiza” ao mundo, mas se esforça para tirar vidas do mundo;
  • O pastor de valor forma valores;
  • Se você tem um pastor, agradeça a Deus, ore por ele e ame-o!

Pr Cleber

Ricardo Gondim, despede-se da revista ULTIMATO

Após quase vinte anos, fui convidado a “des-continuar” minha coluna na revista Ultimato. Nesta semana, recebi a visita de Elben Lenz Cesar, Marcos Bomtempo e Klênia Fassoni em meu escritório, que me deram a notícia de que não mais escreverei para a Ultimato. Nessa tarde, encerrou-se um relacionamento que, ao longo de todos esses anos, me estimulou a dividir o coração com os leitores desta boa revista. Cada texto que redigi nasceu de minhas entranhas apaixonadas.

Fui devidamente alertado pelo rev. Elben de que meus posicionamentos expostos para a revista Carta Capital trariam ainda maior tensão para a Ultimato. Respeito o corpo editorial da Ultimato por não se sentir confortável com a minha posição sobre os direitos civis dos homossexuais. Todavia, reafirmo minhas palavras: em um estado laico, a lei não pode marginalizar, excluir ou distinguir como devassos, promíscuos ou pecadores, homens e mulheres que se declaram homoafetivos e buscam constituir relacionamentos estáveis. Minhas convicções teológicas ou pessoais não podem intervir no ordenamento das leis.

O reverendo Elben Lenz Cesar, por quem tenho a maior estima, profundo respeito e eterna gratidão, acrescentou que discordava também sobre minha afirmação ao jornalista de que “Deus não está no controle”. Ressalto, jamais escondi minha fé no Deus que é amor e nos corolários que faço: amor e controle se contradizem. De fato, nunca aceitei a doutrina da providência como explicitada pelo calvinismo e não consigo encaixar no decreto divino: Auschwitz, Ruanda ou Realengo. Não há espaço em minhas reflexões para uma “vontade permissiva” de Deus que torne necessário o orgasmo do pedófilo ou a crueldade do genocida.

Por último, a Klênia Fassoni advertiu-me de que meus Tweets, somados a outros textos que postei em meu site, deixam a ideia de que sou tempestivo e inconsequente no que comunico. Falou que a minha resposta à Carta Capital sobre a condição das igrejas na Europa passa a sensação de que sou “humanista”. Sobre meu “humanismo”, sequer desejo reagir. Acolho, porém, a recomendação da Klênia sobre minha inconsequência. Peço perdão a todos os que me leram ao longo dos anos. Quaisquer desvarios e irresponsabilidades que tenham brotado de minha pena não foram intencionais. Meu único desejo ao escrever, repito, foi enriquecer, exortar e desafiar possíveis leitores.

Resta-me agradecer à revista Ultimato por todos os anos em que caminhamos juntos. Um pedaço de minha história está amputada. Mas a própria Bíblia avisa que há tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou. Meu amor e meu respeito pela família do rev. Elben, que compõe o corpo editorial da Ultimato, não diminuíram em nada.

Continuarei a escrever em outros veículos e a pastorear minha igreja com a mesma paixão que me motivou há 34 anos.

Ricardo Gondim
Soli Deo Gloria

Fonte: www.ricardogondim.com.br

Os erros do Espírito Santo

Pare evitar melindres, digo logo que o título é retórico, e não literal. Perco parte do impacto, mas evito logo os caçadores de heresia. Não tenho muita paciência com gente que procura chifre em cabeça de cavalo, e por isso esclareci logo.

Filipe estava pregando para uma multidão, e o Espírito o removeu para o deserto. Tirou-o do meio de um trabalho de massa e de grande impacto. É que lemos em Atos 8.12-13: “Mas, quando creram em Filipe, que lhes pregava acerca do reino de Deus e do nome de Jesus, batizavam-se homens e mulheres. E creu até o próprio Simão e, sendo batizado, ficou de contínuo com Filipe; e admirava-se, vendo os sinais e os grandes milagres que se faziam”. Filipe tivera discernimento e fora para a Samária: “E descendo Filipe à cidade de Samária, pregava-lhes a Cristo. As multidões escutavam, unânimes, as coisas que Filipe dizia, ouvindo-o e vendo os sinais que operava; pois saíam de muitos possessos os espíritos imundos, clamando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos foram curados” (At 8.5-7). Lá surgiu um avivamento e muitas conversões aconteceram.

É neste momento que vem o Espírito e comete seu primeiro erro: encaminha o evangelista a um lugar deserto. Tudo bem planejado por Filipe, as coisas estão indo bem, e o Espírito, de supetão, o remove dali para um lugar inexpressivo. Deus deveria respeitar mais nosso planejamento. Temos bons estrategistas, gente que sabe criar projetos e delinear ações. Mas Deus tem o estranho hábito de fazer as coisas sem nos pedir informações e sem olhar nossa prancheta. Não se tira um obreiro de um lugar em que ele está indo muito bem, fazendo um bom um trabalho, privando o lugar de sua presença marcante. As coisas iam bem por causa do homem certo no lugar certo.

O segundo erro estratégico: tirou o evangelista do meio de muitas pessoas e o encaminhou para esperar que passasse alguém. Veja os contrastes: “multidões” (v. 6) e “muitos” (v. 7) para “deserto” (v. 26). Ora, por que investir em lugares pequenos? Por que enviar um missionário para um vilarejo, ao invés de centrar as forças nos grandes centros urbanos? Faltou-lhe noção de estratégia missionária. Não aprendeu dos missiólogos. Ignorou as modernas técnicas de evangelização mundial. Foi por isso que errou. São Paulo de Piratininga é mais importante que Coxipó de Poconé de Conceição de Mato Dentro. Ter uma igrejona em Sampa é mais importante, estrategicamente falando, que ganhar alguém na periferia de Coxipó.

O terceiro: tirou o evangelista do meio de uma batalha, em que confrontara vitoriosamente o mal, para um lugar pacífico. Simão, o Mago, se decidira. Era só trabalhar mais com ele. Que troféu para exibir! Figurões convertidos ajudam muito na expansão do evangelho. Exibir um ex-alguma coisa dá um ibope terrível! A quem Filipe evangelizaria, no deserto? Lobos? Serpentes? Escorpiões? Para piorar, Pedro já “engrossara o caldo” com Simão: “Mas disse-lhe Pedro: Vá tua prata contigo à perdição, pois cuidaste adquirir com dinheiro o dom de Deus. Tu não tens parte nem sorte neste ministério, porque o teu coração não é reto diante de Deus. Arrepende-te, pois, dessa tua maldade, e roga ao Senhor para que porventura te seja perdoado o pensamento do teu coração; pois vejo que estás em fel de amargura, e em laços de iniqüidade” (At 8.20-23). Figurões que sejam convertidos potenciais devem ser tratados com luvas de pelica! O Espírito também poderia orientar melhor aos missionários. Noções de Relações Púbicas fazem bem.

Por tudo isso, o Espírito Santo seria reprovado na disciplina Estratégia Missionária, num curso de Missiologia. Nós sabemos que o segredo do sucesso está no bom planejamento. Sabemos pensar, fazer projetos, idealizar situações. Tanto que nem precisamos de muita oração. A prancheta substitui o joelho em terra e nos dá a sensação de utilidade. Estamos fazendo alguma coisa para Deus ao invés de esperarmos passivamente. Nós somos proativos, e não reativos, mesmo reativos a Deus. Somos uma denominação que sabe planejar! Vejo cada calhamaço de planejamento! Só não entendo porque, com tanto planejamento, as coisas não melhoram. Bem, quem sabe, precisamos de mais planos…

Sabemos o que aconteceu. Filipe foi para o deserto, ganhou um ministro de Candace, rainha da Etiópia, para Jesus. O homem regressou convertido para seu país, e assim se cumpriu uma profecia bíblica: “estenda a Etiópia ansiosamente as mãos para Deus” (Sl 68.3). E, figurão por figurão, o Espírito sabia qual lhe seria mais útil.

Não se trata de seletividade do Espírito, removendo Filipe do meio do povão e levando-o a uma pessoa importante. É que o plano de Deus estava formado há séculos. Deus já tinha a conversão deste homem em mente, antes do avivamento em Samária. Precisamos conhecer os desígnios divinos para nossas vidas e para seu reino. E ele nos faz conhecê-los na convivência com ele. Não desconsidero os planos, mas considero que buscar a Deus e submeter-se a ele é mais importante que qualquer outra coisa. Geralmente planejamos e pedimos que Deus abençoe os nossos planos. Buscamos conhecer os planos de Deus? Antes de dedicarmos os planos a Deus dedicamos-lhe nossa vida? Nem sempre o segredo do bom sucesso são os planos, mas o caráter espiritual das pessoas sempre pesará muito. A espiritualidade não pode vir a reboque de projetos. A oração não pode ser item em nossas agendas, mas o suporte do que fazemos.

Creio que mais importante que papel e arquivos em computador é a profundidade espiritual. É a oração, não como tópico de agenda administrativa, mas a passional. Receio que a burocracia se torne um shiboleth e sufoque o Espírito Santo. Não é pecado planejar, mas é pecado criar a cultura de que tratamos de um negócio comum, que se atém a regras humanas normais, e não que cuidamos de algo sobrenatural, que não pode nunca deixar de ter abordagem e enfoque sobrenaturais em primeiro lugar. Será que muitas de nossas instituições não estão em crise exatamente por isso? Por que deixaram de ser espirituais e suas engrenagens se tornaram meramente comerciais? Se tem dinheiro em caixa então cumpriu sua missão. Será isto mesmo? Não será por isso que muitas não têm dinheiro em caixa e vão mal em outros setores?

O caráter de Filipe fica bem claro em Atos 6.3: “Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais encarreguemos deste serviço”. E isto me leva a considerar que a maior necessidade da igreja e das instituições que a servem (como batista entendo que as instituições são servas das igrejas) não é de mais burocracia eclesiástica, mas de pessoas de caráter espiritual elevado. De homens e mulheres espiritualmente rendidos a Deus e completamente entregues em suas mãos para a obra. Penso se não nos sobram planos e escasseiam quebrantamento e vida nas mãos de Deus. É ele quem faz a obra através de pessoas, e não as pessoas que fazem a obra através dos seus planos. “E Deus pelas mãos de Paulo fazia milagres extraordinários” (At 19.11).

Filipe pôde sair do meio do avivamento e ir para o deserto porque não mensurava seu serviço pela contagem de cabeças de decididos, mas sim em termos de espiritualidade obediente. Não são planos ou números. Estes são circunstanciais, secundários e produto da espiritualidade. O que mais importa são vidas nas mãos de Deus. Como a de Filipe. Com vidas assim nas mãos do Espírito de Deus as coisas dão certo. Ele nunca erra.

Pr Isaltino Gomes Coelho

Igreja Presbiteriana Estadunidense Aprova Ordenação de Ministros Homossexuais

A Igreja Presbiteriana ratificou terça-feira, 10 de Maio de 2011, uma medida permitindo a ordenação de ministros gays e lésbicas enquanto também permitiu que congregações individuais passassem a decidir por elas mesmas.

Com o voto de sua organização regional em Minnesota, a Igreja Presbiteriana Estadunidense tornou-se a quarta igreja protestante principal a permitir a ordenação gay, seguindo as seguintes igrejas: Evangélica Luterana, Epicospal e a Igreja Unida de Cristo. O voto de Minnesota foi estritamente seguido por um de Los Angeles, reportou o jornal Los Angeles Times.

A mudança na constituição da Igreja Presbiteriana foi aprovada no verão passado pela Assembléia Geral da igreja, seu corpo governante. Mas sob tais regras, tais mudanças devem então ser ratificadas por uma maioria de 173 organizações regionais conhecidas como presbitérios.

Na última terça-feira, em uma reunião em St. Louis Park, um subúrbio de Minneapolis, o Presbitério das Cidades Gêmeas colocou o assunto como prioridade com um voto de 205 a 56, tornando-se o 87º corpo regional a votar a favor da ordenação de ministros gays. Cerca de 90 minutos mais tarde, o Presbitério do Pacífico, representando partes do Sul da Califórnia e todo o Havaí, somaram ao coro, votando 102 a 60 a favor.

Foi a quarta vez que a igreja votou acerca de assuntos relacionados à ordenação de gays, e os votos refletem uma mudança dentro da igreja e na sociedade estadunidense, ao passo que as manifestações públicas contra a homossexualidade se amainaram. Desde a última vez que o assunto entrou em votação, em 2008-2009, cerca de 19 presbitérios mudaram seus votos de “não” para “sim”, incluindo alguns presbitérios de regiões relativamente conservadoras do país, tal como l Nebraska (central)  e Alabama (região nordeste).

Tradução: Wellington Mariano

Fonte: http://www.washingtonblade.com/2011/05/11/presbyterian-church-to-allow-gay-ordination/

Ágabo, uma profecia com dois pequenos erros

Depois de passarmos ali vários dias, desceu da Judéia um profeta chamado Ágabo. Vindo ao nosso encontro, tomou o cinto de Paulo e, amarrando as suas próprias mãos e pés, disse: “Assim diz o Espírito Santo: ‘Desta maneira os judeus amarrarão o dono deste cinto em Jerusalém e o entregarão aos gentios’” (Atos 21.10,11).

Parece que existem dois fatores conflitantes nessa passagem. Por um lado, a frase introdutória de Ágabo – “Assim diz o Espírito Santo” – sugere uma tentativa de falar como os profetas do AT que diziam: “Assim diz o Senhor…”.

Por outro lado, porém, os acontecimentos da própria narrativa não coincidem com o tipo de precisão que o AT exige daqueles que falam as palavras de Deus. Na verdade, pelo padrão do AT, Ágabo teria sido considerado como falso profeta, porque em Atos 21.27-35 nenhuma de suas previsões é cumprida.

Em primeiro lugar, Ágabo predisse que os judeus de Jerusalém “amarrariam” Paulo (At 21.11; a palavra grega traduzida por “amarrar” é deo). Contudo, quando Paulo foi efetivamente capturado em Jerusalém, mais tarde no mesmo capítulo, Lucas nos diz duas vezes que não foram os judeus, mas os romanos que amarraram Paulo: “O comandante chegou, prendeu-o e ordenou que ele fosse amarrado com duas correntes” (At 21.33).

Em segundo lugar, o “erro” da profecia de Ágabo refere-se ao segundo detalhe predito: o fato de que os judeus “entregariam” Paulo nas mãos dos gentios. Aqui, a palavra grega para entregar é paradidomi, que significa “dar voluntariamente, passar às mãos”. O ponto essencial do sentido dessa palavra é a idéia de “entregar”, “doar” ou “passar às mãos” de maneira ativa, consciente e proposital alguma coisa a alguém – esse é o sentido que aparece nas outras 119 ocorrências dessa expressão no NT.

A palavra paradidomi é usada, por exemplo, quando Judas “entregou” Jesus nas mãos dos líderes judeus (Mt 26.16); quando os judeus “entregaram” Jesus nas mãos dos romanos (Mt 20.19); quando João Batista foi “entregue” à prisão (Mc 1.14); quando Moisés “entregou” as leis ao povo (At 6.14); quando Paulo “entregou” ensinamentos à igreja (1Co 15.3). Nenhum dos outros 119 exemplos do uso dessa palavra no NT deixa de usar a idéia de uma ação consciente e intencional feita por quem faz a entrega.

Lucas na narrativa que se segue à profecia de Ágabo, ele mostra que os judeus não “entregaram” Paulo nas mãos dos gentios. Em vez de deliberadamente “passar Paulo às mãos” dos gentios – como os judeus haviam feito com Jesus, por exemplo, os próprios judeus tentaram matá-lo (At 21.31). Paulo precisou ser forçosamente resgatado dos judeus pelo tribuno romano e seus soldados (At 21.32,33). Mesmo assim, a violência do povo era tão grande que ele precisou ser carregado pelos soldados (At 21.35).

É importante notar que Lucas não tem intenção de mostrar que Ágabo proclamou uma profecia imprecisa. Essas palavras são apenas detalhes, alguém poderia dizer. Contudo, tal explicação não leva em conta de maneira plena o fato de que esses são os únicos dois detalhes que Ágabo menciona – em termos de conteúdo, eles são o cerne de sua profecia. De fato, esses detalhes são o que fazem dessa predição algo incomum. Provavelmente qualquer pessoa que soubesse de que maneira os judeus, por todo o Império Romano, haviam tratado a Paulo em várias cidades poderia ter “predito”, sem qualquer revelação do Espírito Santo, que Paulo enfrentaria violenta oposição dos judeus em Jerusalém. 

O aspecto singular da profecia de Ágabo foi sua predição de que Paulo seria “amarrado” e “entregue nas mãos dos gentios”. Nesses dois elementos básicos, ele estava um tanto equivocado.

Pr. Marcello Oliveira

P.s>>  O texto em tela não tem como finalidade debater a contemporaniedade dos dons espirituais. Eu, Pr Marcello Oliveira, creio firmemente na atualidade dos dons e seu uso na igreja atual.

O amor inabalável de Deus

Estou convencido de que nem morte, nem vida, nem anjos, nem demônios […] nem altura, nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor – Romanos 8.38-39

Romanos 8 é, sem dúvida, um dos capítulos mais conhecidos da Bíblia, especialmente os doze versículos finais, em que Paulo alcança as mais sublimes alturas. Depois de escrever os principais privilégios dos cristãos justificados- paz com Deus, união com  Cristo, liberdade da lei e vida no Espírito- a mente de Paulo, guiada pelo Espírito, passa a desvendar todo o plano e propósito de Deus, da eternidade passada à eternidade ainda por vir.

Ele começa citando cinco convicções inabaláveis (v. 28): Deus age em todas as coisas; Ele age para o bem do seu povo; Ele age assim para aqueles que o amam, e que foram chamados, de acordo com o seu propósito. Sabemos de tudo isso, Paulo escreve, mas nem sempre entendemos. A seguir vêm cinco afirmações inegáveis (v. 29-30), que descrevem em detalhes aquilo que Paulo quis dizer com “propósito de Deus”. Elas se referem ao povo de Deus, a quem Deus conheceu de antemão (isto é, que ele decidiu amar) e predestinou para serem conformes a imagem do seu Filho; a quem também chamou para si através do evangelho, justificou, e por fim, glorificou. Nossa glorificação é expressa como algo que aconteceu no passado, pois ela já está garantida, apesar de só acontecer no futuro. Assim, Paulo se desloca do passado para o futuro, até chegar a cinco perguntas irrespondíveis:

  1. “Se Deus é por nós, quem será contra nós?”
  2. “Aquele que não poupou seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós, como não nos dará juntamente com Ele, e de graça, todas as coisas?”
  3. “Quem fará alguma acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica”
  4. “Quem os condenará? Foi Cristo Jesus que morreu; e mais, que ressuscitou e está à direita de Deus, e também intercede por nós”
  5. “Quem nos separará do amor de Cristo?”

 Assim, Paulo nos apresentou cinco convicções acerca da providência de Deus, cinco afirmações sobre seu propósito e cinco perguntas sobre seu amor. Todas juntas nos dão cinco certezas a seu respeito. Necessitamos urgentemente dessas certezas, pois no mundo de hoje não encontramos firmeza em lugar nenhum.

Pr Marcelo Oliveira

Bibliografia: Stott, John. A Bíblia Toda, Ano Todo. Ed. Ultimato

                          Lopes, Hernandes Dias. Romanos. Ed. Hagnos

A mais longa lista de pecados da Bíblia está relacionada à homossexualidade

Quando o homem desprezou o conhecimento de Deus e perverteu o culto divino, perdeu a sua identidade. O homossexualismo é uma negação total do mundo real. Refuta qualquer possibilidade de continuidade e ameaça a identidade da pessoa como fruto do relacionamento de um pai e uma mãe. Não podemos concordar com a bandeira levantada pela homofobia, quando os ativistas desse movimento afirmam que o homossexualismo é uma opção normal e que o casamento de pessoas do mesmo sexo é uma união de amor que deve ser chancelada pela lei de Deus e dos homens. Ao descrever o homossexualismo, Paulo aponta sete características desse pecado abominável: 1) imundícia (Rm 1.24); 2) desonra para o corpo (1.24); 3) paixão infame (1.26); 4) antinaturalidade (1.26); 5) contrariedade à natureza (1.26); 6) torpeza (1.28); 7) erro (1.28).

O apóstolo Paulo amplia a questão quando faz um diagnóstico sombrio da realidade que nos cerca. A decadência moral atinge todos os relacionamentos: com Deus, consigo próprio, com o próximo e com a família. Esta é a mais longa lista de pecados encontrada nas epístolas paulinas. Paulo faz uma lista de 21 pecados, que mostraremos agora:

  1. Cheios de injustiça – A palavra grega adikia significa roubar tanto aos homens como a Deus de seus direitos.
  2. Cheios de malícia – A palavra grega poneria se refere a uma maldade sedutora, maligna. Trata da pessoa que não apenas é má, mas procura arrastar os outros para sua maldade.
  3. Cheios de avareza – A palavra grega pleonexia é o desejo desenfreado que não conhece limites nem leis, o desejo insaciável de ter o que não lhe pertence por direito. É amor insaciável às possessões e aos prazeres ilícitos.
  4. Cheios de maldade – A palavra grega kakia descreve o homem desprovido de todo o bem. Trata-se da pessoa que tem inclinação para o pior. É o vício essencial que inclui todos os outros e do qual todos os outros procedem.
  5. Possuídos de inveja – A palavra grega fthonos descreve o terrível sentimento de sentir-se desconfortável com o sucesso dos outros, não só desejando o que lhe pertence, mas também alegrando-se com suas tragédias.
  6. Possuídos de homicídio – A palavra grega fonos se refere a desejo, intenção ou atitude de ferir o outro para tirar-lhe a vida. O assassino é também aquele que odeia a seu irmão (1Jo 3.15). O homem pode ver a ação, mas Deus conhece a intenção.
  7. Possuídos de contenda – A palavra grega eris diz respeito ao sentimento e à atitude daquele pessoa que é dominada pela inveja e por isso se torna facciosa e briguenta.
  8. Possuídos de dolo – A palavra grega dolos retrata a pessoa que não age da maneira reta, usando sempre métodos tortuosos e clandestinos para alguma vantagem. A palavra vem do verbo doloun usado para referir-se à falsificação de metais preciosos e a adulteração de vinhos.
  9. Possuídos de malignidade – A palavra grega kakoetheia descreve a pessoa que sempre supõe o pior acerca dos outros. É a pessoa que sempre vê as coisas pelo lado mais sombrio.
  10. Difamadores – A palavra grega psithyristes representa a pessoa que murmura suas histórias maliciosas de ouvido a ouvido.
  11. Caluniadores – A palavra grega katalalos refere-se a pessoa que proclama publicamente suas infâmias.
  12. Aborrecidos de Deus – A palavra grega theostygeis retrata o homem que odeia a Deus, porque sabe que Deus é estorvo em seu caminho de licenciosidade. De bom grado eliminaria Deus se pudesse, pois para ele o mundo sem Deus lhe abriria o caminho para o pecado.
  13. Insolentes – A palavra grega hybristes retrata a pessoa altiva, soberba, sadicamente cruel, que encontra prazer em prejudicar o próximo.
  14. Soberbos – A palavra grega hyperefanos descreve a pessoa que está cheia de si mesma como um balão cheio de vento. Este é o ponto culminante de todos os pecados. Trata-se de quem despreza todos, exceto a si mesmo, e tem prazer em rebaixar e humilhar os outros.
  15. Presunçosos – A palavra grega alazon descreve a pessoa que pensa de si mesma além do que convém e exalta a si mesma acima da medida. Diz respeito a quem pretende ter o que não tem, saber o que não sabe e jacta-se de grandes negócios que só existem em sua imaginação.
  16. Inventores de males – As palavras gregas efeuretes kakon retratam aquelas pessoas que buscam novas formas de pecar, novos recônditos nos vícios, porque estão enfastiadas e sempre à procura de novas emoções em alguma fora diferente de transgressão.
  17. Desobedientes aos pais – As palavras gregas goneusin apeitheis se referem àquela atitude dos filhos de sacudir o jugo da obediência aos pais. Trata-se de filhos rebeldes e irreverentes.
  18. Insensatos – A palavra grega asynetos descreve o homem que é incapaz de aprender as lições da experiência. Trata-se da pessoa culpada de grande sandice, que se recusa a usar a mente e o cérebro que Deus lhe deu.
  19. Pérfidos – A palavra grega asynthetos descreve a pessoa que não é confiável. É aquele desonesto em quem não se pode confiar.
  20. Sem afeição natural – A palavra grega astorgos significa sem amor à família. Trata do desamor dos pais aos filhos e dos filhos aos pais. É a falta de afeto entre os irmãos de sangue. A prática abusiva de abortos e os crimes familiares apontam para a gravidade desse pecado em nossos dias.
  21. Sem misericórdia – A palavra grega aneleemon retrata a pessoa implacável, sem piedade, que fere e mata o outro sem compaixão.

Conclusão

Depois de descrever com cores fortes e vividas o estado de decadência da sociedade, Paulo faz duas afirmações ainda mais chocantes:

1)     Os homens pecam conscientemente. “Ora conhecendo eles a sentença de Deus, de que são passíveis de morte os que tais coisas praticam não somente as fazer…” (Rm 1.32ª).  As pessoas agem sabendo que estão agindo errado. Elas sufocam a verdade, abafam a voz da consciência, mas no íntimo sabem que aquilo que praticam é um ato de rebeldia contra Deus e passível de punição.

2)     Os homens aplaudem os que praticam as mesmas coisas. “…mas também aprovam os que assim procedem” (Rm 1.32b). Amados vejam a atualidade das Escrituras. Não foi exatamente isto que o STF fez esta semana? A sociedade se mostra orgulhosa e até entusiasmada pelo pecado. O nível mais baixo da degradação moral de uma sociedade é quando ela não apenas pratica o mal, mas também o incentiva e aplaude. Esse é o clímax da perversidade. É isso que vemos todos os dias na televisão, nos outros meios de comunicação e o pior de tudo, no “guardião” da Constituição Federal – o STF.

O Eterno tenha misericórdia de nós,

Pr Marcelo Oliveira

Bibliografia:  Wiersbe, Warren. Comentário Expositivo. Geográfica Editora

Rienecker, Fritz; Rogers, Cleon. Chave lingüística do NT

Lopes, Hernandes Dias. Romanos. Ed. Hagnos

Barclay, William. Romanos, p. 45-51

Provérbios, a excelência da sabedoria

INTRODUÇÃO

Não há enredo. São pensamentos acumulados em séculos de cultura hebraica. Atribuído a Salomão (971-931 a.C.), e concluído por Ezequias (715-686 a.C.), cf. Pv 25. Mais de 250 anos de observação, análise e reflexão, além da orientação do E. Santo. Veremos alguns de seus temas nele. Hoje, uma visão geral.

1. UMA OBSERVAÇÃO PRIMÁRIA – A finalidade do livro: 1.2-6. Atente à expressão conhecer a sabedoria. “Sabedoria” é a palavra hokhmâ, cujo sentido é “ter orientação para viver bem”. Não é especulação ou sentimento. É prática. Os sábios, hâkhamyn, eram muito respeitados em Israel. Ligados à corte, organizavam e ensinavam ao povo a sabedoria prática e o conhecimento (Ec 12.9). Ensinavam a viver bem. A Bíblia ensina como viver bem, neste mundo. O fiel deve ser sábio.

  1. O QUE É SABEDORIA? – Não é erudição, cultura acadêmica ou escolaridade. Que é?

(1)   Em 1.2 – É instrução (hebraico, mûsar). A idéia é de treinamento. A pessoa se treina para a vida. Não é um termo estático. É algo que vai ser trabalhado para aprender a viver. A Bíblia ensina a viver. Tem princípios para nossa vida aqui: Sl 119.130. Veja Pv 1.2, na LH.

(2)   Ainda em 1.2 – São palavras de inteligência. O hebraico é binâh, cuja tradução é “discernimento”.  É ter discernimento da vida. Por exemplo: Romanos 12.17.

(3)   Em 1.3 – É sábio procedimento.  Vem de haskel, “bom senso, habilidade para administrar conflitos”. Exemplo: Abigail (1Sm 25.3 e 25.25 e seguintes). O marido, uma toupeira, teve um infarto (v. 37). BJ: “De manhã, quando Nabal acordou da bebedeira, sua mulher lhe contou o que acontecera, e ele sentiu o coração parar no seu peito, e ficou como pedra”. Abigail tinha bom senso, haskel. Fuja do mal.

(4)   Em 1.4 – É prudência. O hebraico é ‘ormah. A primeira pessoa com ‘ormah na Bíblia é a serpente (Gn 3.1). Lá foi traduzido por “astuta”. A idéia é de sagacidade, não de maldade. Saber o que dizer, como se conduzir na conversa com os outros.

(5)   Em 1.4 – É juízo. O hebraico é mezimah, “capacidade de fazer planos”. Como ter um plano de vida sensato.

  1. QUAL É A FONTE DE SABEDORIA? – Em 1.7. “Temor do Senhor” é uma expressão que corresponde ao nosso conceito de religião ou espiritualidade. O princípio da sabedoria está na religião revelada na Escritura. O homem sem Deus é “néscio” (Sl 14.1). “Néscio” é nabhal, a pessoa que não usa a razão (nome do marido de Abigail). Quem usa a razão busca a Deus. A cultura não afasta de Deus. É a meia cultura. O saber aproxima de Deus: Sl 8.4 e 19.1. Algumas das maiores mentes deste mundo foram tementes a Deus.

 

CONCLUSÃO – O DESAFIO DE PROVÉRBIOS

Um desafio para viver bem. Ouvir, aprender, pesquisar e refletir. Os evangélicos de hoje valorizam mais sentir que aprender. Mas o sábio ouve, reflete, pesquisa, corrige a vida. Não busca sensações ou sentir-se bem, mas ser corrigido pela Palavra. Nela está a sabedoria, pois ela vem de Deus.

Pr Isaltino Gomes

A imoralidade em Corinto – Os “malakoi” e os “arsenokoitai”

Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas (1Co 6.9)

A igreja de Corinto estava sendo influenciada pelo meio em que vivia em vez de influenciá-lo. A igreja foi colocada no mundo para influenciá-lo e não para ser influenciada por ele. Porém, na igreja de Corinto o mundo estava ditando normas e os rumos do comportamento da igreja. Em Corinto os crentes estavam sendo influenciados pela cosmovisão daqueles que viviam fora da igreja. A cidade de Corinto era cheia de vários partidos e também profundamente promíscua. Neste capítulo Paulo os exorta e mostra qual deveria ser o procedimento deles. Nesta reflexão trataremos do problema da imoralidade na igreja de Corinto.

A palavra para efeminado é malakoi que significa literalmente “suave, macio, feminino”. O efeminado é a parte passiva numa relação homossexual. A palavra para sodomitas é arsenokoitai, é o homossexual ativo. O estudioso David Prior, diz que essas duas palavras são referências a “parceiros respectivamente passivos e ativos na relação homossexual masculina”.

O estudioso do NT Dr. William Barclay faz uma descrição sombria da realidade do homossexualismo no mundo greco-romano:

O pecado do homossexualismo havia se expandido como uma infecção na vida grega, e mais tarde se propagou em Roma. Mesmo um homem notável quanto Sócrates o praticava: o diálogo de Platão O simpósio foi assinalado como uma das maiores obras sobre o amor; mas seu tema não era o amor natural, mas o antinatural. Quatorze dos quinze imperadores romanos praticavam esse vício. Quando Paulo escreveu esta carta, Nero era o imperador. Nero tomara a um jovem chamado Esporo e o castrara. Casara-se com ele em uma grande cerimônia e o levara para seu palácio em procissão e vivia com ele como se ele fosse uma esposa. Nero ainda casou-se com um homem chamado Pitágoras e o chamava seu esposo. Quando Nero morreu e Oto subiu ao trono, a primeira coisa que fez foi se apossar de Esporo. Muito mais tarde o nome do imperador Adriano associou-se para sempre com o de um jovem de Bitínia chamado Antonio. Viveu com ele inseparavelmente, e quando o jovem morreu, ele o deificou e cobriu o mundo com suas estátuas e imortalizou seu pecado, chamando a uma estrela com o seu nome. Esse vício, em especial, na época da Igreja primitiva, cobriu o mundo de vergonha; e existem poucas dúvidas de que foi esse pecado, uma das causas principais de sua degeneração, e da caída final de sua civilização.

Paulo diz à igreja: Vocês precisam fazer um diagnóstico na vida de vocês. Examinem e avaliem a vida de vocês, porque se vocês estão vivendo na prática desses pecados, vocês não herdarão o Reino de Deus.

À luz de 1Coríntios 6.12-20, extrairemos algumas preciosas lições. Em primeiro lugar, observaremos as duas premissas que sustentavam a permissividade dos coríntios (6.12,13).

a)  “Todas as coisas me são lícitas”. Na cidade de Corinto defendia-se uma liberdade total, irrestrita e incondicional. Eles estavam transformando a liberdade em libertinagem. Aquela igreja não tinha limites. Eles chegaram a aplaudir o pecado de incesto e se jactaram dessa posição permissiva. A lei que regia a vida deles era: É proibido proibir! Eles consideravam todas as coisas indistintamente como lícitas sem nenhuma restrição. Eles não suportavam restrições, leis ou proibições.  Este é o retrato da atual sociedade.

b)  “O alimento é para o estômago assim como o sexo é para o corpo”. A máxima da igreja de Corinto para incentivar a imoralidade da igreja era: “O alimento é para o estômago assim como o sexo é para o corpo”. Mas Paulo ensina: “Os alimentos são para o estômago, e o estômago para os alimentos; mas Deus destruirá tanto estes como aquele. Porém o corpo não é para a impureza, mas, para o Senhor, e o Senhor, para o corpo” (6.13). Os coríntios pensavam que assim como o apetite é natural e o corpo precisa de alimento, também o sexo era um desejo natural e precisa ser satisfeito. Para eles uma pessoa não podia reprimir seus apetites sexuais. Eles entendiam que assim como o alimento é preparado para o estômago, o corpo era preparado para o sexo. Dessa maneira eles não poderiam ter quaisquer restrições. Paulo, então, os confronta. Mostra-lhes que eles estão errados. O alimento é para o estômago e o estômago é para o alimento. Porém, o corpo não é para o sexo desenfreado. O corpo é para o Senhor. O corpo é para o Senhor e não para a prostituição. O corpo é para o Senhor e não para  a impureza.

Em segundo lugar, Paulo fala das premissas verdadeiras que desafiam à santidade do sexo (6.12-20). Duas grandes verdades a serem destacadas

A primeira delas é o compromisso da Trindade com o nosso corpo. Isso é algo fantástico. Paulo diz que o próprio Deus está comprometido com o nosso corpo. Porque Deus criou nosso corpo, também o ressuscitará (6.12-14). A filosofia grega não dava nenhum valor ao corpo. O corpo era a prisão da alma. Por isso, os gregos pensavam que tudo aquilo que você faz com o corpo não conta. Paulo, rechaça a filosofia grega e diz que Deus criou o corpo. O corpo é tão importante para Deus que Ele vai ressuscitá-lo. Esse corpo tem origem maravilhosa, pois Deus o criou e terá um fim glorioso.

Paulo diz também que Jesus Cristo comprou e remiu o nosso corpo (6.15-18). Deus Pai criou o corpo e vai ressuscitá-lo. Jesus Cristo comprou o corpo e o redimiu. Esse corpo agora não pertence mais a você, pertence a Jesus Cristo. Seu corpo é um membro de Cristo.

Porém, Paulo conclui dizendo que o Espírito Santo habita nesse corpo (6.19). O nosso corpo é o templo vivo do Espírito Santo. Quando Paulo usa a figura do templo emprega a palavra naós, o Santo dos Santos, o lugar santíssimo onde a glória de Deus habitava. Ou seja, onde quer que vamos, somos portadores do Espírito Santo, templos em que apraz a Deus habitar!

A segunda verdade que Paulo destaca é o elevado propósito divino para o nosso corpo. Destacamos 3 fatos preciosos sobre o corpo:

a)   o propósito do corpo no Senhor. Paulo afirma: “[…] o corpo não é para a impureza, mas, para o Senhor, e o Senhor, para o corpo” (6.13). O propósito de Deus ter lhe dado um corpo é para que você possa viver para Jesus. Servir a Jesus por intermédio do corpo.

b)  A ressurreição do corpo no Senhor (6.14). Para os coríntios, Deus não dava nenhuma importância ao corpo. O corpo era apenas a prisão da alma. No entanto, Deus valoriza o corpo. Deus criou o corpo e o ressuscitará.

c)  A habitação do corpo pelo Senhor (6.19). O seu corpo é santuário do Espírito. Tudo aquilo que não é digno do santuário de Deus não é digno do seu corpo. Nada que seja inconveniente no templo de Deus é decente no seu corpo. Somos a morada de Deus. O nosso corpo é lugar santíssimo, o Santo dos Santos, onde a glória de Deus se manifesta.

Nele, que nos criou, comprou e habita em nós

Pr Marcelo Oliveira

Bibliografia: Lopes, Hernandes Dias. 1Coríntios. Ed. Hagnos 2008

                          Wiersbe, Warren. Comentário Expositivo. Geográfica Editora

                          Barclay, William. I y II Coríntios. 1973

A Bíblia é a Palavra de Deus, desde que….

A  Bíblia é a Palavra de Deus, desde que:

  1. 1.  Não nos fale da criação. O mundo simplesmente aconteceu, e a evolução é um fato. Subordinando a Bíblia a esta teoria, tudo bem.
  2. 2.  Não nos fale de pecado e depravação da raça humana. Isso é medieval. As pessoas são boas. Precisam apenas desenvolver o seu potencial. O único pecado é a falta de amor.
  3. Não nos fale de igreja. Igreja já era. Podemos ser crentes sem os outros. O importante é a sinceridade. Vez por outra podemos ir à igreja, havendo tempo. A Bíblia não pode pedir compromisso.  Seguir a Jesus é questão íntima.
  4. Não nos ensine como viver. Submissão já era. Fidelidade conjugal é antinatural, porque os homens têm impulsos muito fortes. Manter um casamento com problemas é errado. Temos direito à felicidade. Tudo que impeça nossa felicidade é errado.
  5. Não nos ensine a criar filhos. Disciplina é um absurdo. Reprime. Cada criança deve construir sua realidade. Nenhuma realidade externa deve ser imposta à criança. Basta ler Piaget.
  6. Não combata homossexualismo. Ela deve ser reinterpretada neste tema. Há pessoas que não se aceitam, e querem ter um sexo que não têm. Elas podem ser preconceituosas contra sua situação real, mas a Bíblia não pode discordar delas. É preconceito.
  7. Não seja usada para aconselhar. Para isso há Freud, Jung, Adler, Mortimer, Erickson, etc. Só ignorantes pensam que a Bíblia tem respostas para a vida real e que sua linguagem assertiva seja válida.
  8. Não seja usada para formar pastores. Eles precisam aprender mais sociologia da religião que teologia bíblica e devem estudar a Bíblia por outra ótica que não seja como Palavra de Deus. Ela é produto de uma cultura e um livro como outro qualquer.
  9. Não forneça uma linha para formar pastores. A pedagogia de Paulo não é válida em nosso tempo. Há Paulo Freire e boas diretrizes do MEC.

10.  Não normatize o funcionamento da igreja. Igreja é empresa. Deve dar resultados, até lucro, e deve ser administrada por princípios gerenciais. Por que as cartas de Paulo, se temos Peter Drucker?

11.  Não seja usada para fomentar missões. Todas as religiões são boas, salvam, e não devemos incomodar outros com a idéia de que devem mudar de religião. Isso é imperialismo cultural.

12.  Não peça mudança de vida. Não se pode reprimir ninguém. As pessoas são como são, e tentar mudá-las é repressão.

13.  Não seja um absoluto. Há o livro de Mórmon, os de Hellen White e Allan Kardec, as palavras de homens e mulheres especiais com revelações que superam a Bíblia. E nosso coração nos diz o que fazer. O livro “A cabana” pode ensinar mais que ela.

A Bíblia é a Palavra de Deus para ajudar, animar e mostrar nossos direitos como filhos do Rei. Mas não pode nos dizer o que fazer e ditar normas. Afinal, somos livres em Cristo. Assim pensam muitos. Para sua perdição.

Pr Isaltino Gomes Coelho