Pr Walter Brunelli lançará Teologia Sistemática Pentecostal

SHALOM! É com grande alegria que comunico os nobres leitores deste blog, que meu amigo Pr. Walter Brunelli,  lançará uma Teologia para Pentecostais, (Uma Teologia Sistemática e Expandida).  Uma obra que vem Leia Mais »

Pérolas da carta de Paulo à Filemon

A carta de Paulo a Filemon é a mais breve entre as cartas que formam a coletânea paulina e consiste apenas em 335 palavras no grego original. É pequeno no tamanho e Leia Mais »

Onesíforo, um bálsamo na vida de Paulo

Paulo havia exortado Timóteo a guardar o evangelho, pois diante da perseguição, muitos cristãos abandonariam o evangelho. Ao longo de 2º Timóteo, Paulo encoraja Timóteo a não se envergonhar do evangelho nesse Leia Mais »

Uma curiosidade inédita sobre Jonas

Para compreendermos o significado dos acontecimentos do livro de Jonas capítulo 3 é necessário saber que os ninivitas adoravam o deus-peixe, Dagom, parte humano e parte peixe. Eles acreditavam que ele tinha Leia Mais »

Afinal, quem é o cavaleiro branco de Apocalipse 6?

A adoração descrita em Apocalipse 4 e 5 é um preparativo para a ira descrita em Apocalipse 6 a 19. Pode parecer estranho adoração e julgamento andarem juntos, mas isso se deve Leia Mais »

Expoentes da Palavra

Foto: Da esquerda para a direita: Pr Ciro, Dr Shedd, Pr Marcello

Deus tem coroado a minha vida com a amizade de “grandes” homens de Deus. Nesta semana tive a grata satisfação de conhecer pessoalmente o amado pastor e escritor Ciro Sanches Zibordi.

Pr Ciro Sanches, é um homem de Deus, simples, simpático, e acima de tudo um expoente da Palavra de Deus. Estivemos juntos por dois dias na rádio Musical FM 105,7 – onde participamos do programa Crescendo na fé, cujo apresentador é o meu amigo Pr Sézar Cavalcante, que com carinho tem nos dado a oportunidade de participarmos deste programa que tem abençoado milhares de vidas na cidade de São Paulo.

Na terça-feira, Pr Ciro esteve comigo na aula de pós-graduação com o Dr Russell Shedd, um dos maiores teólogos brasileiros da atualidade. Dr Russell Shedd nos brindou com uma brilhante exegese de Gálatas 5, característica peculiar deste servo do Senhor, que há mais de 50 anos estuda as Sagradas Escrituras.

Convido a todos a ouvirem o programa “Crescendo na fé”, que acontece diariamente na rádio Musical FM 105,7 das 12h00 às 13h00.

A Deus toda glória!

Em Cristo, Pr Marcello de Oliveira

P.s – O programa “Crescendo na fé”, pode ser acessado pelos internautas do Brasil e do mundo clicando no site: http://www.faculdadebetesda.com.br/ basta clicar no link da rádio Betesda, e ouvir.

Os termos da adoração no A.T

Uma das definições mais brilhantes que já li sobre adoração é de William Temple:

“Adoração é a submissão de todo nosso ser a Deus. É tomar consciência de sua santidade; é o sustento da mente com sua verdade; é a purificação da imaginação por sua beleza; é a abertura do coração a seu amor; é a rendição da vontade a seus propósitos”

Adoração é homenagem a atitude e a atividade que objetiva reconhecer e descrever o valor da pessoa ou coisa à qual a homenagem ou adoração é prestada. Por isso, adoração é sinônima de toda uma vida reverente, englobando devoção e liturgia. Wheeler Robinson disse: “Adoração é, essencial e etimologicamente, o reconhecimento do valor de Deus. Não tem nenhuma relação direta com a edificação dos adoradores. É uma oferta para Deus, aceitável a ele e incumbência do ser humano. Todos os outros aspectos da adoração são subordinados a essa ênfase principal”.

Em inglês, a palavra “adoração” (worship) vem da palavra “valor” e significa “o reconhecimento, pelo homem finito, do valor infinito de Deus, e também a representação estética ou expressão dramática desse reconhecimento, por atos simbólicos, atitudes e palavras”.

O conceito de adoração dos salmistas era “teocêntrico”, não “antropocêntrico”. Eles sustentavam que nada na terra era digno se não estivesse na relação apropriada com o Criador do universo, o doador da vida, mestre, juiz e salvador.

Para enfatizar que adorar é atribuir o maior valor a Deus, o erudito Harry Buck citou a oração de Rabia, no ano de 800 d.C:

Oh Deus! Se te adoro por medo do inferno
queima-me no inferno;
se te adoro na esperança do paraíso,
exclui-me do paraíso;
mas se eu te adorar por ti mesmo,
não esconde tua beleza eterna.

Harry Buck assinalou que a oração da mulher está certa. Se alguém adora a Deus por medo do inferno ou pela esperança do céu, confere ao inferno ou ao céu maior “valor” do que o valor de Deus e, assim, eles se tornam objeto da adoração.

A palavra inglesa traduzida por “adoração” tem uma ênfase um pouco diferente das palavras do Antigo Testamento que significam adoração. Ela dá ênfase a um juízo de valor por parte do adorador, característico da interiorização de idéias ocidental. Os termos hebraicos que significam adoração descrevem uma ação ou resposta ao Santo. O Antigo Testamento freqüentemente chama Deus de “o Santo de Israel” e afirma que Ele está com ou no meio do seu povo.

Uma pequena reflexão esclarecerá a natureza paradoxal dessas palavras “Santo” (Kadosh) destaca que Deus é outro, transcendente, inacessível, misterioso. Mas ele é chamado “o Santo de Israel no meio (kereb) de ti” (Is 12.6; Os 11.9). Estar na presença de Deus era uma experiência tremenda, até aterradora. Ela despertava a consciência do pecado (Is 6.5) e um forte desejo de ter uma vida digna (Lv 19.2)

Três palavras hebraicas são traduzidas por “adoração” em nossas versões:

Shahah (“inclinar-se”, “prostrar-se”); ‘avad (“servir”); e sagad (“inclinar-se”). Sagad é usado no A.T apenas no contexto de inclinar-se diante de uma pessoa (Dn 2.46) ou de um ídolo (Is 44.15,17,19; Dn 3.5,7,10,12).

‘avad significa “trabalhar”, “atuar como escravo” em relação ao dono. É um termo aplicado ao escravo caseiro e ao súdito ou vassalo de um suserano. Entretanto, a ênfase não é tanto na condição servil do adorador como na função de executar a vontade do senhor. O vassalo habita a casa ou o reino do senhor. No contexto da adoração, a palavra se refere à condição humilde e ao desempenho fiel do trabalhador dado ao adorador.

O termo hebraico ‘avôdâ significa “serviço” ou “culto”. O Antigo Testamento usa a palavra para referir-se ao serviço ao rei (I Cr 26.30), a Deus (Ex 3.12; 4.23; 12.25,27) ou do templo (Ez 44.14).

A expressão “servir a Iavé” ocorre duas vezes em Salmos (Sl 2.11; 100.2). Mays disse que o convite a servir ao Senhor é uma exortação a juntar-se a outros na formação de uma congregação, como povo de Iavé. Portanto, pode ser chamado de adoração porque é dirigida a Deus.

Ao contrário dos seus vizinhos, Israel não via a adoração ou “serviço” como meio de induzir, coagir ou influenciar Deus a lhes dar algo que de outro modo não daria. A adoração no A.T não era ocultismo, que objetiva conquistar a vontade dos deuses para o adorador. Não havia magia no culto ou serviço no A.T. H.J. Kraus disse que, na aliança, os adoradores do A.T encontravam com o Senhor a quem serviam (‘avad) em toda a sua atividade de adoração. “Adoração, no A.T, é ‘avoday, e sempre que alguém aspira de algum modo ‘exercer poder’ sobre Iavé, afetar ou influenciá-lo por intermédio de instituições de culto, a ‘avôdâ é destruída”.

A palavra hebraica mais vezes traduzida por “adoração” é shahah,< /strong> “inclinar-se”, ou “prostrar-se”. É algo que se faz, sinta-se ou não. Não requer o uso de um objeto. “imediatamente, curvando-se Moisés para a terra, o adorou” (Ex 34.8). “Servir” e “adorar” são termos que aparecem freqüentemente juntos. “Servir” refere-se a vontade de Deus nas questões humanas. “Adorar” tem relação mais próxima com a liturgia do culto.

Conclusão.

Que é adoração, de acordo com o Antigo Testamento? É servir, fazer a vontade e a obra de Deus. É prostrar-se perante Deus em reunião pública. É compreender e reconhecer o infinito valor de Iavé.


Nele, que procura os verdadeiros adoradores

Pr Marcello de Oliveira

Bibliografia: Smith, Ralph. Teologia do A.T. Edições Vida Nova – 2001

A sabedoria de Salomão

Foto ilustrativa: A Rainha de Sabá visita o Rei Salomão.

Tu granjeaste amplo renome por tua sabedoria. Deixa que te proponha algumas perguntas para ver se de fato és tão sábio como todo mundo afirma.Podes perguntar, minha Rainha, disse o Rei Salomão.A Rainha de Sabá colocou o primeiro enigma:

“Dize-me, sábio Rei Salomão,

Que águas são essas, que não

Nascem da pedra, chão ou monte

E embora venham da mesma fonte,

Ora amargas, ora doces são?”

O Rei Salomão ficou pensativo por um momento e então respondeu:

“As lágrimas não vêm do chão,

E é doce o pranto da emoção.

Feliz. Amargo é o pranto, Da dor, tristeza e desencanto.”

A rainha sorriu diante da rápida resposta e logo lhe propôs outro enigma:

“A minha mãe me deu um dia

Presentes dois – que alegria!

Um veio do alto mar infindo,

Guardado num estojo lindo.

O outro veio das entranhas

Escuras, fundas, das montanhas”.

A resposta de Salomão veio quase sem qualquer hesitação:

“Finas pérolas, brilho irrisado,

Ricos anéis, ouro lavrado.

Beleza pura e poder do ouro”.

Rainha, descobri o teu tesouro?

A pergunta era desnecessária, já que o Rei Salomão sabia que havia acertado a resposta do enigma.


A Rainha de Sabá concordou sorridente e apresentou o terceiro:

“Rei, muito sábio, tu podes dizer:

Quem, sepultado vivo, no fundo

Da terra, longe do sol e do mundo

Morre – e no entanto, torna a viver”?

A sabedoria de Salomão não falhou também desta vez, quando respondeu:

“A sementinha sepulta no chão

Faz nascer a espiga, o dourado grão.

E aquele que ali a enterrou

Colheu boa safra e se regalou”.

A Rainha de Sabá prosseguiu:

“O que é que gira alegre no ar:

Caindo do céu no chão, sua pureza

Se vai e morre toda a beleza”?

O Rei Salomão respondeu:

“A neve, caindo do céu distante,

Desce à terra, leve e dançante.

O homem pisa na sua brancura.

E acaba com a sua beleza pura”.

A Rainha de Sabá não resistiu à vontade de fazer mais uma pergunta: Dize-me, Rei e responde-me logo:

“Dádiva da natureza ao fogo,

Que rios ocultos sob terra e monte,

O homem bendiz; e bendiz sua fonte”?

O Rei então respondeu:

“Dum solo da mais rica natureza,

Brota, faiscante, da profundeza,

Óleo precioso, que então alimenta

O fogo que ao mundo ilumina e esquenta”.

A Rainha de Sabá estava maravilhada com a sabedoria do Rei Salomão e as suas perspicazes respostas. Pensou bastante numa maneira de espantá-lo e finalmente disse aos seus servidores:”Vamos pegar os meninos e meninas que trouxe comigo e os vestiremos com roupas exatamente iguais”. Então veremos se o Rei será capaz de d
istinguí-los uns dos outros.

Dito e feito. A Rainha trouxe um grande grupo de crianças diante do Rei Salomão. Estavam todas vestidas exatamente iguais. Era impossível distinguir os meninos das meninas só pelo olhar. O Rei Salomão deveria inventar uma maneira de separá-los.

O Rei examinou pensativa as crianças paradas à sua frente. Súbito, chamou seus servos e mandou que trouxessem baldes com água e os colocassem diante de cada criança.

“Agora, queridas crianças, só o que precisam fazer é lavar suas mãos com a água que mandei colocar à sua frente”.

Mas o Rei Salomão avisara seus servos para não fornecer toalhas a elas.

O Rei observava as crianças enquanto cumpriam sua ordem. Quando terminaram de lavar as mãos, olharam em volta mas não viram as toalhas. Algumas crianças começaram a secar as mãos nos seus aventais.O Rei Salomão pensou: “Essas são meninas, porque elas estão acostumadas a enxugar as mãos nos aventais; mas os outros, parados sem jeito, com a água pingando das mãos, certamente são os meninos”!

Então o Rei mandou todos os meninos ficarem de um lado do seu trono, e as meninas do outro lado e disse à Rainha de Sabá:

Aqui à minha direita estão os meninos e à esquerda, as meninas.

A Rainha de Sabá não podia conter sua admiração pela sabedoria do Rei Salomão. Dirigindo-se aos seus oficiais e conselheiros, exclamou:

“Estou tão feliz de ter feito esta longa viagem para ver o Rei Salomão, pois ele é na verdade o mais sábio de todos os homens”!

E então a Rainha de Sabá desceu de sua cadeira e curvou-se ajoelhada diante do trono do Rei, e disse:

Tu és abençoado por Deus, pois nenhum mortal jamais andou sobre a terra com tal sabedoria como a tua, disse a Rainha reverentemente”.

MELQUISEDEQUE – O “misterioso”

Foto ilustrativa: Encontro de Abraão com Melquisedeque
A relação de Melquisedeque e o sacerdócio de Cristo

Se alguém nos pedisse para citar o nome das pessoas mais importantes do Antigo Testamento, duvido que Melquisedeque estaria em nossa lista. Ele aparece uma vez em Gênesis 14.17-24 e é novamente mencionado em Salmos 110.4. Dificilmente seria considerado um personagem de destaque. Mas o Espírito Santo voltou ao Antigo Testamento e usou essas duas passagens para apresentar uma verdade crucial: o sacerdócio de Jesus Cristo é superior ao de Arão, porque a “ordem de Melquisedeque” é superior a “ordem de Levi”.

Em Hebreus 7, o autor argumenta que, o sacerdócio de Cristo é superior em sua ordem. Em Hebreus 8, a ênfase é sobre a aliança superior de Cristo; Hebreus 9 enfatiza a superioridade de seu santuário, e Hebreus 10 conclui a seção argumentando em favor do sacrifício superior de Cristo.

O povo de Israel estava habituado ao sacerdócio da tribo de Levi. Essa tribo foi escolhida por Deus para servir no tabernáculo (Ex 29; Nm 18). Arão foi o primeiro sumo sacerdote nomeado por Deus. Apesar de suas muitas falhas, os sacerdotes serviram a Deus durante séculos; mas, agora, o autor de Hebreus afirma que tal sacerdócio acabou! A seguir veremos quais argumentos o autor nos mostra, a fim de provar que a “ordem de Melquisedeque” é superior à de Arão:

1)O argumento histórico: Melquisedeque e Abraão (Hb 7.1-10)

O relato desse acontecimento encontra-se em Gn 14.17-24, de modo que é importante fazer uma leitura dessa passagem. O autor da epístola aos Hebreus deseja que seus leitores observem vários fatos acerca desse homem misterioso chamado Melquisedeque.

Ele era rei e sacerdote (vs 1)devemos atentar para o fato que no sistema do Antigo Testamento, o trono e o altar eram separados. As pessoas que tentaram usurpar o sacerdócio foram julgadas por Deus. Todavia, vemos aqui um homem que exercia duas funções: a de rei e a de sacerdote! Arão nunca teve este privilégio. É importante observar que Melquisedeque não era uma “imitação” de sacerdote, antes, era “sacerdote do Deus Altíssimo” (Gn 14.18-22). Seu ministério era legítimo.

Seu nome é sugestivo (vs 2b)Na Bíblia, muitas vezes os nomes e seus significados são importantes. Hoje em dia, escolhemos os nomes dos nossos filhos sem maior consideração por seu significado, mas não era assim nos tempos bíblicos. Em hebraico, o nome Melquisedeque significa “rei de justiça” – malki: meu rei; tsedek: justiça. A palavra “Salém” – significa “paz” (está ligado a shalom). Portanto o nome Melquisedeque pode ser: “rei de justiça” quanto “rei de paz”. A “justiça” e a “paz” aparecem juntas com freqüência nas Escrituras (Sl 85.10; Is 32.17; Tg 3.17,18; Hb 12.10,11).

Seu histórico familiar é diferente (vs 3)Melquisedeque era um homem (Hb 7.4), de modo que teve pai e mãe. No entanto, não há registro algum de sua genealogia no Antigo Testamento. Trata-se de algo significativo, pois os antepassados da maioria das pessoas mais relevantes do Antigo Testamento são identificados. Era especialmente importante que os sacerdotes tivessem como comprovar sua linhagem (Ed 2.61-63; Ne 7.63-65). Aqui o autor de Hebreus usa de um argumento baseado no silêncio, mas que, ainda assim, não deixa de ser válido.

Melquisedeque não era um anjo nem uma criatura sobre-humana; também não era uma manifestação de Jesus Cristo no Antigo Testamento. Era um homem de verdade, um rei de verdade, em uma cidade de verdade. Mas, no que se refere aos registros, ele nunca nasceu nem morreu. Nesse sentido, ele é um retrato do Senhor Jesus Cristo, o Filho eterno de Deus. Apesar de Jesus Cristo ter morrido, o Calvário não foi o fim; Ele ressuscitou dentre os mortos e, hoje, vive “segundo o poder da vida indissolúvel” (Hb 7.16). A aplicação é clara: nem Arão nem qualquer um de seus descendentes poderiam afirmar ser “sem genealogia” (Hb 7.3), ter um ministério sem fim nem declarar sacerdote e rei, como Jesus Cristo.


2) O argumento doutrinário: Cristo e Arão (Hb 7.11-25)

O autor avança mais um passo em sua argumentação. Melquisedeque não apenas é maior do que
Arão, como também tomou o lugar de Arão! Não é mais “a ordem de Arão” ou a “ordem de Levi”. É, para sempre, “a ordem de Melquisedeque”. Agora você está perguntado: Por que Deus realizou uma mudança tão radical?

Porque tanto o sacerdócio quanto a Lei eram imperfeitos (vv. 11-14)

As palavras traduzidas por “perfeito” e termos correlatos são palavras-chave nesta epístola (Hb 2.10;5.9;6.1;7.11,19;9.9). Significam, essencialmente, “completado, cumprido”. Os sacerdotes do Antigo Testamento não eram capazes, por meio do seu ministério, de completar a obra de Deus no coração do adorador (Hb 7.19). Os sacrifícios de animais não tornavam o adorador algum perfeito aos olhos de Deus (Hb 10.1-3). A lei foi adicionada para servir de “aio” a fim de preparar o caminho para a vinda de Cristo (Gl 3.19; 4.7).

A lei de Moisés não permitia um sacerdote da tribo de Judá (Hb 7.14). Uma vez que o nosso sumo sacerdote é da tribo de Judá, de acordo com sua linhagem humana, então alguma mudança deve ter ocorrido na Lei de Moisés. E foi exatamente isso o que aconteceu! Todo o sistema da Lei do A.T cumpriu-se em Jesus Cristo e foi tirado do caminho (Cl 2.13,14). O cristão foi liberto da lei (Gl 5.1-6) e está morto para a Lei (Rm 7.1-4). Esse novo sistema não significa que o cristão tem o direito de viver sem lei alguma. “Livre da lei” não quer dizer “livre para pecar”. Antes significa que estamos livres para fazer a vontade de Deus. Obedecemos não por uma compulsão exterior, mas por um constrangimento interior (II Co 5.14; Ef 6.6)

Porque o juramento de Deus não pode ser quebrado (vv. 20-22)

Nenhum sacerdote da ordem de Arão foi ordenado e estabelecido com base em um juramento pessoal de Deus. Os sacerdotes araônicos ministravam “conforme a lei de mandamento carnal [físico]” (Hb 7.16). Sua adequação moral ou espiritual não era examinada. O importante era o sacerdote pertencer à tribo correta e preencher os requisitos físicos e cerimoniais corretos (Lv 21.16-24).

O sacerdócio celestial de Jesus Cristo foi estabelecido com base em sua obra na cruz, em seu caráter (Hb 2.10; 5.5-10) e no juramento de Deus. “Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque” (Hb 7.21; Sl 110.4). Atente para essa declaração: “O Senhor jurou e não se arrependerá [voltará atrás]”. A questão foi resolvida definitivamente e não pode ser mudada.

A presença desse juramento dá ao sacerdócio de nosso Senhor Jesus um grau superior de permanência e certeza. Jesus Cristo é o “fiador de superior aliança” (Hb 7.22). O termo “fiador” significa “aquele que garante os termos de um acordo serão cumpridos”. Como mediador entre Deus e o homem (I Tm 2.5), Jesus Cristo é o Grande Fiador. Nosso Salvador ressurreto e eterno garante que os termos da Lei serão cumpridos em sua totalidade. Deus não abandonará seu povo. Mas Cristo não apenas nos garante que Deus cumprirá sua promessa, mas, como nosso representante diante de Deus, também cumpre perfeitamente os termos da lei em nosso nome.

Porque sendo homens, os sacerdotes morriam (vv 23-25)

O sacerdócio não era apenas imperfeito como também era interrompido pela morte. Houve muitos sumos sacerdotes, pois nenhum sacerdote viveria para sempre. A igreja pelo contrário, tem um Sumo Sacerdote, Jesus, o Filho de Deus, que vive para sempre! Um sacerdote imutável significa um sacerdócio imutável, o que, por sua vez, significa segurança e confiança para o povo de Deus. (Hb 13.8).

Qual é a conclusão dessa questão? Hebreus 7.25 declara: “Por isso [porque Ele é o Sumo sacerdote eternamente vivo e imutável], também pode salvar totalmente [para sempre] os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles”. A base para essa salvação completa é a intercessão celestial do Salvador. O termo “interceder” significa “ir ao encontro, apelar para, fazer uma petição”. Não se deve imaginar que Deus Pai esteja irado conosco de tal modo que Deus Filho deve sempre apelar ao Pai e suplicar que não julgue o seu povo! O Pai e o filho estão de pleno acordo quanto ao plano da salvação (Hb 13.20,21). Também não devemos imaginar Jesus proferindo orações em nosso favor no céu ou “oferecendo seu sangue” repetidamente como sacrifício. Essa obra foi consumada na cruz de uma vez por todas.

A intercessão diz respeito à forma de Cristo representar seu povo diante do trono de Deus. Por meio de Cristo, os cristãos podem achegar-se a Deus em oração e também oferecer sacrifícios espirituais para Deus (Hb 4.14-16; I Pe 2.5). Alguém disse bem que a vida de Cristo no céu é sua oração por nós.

Nele, que é Maior que tudo e todos

Pr Marcello de Oliveira

Bibliografia: Wiersbe, Warren. Comentário Bíblico. Geográfica Editora 2006

CONVITE ESPECIAL

Foto: Rev Hernandes, e Pr Marcello em Vitória – ES – quando por graça do Eterno, tive a honra e o privilégio de estar com ele por três dias em sua amada igreja.


Amados leitores [as] no próximo dia 21/04/09 [feriado] se o Eterno permitir completarei mais um ano de vida e 10 anos no sagrado ministério. Nesta oportunidade, estará ministrando a Palavra do Eterno, meu grande amigo Rev. Hernandes Dias Lopes, pastor da IPB de Vitória – ES, autor de mais de 60 livros, e preletor do Programa Verdade e Vida da Rede TV, programa este que acontece todos os sábados a partir das 8.15h.

O culto será realizado no templo da Assembléia de Deus – Bereana, situada na Rua Joaquim Távora, 1403 – Vila Mariana. Início as 19.30h.

Terei a alegria de recebê-los neste culto de gratidão e adoração ao Eterno. Se você mora em São Paulo e região, não perca esta grande oportunidade de celebrarmos juntos. Ahh…. não esqueça do meu presente! rsrsrs!

No amor de Jesus, Pr Marcello de Oliveira

Sélah – O “misterioso” sinal

A palavra “sélah” é empregada 71 vezes nos salmos e 3 vezes no profeta Habacuque. Ao que parece, Habacuque era um profeta-sacerdote relacionado com os cantores do templo (Hc 3.1,3,9,13,19).

Até hoje sua etimologia, mas especialmente seu real significado são incertos para os estudiosos. Os comentaristas apresentam as seguintes sugestões para o seu significado:

a) Um sinal litúrgico (salal=elevar), talvez para que fossem elevadas as vozes ou as mãos em atitude de oração.

b) Deriva-se de uma raiz aramaica – sl = prostrar-se. Seria um sinal indicativo para que nesse ponto o adorador se prostrasse.

c) Uma orientação musical dada aos cantores ou à orquestra para “elevar”, isto é, cantar ou tocar mais forte, ou um acompanhamento mais alto. Esta explicação é a mais generalizada e mais aceita por todos.

d) O original hebraico sélah significa “descanso de um; suspender ou erguer”, podendo significar o suspender de uma balança para pesar.

e) Na Septuaginta, ou a tradução dos setenta, do hebraico para o grego, sélah foi traduzida por – “diapsalma”, que significa intervalo, interlúdio, mudança de tom.

f) Em outras traduções gregas como a de Áquila, sélah foi traduzida por aevi – sempre; enquanto Teodocião traduz por eivs tevlos – evs tilos = no fim; parecendo indicar uma benção litúrgica semelhante a Amém e Aleluia.

g) “Sélah” é uma pausa para que o nosso pensamento seja elevado a Deus. É um suspiro pausado de alegria, quando alguém que amamos chega inesperadamente a nossa frente ou à nossa casa. Seria uma espécie de interjeição de alegria ou satisfação.

h) Sélah é o expressar harmonioso de todas as fibras de um coração que ansiasse pelo auxílio de Deus e de repente sentisse a doce serenidade da presença divina, como seu conclui dos Salmos 67.1

Nos salmos 143.6 está escrito: “A ti levanto as mãos; a minha alma anseia por ti, como terra sedenta – “Sélah”. A palavra aqui significa fazer uma pausa e elevar a alma e não simplesmente a voz.


O erudito Stainer comenta que “sélah” seria uma tentativa de retratar uma imagem através de sons, como um interlúdio musical. Partindo deste pressuposto Stainer descreve vários tipos de “sélas”, que mostraremos a seguir:

1. O sélah sacrificial – Stainer comenta sobre esse sélah dizendo: “Sabe-se que o som de trombetas acompanhava o ritual do altar, produzindo um ressoar de trombetas de prata, como se fosse a fumaça do sacrifício subindo ao céu. Depois que a vítima era consumida, a música do ofertório silenciava”. Aqui cabe uma explicação das palavras difíceis dos Salmos 47.5: “Deus subiu em meio a gritos de alegria; o Senhor, em meio ao som de trombetas”. O sélah que precede esse versículo era o interlúdio sacrificial das trombetas aumentando com aleluias altos, que iam desaparecendo à medida que a fumaça diminuía até que, acima das brasas quase extintas do sacrifício, os levitas entravam novamente para dizer que o Senhor, que lhes pareceu descer até eles do mais alto do céu para receber a oferta, tinha voltado novamente para seu trono sublime.

2. O sélah da guerra (Sl 60.4; 76.1-3) – Nesses salmos vemos Deus quebrando as armas de guerra e entrando na batalha. O Senhor é apresentado aqui como “Senhor dos Exércitos”. As trombetas, provavelmente é o “shofar”, feito com chifre de carneiro retorcido. Essa trombeta era usada especialmente nas batalhas, para conduzir as tropas. Quando os líderes de Israel tocavam esta trombeta, Deus entrava em ação em favor de seu povo. Veja estas referências: Js 6.5,20; Jz 3.27; 6.34; 7.16,18; Ne 4.18-20. Esse sélah de guerra – um interlúdio musical – servia certamente para descrever a ira e a fúria da batalha.

3. O sélah triunfal (Sl 49.15)O salmista declara: “Mas Deus redimirá a minha vida da sepultura e me levará para si. Sélah”. Nos versos 13 e 14, observa-se o “sélah” da morte, quando as flautas tocavam uma melodia fúnebre sobre o perverso. Mas o interlúdio musical [sélah] do verso 15 seria o ressoar do trombeta – imagem do triunfo e da ressurreição dos mortos.

Talvez isso indique a ressurreição dos justos na segunda vinda de Cristo, ao som da última trombeta (I Co 15.51-57; I Ts 4.13-18). Esse será sem dúvida o “sélah triunfal”.

Conclusão.

Essas interpretações do termo “sélah” certamente servem de ajuda para ensinar a “verdade”. Às vezes compreendemos os versos apenas pelos “sélas”. O “sélah” não é apenas uma pausa, é também um interlúdio musical descritivo que ilustra e interpreta o que vem antes e depois dele, dando um “tom colorido” ao cenário, estimulando a imaginação dos ouvintes. A orquestra e os músicos do templo assim ajudavam os cantores com esses “sélas” descritivos, “sélas” de sinfonia melódica, sacrifício, guerra, paz e triunfo. Isso tornava nítido na mente dos cantores e adoradores aquilo que Deus estava dizendo através das palavras dos salmos.

Bibliografia:

Kaiser, Hilmar Sathler. Selah. CCBB. 2009
Conner, Kevin J. Segredos do Tabernáculo. Ed. Atos 2004

Eu luto pela igreja. E você?

É com grande alegria que quero convidar a todos os nobres leitores[as] deste blog a participarem da maior Conferência Missionária do Estado de São Paulo. Trata-se de um evento que reunirá grandes nomes da Igreja brasileira e mundial. Se você ama a igreja, e deseja vê-la cumprindo a sua missão aqui na terra, não deixe de participar deste grande Congresso. Tenho a certeza que este Congresso será um divisor de águas em nossas vidas. Creio firmemente que virá um novo tempo para a igreja do Senhor.


Para maiores informações deste grande Congresso, acesse:

Divulguem este site, bem como este grande Congresso!

No amor de Jesus, Pr Marcello Oliveira

A GRAÇA DE OFERTAR – II Co 8

Introdução

Um dos principais motivos da terceira viagem missionária de Paulo foi recolher uma “oferta especial” aos cristãos necessitados da Judéia. No governo do imperador romano Cláudio, houve um período de grande fome em todo o mundo, fato esse profetizado por Ágabo (At 11.27,28). Nesse tempo, os judeus que moravam em Roma foram expulsos (At 18.2), e uma pobreza assoladora atingiu os cristãos da Judéia.

Além da assistência material aos pobres, Paulo tinha outra bênção em mente. Desejava que essa oferta fortalecesse a unidade da Igreja pela partilha de recursos dos gentios com as congregações de judeus do outro lado do mar. Para o apóstolo, os gentios eram “devedores” dos judeus (Rm 15.25-28).


O apóstolo Paulo, ao ser enviado aos gentios, assumiu o compromisso de não se esquecer dos pobres, o que efetivamente esforçou-se por cumprir (Gl 2.9,10). Durante suas viagens missionárias nas províncias da Macedônia, Acaia e Ásia Menor, Paulo esforçou-se para levantar uma oferta especial destinada aos pobres da Judéia (I Co 16.1-4; II Co 8.1-24; II Co 9.1-15). Paulo não só levantou esta oferta entre as igrejas gentílicas, mas a entregou com fidelidade (At 24.16-18).

Como podemos descobrir se estamos “ofertando pela graça”? Paulo neste capítulo indica algumas evidências de que nossa contribuição é motivada pela graça. Vejamos:


1) Quando contribuímos apesar das circunstâncias (II Co 8.1,2)


“Também irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus concedida às igrejas da Macedônia” (8.1). O apóstolo ensinou à igreja que contribuir é um ato de graça. Ele usou nove palavras diferentes para referir-se a oferta, mas a que emprega com mais freqüência é graça. Neste texto, Paulo usa a palavra graça seis vezes em relação ao ato de contribuir (8.1,4,6,9,19; 9.14). A graça é um favor divino independentemente do merecimento humano. A contribuição, portanto, não é um favor que fazemos aos necessitados, mas um favor imerecido que Deus faz à nós. A graça ama e se regozija em dar, em oferecer. Ralph Martin diz que a graça da contribuição é a atividade inspirada pela graça de Deus que nos leva a dar.

Os macedônios que conforme o texto se encontravam em profunda pobreza, expressão que no original significa “miséria absoluta”, situação esta decorrente de sua fé cristã, pois talvez tenham perdido empregos ou sido excluído das associações comerciais por recusarem a ter qualquer envolvimento com a idolatria, mesmo diante desta terrível situação, não deixaram de contribuir. Pelo contrário: deram com toda alegria e generosidade! Nenhum computador é capaz de analisar essa fórmula extraordinária: grande aflição e pobreza profunda + graça= alegria e generosidade abundantes! Que fé extraordinária! Eles tinham vida dentro deles. A palavra ge-ne-ro-si-da-de, vem de “gene, genético, gênesis”: vida abundante. É exatamente por isso que o sábio disse: A alma generosa engordará (Pv 11.25).

2) Quando a contribuição transcende as expectativas (II Co 8.3-5)

Paulo para encorajar os crentes de Corinto a crescer na graça da contribuição, mostra dois exemplos de uma contribuição transcendente:
o exemplo dos macedônios em sua oferta sacrificial (8.3-5), e o exemplo de Cristo, fazendo-se pobre para nos fazer ricos (8.9). Neste sentido, o exemplo de contribuição dos macedônios foi transcendente em três aspectos:

Em primeiro lugar, na disposição voluntária de dar além do esperado. “Porque eles, testemunho eu, na medida das suas posses e mesmo acima delas, se mostraram voluntários” (8.3) Os macedônios não deram apenas proporcionalmente, mas deram acima de suas posses. Eles fizeram uma oferta sacrificial. Eles ofertaram num contexto de tribulação e pobreza. Geralmente os que mais contribuem não são os que mais têm, mas os que mais amam e os que mais confiam no Senhor.

Em segundo lugar, na disposição de dar mesmo quando não é solicitado. “Pedindo-nos, com muitos rogos, a graça de participarem da assistência aos santos” (8.4) Paulo usa, nesse versículo três palavras magníficas: charis (graça), koinonia (participarem) e diakonia (assistência). A contribuição financeira era entendida como um ministério cristão. Digno de nota, é que os macedônios não contribuíram em resposta aos apelos humanos, mas como resultado da graça de Deus concedida a eles. Não foi iniciativa de Paulo pedir dinheiro aos macedônios para os pobres da Judéia, foi iniciativa dos macedônios oferecerem dinheiro a Paulo para assistir os santos da Judéia. Os cristãos macedônios entenderam as palavras de Jesus: “Mais bem aventurado é dar que receber” (At 20.35)


O erudito Doutor Warren Wiersbe está correto quando diz que a graça nos liberta não apenas do pecado, mas também de nós mesmos. A graça de Deus abre nosso coração e nossa mão.


Em terceiro lugar, na disposição de dar a própria vida e não apenas dinheiro. “E não somente fizeram como nós esperávamos, mas também deram a si mesmos, primeiro ao Senhor, depois a nós, pela vontade de Deus” (8.5). Os macedônios não deram apenas uma prova de sua generosidade e comunhão, deram a eles próprios. Amamos o texto de Jo 3.16 […] de tal maneira que deu o seu Filho […], mas não praticamos o texto de I Jo 3.16 […] e devemos dar a nossa vida por nossos irmãos. Não. Isto é forte demais. A verdadeira generosidade só existe quando há entrega do próprio eu. Precisamos não apenas investir dinheiro, mas também vida. Quando perguntaram para Charles Studd, que deixara as glórias do mundo esportivo da Inglaterra [ele foi o maior jogador de críquete do país] para ser missionário na China, se não estava fazendo um sacrifício grande demais, ele respondeu: “Se Jesus Cristo é Deus e ele deu sua vida por mim, não há sacrifício tão grande que eu possa fazer por amor a Ele”. Oh Deus, dá-nos esta fé triun
fante!

3) Quando contribuímos seguindo o exemplo de Cristo, e não por pressões humanas – (II Co 8.8,9)


Infelizmente muitas igrejas têm se transformado num mercado, o púlpito num balcão, o evangelho num produto e os crentes em consumidores. Já há quem diga: “pequenas igrejas, grandes negócios”. Muitas igrejas evangelizam para ganhar dinheiro, em vez de usarem o dinheiro para evangelizar. Conta-se um fato ocorrido com Tomás de Aquino, no séc XIII. Ao visitar o papa Inocêncio 3º, foi recebido em uma suntuosa sala. O papa ocupado em contar grande soma de dinheiro, disse sorrindo: “Olha Tomás, a Igreja não precisa mais dizer não temos prata nem ouro”! Respondeu-lhe imediatamente, o ilustre visitante: “É verdade, mas nunca mais poderemos dizer: “Em nome de Jesus, o Nazareno, levanta e anda”!. O papa referia-se a riqueza da igreja como uma grande vitória. Tomás de Aquino, por sua vez, referia-se ao grande declínio espiritual da Igreja.

A igreja não pode imitar o mundo. Este enriquece tirando dos outros; o cristão enriquece dando aos outros.

Nestes versos Paulo nos ensina duas preciosas lições acerca da contribuição cristã:

Em primeiro lugar, a contribuição deve ser motivada pelo amor ao próximo.

Paulo diz que devemos contribuir não por constrangimento, mas espontaneamente; não com tristeza, mas com alegria, porque Deus ama a quem dá com alegria (II Co 9.7). Agora Paulo diz: “Não vos falo na forma de mandamento […]” (8.8 a). A motivação da generosidade da contribuição é o amor. Paulo prossegue: […] mas, para provar, pela diligência dos outros, a sinceridade do vosso amor (8.8 b). Sem amor, até mesmo nossas doações mais expressivas são pura hipocrisia. Foi por isso que Paulo disse que nós podemos dar todos os nossos bens aos pobres, mas se isso não é feito [motivado] pelo amor, não terá nenhum valor (I Co 13.1).


Em segundo lugar, a contribuição é resultado do exemplo de Cristo.

“Pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que, pela sua pobreza, vos tornastes ticos” (8.9). Cristo foi o maior exemplo de generosidade. Damos dinheiro? Cristo deu sua vida! Damos bens materiais? Ele nos deu a vida eterna. Cristo esvaziou-se, deixando as glórias do céu para se fazer carne e habitar entre nós. Ele nasceu numa cidade pobre, numa família pobre e viveu como um homem pobre, que muitas vezes não tinha onde reclinar a cabeça. Ele nasceu numa manjedoura, cresceu numa carpintaria e morreu numa cruz. Ele é o maior exemplo de generosidade. Se Ele nos deu tudo por nós, devemos fazer de igual modo, oferecendo nossas vidas e nossos bens numa expressão de altruísmo e abnegação. Que seja assim. Amém!

Bibliografia:

Wiersbe, Warren. Comentário Expositivo. N.T. Geográfica Editora

Lopes, Hernandes Dias. II Coríntios. Ed. Hagnos 2008

Os 4 filhos da Hagadá [1]

Nota:

Prezados leitores, estou postando este texto para vocês conhecerem um pouco da rica cultura judaica. É importante deixar claro que não estou fazendo apologia ao judaísmo. Neste texto mostro um pouco da tradição e cultura judaica com relação a celebração da festa da Páscoa. Leia com atenção e poste seus comentários.

Do verso “e ensinará o seu filho … ” (Ex 13.8) os judeus deduziram um importante preceito de relatar a saída do Egito – em especial a seus filhos – para incutir-lhes a confiança no Eterno e seu poder sobrenatural na eleição de Israel, tendo em vista a sua preparação para a recepção a Toráh. O mandamento de ensinar às crianças os detalhes da saída do Egito é repetido quatro vezes na Toráh com diferentes expressões, das quais resulta que a Toráh se refere a quatro tipos de crianças que são quatro tipos de pessoas: os sábios, os ímpios, os simples e aquele que não sabe perguntar.A cada um deles deve ser feita uma abordagem diferente.

Agora cabe uma pergunta: por que o perverso é mencionado em segundo lugar após o sábio, sendo que este é a categoria mais baixa entre os quatro filhos? O grande sábio Rav. David Abudarham explica que as crianças estão enumeradas conforme sua capacidade de aprendizagem. O perverso que nos referimos não é uma pessoa infeliz. Pelo contrário, tem inteligência e compreensão, mas não quer aceitar o “jugo” dos mandamentos. Contudo, seria mais justo que os filhos fossem listados conforme o mérito pois: Qual valor em si tem a inteligência e alta cultura do perverso? O essencial não é conhecimento, mas uma consciência e o temor ao Eterno através da observância de seus mandamentos.

Outra pergunta: Se ele é mau e não aceita a Toráh, por que freqüentam o Seder? A Hagadá se expressa duramente a ele: “Se eu estivesse no Egito não seria liberado” ainda somos obrigados a incluí-lo neste diálogo. É o que o Talmude (Sanhedrin 44),diz: “Um filho de Israel, mesmo que caia em pecado, continua sendo filho de Israel.” Mesmo fora do judaísmo, uma faísca judaica estará sempre nele, uma riqueza de sentimentos judeus se aloja em seu coração e, em algum dia esta chama poderá ser transformada em uma chama ardente. Portanto, não devemos desprezá-lo, mas lutar para atraí-lo.

É justamente o sábio que tem a capacidade de convencer neste sentido, por isso a lógica é que o filho perverso permaneça ao seu lado em segundo lugar na história da Hagadá. No entanto, o autor da Hagadá responde o argumento do perverso de forma agressiva: “Se estivesse ficado no Egito, não haveria sido libertado”. É que no Egito, antes de receberem a Toráh, aqueles que negavam os princípios do judaísmo eram excluídos da Comunidade, e este é o caso do perverso. Mas depois de receberem a Toráh no Monte Sinai, todo judeu foi “atado” [a] à Toráh e, consciente ou inconscientemente, voluntária ou involuntariamente, estavam empenhados em satisfazer as suas exigências, e desse modo, não poderiam ser livres ou excluídos, deste compromisso. Todos os judeus são ligados entre si e são responsáveis uns pelos outros.

Todo judeu está ligado a Toráh, sem a possibilidade de que essa união será desfeita; assim mesmo que o judeu caia em pecado, preserva a qualidade de um judeu. É um dever primordial a transmissão de pai para filho deste conceito fundamental do judaísmo. A Hagadá enumera quatro categorias de filhos: os sábios, os perversos, os simples e aquele que não sabe perguntar.

O que diz o sábio? “Quais são os testemunhos, decretos e direitos que o Eterno, nosso Deus nos ordenou”? O sábio deseja informar-se de todas as leis e seus respectivos significados. Devemos explicar este profundo conceito de liberdade através do serviço divino. Pois, há pessoas que só desfrutam a sobremesa, e não a refeição principal. Para eles, a liberdade é apenas um meio para se viver uma vida sem freios morais e religiosos que lhes permitam desfrutar de todos os “doces” deste mundo, mesmo que seja ilicitamente. Mas a Toráh nos ordena a comer o cordeiro [de] Korban Pesach que simboliza a verdadeira liberdade, sem qualquer acompanhamento de sobremesa.

O que diz o perverso? “Que significado tem este serviço para vocês?” Para vocês “, diz ele, e não “para ele”, porque não quer sentir-se incomodado. Os perversos não querem uma vida regida por preceitos divinos, com leis morais, mas vivem uma vida “animal”[mundana] com a liberdade de satisfazer todos os desejos e prazeres, sem a imposição de regras e mandamentos. Essa é a sua concepção de liberdade. Temos lido sobre elas na Hagadá: “e porque se exclui a partir da própria comunidade, nega o princípio fundamental do judaísmo: Este filho afirma que há de adaptar-se as necessidades da vida moderna, e ser um judeu laico.

A Hagadá prossegue: “Portanto responde ele com tom acentuado: Esta é a razão pela qual o Eterno fez isso para mim, tirando-me do Egito” (Êxodo 13.8) Por “mim” e não por “ele”. “Se estivesse lá, não seria resgatado”. O Eterno nos tirou do Egito,e nos concedeu a liberdade, tendo em vista que nossas vidas seriam de apego a Toráh e seus mandamentos. Sem este apego a Toráh, a pessoa torna-se mais perigosa do que o mais feroz animal. Ao libertar-nos dos preceitos da Toráh, nos convertemos nos mais “desgraçados” escravos de nossas paixões incontroladas.

Que diz o simples? “O que é isso? E responde:” Com mão forte o Senhor nos trouxe do Egito, da casa da servidão “(Êxodo 13, 14). O simples não tem malícia. Quer ser um bom judeu, sem fazer muitas perguntas, sem aprofundar-se, sem esforçar-se. Nossos antepassados sofreram no Egito e como um resultado, O Eterno nos redimiu e nos escolheu para receber a Toráh. Sem esforço e sofrimento, a vida não tem sentido. Sem ”penar” para estudar e praticar os mandamentos, não pode ser uma pessoa livre e um judeu fiel ao Criador.

Ao que não sabe perguntar:tu o ensinarás”. Se trat
a de uma grande parte da nova geração de jovens que não recebem qualquer educação judaica e vivem em completa ignorância do judaísmo. Eles não têm qualquer motivação para continuar a perguntar. É nosso dever de aproximar-se deles, atraí-los, mostrando o significado do judaísmo, explicando com amor que somente a Toráh pode dar um sentido à vida e encher o vazio que a juventude possui.Pesach é um apelo à liberdade, a libertação de nossas almas a partir da influência do exílio. Sendo um povo livre significa adotar uma verdadeira vida judia, rejeitando a ideologia, as leis, costumes, convenções e perversões além do judaísmo.


Vocabulário:

Hagadá: “Narrativa”; leitura de passagens que relatam a história do povo judeu e sua saída do Egito.

Talmude: Compêndio básico das leis judaicas, pensamentos e comentários bíblicos, que inclui a Mishná e a Guemará; uma das maiores obras judaicas, quase todo em aramaico.

As três imagens do ministério – I Co 4

INTRODUÇÃO

Em I Coríntios 3, Paulo apresentou três imagens da igreja local. A igreja é uma família, cujo objetivo é a maturidade (I Co 3.1-4); um campo cujo alvo é a quantidade (I Co 3.5-9a); um templo cujo propósito é a qualidade (I Co 3.9b-23).

Neste texto, supra citado, o apóstolo também utiliza três imagens [retratos] para descrever o ministro cristão. O obreiro é um despenseiro que vive com fidelidade (I Co 4.1-6); um espetáculo ao mundo que revela humildade (I Co 4.7-13); e um pai que demonstra amabilidade (I Co 4.14-21).

Seu objetivo é levar os leitores a compreenderem como Deus mede e avalia o serviço do cristão. I Coríntios 4.6 explica o propósito de Paulo: “A fim de que ninguém se ensoberbeça a favor de um em detrimento do outro”.

1. FIDELIDADE – O DESPENSEIRO (I Co 4.1-6) – Paulo ainda está corrigindo o mesmo problema identificado desde o capítulo 1, a divisão da igreja em virtude do culto à personalidade. Devemos nos lembrar que Corinto era uma cidade grega e o grande hobby dessa cidade era ir para a praça, a ágora, a fim de escutar os grandes filósofos e pensadores discutirem suas idéias. Desse modo, eles se identificavam com um ou outro líder, e acabavam se tornando seguidores de homens. Centrando-se em seus líderes, os coríntios estavam prestando fidelidade a homens. Eu preciso denunciar um pecado da igreja evangélica: tietagem. É comum os crentes dizerem: “Vou ouvir o pregador fulano de tal”, ou vou ver meu cantor [a] predileto [a]. Quando estes “astros” estão nas igrejas, nos congressos, eles arrebatam uma multidão de crentes. É o culto à personalidade. Veja se estes mesmos irmãos, irão a próxima EBD. Tenho certeza que muitos não irão!

Agora você deve estar perguntando: Como Paulo combate essa idéia do culto à personalidade?

Em primeiro lugar, o ministro é um escravo sentenciado à morte.

Paulo escreve: “Assim, pois, importa que os homens nos considerem como ministros de Cristo” (4.1). A palavra “ministro” na língua portuguesa representa o primeiro escalão do governo. O ministro é uma pessoa que ocupa uma alta posição política, que tem em suas mãos um grande poder e autoridade. Todavia, a palavra usada pelo apóstolo para definir o ministro nos dá uma idéia totalmente oposta. A palavra usada no original é huperetes , que significa um remador de galés. Esta palavra somente aparece aqui em todo o Novo Testamento. Nos grandes navios romanos existiam as galés, que eram porões onde trabalhavam os escravos sentenciados à morte. Aqueles escravos prestavam um serviço antes de morrer. É isso que Paulo quer ensinar à igreja de Corinto. Os ministros não devem ser colocados em pedestais, como se fossem capitães do navio, antes devem ser vistos como um escravo que serve ao capitão até a morte. Prezado obreiro, você não é o dono da Igreja. Deus não nos deu uma procuração passando a igreja para nossas mãos. Você é o huperetes, e nada mais! Você não é o capitão do navio, mas sim, o remador que leva o navio para frente!

Em segundo lugar, o ministro é um mordomo que obedece as ordens do seu Senhor.

Agora, o apóstolo explica a imagem do despenseiro. Um despenseiro é um servo que administra todos os bens de seu senhor, mas ele próprio não possui coisa alguma. José era o despenseiro-chefe da casa de Potifar (Gn 39). A responsabilidade do despenseiro é ser fiel a seu Senhor. Talvez não agrade aos membros da família, talvez não agrade a alguns dos outros servos, mas, se agradar ao Senhor, é um bom despenseiro.

Assim, a questão principal não é: “será que todos gostam de Paulo?”, ou será que Apolo prega melhor que Paulo?” A questão mais importante é: “Será que Paulo, Apolo e Pedro foram fiéis à obra que Deus os incumbiu? Analise sua vida e veja qual é a sua motivação. Você quer ser bajulado? Você prega para mostrar que é melhor que seu irmão? Ou o que motiva a você, é a glória e o reino de Deus?

2. HUMILDADE – O ESPETÁCULO (I Co 4.7-13)

O ministro é um espetáculo para o mundo (4.9). Paulo usa uma imagem conhecida dos cidadãos do império romano. O governo mantinha o povo pacificado, oferecendo entretenimento nas diversas cidades do império. Os anfiteatros ficavam lotados de gente ansiosa para ver homens competindo em esportes e prisioneiros lutando contra animais selvagens. O Coliseu em Roma tornou-se o centro desse tipo de “entretenimento”.

A palavra grega teatron , “espetáculo” dá origem a nossa palavra “teatro”. Paulo diz que o ministro cristão é o teatro do mundo, e que sua vida se desenrola num palco e arena de morte. O coliseu romano se tornou o centro desses espetáculos, onde os cristãos eram colocados para lutar contra feras e desse modo eram expostos à morte. Essa é a figura que o apóstolo evoca para os ministros. Os ministros não estavam no pódio para os aplausos dos homens, mas na arena do teatro, para serem entregues à morte.

Que retrato dos apóstolos de Jesus Cristo! No entanto, isto constitui um pano de fundo para uma série de contrastes que Paulo faz a fim de conduzir os coríntios da vanglória à humildade.

Reis – prisioneiros (4.7-9) A pergunta em I Coríntios 4.7 deve levar todos nós a refletir. “Quem é que te faz sobressair?” Prefiro a tradução que diz: “Quem te considera superior?” Conta-se uma vez que um jovem pastor pediu oração para um ancião da igreja: Por favor, ore por mim, para que eu permaneça humilde. O ancião com rara sabedoria respondeu: “Mas que motivo que você tem para se orgulhar?” Não há lugar para o orgulho no ministério. Se um líder da envergadura de Paulo se considerava “um espetáculo no final da programação”, o que dizer de nós? Responda-me se tens inteligência.

Sábio – louco (4.10a)De acordo com os padrões dos homens, Paulo era um louco. Se tivesse continuado sua carreira de rabino, poderia ter galgado a cargos elevados dentro da religião judaica (Gl 1.14). Os coríntios eram sábios a seus próprios olhos, mas, na verdade, aos olhos de Deus não passavam de loucos. Os que buscam a sabedoria espiritual tornam-se loucos aos olhos do mundo (I Co 3.18). É apropr
iado citar a celebre frase do mártir Jim Elliot: “Não é louco quem dá aquilo que não pode guardar a fim de ganhar o que não pode perder”.

Fortes – fracos (4.10b) Houve um tempo em que Paulo se vangloriava de suas forças; mas quando ele teve um encontro com Jesus Cristo e descobriu que as coisas que considerava habilidades eram, na verdade, deficiências (Fp 3). Os coríntios orgulhavam-se de suas realizações espirituais. Os partidos que havia dentro da igreja orgulhavam-se de seus líderes e ministros prediletos. Tudo isso, porém, não passava de fraqueza. A verdadeira força só é experimentada quando Deus é glorificado (II Co 12.9).

Nobre – desprezado (4.10c-13) – Este era o ponto critico da questão: os cristãos de Corinto desejavam a honra que vem dos homens, não a honra que vem de Deus. Tentavam “tomar emprestada” alguma glória se relacionando com “homens importantes”. Você conhece alguém assim? A isso Paulo responde aos coríntios: “Se vocês se relacionarem conosco, devem estar preparados para sofrer. Nós, os apóstolos, não somos nobres; somos homens desprezados!”

Em seguida, Paulo descreve as privações e sofrimentos que teve de suportar como servo de Deus. O fato de ter trabalhado com as próprias mãos fazendo tendas podia ser considerado por muitos algo humilhante, pois os gregos desprezavam o trabalho manual.

Paulo conclui: “ Somos caluniados, procuramos conciliação; até agora, temos chegado a ser considerados lixo do mundo, escória de todos” (4.13)

3. TERNURA – O PAI (I Co 4.14-21) –

A última figura que Paulo usa neste capítulo é a figura de um pai que precisa exercer doçura e temor. Paulo já tinha comparado a igreja local a uma família (I Co 3.1-4), mas agora a ênfase é sobre o ministro como um pai espiritual. Muitas vezes quando temos que usar a vara para disciplinar nossos filhos, choramos mais do que eles. Sofremos e sentimos mais que eles. É assim que Paulo está se sentindo, pois acabara de disciplinar severamente a igreja. Agora, veja o que ele escreve: “Não vos escrevo estas cousas para vos envergonhar; pelo contrário, para vos admoestar como a filhos meus amados” (4.14).

Qual a relação do ministro ser um “pai espiritual?”

Em primeiro lugar, o pai é aquele que gera filhos pelo evangelho (I Co 4.14,15).

Paulo fala do pai espiritual. Leia I Coríntios 4.15. A palavra “preceptor” que aparece no texto original é paidagogos. É o escravo que tinha a responsabilidade de cuidar de uma criança e conduzi-la à escola. Ele não era o professor, mas aquele que levava o filho à escola e o deixava aos pés do mestre. Paulo queria dizer: vocês podem ter muitos que levam instrução até vocês ou, levam vocês à instrução. Porém vocês só têm um pai. Eu sou o pai de vocês! Eu gerei vocês!

Em segundo lugar, o pai é aquele que é um exemplo para os filhos (4.16,17). Paulo diz: “Admoesto-vos, portanto, a que sejais meus imitadores”. A palavra “imitadores” no grego, é mimetai, de onde vem a palavra mimetismo, mímica. Ou seja, você ensina o filho não apenas por aquilo que você fala, mas, sobretudo, por aquilo que você faz. Os filhos aprendem primeiro pelo exemplo, depois pela fala. É por isto que muitos desacreditam de nosso ministério. Não damos exemplo algum. Falamos para a igreja vir a EDB, mas nós não vamos. Falamos para vir para o culto de oração, mas nós chegamos apenas no final. Como vamos pedir algo que nós mesmos não fazemos? O exemplo não é apenas uma forma de ensinar, mas a única forma eficaz.

Em terceiro lugar, o pai é aquele que disciplina seus filhos (4.18,21) – A criança precisa ser quebrantada, não destruída. Antes de ser domado, um potro é um animal perigoso e que não pode ser usado. Uma vez que aprende a obedecer, porém, torna-se manso e útil. Os pais fiéis devem disciplinar os filhos. Não basta ensinarem e serem exemplos; também precisam disciplinar os filhos quando os filhos se recusam a obedecer. Este parágrafo mostra o discurso e o poder, as palavras e as ações. Os corintios arrogantes viviam contando vantagem, como as crianças costumam fazer, mas suas atitudes não conduziam com suas palavras. Sua religião era apenas da boca para fora. Paulo estava preparado para agir de acordo com seu discurso, tomando providências que revelariam o pecado dos coríntios e a santidade de Deus.

Que o Eterno nos capacite a sermos verdadeiros ministros conforme esta exposição. É a minha oração. Que seja a sua também. Amem!

Bibliografia:

Wiersbe, Warren. Comentário Expositivo. Novo Testamento. Geográfica Editora.